ESSA - DF - Dissertações (orientações em curso e trabalhos concluídos)
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- Lesões auto-reportadas pelos atletas do andebol sénior português: um estudo descritivoPublication . Araújo, Pedro; Costa, DanielaIntrodução: O andebol é um desporto de elevada intensidade, caracterizado por ações dinâmicas e contactos físicos, com elevado número de praticantes federados a nível mundial e em crescimento em Portugal. Apesar de a literatura indicar uma elevada incidência de lesões neste desporto, em Portugal, não há dados epidemiológicos sobre lesões no andebol, limitando a avaliação da necessidade e adequabilidade de estratégias preventivas baseadas na evidência científica. Objetivos: O objetivo principal deste estudo é determinar a proporção de atletas com lesão no andebol sénior português ao longo da época desportiva. Secundariamente, pretende-se caracterizar os atletas que reportam e não reportam lesão e explorar a associação de fatores sociodemográficos e desportivos associados ao reporte de lesão. Metodologia: A amostra do estudo observacional de coorte prospetivo com análise descritiva, foi de 82 atletas de andebol sénior (≥18 anos) em Portugal com domínio da língua. Os dados foram recolhidos no fim da fase regular do campeonato (março/abril 2024) e no fim da fase final (junho de 2024). Foram recolhidas informações sobre a presença de lesão- e respetivas classificações por tipo, mecanismo, severidade, recorrência e localização-características sociodemográficas, perceção de rendimento (QPRD) e motivação (QOMD-TEOSQ). Foi utilizada estatística descritiva para avaliar a proporção de atletas com lesão e modelos de regressão logística para explorar associações entre variáveis e o auto-reporte de lesão. Resultados: A proporção de atletas com lesão em Portugal variou entre 46,4% e 59,7% ao longo da época desportiva 2023/2024. Nos últimos três meses da fase regular, apenas se verificou diferenças significativas entre o grupo que teve e o que não teve lesão, na média da perceção de rendimento desportivo. Os atletas do grupo com lesão apresentaram valores menores de perceção de rendimento desportivo. Já na fase final, verificaram-se diferenças significativas entre o grupo que teve e não teve lesão, nas variáveis “sexo”, ”IMC” e “competição”. No grupo com lesão havia mais participantes do sexo feminino, valores mais elevados de IMC e mais atletas com “sobrepeso” e “obesidade”. Os atletas com lesão nesta fase estavam inscritos maioritariamente no Campeonato Placard 1. De todas as lesões identificadas, entre 40% a 46,2% de todas as lesões são recorrentes. As lesões identificadas, são sobretudo traumáticas (entre 66,6% e 76,9%), ocorrendo, na sua maioria por mecanismo de contacto (entre 52,5% e 61,5%). Entre 40% a 46,2% destas lesões são recorrentes. As regiões mais afetadas por lesão nos últimos três meses da fase regular foram o joelho (32,5%) e pé (30%), enquanto na fase final foram o ombro (19%), pé (19%) e antebraço (23,8%). Quanto à severidade últimos três meses da fase regular, 27,5% das lesões apresentaram valores severos (> 28 dias), 22,5% minor (1-3 dias), 20% média (4-7 dias) e 30% moderada (8-28 dias). Já na fase final, 46,2% das lesões apresentaram valores de severidade moderada (8-28 dias), 38,5% severa (> 28 dias), 7,7% minor(1-3 dias) e 7,7% média (4-7 dias). Entre 15% e 38,5% dos atletas em estudo reportaram mais do que uma lesão. Atletas com pontuações elevadas de perceção de rendimento desportivo apresentam 51,4% menor probabilidade pertencer ao grupo que reportou lesão na nos últimos três meses da fase regular (OR=0,486; 95% IC:0,271-0,870) independentemente da idade e sexo. Conclusão: Este é o primeiro estudo a realizar uma análise epidemiológica dos atletas de andebol sénior em Portugal. Os seus resultados realçam a necessidade de implementação de programas de prevenção de lesões sobretudo em lesões traumáticas de mecanismo de contacto nas regiões anatómicas identificadas de forma a diminuir a elevada severidade das lesões. Futuramente, a investigação deverá procurar comprovar as conclusões da presente análise através de estudos mais robustos, com amostras maiores e mais representativas da população alvo.
- Caracterização dos cuidados de fisioterapia a utentes com síndrome da dor patelo-femoral em Portugal. Exploração de barreiras e facilitadores associados à prática informada pela evidênciaPublication . Calvinho, Joana; Oliveira, RaúlIntrodução: A dor patelofemoral (DPF) tem uma prevalência entre os 23%-29% na população adulta e adolescente com impacto em diversas atividades diárias. Existem diretrizes atuais em termos de critérios de diagnóstico, avaliação e intervenção para esta condição específica. A prática clínica dos fisioterapeutas noutros países, não corresponde ao recomendado nessas diretrizes, incluindo o uso excessivo de intervenções ineficazes. Objetivo: Caracterizar o tipo de cuidados de Fisioterapia em Portugal reportam praticar em utentes com dor patelofemoral e analisar em que medida esses cuidados seguem as guidelines mais atuais. Pretende-se ainda explorar quais as barreiras e facilitadores auto-reportados pelos fisioterapeutas, que são as mais impactantes em relação à implementação de uma prática baseada na melhor e mais atual evidência na população com esta condição especifica. Metodologia: É um estudo quantitativo, transversal em formato survey, online, através de um questionário na plataforma Microsoft Teams, sobre a prática clínica auto reportada dos fisioterapeutas em Portugal que intervêm em utentes com DPF. Entre junho de 2024 e outubro de 2024 foram recrutados 49 fisioterapeutas (idade média = 28,0 ± 6,6 anos), registados na Ordem dos Fisioterapeutas. No mesmo questionário foram exploradas barreiras e facilitadores que os fisioterapeutas percecionam para a implementação de uma prática informada pela melhor evidência e mais atual nesta população. Resultados: Os fisioterapeutas eram na sua maioria do sexo feminino (63,3%), possuíam licenciatura em Fisioterapia de 4 anos (91,8%), com 69,4% apresentando experiência clínica inferior a 5 anos. Em relação ao diagnóstico destaca-se a dor retropatelar ou peripatelar como critério chave durante atividades funcionais, sendo 79,6% dos fisioterapeutas reportaram realizar diagnóstico diferencial para exclusão de outras condições que causem dor anterior no joelho. A maioria dos fisioterapeutas valoriza a aplicação de medidas de resultados auto-reportadas (73,5%) para obter uma avaliação subjetiva da dor e da funcionalidade do joelho em pacientes com DPF. A abordagem terapêutica foca a educação do paciente e terapia pelo exercício como intervenções primárias, destacado pela maioria dos fisioterapeutas (87,8% e 75,5%, respetivamente). O sucesso da intervenção foi definido através da funcionalidade e performance do paciente (46,9%) e da autonomia na autogestão da condição do mesmo (44,9%), mas sem grande destaque. As principais barreiras à prática baseada em evidências foram organizacionais/comunicativas (61,3%) e relacionadas com a adaptação dos resultados (42,8%), enquanto os facilitadores mais citados foram a perceção das competências individuais e culturais (85,8%) e o tempo para explorar literatura científica (81,7%). Conclusão: Os resultados mostram que a prática clínica dos fisioterapeutas em Portugal não está claramente alinhada com as recomendações mais atuais e de melhor qualidade, abrangendo o uso excessivo de intervenções ineficazes onde a evidência sugere pouco (ou nenhum) benefício. Isso sugere a necessidade de reforçar a educação contínua sobre a melhor evidência disponível para garantir intervenções mais eficazes e individualizadas, alinhadas com as melhores e mais atuais evidências.
- Diástase abdominal e distância inter-retos. Efeito cumulativo do exercício na morfologia da parede abdominal femininaPublication . Santos, Ana Rita; Pascoal, Augusto GilIntrodução: A diástase dos retos abdominais (DRA) está associada a problemas como instabilidade postural e dor lombar. Exercícios abdominais são recomendados para reduzir a DRA, especialmente após o parto, mas há falta de consenso sobre os protocolos mais eficazes e poucos estudos analisam o impacto cumulativo do exercício na morfologia da parede abdominal. Objetivo: Comparar a distância inter-retos (DIR) em repouso e contração abdominal em mulheres nulíparas com diferentes níveis de atividade física (atletas, ativas e sedentárias), avaliando o efeito cumulativo do exercício na morfologia da linha alba. Metodologia: Estudo observacional transversal com amostra de conveniência, composta por mulheres nulíparas saudáveis, divididas em três grupos com diferentes níveis de intensidade de treino (BodyBuilder, n=15; Fitness, n=15; Controlo, n=15). A distância inter-retos (DIR) foi medida por ultrassonografia em duas localizações (2 cm, DIR-AB2; 5 cm, DIR-AB5) e em duas condições (repouso e contração abdominal, posição final do exercício curl-up). Os dados de DIR (AB2 e AB5) foram analisados separadamente por meio de ANCOVA de dois fatores para medidas repetidas, com a condição (repouso vs. contração) como fator intra-sujeito e o grupo (BodyBuilders, Fitness e Controle) como fator inter-sujeito. As covariáveis idade e IMC foram incluídas para controlar suas influências nos resultados, garantindo maior precisão na análise. Resultados: A análise de ANCOVA revelou que a variável condição (repouso vs. contração abdominal) não teve efeitos significativos na DIR em ambas as localizações. No entanto, os níveis de treino mostraram diferenças significativas na DIR em DIR-AB2 (p = 0,001) e DIR-AB5 (p < 0,001). O grupo BodyBuilders apresentou menor DIR em comparação com os outros grupos, com diferenças médias significativas em ambas as localizações de medição. Conclusões: Os resultados indicam que o treino de alta intensidade, característico do grupo BodyBuilders, está associado a menores valores de DIR nas duas localizações analisadas. Isso sugere maior coesão da parede abdominal em comparação com os outros grupos, destacando o potencial do treino intenso no fortalecimento da musculatura abdominal e redução da distância inter-retos.
- Avaliação do controle postural e funcionalidade em futebolistas federados após cirurgia de reconstrução do ligamento cruzado anteriorPublication . Machado, Andreia; Oliveira, Raúl; Cordeiro, NunoIntrodução: A lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma lesão com alta incidência numa variedade de desportos competitivos, sendo os futebolistas os atletas com maior incidência desta lesão, resultando numa paragem prolongada e que pode deixar sequelas a longo prazo. Objetivo: Avaliar o controle postural em testes de apoio unipodal, através de plataforma de forças, bem como, a funcionalidade e cinesiofobia, em futebolistas federados, 6 a 18 meses após cirurgia de reconstrução do LCA, com retorno desportivo. Metodologia: estudo observacional com uma amostra com 10 atletas federados de futebol (n=10), com 22,5 ± 4,2 anos, sendo cinco de cada género. Foi criado um questionário sócio-demográfico para recolha de dados antropométricos e clínicos, bem como a aplicação das escalas Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS) e Tampa Scale for Kinesiophobia (TSK-13), para avaliação da funcionalidade e cinesiofobia, respetivamente. O teste Single Leg Stance (SLS) foi realizado numa plataforma de forças de forma a analisar o controle postural através de algumas variáveis do centro de pressão (CoP). Resultados: Os coeficientes de correlação entre o controle postural, dor e funcionalidade não se mostraram significativos (p > .05). Foram encontradas diferenças significativas (p < .001) na comparação por tarefa (olhos abertos vs. olhos fechados), em ambos os membros, nas variáveis do CoP, variando a diferença (OP-NOP) de 11,37% a 42,36%. Na área de oscilação do CoP (MU = 2.000, p = .038), os valores foram significativamente mais baixos no enxerto de isquiotibiais (64.90 vs. 103.15). Conclusão: Não existem diferenças significativas em resposta ao principal objetivo do estudo, não havendo correlação entre o controle postural, dor e funcionalidade. Na avaliação por tarefa verificou-se que a oscilação do CoP no joelho não operado quando comparado com o joelho operado, é sempre inferior. Entre membros, género e tempo pós-operatório, não foram encontradas diferenças significativas em ambos os joelhos. Verificou-se ainda que os valores da área de oscilação do CoP, são significativamente mais baixos nos sujeitos com enxerto de isquiotibiais.
- Validity and reliability of the european portuguese version of the Lower Extremity Functional Scale (LEFS)Publication . Gomez, José; Gonçalves, Rui; Esteves, JoséIntrodução: As disfunções músculo-esqueléticas (DME) do membro inferior afetam aproximadamente 300 milhões de indivíduos em todo o mundo, destacando-se a prevalência da Osteoartrose dos joelhos e da anca. Em indivíduos com idade superior a 60 anos, essas condições frequentemente resultam em vários graus de incapacidade, afetando desde a deambulação até às atividades de lazer e laborais, o que tem um impacto direto na qualidade de vida e nos custos associados ao absentismo. Quantificar o grau de funcionalidade dos indivíduos com DME requer a utilização de instrumentos de medida validados para a população em questão. A Lower Extremity Functional Scale (LEFS), um instrumento de autopreenchimento, permite uma avaliação rápida e simples da funcionalidade do membro inferior, podendo tornar-se uma opção válida e fidedigna para utilização na população portuguesa. Objetivos: Testar a validade de construto e a fiabilidade (consistência interna, reprodutibilidade e erro de medição) da LEFS traduzida e adaptada para a versão em língua portuguesa europeia. Métodos: A LEFS, o SF-36 e o instrumento de caraterização da amostra (dados antropométricos, socioculturais e clínicos) desenvolvido para o efeito, foram preenchidos por 105 participantes com DME dos membros inferiores em T0. Após 48-72 horas, a LEFS foi aplicado a 80 participantes (T1). O coeficiente alfa de Cronbach e as correlações item-total corrigidas foram calculados para a fiabilidade, bem como o Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) e os coeficientes Kappa quadrados ponderados para a reprodutibilidade. Foram também medidos o Erro Padrão de Medida (SEM), bem como a diferença mínima detetável para indivíduos e grupos. A correlação de Spearmen e os coeficientes de correlação entre as escalas LEFS e SF-36 também foram mensurados para quantificar a validade de construção. Resultados: Os valores obtidos para a reprodutibilidade para a LEFS, utilizando o ICC, foram de .97 (95% IC = .95 - .98) considerados de excelentes. Para a reprodutibilidade em cada item dos 20 itens da LEFS, os valores obtidos com os coeficientes Kappa quadrados ponderados (N = 80) variaram entre .64 e .90. Relativamente à consistência interna da LEFS, o valor de alfa Cronbach obtido foi de .98. Para as correlações item-total corrigidas (N = 105) os valores obtidos variaram entre .942 e .744. O SEM obtido (N = 80) foi de 4.17 (95% IC = 3.32 – 5.22). As correlações entre o LEFS e a subescala de função física do SF 36 (N = 105) foram r = .916 (p <.001).
- Perceção das necessidades reportadas pelas mulheres na 1ª, 8ª e 16ª semanas pós-parto: estudo qualitativoPublication . Silva, Inês; Sancho, Maria de FátimaIntrodução: O período pós-parto envolve a transformação física e emocional da mulher após o nascimento do bebé. A OMS destaca 63 recomendações para cuidados nesse período, abrangendo saúde materna, recém-nascidos e promoção da saúde. É um momento crítico para a saúde mental, como o "baby blues" que pode afetar o vínculo mãe-bebé, a amamentação, bem como o sono do bebé. A fisioterapia assume um papel central na estratégia de apoio social, emocional e cuidados físicos adequados para promover o bem-estar materno-infantil e desenvolver políticas de saúde efetivas. Objetivo: Identificar as necessidades sentidas pela mulher no período pós-parto. Metodologia: Estudo qualitativo, entrevistas individuais de cariz semiestruturada, para obter testemunhos ricos e detalhados sobre as experiências das mulheres. Desta forma, será possível compreender o contexto em que as mulheres vivenciam o pós-parto, perceções sobre si mesmas como mães, relacionamentos familiares, interações com os profissionais de saúde e as influências culturais e sociais. Foi utilizada análise temática para identificar temas e subtemas. Resultados: Foram entrevistadas 16 mulheres no pós-parto. Resultando em quatro temas identificados como marcadores de reflexão no presente estudo: Dificuldades no parto e após o parto, necessidades sentidas após o parto, consciencialização/ comunicação / literacia e intervenção do fisioterapeuta no processo pós-parto. Conclusão: O período pós-parto é um dos períodos mais marcantes do ciclo de vida da mulher com implicações a nível físico, psicológico, social, familiar, económico, laboral que merece especial atenção dos profissionais de saúde e não só de forma a que esta mulher e a nova família recebam os cuidados necessários que garantam o seu bem-estar. A acessibilidade universal aos cuidados de fisioterapia é essencial para todas as mães, independentemente de sua localização ou situação financeira. Um suporte contínuo ao longo do primeiro ano pós-parto é fundamental para ajustar as intervenções conforme necessário e acompanhar o progresso. Alinhar as práticas de fisioterapia às necessidades reais das mães e avaliar a sua efetividade é essencial para melhorar o suporte oferecido e promover uma recuperação satisfatória e completa.
- Efeito do uso da ortótese de tornozelo vs. ligadura funcional em atletas adolescentes com instabilidade crónica do tornozeloPublication . Jorge, Marcelo; Esteves, José; Castro, Maria AntónioIntrodução: Sendo a lesão cápsulo-ligamentar do tornozelo a lesão mais comum no mundo do desporto, em geral, e do basquetebol, em especial, a sua recorrência, a persistência de sintomas e a reduzida funcionalidade, fazem com que a instabilidade crónica do tornozelo seja uma consequência daquele tipo de lesão. Os dois métodos profiláticos mais comuns para reduzir o risco de lesão no tornozelo são a ortótese e a ligadura funcional. O objetivo deste estudo é compreender a diferença entre o uso da ortótese de tornozelo, ankle brace, o uso da ligadura funcional e a ausência de um método profilático, no que diz respeito à amplitude máxima de inversão, à velocidade angular do movimento de inversão, ao tempo de reação do músculo longo peronial assim como à perceção subjetiva de instabilidade em jogadores adolescentes de basquetebol com instabilidade crónica do tornozelo. Metodologia: 14 atletas adolescentes praticantes de basquetebol com instabilidade crónica do tornozelo (8 sexo masculino, 6 sexo feminino; idade = 15,5 ± 1,6 anos; altura = 1,83 ± 0,13 m; peso = 74,6 ± 19,3 kg), recrutados por conveniência. Resultados: Os resultados deste estudo indicam que, em comparação com a ausência de um método profilático, a ligadura funcional apresenta diferenças estatisticamente significativas na amplitude máxima de inversão (p<0,05) e na perceção subjetiva de instabilidade (p<0,05), enquanto a ortótese de tornozelo (ankle brace) revela diferenças estatisticamente significativas na velocidade angular de inversão (p<0,05).O tempo de reação do longo peronial foi maior nos métodos profiláticos, com diferenças estatisticamente significativas destes comparativamente à ausência de profilaxia (p<0,05). A ligadura funcional tende a apresentar valores médios mais favoráveis relativamente à ortótese, exceto no tempo de reação do longo peronial. No entanto, não foram encontradas quaisquerdiferenças estatisticamente significativas entre os dois métodos. Conclusão: Tanto a ligadura funcional como o ankle brace parecem possuir uma maior capacidade protetora relativamente à ausência de método profilático, com uma tendência superior relativamente aos valores médios da ligadura funcional. No entanto, a ausência de profilaxia promove uma maior reação do músculo longo peronial de modo a contrariar o mecanismo de inversão. Recomenda-se a realização de mais estudos com amostras maiores, diferentes plataformas, diferentes tipos de ortótese do tornozelo, bem como, outras técnicas de confeção de ligaduras funcionais.
- Prevalência de sintomas de disfunções do pavimento pélvico em mulheres com cancro da mamaPublication . Narciso, Joana; Duarte, NunoIntrodução: As mulheres com cancro da mama que são submetidas a terapias oncológicas podem apresentar disfunções do pavimento pélvico (DPP), como incontinência urinária (IU), incontinência fecal (IF) e disfunção sexual (DS) resultantes da diminuição dos níveis de estrogénio devido aos tratamentos oncológicos. O fisioterapeuta que intervém na mulher com cancro da mama submetida a cirurgia não avalia por rotina a existência de DPP. É imperativo esclarecer se a prevalência de sintomas de DPP nesta população justifica a realização de uma avaliação e eventual intervenção do fisioterapeuta a fim de contribuir para uma melhoria do estado de saúde global. Objetivo: Investigar a prevalência de sintomas de DPP em mulheres com cancro da mama que tenham sido submetidas a cirurgia e relacionar com as características sociodemográficas e clínicas e com a qualidade de vida (QdV). Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal. A amostra foi constituída por mulheres com cancro da mama submetidas a cirurgia há 4 a 5 semanas. Utilizou-se um questionário sociodemográfico e clínico, para caracterizar a amostra, e três instrumentos de medida, o QAPP e EORTC BR23 para recolha de dados sobre os sintomas de DPP e função sexual e o EORTC C30 para recolha de dados sobre a QdV. Tendo sido aplicados 4 a 5 semanas após a cirurgia. Para o tratamento dos dados, recorreu-se à estatística descritiva para caracterização da amostra do estudo e a estatística inferencial para analisar possíveis associações entre variáveis. Todos os cálculos foram efetuados com recurso ao software SPSS, versão 29.0.1.0. Resultados: 40% das participantes referiram sintomas de IU, 67,9% sintomas de IF para gases, 38,9% das participantes sexualmente ativas referiu diminuição da lubrificação e 38,9% dor nas relações sexuais. Verificou-se que as participantes que se encontravam em pré-menopausa e que realizaram quimioterapia neoadjuvante sofreram alteração do ciclo menstrual. As variáveis Idade, Estado menstrual, Paridade e Nível de atividade física constituem fatores de influência nas DPP e na QdV. Observou-se uma correlação negativa estatisticamente significativa (p=0,033) entre os sintomas de DPP e a QdV. Conclusão: As mulheres com cancro da mama que foram submetidas a tratamentos oncológicos experienciam níveis mais elevados de DPP comparativamente à população em geral e diminuição do desejo, atividade e satisfação sexual comparativamente às mulheres com diagnóstico de cancro da mama numa fase anterior à realização de tratamentos. São necessários estudos mais robustos para uma melhor identificação de grupos de risco, caracterização das DPP e o seu impacto na QdV das mulheres com cancro da mama.
- Relação entre atividade física e pavimento pélvico das mulheres na pós-menopausaPublication . Parente, Soraia; Sá, CristinaIntrodução: As mulheres passam um terço da sua vida na pós-menopausa e estima-se que tenham um risco de vivenciar uma disfunção do pavimento pélvico, sendo a menopausa e a atividade
- Aleitamento materno na região do Algarve: prevalência e fatores condicionantesPublication . Oliveira, Flávia; Vicente, SóniaIntrodução: O leite materno é considerado o melhor e mais completo alimento nos primeiros seis meses de vida do bebé e apesar da evidência científica crescente sobre os seus benefícios, a prevalência do aleitamento materno mantém-se abaixo do esperado. Em Portugal, existem poucos dados sobre a prevalência do aleitamento materno na região do Algarve e, nenhum dado sobre os fatores que o possam condicionar. Objetivo: Determinar a prevalência e os fatores condicionantes do aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida na Região do Algarve. Metodologia: Estudo observacional, descritivo e transversal, com recolha de dados entre 1 de julho e 30 de setembro de 2023 através de um questionário online de autopreenchimento. A amostra, de conveniência, é constituída por 464 mães de bebés entre os seis meses e os dois anos de idade residentes na região do Algarve. Resultados: A prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) foi diminuindo ao longo dos seis primeiros meses. Na alta hospitalar foi de 73,1%, no primeiro mês 75,9%, no quinto 59,5% e sexto mês 38,1%. Os fatores que se associaram a uma menor duração do AME foram: primiparidade (p=0,02), não frequentar sessões sobre aleitamento materno durante a gravidez (p=0,038), não ter experiência prévia em aleitamento materno (p=0,011), experiência prévia negativa (p=0,001), menor duração da experiência prévia (p0,001), toma de leite artificial no hospital (p0,001), menor habilitação literária (p=0,011), ausência de contacto pele com pele no parto (p0,001), cesariana (p0,001). Os fatores que se revelaram preditivos da duração do AME foram: toma de leite artificial no hospital (Beta = -0,402, p < 0,001) e a duração da experiência prévia (Beta=0,206, p = 0,003). Conclusão: A realização deste estudo, tendo em conta que foi o primeiro do género na região do Algarve, foi importante para ajudar a caracterizar a região no panorama nacional sobre a prevalência do aleitamento materno e fatores condicionantes. Os resultados obtidos poderão ser utilizados para a elaboração de estratégias locais visando a promoção, o apoio e o incentivo ao aleitamento materno em conformidade com as necessidades da população. Este estudo permite servir de referência para futuros estudos na região do Algarve, para comparação de resultados e para alargar o conhecimento nesta temática através do levantamento de outros fatores.