ESSNorteCVP - Relatório Final de Estágio
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- Adesão à utilização do equipamento de proteção individual na urgência – Projeto de melhoria contínuaPublication . Mendonça, Natália Lurdes RodriguesEnquadramento: O mundo deparou-se a partir de dezembro de 2019 com uma situação pandémica causada por um vírus respiratório denominado SARS-CoV-2. Esta situação causou sobrecarga a nível dos serviços e organizações de saúde globalmente e o enorme desafio foi a contensão da alta taxa de infeção uma vez que a sua transmissão alcançou números elevados e afetou muitos profissionais de saúde, tendo impacto na prestação de cuidados Os Grupos de Controlo de Infeção das instituições de saúde tiveram um papel fundamental na atuação e delineamento de medidas eficazes e eficientes tais como as Precauções Básicas de Controle de Infeção (PBCI) e as Precauções baseadas na Via de Transmissão (PBVT). Uma destas medidas passa pela utilização do Equipamento de proteção individual (EPI), que os profissionais usam de forma a reduzir a transmissão de microrganismos entre eles e os doentes, contudo a sua adesão depende de diversos fatores Objetivo: Identificar quais os fatores que influenciam a adesão ao uso de EPI pelos profissionais de saúde num serviço de urgência em contexto pandémico. Metodologia: Projeto de implementação da evidência da Joanna Briggs Instituite desenvolvido em dois serviços de urgência da Região Autónoma dos Açores. Realizou-se um estudo misto, não experimental com desenho descritivo. O Projeto foi baseado e implementando tendo em conta as diferentes fases deste modelo, incluindo elementos chave que permitiram detetar principais facilitadores e dificultadores através da aplicação de um questionário e entrevistas. Para além disso foram avaliadas taxas de adesão a PBCI. O estudo teve parecer favorável de ambos os Conselhos de Administração e Comissões de ética. Resultados: Os fatores que influenciam a adesão à utilização do EPI são multifatoriais como fatores individuais, organizacionais e estruturais. As PBCI têm o objetivo de garantir a segurança dos cuidados, verificando-se neste estudo através do questionário online que 1.8% não tem conhecimento de normas e 32.1% não tem formação nesta área. Quanto às auditorias, das 19 observações à utilização de EPI constata-se que o índice de qualidade está acima dos 85% na colocação e utilização adequada aos momentos e situações e 100% aquando da sua remoção. Por outro lado, no que concerne ao uso das luvas existem lacunas a colmatar relacionadas com a substituição e higienização de mãos após utilização nas diferentes categorias profissionais auditadas. Relativamente à taxa de adesão à Higiene das Mãos, 62.43% de adesão ao 1º momento muito aquém dos 95% pretendidos. No que diz respeito a categorias profissionais, os enfermeiros apresentam a taxa mais alta de 76.23%, os médicos de 66.67%, os assistentes operacionais 64.80% e outros de 51.61%. Os gestores entrevistados valorizam as suas equipas, consideraram a sobrecarga laboral um dificultador tal como a escassez de recursos materiais e humanos e as múltiplas orientações, por outro lado as dinâmicas implementadas, a capacidade de resposta e a cultura salubre da instituição, permitiram a reorganização de equipas e a resposta adequada, ultrapassando os obstáculos e conflitos sentidos. Conclusão: Apesar do EPI ser reconhecido como um meio eficaz de proteção ainda existem profissionais que desvalorizam o risco a que estão sujeitos e diversos fatores influenciam esta adesão desde questões individuais, a fatores estruturais e organizacionais. Situações como a pandemia não são previsíveis, mas é necessário adaptar medidas e planos aos contextos e realidades e aprender colmatando lacunas. Facilitar momentos de formação, fornecer feedback atempado dos resultados das auditorias como momentos de melhoria e avaliação são fundamentais, permitindo a sensibilização dos envolvidos promovendo a mudança. A implicação deste estudo no futuro pretende melhorar a prática dos cuidados, a preparação, gestão de recursos e dinâmicas organizacionais.
- Adesão dos profissionais de saúde às medidas de Prevenção de Infeção do Local Cirúrgico no bloco operatórioPublication . Campos, Ana Rita BrandãoEnquadramento: A Infeção do Local Cirúrgico (ILC), surge como o terceiro tipo de infeção associada aos cuidados de saúde mais prevalente (18,4%), produzindo um grande impacte económico e social (Suetens et al., 2018). Neste sentido e apesar da existência de normas e diretrizes das organizações nacionais e internacionais referentes às medidas preventivas da ILC, a sua adesão por parte da equipa multidisciplinar nem sempre se verifica, pelo que é necessário aumentar a consciencialização dos profissionais de saúde para este problema com vista a uma melhoria na qualidade e segurança dos cuidados prestados, principalmente num momento crítico, o período intraoperatório. A questão norteadora desta revisão é: “Quais os fatores que interferem na adesão dos profissionais de saúde envolvidos no período intraope-ratório, às medidas de prevenção de infeção do local cirúrgico no bloco operatório?”. Objetivo: Sintetizar a evidência científica sobre os fatores que influenciam a adesão dos profissionais de saúde às medidas de prevenção da ILC no período intraoperatório. Metodologia: Scoping review, realizada segundo o método do Joanna Briggs Institute (JBI). A pesquisa foi realizada em janeiro e fevereiro de 2023, nas bases de dados e motores de busca: MEDLINE via Pubmed; Scopus, EBSCOhost; Web of Science, e OpenGrey. Como des-critores foram usados os termos do Medical Subject Headings (MeSH): (“Operating room” OR “intraoperative period”) AND (“guideline adherence”) AND (“Infection control” OR “Infection” OR “prevention”) AND (“Surgical site” OR “Surgical wound infection”). Foi imposta a restrição de apenas estudos que incluem medidas de adesão dos profissionais de saúde à prevenção de infeção do local cirúrgico no período intraoperatório, escritos em inglês, português, fran-cês e espanhol, sem limite temporal. A seleção foi executada por três investigadores indepen-dentes e os dados reunidos em temas de acordo com os seus conteúdos, tendo por base a questão e objetivos desta revisão. Resultados: Foram incluídos 7 estudos para revisão. Da análise efetuada concluiu-se que existem barreiras e fatores facilitadores para a adesão as medidas de prevenção ILC. As prin-cipais barreiras incluíram a falta de conhecimento das medidas pelos profissionais de saúde, disponibilidade inadequada de recursos físicos, materiais e humanos, sobrecarga trabalho e comunicação interpessoal deficitária. Os fatores facilitadores incluíram o apoio da liderança do hospital/serviço, a existências de normas/bundles e sessões de educação/formação con-tínua e o treino das equipas. As estratégias futuras apontadas pela literatura para melhorar a adesão incluem avaliação dos recursos disponíveis com atribuição de responsabilidade aos profissionais de saúde, educação intensiva com auditoria e treino das equipas com recurso à simulação para a incorporação das medidas de prevenção na prática clínica diária. Conclusão: Os resultados deste estudo destacam a importância de envolver a liderança hospitalar e os profissionais de saúde em programas de melhoria da qualidade e entender seus contextos de trabalho. As barreiras e facilitadores identificados contribuem para a im-plementação de estratégias que estabeleçam uma cultura de melhoria da qualidade e segu-rança dos cuidados de enfermagem perioperatórios, numa conjuntura de consciencialização da importância da promoção de práticas seguras, a capacitação dos profissionais de saúde para o desenvolvimento de competências, de acordo com as orientações e recomendações e estratégias de adesão baseadas na evidência científica.
- Alimentação e Hidratação em Fim de Vida em Cuidados PaliativosPublication . Oliveira, JoanaA alimentação e hidratação são um tema bastante importante na atualidade, assumindo-se como cuidados básicos, associados a momentos de convívio e prazer. Geralmente, em fim de vida, os doentes podem iniciar quadros de recusa ou intolerância alimentar e, consequentemente uma diminuição da ingestão oral. A falta de consenso relativamente à abordagem da alimentação e hidratação em fim de vida em Cuidados Paliativos pode levar a decisões difíceis e controversas, quer para os profissionais de saúde, quer para os próprios doentes e suas famílias. O objetivo do presente trabalho é mapear a evidência sobre a alimentação e hidratação em fim de vida, em contexto de cuidados paliativos, tendo por base a realização de uma Scoping Review, orientada pela estratégia metodológica do Instituto Joanna Briggs, com pesquisa efetuada nas bases de dados científicas MEDLINE via PUBMED, CINAHL Complete via EBSCOhost, Scielo, Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal e DANS-EASY. No total, foram analisados 12 artigos científicos. A alimentação em fim de vida em Cuidados Paliativos é um tema bastante complexo. É possível afirmar que o profissional de saúde deve abordar este tema de forma holística, na medida em que a alimentação e hidratação têm significados não só a nível físico, mas também social e psicológico. A maioria dos autores afirmam que a alimentação e hidratação artificiais na pessoa em fim de vida em Cuidados Paliativos são consideradas medidas invasivas e não adequadas, no entanto, os resultados também demonstram que são fundamentais para a qualidade de vida e o bem-estar estar dos doentes, tendo um significado simbólico, associado a momentos de prazer e lazer, exigindo uma abordagem individual, de acordo com as necessidades e preferência dos doentes e das suas famílias e mediante o contexto clínico. Assim, a alimentação por via oral deve ser privilegiada com algumas medidas implementadas, como a promoção de um momento calmo e acolhedor, controlando sintomas, providenciando a alimentação mais adequada, de acordo com os gostos do doente e oferecendo apoio à família, uma vez que a diminuição da ingestão oral está associada ao declínio do seu ente querido e, consequentemente, à morte. Esta problemática é muito delicada e requer uma abordagem holística, baseada nas preferências, valores e crenças dos doentes, com vista à promoção da qualidade de vida e diminuição do sofrimento do doente e da sua família, promovendo a autonomia e o seu bem estar. É necessário realizar pesquisas futuras relativas a este tema, que visem a orientação da prática clínica com base na melhor evidência.
- Alterações Musculares Provocadas pela Mobilização Passiva em Doentes Sedados e Ventilados: Uma Scoping ReviewPublication . Ribeiro, MaraEnquadramento: Historicamente, o repouso no leito era considerado benéfico para clientes em situação crítica, mas atualmente reconhece-se que essa prática pode resultar em efeitos adversos em diversos sistemas orgânicos, levando ao desenvolvimento da Fraqueza Muscular Adquirida em Cuidados Intensivos (FMACI). A FMACI pode causar sequelas a curto, médio e longo prazo, incluindo perda de força e massa muscular, e está associada a altas taxas de morbilidade e mortalidade, aumento do tempo de internamento e elevadas taxas de readmissão hospitalar. A mobilização precoce tem demonstrado ser uma estratégia eficaz para acelerar a recuperação e reduzir o tempo de internamento. Nesse contexto, o papel do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Reabilitação (EEER) é crucial, pois sua formação avançada permite intervenções precoces que ajudam a prevenir e mitigar as sequelas resultantes da FMACI. Objetivo: Mapear a evidência científica, sobre as mais-valias da mobilização passiva na função muscular em clientes sedados e ventilados em Unidades de Cuidados Intensivos, bem como identificar as intervenções de reabilitação e os efeitos destas nos clientes submetidos a exercícios de mobilização passiva. Metodologia: Foi realizada uma Scoping Review seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute. Na identificação dos estudos foram utilizadas as seguintes bases de dados eletrónicas: CINAHL Complete e COCHRANE (via EBSCO), MEDLINE Complete (via EBSCO e PubMed), Academic Search Complete, MedicLatina, Nursing & Allied Health Collection (via EBSCO) e Scientific Electronic Library (SciELO). Para a literatura cinzenta recorre-se a Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP). Resultados: De um total de 1225 artigos, foram incluídos 8 nesta revisão. Destes artigos, 2 abordam os benefícios da mobilização precoce para a redução da fraqueza muscular adquirida em cuidados intensivos, 3 referem o impacto da mobilização precoce para a melhoria da funcionalidade e segurança do cliente e 3 enfatizam o impacto positivo da mobilização precoce para a estabilidade hemodinâmica do cliente. Conclusão: Foi possível comprovar que a mobilização passiva, traz inúmeros benefícios para os clientes sedados e ventilados. Os artigos analisados expõem as intervenções do EEER mais adequadas para utilizar com pessoas sedadas e ventiladas, assim como os benefícios das suas intervenções. Conclui-se que as intervenções para promover a diminuição da fraqueza muscular adquirida em cuidados intensivos com recurso às mobilizações passivas só farão sentido através da implementação de estratégias que poderão otimizar a recuperação dos clientes críticos. Ao fornecer estas estratégias, o EEER contribui para mudança cultural nas Unidades de Cuidados Intensivos da formação, sensibilização e envolvimento das equipas multidisciplinares.
- A Ansiedade na Família/ Cuidadores da Pessoa Proposta a Cirurgia Programada no Período Pré-operatórioPublication . Silva, Ilda Fernanda LandeiroEnquadramento: O cuidado à família/cuidadores da pessoa em situação cirúrgica poderá determinar uma melhor gestão da ansiedade possibilitando a um melhor desempenho do seu papel estabilizador junto da pessoa que será submetida a cirurgia. Para que se proponham intervenções de enfermagem, é necessário perceber qual o conhecimento existente sobre esta temática, abrindo portas a um cuidado mais inclusivo, mais humano e com maior qualidade. A ansiedade entende-se como um sentimento vago, desagradável, que causa desconforto e mal-estar físico e psíquico. Sendo uma resposta normal a situações desconhecidas ou estranhas que geram insegurança, desconforto e tensão. É um dos diagnósticos de enfermagem mais frequente no período pré-operatório. Estudos sobre a ansiedade pré-operatória determinam uma prevalência de 53% e que a ansiedade da pessoa e da família está correlacionada. Está também dependente do contexto, sendo que a cirurgia em si impõe ansiedade, pois é encarada como uma ameaça. Nesta perspetiva de um cuidar com mais qualidade e humanismo, o enfermeiro perioperatório deverá desenvolver um atendimento personalizado, que atuará diretamente na pessoa em situação cirúrgica e na sua família. Objetivos: Mapear o conhecimento formal que suporta o processo de gestão de ansiedade na família/cuidadores da pessoa a cirurgia programada, no período pré-operatório. Metodologia: Scoping Review (ScR), tendo como referência o método de Joanna Briggs Institute, em concordância com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses for Scoping Review (PRISMA-ScR). Pesquisa nas bases de dados Medline via Pubmed, CINAHL (via EBSCOHost), Scielo, Lilacs e BVS. Para literatura cinzenta recorreu-se à Opensigle, à Dart Europe e à RCAAP. Os critérios de inclusão foram: estudos quantitativos, qualitativos e mistos, primários e secundários, centrados na ansiedade da família/cuidadores de pessoa proposta para cirurgia programada, no período pré-operatório, escritos nos idiomas português, inglês, francês e espanhol, realizados em adultos. A análise, extração e síntese de dados foram feitas por dois revisores independentes e recurso a um terceiro revisor independente, em caso de discordância. Os dados dos estudos foram colocados numa tabela de extração que permitiu organizar os dados para a sua análise. Resultados: Foram identificados 185 artigos, dos quais três foram removidos por serem duplicados. Foram revistos um total de 182 artigos por títulos e/ou resumos, sendo que destes 11 foram revistos por leitura integral e incluídos 4 artigos de acordo com os critérios de inclusão. Dois no domínio do diagnóstico e dois no domínio da investigação. Conclusão: É escassa a produção científica que estude a família da pessoa proposta para cirurgia programada, no que se refere à gestão da ansiedade, no entanto na população pediátrica a produção é maior. A correlação forte e positiva determina a expressão da ansiedade entre família/ cuidador e a pessoa. Ações educacionais podem ajudar na gestão da ansiedade, bem como a inclusão da família/ cuidadores na visita pré-operatória de enfermagem como momento único de ação de enfermagem sobre os mesmos.
- Atuação do Enfermeiro Especialista na Prevenção e Controlo de Infeção Associada a Catéter Venoso CentralPublication . Campos, JoséO presente documento visa formalizar o percurso académico final, descrevendo o processo de aquisição de competências necessárias para a obtenção do grau de Mestre em Enfermagem e do título profissional de Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na área de Especialização à Pessoa em Situação Crítica. Em termos de estrutura, está organizado em três partes principais. A primeira, centra-se na caracterização dos dois momentos de estágio: um numa unidade de cuidados intensivos polivalente, e outro momento em estágio de emergência extra hospitalar. Na segunda parte, são apresentados dois estudos de caso, onde se detalha o processo de conceção e decisão clínica, bem como os seus fundamentos. Por último, apresentamos um capítulo onde refletimos sobre o processo de desenvolvimento das competências especializadas. O foco na pessoa em situação crítica, com particular ênfase nos cuidados a indivíduos com cateter venoso central, foi o pilar para o desenvolvimento das competências, incluindo competências relacionadas com a prevenção e controlo de infeção. A segurança da pessoa em situação crítica está diretamente relacionada com a qualidade dos serviços de saúde. As infeções associadas aos cuidados de saúde comprometem essa segurança, resultando num aumento dos custos sanitários e contribuindo para o fenómeno da resistência antimicrobiana. O Plano Nacional para a Segurança do Doente 2021-2026 destaca atividades essenciais no âmbito do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos, nomeadamente a implementação de feixes de intervenções, um dos quais visa reduzir as infeções relacionadas com o catéter venoso central (DGS, 2021). A atuação de um enfermeiro especialista, com domínio da melhor evidência sobre o tema, tem um impacto significativo no contexto clínico. Isto deve-se ao facto de os enfermeiros serem os profissionais responsáveis pela vigilância, manutenção e otimização dos cateteres venosos centrais. (Infusion Nurses Society, 2021). A narrativa do percurso inclui a caracterização dos contextos de prática clínica, a apresentação de dois casos clínicos, com a devida fundamentação do processo de decisão clínica, e a conceção dos cuidados de enfermagem com base na plataforma E4Nursing. Além disso, será abordado o contributo de diferentes atividades para o desenvolvimento das competências comuns ao Enfermeiro Especialista, bem como as competências específicas em Enfermagem Médico-Cirúrgica na área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica. O percurso realizado não representa um ponto final, mas sim um ponto de partida para o contínuo aperfeiçoamento profissional e pessoal. Mais do que um simples estágio, esta etapa consolidou-se como um momento de transformação, onde o conhecimento se cruzou com a prática e onde as experiências vividas deixaram marcas profundas. As competências desenvolvidas ao longo deste processo não se esgotam aqui: serão alicerces do nosso futuro como enfermeiros especialistas e, sobretudo, um contributo real para a excelência dos cuidados que prestamos à pessoa em situação crítica.
- A Avaliação da Satisfação do Cliente como Ferramenta de Melhoria dos Cuidados IntraoperatóriosPublication . Lomba, Alexandre Gouveia da SilvaO presente relatório, elaborado no âmbito do Mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica, na área de especialização em Enfermagem à Pessoa em Situação Perioperatória, pretende documentar o percurso e as atividades desenvolvidas com vista à aquisição e desenvolvimento de competências especializadas. Este percurso orientou-se pela temática da qualidade na saúde, especificamente, pela abordagem da avaliação da satisfação do cliente com os cuidados de enfermagem no período intraoperatório como estratégia e ferramenta para a melhoria da prestação de cuidados. A temática tem sido pouco explorada no âmbito do intraoperatório, pelo que se considerou pertinente fazê-lo, visto que a mesma é um indicador validado da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados. Definiu-se assim como objetivo mapear as intervenções de enfermagem que promovem a satisfação do cliente com os cuidados de enfermagem no período intraoperatório. Para o concretizar, desenvolveu-se uma revisão bibliográfica do tipo scoping, pela metodologia do The Joanna Briggs Institute, com o intuito de responder à questão de revisão: “Quais as intervenções de Enfermagem promotoras da satisfação do cliente com os cuidados de enfermagem no período intraoperatório?”. A fórmula boleana que suportou a pesquisa foi “patient satisfaction” AND (“perioperative nursing” OR “nursing interventions”) AND “operating room”. A pesquisa efetuou-se nas bases de dados científicos PubMed Central, Google Académico, Scientific Electronic Library Online, ResearchGate e Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, EBSCOhost e no repositório do AORN Journal. Foram identificadas as intervenções de enfermagem com maior impacto na satisfação do cliente com os cuidados de enfermagem no período intraoperatório, sendo elas as que satisfazem as necessidades informacionais e relacionais do cliente, as que promovem a sua homeostasia física e emocional e que garantem o funcionamento eficiente do bloco operatório. A temática satisfação do cliente com os cuidados de enfermagem no período intraoperatório demonstrou intercetar os domínios de competências técnicas e relacionais do enfermeiro especialista, sendo resultante do exercício das mesmas, e impõe uma visão global e integrada do contexto perioperatório como continuum. No entanto, impõe-se mais investigação sobre esta temática no contexto específico do perioperatório, nomeadamente a conducente ao desenvolvimento de escalas de avaliação específicas ao mesmo.
- Barreiras à Adesão do Feixe de Intervenções do Cateter Venoso Central em Cuidados IntensivosPublication . Garcia, Rita Joana FernandesEnquadramento: A utilização de cateteres venosos centrais é uma prática comum na prestação de cuidados em Unidades de Cuidados Intensivos. A infeção da corrente sanguínea é a complicação mais relevante que pode decorrer do uso deste dispositivo. Para prevenir e diminuir o risco de infeção são necessárias medidas como a aplicação de feixes de intervenções durante os processos de inserção e manutenção do cateter venoso central. A adesão da equipa de enfermagem ao cumprimento dos procedimentos deste feixe pode estar condicionada a vários fatores dificultadores (barreiras). Objetivo: Mapear barreiras na adesão ao feixe de intervenções de prevenção de infeção relacionada ao CVC. Metodologia: Foi elaborada uma Scoping Review seguindo as recomendações do protocolo do JBI. Realizou-se a pesquisa durante o mês de março de 2022, nas bases de dados: CINAHL, MEDLINE, SciELO e na literatura cinzenta DART-Europe, baseada nos descritores: cuidados intensivos; enfermeiros de cuidados intensivos; controle de infeção e cateter venoso central. Como critérios de inclusão: publicações científicas entre 2013 e 2022, em inglês, português ou espanhol, com o tema de controlo de infeção relacionado com cateter venoso central em Unidades de Cuidados Intensivos de adultos em cuidados prestados por enfermeiros. Os estudos foram selecionados através de diagramas de fluxo PRISMA e apresentados numa tabela. Resultados: Foram encontrados 323 títulos publicados entre 2013 e 2022, tendo-se incluído nove artigos (n=9). As barreiras foram categorizadas como: a falha de implementação de protocolos e feixes de intervenções; a falta de formação e atualização de conhecimentos acerca dos feixes de intervenções; a carência de experiência e treino dos profissionais envolvidos na inserção ou manutenção do cateter venoso central; a escassez de profissionais de saúde na área de controlo de infeção; as dotações baixas de profissionais de enfermagem nas equipas de Unidades de Cuidados Intensivos, associada a carga de trabalho elevada; a falta de auditorias e feedback de resultados e o fraco envolvimento das instituições e seus líderes. Conclusão: Com a categorização das barreiras de um determinado contexto, poder-se-ão estabelecer estratégias de implementação de um projeto de melhoria para atingir os resultados esperados. Esta revisão servirá de base para categorizar as barreiras para a posterior elaboração de uma a grelha a ser utilizada na observação de um contexto de cuidados intensivos.
- As barreiras à adesão dos enfermeiros perioperatórios na noificação de incidentes e eventos adversosPublication . Dias, DâniaIntrodução: A ocorrência de incidentes e eventos adversos relacionados com a segurança na prestação de cuidados de saúde é uma realidade atual. A adoção de políticas e estratégias que minimizem esses eventos, sendo que alguns são passíveis de prevenção, é amplamente reconhecida tanto a nível internacional quanto nacional, refletindo melhorias na saúde e representando uma prioridade significativa. Neste âmbito, surgem os sistemas de notificação de incidentes e eventos adversos. Objetivo: Este estudo teve como objetivo conhecer as barreiras à adesão dos enfermeiros perioperatórios na notificação de incidentes e eventos adversos. Metodologia: Foi realizado um estudo quantitativo e descritivo. A recolha de dados foi efetuada com a realização de um questionário eletrónico aos enfermeiros perioperatórios a exercerem funções no bloco operatório de uma unidade local de saúde da zona norte. Os dados foram analisados e tratados através da análise estatística descritiva com o Software Statistical Package for the Social Science, versão 24. Resultados: Para os enfermeiros todos os incidentes devem ser notificados, mas a frequência de notificação é baixa e diminui com a leveza do dano. No último ano, 71,2% não registou qualquer ocorrência e 7,6% desconhece o sistema de notificação de incidentes e eventos adversos institucional. Os principais obstáculos à notificação são a culpabilização dos profissionais mais novos pelos incidentes e eventos adversos, não haver apoio ao registo, por parte dos colegas, esquecimento do registo pelo elevado trabalho, receio de afetar a credibilidade, quer a pessoal, quer a da instituição e o não conhecimento dos incidentes que têm de ser registados. Conclusão: De forma geral, os enfermeiros perioperatórios possuem uma perceção positiva sobre a segurança das pessoas submetidas a cirurgia. Compreender o contexto profissional no qual estamos inseridos é o passo inicial para transformar paradigmas e práticas. Dessa forma, este estudo contribuiu para a avaliação da situação atual da Cultura de Segurança entre os enfermeiros perioperatórios no que diz respeito à notificação de incidentes e eventos adversos, com o objetivo de possibilitar a implementação de ações de melhoria nos procedimentos desses profissionais, através de formações contínuas, da criação de espaços facilitadores para feedback sobre incidentes e eventos adversos, bem como da realização de debriefings.
- Barreiras à Implementação de Estratégias de Comunicação para a Transição de Cuidados no PerioperatórioPublication . Mendes, Mariana BelinhaEnquadramento: A segurança do utente constitui um dos maiores desafios nos cuidados de saúde. Para uma prestação de cuidados segura concorrem a transmissão de informação de forma adequada e eficiente, a definição de estratégias standard para a diminuição do erro e o aumento de eficiência neste processo. Objetivos: Identificar as barreiras à implementação de estratégias para a comunicação na transição de cuidados em contexto perioperatório. Metodologia: Scoping review, segundo o Joanna Briggs Institute. Bases de dados utilizadas: CINAHL (via EBSCO), MEDLINE e PubMed Central (via PubMed), Scopus, COCHRANE, Scielo e LILACS. Consideramos estudos empíricos, qualitativos ou quantitativos, em português, inglês ou espanhol, sem hiato cronológico, referentes a pessoas adultas submetidas a cirurgia na transição de cuidados em contexto do perioperatório. Resultados: Identificamos 47 artigos, incluindo 6 desses estudos nesta revisão. Estes apresentam propostas para diminuir algumas barreiras relatadas para a efetividade na comunicação. Falta de comunicação efetiva entre os profissionais de saúde durante a transição de cuidados, falta de padronização entre os profissionais, sobrecarga de trabalho e falta de prática e formação sobre as melhores práticas de comunicação são algumas das barreiras identificadas. Conclusão: A comunicação eficaz durante a transição de cuidados é essencial para a continuidade dos cuidados de saúde e a segurança do utente. O estudo delineado poderá assim ser uma mais valia, pois fornece uma visão abrangente das barreiras e estratégias para a comunicação eficaz durante a transição de cuidados no perioperatório, o que pode ser útil para profissionais de saúde, investigadores e gestores de saúde.