Relatório Final de Estágio
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- Cinesiofobia na pessoa submetida a artoplastia total da anca: uma scoping reviewPublication . Paixão, AnaEnquadramento: A cinesiofobia é definida como um medo excessivo, irracional e debilitante do movimento e da atividade física, resultante de um sentimento de vulnerabilidade a lesões dolorosas ou a novas lesões. Elevados níveis de cinesiofobia foram associados com piores resultados funcionais em diversas patologias da coluna, cirurgias de membro superior e membro inferior. Verificou-se que o impacto da cinesiofobia após a cirurgia de artroplastia da anca não é um tema muito explorado na literatura. Objetivo: O objetivo geral da realização desta revisão é mapear o impacto da cinesiofobia em adultos submetidos a ATA. Determinou-se como objetivo específico identificar qual o impacto da cinesiofobia nos resultados funcionais, na amplitude de movimento, no nível de dor e na qualidade de vida após artroplastia total da anca. Metodologia: A presente scoping review foi desenvolvido de acordo com a metodologia proposta pelo Joanna Briggs Institute. Foi realizada uma pesquisa prévia realizada em 10 de Julho de 2023, nas bases de dados eletrónicas CINAHL® Complete, Nursing & Allied Health Collection via EBSCO e MEDLINE® via PubMed. A pesquisa de literatura cinzenta incluiu o Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) e o OpenGrey. A lista de referências dos artigos incluídos foi analisada para pesquisa de estudos adicionais. Foram incluídos estudos publicados em língua portuguesa e inglesa, publicados nos últimos cinco anos. Resultados: Dos 686 artigos identificados, 5 foram incluidos na revisão. Da análise dos artigos incluídos, verifica-se que pessoas com maior nível de cinesiofobia apresentaram níveis mais elevados de dor. Quanto mais elevada a cinesiofobia, piores são os resultados funcionais, sendo que no que concerne aos resultados funcionais precoces não se verificou perda na função física. Nesta pesquisa não foi possível encontrar nenhum estudo que enfoque o impacto na amplitude de movimento. Enfatiza-se os resultados obtidos relativamente à qualidade de vida, visto que se verifica tanto a curto prazo como a longo prazo uma perda nos níveis de qualidade de vida em pessoas com cinesiofobia Conclusão: A cinesiofobia representa uma barreira notável aos resultados em saúde após uma ATA. Esta influencia diferentes aspetos no período pós-operatório, incluindo os resultados funcionais, níveis de dor e a qualidade e vida.
- Estratégias de coping dos enfermeiros perante a morte em cuidados paliativosPublication . Ferreira, AndresaA morte do doente afeta os enfermeiros a nível emocional, físico e profissional, constituindo-se como um dos maiores desafios da sua prática clínica. A forma como cada um encara a morte é uma experiência pessoal e a utilização de estratégias de coping ajuda os profissionais a lidarem com esta situação. Partindo da questão de investigação “Quais as estratégias de coping dos enfermeiros perante a morte em Cuidados Paliativos?”, o objetivo do presente estudo é mapear as estratégias de coping dos enfermeiros perante a morte em Cuidados Paliativos. Para isso, realizou-se uma Scoping Review, orientada pelas guidelines do Instituto Joanna Briggs e pelo PRISMA-ScR. A pesquisa foi efetuada em bases de dados científicas, repositórios científicos e listas de referências. Foram aceites estudos publicados e não publicados, sem restrição temporal, nem de idioma, que descrevessem as estratégias de coping dos enfermeiros perante a morte da pessoa adulta em situação paliativa, em contexto de internamento, de acordo com a população, conceito e contexto. Os dados foram extraídos através de um instrumento desenvolvido pelos investigadores. A apresentação dos resultados foi realizada em formato narrativo e com recurso a tabelas e representações gráficas. Na Scoping Review, foram incluídos 11 estudos. Identificaram-se as mais variadas estratégias de coping, as quais foram divididas em “Estratégias de coping focadas na emoção” e “Estratégias de coping focadas no problema”, conforme a Teoria de Folkman e Lazarus. A utilização de estratégias de coping para lidar com a morte dos doentes em CP é uma realidade, destacando-se como essencial para promover a saúde emocional dos enfermeiros, diminuir o risco de stress e burnout, aumentar a satisfação no trabalho e, consequentemente, melhorar os cuidados aos doentes em fim de vida e às suas famílias.
- Consulta de enfermagem de reabilitação à pessoa com asmaPublication . Santos, Andreiaasma é uma das doenças crónicas respiratórias mais prevalentes, causando um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas com asma e representando um desafio contínuo para os sistemas de saúde. Apesar dos avanços no tratamento, uma grande parte da população asmática permanece com a doença descontrolada, gerando custos elevados e uma qualidade de vida reduzida. Este estudo teve como objetivo avaliar a efetividade de uma consulta estruturada de enfermagem de reabilitação no controlo da asma e na melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde, em comparação aos cuidados de enfermagem habituais. Para tal, foi desenvolvido um ensaio clínico aleatorizado e controlado, em adultos diagnosticados com asma, comparando o impacto das intervenções de enfermagem de reabilitação com os cuidados habituais. A investigação foi orientada pelas teorias de Dorothea Orem, que destaca a importância do autocuidado, e de Afaf Meleis, que aborda as transições no cuidado à saúde. Ambas as teorias proporcionaram a base conceptual para as intervenções de enfermagem aplicadas no estudo. Os resultados indicam que as intervenções de enfermagem de reabilitação resultaram em um melhor controlo dos sintomas, o grupo de intervenção apresentou uma melhoria estatisticamente significativa (p=0,032) no controlo da asma (aumento médio de 5,2±6,5 pontos no score CARAT Total) em comparação com o grupo de controlo (aumento médio de 2,3±5,8), tamanho do efeito d=0,5. Numa melhoria da qualidade de vida relacionada com a saúde, estatisticamente significativa (p=0,032) de 0,9±1,0 pontos no score mini- AQLQ, superior ao grupo de controlo (aumento médio de 0,4±1,0), tamanho do efeito d=0,5. Na capacitação para a autogestão, significativamente mais altas no mPEI pós-intervenção (aumento médio: 7,9 ± 3,3 pontos) em comparação com o grupo de controlo (aumento médio: 6,2 ± 3,4 pontos) (p = 0,019). Comparando os dois grupos podemos verificar que o grupo de intervenção apresentou resultados estatisticamente significativos em todos os instrumentos de recolha de dados. Assim como clinicamente relevantes, uma vez que o aumento clinicamente relevante é de 4 pontos no score do CARAT (Leeuw et al., 2015) e de 0,5 no mini – AQLQ (Sundh et al., 2017). Na capacitação, 61,9% do grupo de intervenção alcançaram um empoderamento "bom" (pontuação mPEI 7-12) em comparação com apenas 36,6% no grupo de controlo. Conclui-se que a implementação de uma consulta de enfermagem de reabilitação para a pessoa com asma pode melhorar o controlo da asma, reduzir os internamentos e custos associados, e melhorar a qualidade de vida da pessoa com asma. Este estudo contribui para a prática clínica e a estruturação de políticas de saúde centradas na pessoa, na reabilitação e na gestão de doenças crónicas.
- Intervenções autónomas do enfermeiro especialista na via verde trauma em serviço de urgênciaPublication . Ferreira, CátiaEnquadramento – O trauma representa uma das principais causas de morte em idades jovens. A ativação da via verde trauma favorece o diagnóstico precoce e a rápida implementação de medidas interventivas, potenciando o prognóstico da pessoa vítima de trauma e melhorando os índices de mortalidade e morbilidade. As intervenções autónomas do enfermeiro são da sua exclusiva iniciativa e responsabilidade, no que concerne à prestação de cuidados, gestão, formação e assessoria, tendo a investigação em enfermagem como contributo. Objetivo – Explorar e descrever as intervenções autónomas do enfermeiro especialista na área da pessoa em situação crítica, na via verde trauma, em serviço de urgência Metodologia – Estudo qualitativo, exploratório e descritivo com recurso à Focus Group seguindo a estratégia do "funil" sob as orientações de Morgan (1997) e com método de análise de conteúdos segundo Bardin (2015), para a questão norteadora: Quais as intervenções autónomas do enfermeiro especialista na área da pessoa em situação crítica, na via verde trauma, em serviço de urgência? Esta estratégia é realizada por meio das seguintes fases: Fase de Planeamento; Fase de Preparação; Fase de Moderação; Fase de Análise de Dados e Fase de Divulgação de Resultados, imergindo sob forma de relatório de investigação escrito. Resultados – Com base no focus Group, utilizou-se a análise categorial, que agrupa os dados em categorias pré-definidas ou que emergem do conteúdo. Assim surgiram quatro categorias que abordam as vantagens percebidas para cada uma das cinco questões levantadas. São as categorias: 1) Ativação da via verde trauma, 2) Uniformização de procedimentos e estruturação do protocolo da via verde trauma, 3) Autonomia e papel do enfermeiro especialista, e 4) Importância da formação especializada e atualização contínua. Conclusão –Esta investigação destacou que, para maximizar a eficiência da via verde trauma, é essencial investir em programas contínuos de educação e formação na área do trauma. Este estudo reforça o valor das intervenções autónomas do enfermeiro especialista, sublinhando o seu papel indispensável na prestação de cuidados à pessoa em situação crítica. Espera-se que estes resultados inspirem futuras investigações na área e incentivem a criação e implementação adequada de protocolos da ativação da via verde trauma.
- O impacte da operacionalização do handover pelos enfermeiros, na segurança da pessoa em situação perioperatóriaPublication . Sousa, AnaEnquadramento: A transição de cuidados, ou handoff/handover, é fundamental para compartilhar informações, identificar necessidades, promover segurança e assegurar a continuidade dos cuidados. Em ambientes complexos como o BO, a comunicação interprofissional é desafiadora e ocorre em diversos momentos. Qualquer falha na comunicação durante o handover pode resultar em erros e danos ao paciente. O EEEPSPO desempenha um papel crucial na implementação de mudanças para aprimorar a transição de cuidados. Estratégias que promovam conhecimento, desenvolvimento de competências e abordagens eficazes são essenciais para modificar comportamentos e superar obstáculos à mudança. Objetivos: Mapear a melhor evidência científica disponível, no que concerne ao impacte da operacionalização do handover pelos enfermeiros, na segurança da pessoa em situação perioperatória. Metodologia: Scoping Review (ScR) tendo por base as recomendações do Joanna Briggs Institute (JBI). A pesquisa foi realizada em março e abril de 2023,nas bases de dados eletrónicas: Scielo, RCAAP, PubMed, Lilacs, CINAHL Complete e MEDLINE (via EBSCO). Foram definidos os Descritores em Ciências da Saúde – DeCS, compatível com Medical Subject Headings – MeSH: “patient handoff”; “patient safety”; “perioperative care”, “nurs*”, que se concretizou com a seguinte frase booleana (Nurs)* AND (Patient handoff) AND(Patient safety) AND (Perioperative care). Os artigos foram selecionados à luz dos critérios de inclusão definidos, publicados na íntegra, de acesso gratuito, nos idiomas português, inglês e espanhol. Resultados: A adoção de procedimentos padronizados, a utilização de ferramentas de comunicação estruturadas como o ISBAR, e o envolvimento contínuo em educação e treino melhoram a qualidade do handover e, por consequência, a segurança da PSPO. As evidências apresentadas reforçam a necessidade de práticas de handover estruturadas e bem geridas como um componente essencial para a segurança do paciente no contexto perioperatório. Conclusão: A operacionalização do handover pelos enfermeiros tem um impacte positivo na segurança da PSPO, ao contribuir significativamente para uma comunicação eficaz, trabalho em equipa, redução de erros, a promoção da continuidade do cuidado, a identificação e gestão de riscos, e a melhoria da tomada de decisão no contexto perioperatório.
- Perceção dos enfermeiros perioperatórios sobre o stress ocupacional no bloco operatório de urgênciaPublication . Bastos, DilsaEnquadramento: A prestação de cuidados em bloco operatório de urgência é desafiante e propensa a fatores de stress pela necessária atuação rápida e eficaz em urgências/emergências cirúrgicas e anestésicas, que podem ter impacto na saúde física e mental dos enfermeiros e diminuir a eficiência dos cuidados de enfermagem. Objetivo: Compreender a perceção dos enfermeiros perioperatórios sobre o stress ocupacional no bloco operatório de urgência. Metodologia: Realizou-se um estudo qualitativo de natureza descritiva, transversal com características fenomenológicas, com recurso a uma entrevista semiestruturada a uma amostra de 15 enfermeiros a exercerem funções num BO de urgência do Serviço Nacional de Saúde: 5 enfermeiros proficientes; 5 enfermeiros peritos; e 5 enfermeiros especialistas em Enfermagem Médico-Cirúrgica ou em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de Enfermagem à Pessoa em Situação Perioperatória. Resultados: A indisponibilidade ou o mau estado do material, as relações interpessoais e a exigência do trabalho no bloco operatório de urgência foram os principais fatores de stress descritos. Sentimentos de ansiedade, medo e frustração foram os mais percecionados. O impacto na vida pessoal resulta em cansaço com influência nas relações familiares. O impacto na vida profissional é percecionado na redução da aptidão para reagir adequadamente às situações sendo que, relativamente ao impacto direto na prestação de cuidados, os enfermeiros percecionam falhas de comunicação no estabelecimento da relação empática com a pessoa em situação perioperatória e risco de erros e incidentes. As estratégias de coping mais utilizadas incluem o suporte social entre pares e técnicas de autocontrolo e gestão emocional. Foram feitas várias sugestões de melhoria. Não se verificaram diferenças de perceção entre os grupos da amostra. Conclusão: Este estudo permitiu uma compreensão sobre o stress ocupacional dos enfermeiros perioperatórios de urgência sendo um ponto de partida para se aprofundar o conhecimento nesta área e implementarem estratégias de intervenção para minimizar o stress e melhorar a qualidade dos cuidados.
- Visita pré-operatória: perceção dos enfermeirosPublication . Neves, IsabelEnquadramento: A visita pré-operatória de enfermagem (VPOE) contribui para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados, dado que conhecer o doente e as suas necessidades permite adequar as intervenções e gerir os cuidados tendo em conta a sua individualidade. O ensino pré-operatório à pessoa em situação perioperatória consiste num processo de transmissão de informação para promover o conhecimento daquilo que a espera antes, durante e depois da cirurgia. Tem como objetivo a capacitação do doente para o autocuidado, de modo a promover uma melhor experiência cirúrgica. Estudos apontam que os enfermeiros devem focar-se num plano de intervenção que englobe as informações sobre o procedimento anestésico-cirúrgico, juntamente com questões que dizem respeito à preparação pré-operatória, à recuperação pós-operatória, ao controlo da dor e da ansiedade e ao suporte do cuidador no domicílio (Camargo et al., 2021; Hatami et al., 2021; Ng et al., 2021; Santo et al., 2019; Pontes et al., 2008). Objetivos: Identificar a perceção dos enfermeiros acerca da visita pré-operatória de enfermagem. Metodologia: Desenvolvido um estudo qualitativo, numa perspetiva de investigação interpretativa, partindo de uma reunião de discussão com enfermeiros que reuniam as caraterísticas definidas pela investigadora. Constituíram critérios de inclusão no estudo, enfermeiros com prática clínica no contexto de bloco operatório há, pelo menos, cinco anos, que realizem a VPOE e que aceitem participar no estudo. Foram critérios de exclusão, enfermeiros que não reúnam os critérios de inclusão. Resultados: Da análise dos resultados emergiram como categorias: dimensão técnica, dimensão emocional, valorização da visita pré-operatória de enfermagem, desafios e perspetivas de mudança, que correspondem à perceção dos enfermeiros sobre a temática em estudo. Os enfermeiros reconhecem a necessidade de abordar questões específicas durante a VPOE, como a preparação pré-operatória, o ensino sobre o processo perioperatório e a criação de um ambiente propício à comunicação e confiança. São assinalados como elementos de valorização da VPOE a criação de um enfermeiro de referência no bloco operatório e o planeamento de cuidados. Embora a realização da VPOE seja crucial, surgem desafios como a falta de tempo, a resistência administrativa e a aceitação da informação por parte dos doentes. Sugere-se a sensibilização contínua dos profissionais de saúde para aprimorar a VPOE, enfatizando seu papel na educação da comunidade e no aumento da literacia em saúde. Conclusão: Este estudo destaca, do ponto de vista dos enfermeiros, a VPOE como uma prática valiosa na enfermagem perioperatória, enfatizando a necessidade de adaptações estruturais e educacionais que permitam a prestação de cuidados de enfermagem de qualidade.
- Intervenções do enfermeiro na autogestão da pessoa com estoma de eliminaçõa intestinalPublication . Teixeira, MariaEnquadramento: A pessoa com estoma de eliminação atravessa uma transição complexa, com mudanças nas suas dinâmicas diárias, pelo que merece toda a atenção por parte dos profissionais de saúde, particularmente dos enfermeiros. O enfermeiro poderá potenciar comportamentos de autogestão, sendo decisivo na mudança comportamental e nos processos adaptativos necessários à vida com doenças crónicas. Objetivo: Mapear a evidência existente sobre as intervenções do enfermeiro na autogestão da pessoa com estoma de eliminação intestinal. Metodologia: Revisão scoping com base na estratégia metodológica do Instituto Joanna Briggs (JBI): População (adultos com estoma de eliminação intestinal): Conceito (intervenções do enfermeiro na autogestão); Contexto (todos os contextos da prática). A pesquisa realizou-se nas bases de dados CINAHL Complete, MEDLINE Complete, Cochrane Plus Collection, Nursing & Allied Health Collection: Comprehensive; Library, information Science & Technology Abstracts, bem como em fontes de literatura cinzenta, os Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP), entre julho e agosto de 2024. Foram incluídos estudos com foco em adultos (> 18 anos) com estoma de eliminação intestinal, sem limite temporal. Os resultados apresentaram-se sob forma de tabela de extração de dados. Resultados: 5 estudos cumpriram critérios, tendo sido incluídos na revisão. Na sua generalidade, apesar de metodologias distintas (4 estudos primários e uma revisão sistemática da literatura), todos os estudos demostraram resultados positivos e promissores na autogestão da pessoa com estoma de eliminação intestinal, após implementação das intervenções de enfermagem com o intuito de desenvolver esta competência. Conclusão: Na literatura, autogestão e autocuidado fundem-se e são, muitas vezes, encarados como sinónimos, havendo confusão no impacto das intervenções de enfermagem. A evidência demostra que a autogestão, implica o desenvolvimento da competência de autocuidado. Por outro lado, a heterogeneidade de intervenções identificadas, não permite estabelecer uma relação de causalidade na autogestão eficaz. O desenho dos estudos, sem randomização das amostras, pode excluir população importante, e, por conseguinte, poderá haver necessidade de intervenções distintas para o mesmo objetivo, mas populações diferentes. Assim, afigura-se como uma necessidade a colmatar, o desenvolvimento de estudos e programas de intervenção que estudem as práticas eficazes na autogestão da pessoa com estoma de eliminação intestinal, com fundamentação teórica bem definida.
- A Sede na Pessoa em Situação Perioperatória: Perceção dos EnfermeirosPublication . Filipe, LuísEnquadramento: A sede é uma manifestação com elevada prevalência no período perioperatório, frequentemente associada ao jejum prolongado, à restrição da ingestão de líquidos, à ansiedade e aos fármacos utilizados. Esta condição não só causa desconforto significativo, como também afeta negativamente a recuperação pós-operatória. No entanto e de acordo com a literatura, esta tem sido insuficientemente valorizada, registada e tratada na prática clínica por parte dos enfermeiros. Objetivos: Pretende-se identificar a valorização da sede, caraterizar a avaliação da sede e identificar as intervenções de enfermagem à pessoa em situação perioperatória com sede, na perspetiva dos enfermeiros. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional. O instrumento de colheita de dados foi construído especificamente para este estudo, com base na revisão da literatura. A recolha de dados foi realizada através de um formulário digital via Google Forms®: I – Caraterização socioprofissional; II – Avaliação da sede na Pessoa em Situação Perioperatória. Amostra não-probabilística por conveniência, com enfermeiros que desempenham a sua atividade profissional em serviços com a Pessoa em Situação Perioperatória. Análise dos dados com recurso ao SPSS (versão 26.0). Estudo submetido à Unidade de Investigação e Desenvolvimento da ESSNorteCVP, com parecer favorável da Comissão de Ética. Resultados: Amostra final constituída por 302 enfermeiros: os resultados revelam que 64% valoriza ou valoriza muito a sede e 58% considera o sintoma sede importante ou muito importante; 43% nunca ou quase nunca avalia a sede, 83% nunca ou quase nunca a regista no processo clínico e 13% utiliza instrumentos de avaliação (escalas) para a mensurar; 9% teve formação sobre esta temática e 68% dos enfermeiros referem que intervêm de acordo com a mais recente evidência científica. Foi ainda estudada a associação entre as variáveis e verificaram-se correlações positivas importantes, com resultados estatisticamente significativos para a avaliação e valorização da sede por parte dos enfermeiros especialistas e correlação positiva forte entre a valorização da sede por parte dos enfermeiros e a sua avaliação na prática diária da prestação de cuidados. Conclusão: Os enfermeiros valorizam a sede, especialmente os Enfermeiros Especialistas. No entanto, o estudo revela que a sede é esporadicamente avaliada e registada, evidenciando a necessidade da aplicação de instrumentos válidos para a sua identificação e a utilização de estratégias baseadas na evidência para a sua resolução. No contexto perioperatório, considera-se que uma atuação proativa do enfermeiro e baseada na evidência é de extrema importância, devendo envolver a avaliação contínua da sede, a implementação de estratégias eficazes para a minimizar e a capacitação da pessoa em situação perioperatória sobre os cuidados necessários para lidar com a sede neste período, tendo em vista a qualidade dos cuidados e a melhoria da sua experiência cirúrgica.
- Enfermagem Avançada para o Luto Antecipatório do Cuidador/Familiar da Pessoa em Situação Paliativa: Scoping ReviewPublication . Balsa, BeatrizEnquadramento: Os Cuidados Paliativos [CP] prestados por equipas interdisciplinares específicas são personalizados à pessoa em situação paliativa e respetivo cuidador/familiar em situação de sofrimento espiritual, físico, psicológico e social, decorrente de doença incurável e/ou grave, em fase avançada e progressiva e, com prognóstico limitado. Através de uma abordagem holística, os CP focam-se nos pilares de apoio à família, comunicação adequada, controlo de sintomas e trabalho em equipa, interligados entre si. A enfermagem avançada para o luto antecipatório do cuidador/familiar da pessoa em situação paliativa carece de especial análise a fim de alcançar a excelência de cuidados. Objetivos: Mapear a evidência científica sobre a enfermagem avançada para o luto antecipatório do cuidador/familiar da pessoa em situação paliativa. Metodologia: Conduzida uma Scoping Review [ScR] utilizando a orientação recomendada pelo The Joanna Briggs Institute [JBI]: P (participantes), C (conceito) e C (contexto). A pesquisa decorreu entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. Pesquisadas bases de dados da Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Complete (via PubMed), CINAHL Complete (via EBSCOhost Research Databases) e na Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud; posteriormente pesquisada literatura cinzenta na DANS-EASY, DART-Europe e Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal. Definidos como critérios de inclusão: estudos quantitativos e qualitativos, revisão da literatura e literatura cinzenta, estudos com cuidador/familiar da pessoa em situação paliativa adulta a experienciar luto antecipatório em contexto de internamento, estudos publicados em todos os idiomas e, sem limite temporal. Definidos como critérios de exclusão: outros contextos; população pediátrica e; população parental. Considerou-se ainda a lista de referências bibliográficas de todos os artigos incluídos na revisão. Resultados/discussão: Incluídos dois artigos na revisão. Agrupadas intervenções de enfermagem avançada para o luto antecipatório do cuidador/familiar da pessoa em situação paliativa nos domínios educativo, emocional e instrumental. Conclusão: Os estudos incluídos apresentam baixos níveis de evidência e tamanho amostral limitado. Necessidade de estudos de intervenção rigorosos para criar abordagens terapêuticas específicas e diretrizes orientadoras da prática clínica, para posterior elaboração de um plano de avançado de cuidados que alcance a excelência na prestação de cuidados.