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Abstract(s)
Enquadramento: O mundo deparou-se a partir de dezembro de 2019 com uma situação pandémica causada por um vírus respiratório denominado SARS-CoV-2. Esta situação causou sobrecarga a nível dos serviços e organizações de saúde globalmente e o enorme desafio foi a contensão da alta taxa de infeção uma vez que a sua transmissão alcançou números elevados e afetou muitos profissionais de saúde, tendo impacto na prestação de cuidados Os Grupos de Controlo de Infeção das instituições de saúde tiveram um papel fundamental na atuação e delineamento de medidas eficazes e eficientes tais como as Precauções Básicas de Controle de Infeção (PBCI) e as Precauções baseadas na Via de Transmissão (PBVT). Uma destas medidas passa pela utilização do Equipamento de proteção individual (EPI), que os profissionais usam de forma a reduzir a transmissão de microrganismos entre eles e os doentes, contudo a sua adesão depende de diversos fatores
Objetivo: Identificar quais os fatores que influenciam a adesão ao uso de EPI pelos profissionais de saúde num serviço de urgência em contexto pandémico.
Metodologia: Projeto de implementação da evidência da Joanna Briggs Instituite desenvolvido em dois serviços de urgência da Região Autónoma dos Açores. Realizou-se um estudo misto, não experimental com desenho descritivo. O Projeto foi baseado e implementando tendo em conta as diferentes fases deste modelo, incluindo elementos chave que permitiram detetar principais facilitadores e dificultadores através da aplicação de um questionário e entrevistas. Para além disso foram avaliadas taxas de adesão a PBCI. O estudo teve parecer favorável de ambos os Conselhos de Administração e Comissões de ética.
Resultados: Os fatores que influenciam a adesão à utilização do EPI são multifatoriais como fatores individuais, organizacionais e estruturais.
As PBCI têm o objetivo de garantir a segurança dos cuidados, verificando-se neste estudo através do questionário online que 1.8% não tem conhecimento de normas e 32.1% não tem formação nesta área. Quanto às auditorias, das 19 observações à utilização de EPI constata-se que o índice de qualidade está acima dos 85% na colocação e utilização adequada aos momentos e situações e 100% aquando da sua remoção. Por outro lado, no que concerne ao uso das luvas existem lacunas a colmatar relacionadas com a substituição e higienização de mãos após utilização nas diferentes categorias profissionais auditadas. Relativamente à taxa de adesão à Higiene das Mãos, 62.43% de adesão ao 1º momento muito aquém dos 95% pretendidos. No que diz respeito a categorias profissionais, os enfermeiros apresentam a taxa mais alta de 76.23%, os médicos de 66.67%, os assistentes operacionais 64.80% e outros de 51.61%.
Os gestores entrevistados valorizam as suas equipas, consideraram a sobrecarga laboral um dificultador tal como a escassez de recursos materiais e humanos e as múltiplas orientações, por outro lado as dinâmicas implementadas, a capacidade de resposta e a cultura salubre da instituição, permitiram a reorganização de equipas e a resposta adequada, ultrapassando os obstáculos e conflitos sentidos. Conclusão: Apesar do EPI ser reconhecido como um meio eficaz de proteção ainda existem profissionais que desvalorizam o risco a que estão sujeitos e diversos fatores influenciam esta adesão desde questões individuais, a fatores estruturais e organizacionais. Situações como a pandemia não são previsíveis, mas é necessário adaptar medidas e planos aos contextos e realidades e aprender colmatando lacunas. Facilitar momentos de formação, fornecer feedback atempado dos resultados das auditorias como momentos de melhoria e avaliação são fundamentais, permitindo a sensibilização dos envolvidos promovendo a mudança. A implicação deste estudo no futuro pretende melhorar a prática dos cuidados, a preparação, gestão de recursos e dinâmicas organizacionais.
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Keywords
Covid-19 profissionais de saúde equipamento de proteção individual diretrizes
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Publisher
Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa