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- Alimentação e Hidratação em Fim de Vida em Cuidados PaliativosPublication . Oliveira, JoanaA alimentação e hidratação são um tema bastante importante na atualidade, assumindo-se como cuidados básicos, associados a momentos de convívio e prazer. Geralmente, em fim de vida, os doentes podem iniciar quadros de recusa ou intolerância alimentar e, consequentemente uma diminuição da ingestão oral. A falta de consenso relativamente à abordagem da alimentação e hidratação em fim de vida em Cuidados Paliativos pode levar a decisões difíceis e controversas, quer para os profissionais de saúde, quer para os próprios doentes e suas famílias. O objetivo do presente trabalho é mapear a evidência sobre a alimentação e hidratação em fim de vida, em contexto de cuidados paliativos, tendo por base a realização de uma Scoping Review, orientada pela estratégia metodológica do Instituto Joanna Briggs, com pesquisa efetuada nas bases de dados científicas MEDLINE via PUBMED, CINAHL Complete via EBSCOhost, Scielo, Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal e DANS-EASY. No total, foram analisados 12 artigos científicos. A alimentação em fim de vida em Cuidados Paliativos é um tema bastante complexo. É possível afirmar que o profissional de saúde deve abordar este tema de forma holística, na medida em que a alimentação e hidratação têm significados não só a nível físico, mas também social e psicológico. A maioria dos autores afirmam que a alimentação e hidratação artificiais na pessoa em fim de vida em Cuidados Paliativos são consideradas medidas invasivas e não adequadas, no entanto, os resultados também demonstram que são fundamentais para a qualidade de vida e o bem-estar estar dos doentes, tendo um significado simbólico, associado a momentos de prazer e lazer, exigindo uma abordagem individual, de acordo com as necessidades e preferência dos doentes e das suas famílias e mediante o contexto clínico. Assim, a alimentação por via oral deve ser privilegiada com algumas medidas implementadas, como a promoção de um momento calmo e acolhedor, controlando sintomas, providenciando a alimentação mais adequada, de acordo com os gostos do doente e oferecendo apoio à família, uma vez que a diminuição da ingestão oral está associada ao declínio do seu ente querido e, consequentemente, à morte. Esta problemática é muito delicada e requer uma abordagem holística, baseada nas preferências, valores e crenças dos doentes, com vista à promoção da qualidade de vida e diminuição do sofrimento do doente e da sua família, promovendo a autonomia e o seu bem estar. É necessário realizar pesquisas futuras relativas a este tema, que visem a orientação da prática clínica com base na melhor evidência.
- Visita pré-operatória: perceção dos enfermeirosPublication . Neves, IsabelEnquadramento: A visita pré-operatória de enfermagem (VPOE) contribui para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados, dado que conhecer o doente e as suas necessidades permite adequar as intervenções e gerir os cuidados tendo em conta a sua individualidade. O ensino pré-operatório à pessoa em situação perioperatória consiste num processo de transmissão de informação para promover o conhecimento daquilo que a espera antes, durante e depois da cirurgia. Tem como objetivo a capacitação do doente para o autocuidado, de modo a promover uma melhor experiência cirúrgica. Estudos apontam que os enfermeiros devem focar-se num plano de intervenção que englobe as informações sobre o procedimento anestésico-cirúrgico, juntamente com questões que dizem respeito à preparação pré-operatória, à recuperação pós-operatória, ao controlo da dor e da ansiedade e ao suporte do cuidador no domicílio (Camargo et al., 2021; Hatami et al., 2021; Ng et al., 2021; Santo et al., 2019; Pontes et al., 2008). Objetivos: Identificar a perceção dos enfermeiros acerca da visita pré-operatória de enfermagem. Metodologia: Desenvolvido um estudo qualitativo, numa perspetiva de investigação interpretativa, partindo de uma reunião de discussão com enfermeiros que reuniam as caraterísticas definidas pela investigadora. Constituíram critérios de inclusão no estudo, enfermeiros com prática clínica no contexto de bloco operatório há, pelo menos, cinco anos, que realizem a VPOE e que aceitem participar no estudo. Foram critérios de exclusão, enfermeiros que não reúnam os critérios de inclusão. Resultados: Da análise dos resultados emergiram como categorias: dimensão técnica, dimensão emocional, valorização da visita pré-operatória de enfermagem, desafios e perspetivas de mudança, que correspondem à perceção dos enfermeiros sobre a temática em estudo. Os enfermeiros reconhecem a necessidade de abordar questões específicas durante a VPOE, como a preparação pré-operatória, o ensino sobre o processo perioperatório e a criação de um ambiente propício à comunicação e confiança. São assinalados como elementos de valorização da VPOE a criação de um enfermeiro de referência no bloco operatório e o planeamento de cuidados. Embora a realização da VPOE seja crucial, surgem desafios como a falta de tempo, a resistência administrativa e a aceitação da informação por parte dos doentes. Sugere-se a sensibilização contínua dos profissionais de saúde para aprimorar a VPOE, enfatizando seu papel na educação da comunidade e no aumento da literacia em saúde. Conclusão: Este estudo destaca, do ponto de vista dos enfermeiros, a VPOE como uma prática valiosa na enfermagem perioperatória, enfatizando a necessidade de adaptações estruturais e educacionais que permitam a prestação de cuidados de enfermagem de qualidade.