EM - IUEM - Medicina Dentária
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Recent Submissions
- Eficácia da lateralização e transposição do nervo alveolar inferior para colocação de implantes dentários em mandíbulas atróficasPublication . Meirelles, Steffanie da Silva; Rodrigues, PedroA colocação de implantes dentários em mandíbulas atróficas constitui um desafio clínico relevante, principalmente devido à proximidade com o nervo alveolar inferior (NAI) e à limitação do volume ósseo disponível. Neste contexto, as técnicas de lateralização e transposição do NAI surgem como alternativas cirúrgicas eficazes quando outras abordagens, como os implantes curtos ou enxertos ósseos, não se mostram viáveis. A presente dissertação teve como objetivo analisar e comparar a eficácia clínica das técnicas de lateralização e transposição do NAI em mandíbulas atróficas, destacando os seus riscos, benefícios e indicações específicas. Através de uma revisão narrativa da literatura, foram examinados os fundamentos anatómicos, os procedimentos cirúrgicos, as taxas de sucesso, bem como as potenciais complicações neurossensitivas associadas. Os dados analisados demonstram que ambas as técnicas apresentam elevadas taxas de sucesso na colocação de implantes, superiores a 90% na maioria dos estudos, quando realizadas por profissionais experientes. A lateralização é considerada menos invasiva, com menor incidência de parestesias e recuperação mais rápida. A transposição, embora mais agressiva, permite maior liberdade na colocação dos implantes, sendo indicada em casos de reabsorção óssea severa. Conclui-se que, apesar dos riscos inerentes à manipulação do NAI, as duas técnicas analisadas representam soluções seguras e eficazes para a reabilitação oral em contextos de atrofia mandibular. A escolha entre elas deve ser individualizada, tendo em conta fatores anatómicos, clínicos e a experiência do cirurgião, garantindo uma reabilitação funcional e estética satisfatória.
- Oral inflammatory load in oral diseases : a systematic review and meta-analysisPublication . Leitão, Ana Carolina Curvelo; Botelho, João; Machado, VanessaAim: This systematic review and meta-analysis investigated the relationship between oral inflammatory load characterized by oral neutrophils (oPMns) and the presence and progression of oral diseases, highlighting periodontal diseases, such as periodontitis and gingivitis. Materials and Methods: A comprehensive search across relevant databases was conducted to identify studies assessing the diagnostic and monitoring value of oral neutrophil counts. Both qualitative synthesis and quantitative meta-analysis were performed to evaluate associations between increased oral inflammatory markers and periodontal disease severity, as well as their potential utility in post-treatment monitoring. Odds ratios and mean differences with corresponding confidence intervals were calculated to quantify these associations. Results: The descriptive synthesis supports a clear, and strong association between elevated oral neutrophil levels and the presence of periodontal disease, with a progressive increase observed as disease severity worsens. Specifically, with patients with periodontitis exhibited approximately three times more oral neutrophils than healthy individuals (OR= 3.03 [95% CI: 2.15-4.45]), while those with severe periodontitis showed over eight times the neutrophil count (OR= 8.24 [95% CI: 6.45-10.53]). Conclusion: This systematic review and meta-analysis confirm a strong association between elevated oral polymorphonuclear leukocytes (oPMNs) emerge as an effective, non-invasive biomarker for diagnosing and monitoring periodontal diseases such as gingivitis and periodontitis. Simple sampling methods like oral rinses and swabs enhance clinical applicability. Standardised methodologies are needed to ensure scientific rigour and facilitate broader clinical adoption.
- Impacto da gravidez na saúde oralPublication . Junca-Rochard, Juliette Pauline Louise; Antunes, Júlia RibeiroA gravidez é um período que provoca inúmeras alterações no corpo humano, em particular devido às mudanças hormonais, como o aumento dos níveis circulantes de estrogénios e progesterona. Estas alterações fisiológicas podem afetar a cavidade oral e, se não forem devidamente acompanhadas, podem evoluir para condições patológicas. A perda dentária é uma condição irreversível que tem impacto negativo não apenas na saúde oral, mas também na saúde geral e no bem-estar psicológico. Pode originar dificuldades de mastigação e fala, comprometer a estética do sorriso e contribuir para a perda de autoestima, o isolamento social e o aparecimento de sintomas depressivos. Durante a gravidez, a perda dentária é relativamente comum e multifatorial. Está associada a fatores sociodemográficos, psicológicos, como a ansiedade que compromete os cuidados pessoais, comportamentais, como o consumo de tabaco ou hábitos de higiene oral, e ainda dietéticos, como o défice de magnésio. As patologias orais mais prevalentes durante a gestação são a cárie e a gengivite. A prevalência desta última nas grávidas varia entre 30% e 100%, consoante os estudos. Quando não tratada, pode evoluir para periodontite, causando perda óssea e, consequentemente, perda dentária. A epúlide gravídica é outra condição frequente, podendo provocar mobilidade dentária e, em casos mais severos, perda óssea localizada. Uma mulher saudável pode perder dentes durante ou após a gravidez. É essencial lembrar que, contrariamente à crença comum e na maioria dos casos, os tratamentos dentários são seguros durante o segundo trimestre. Assim, a prevenção e o acompanhamento dentário durante a gestação são fundamentais para evitar a progressão de patologias orais e, consequentemente, a perda dentária. Este trabalho procura aprofundar o conhecimento sobre os determinantes da perda dentária na gravidez, com o objetivo de promover estratégias preventivas eficazes.
- Enxertos ósseos autógenos peri-implantaresPublication . Karahan, Seval; Azul, António ManoOs dentes desempenham um papel essencial na mastigação, fonação e estética facial, mas a sua estabilidade depende inteiramente da qualidade e volume do osso alveolar. Qualquer deterioração deste suporte ósseo, seja fisiológica, patológica ou traumática pode comprometer o equilíbrio funcional e estético da cavidade oral, mas também a estabilidade do implante e o sucesso da reabilitação oral. Face a estas perdas, os enxertos ósseos autógenos são a solução de eleição devido as suas propriedades biológicas únicas: a capacidade de gerar osso novo (osteogenicidade), de induzir a diferenciação celular (osteoindução) e de apoiar a regeneração (osteocondução). Utilizadas tanto em reconstruções simples como complexas, apresentam uma elevada taxa de sucesso e uma excelente integração com o tecido recetor, minimizando o risco de rejeição imunitária. No entanto, a sua eficácia depende de muitos fatores, como o local do dador, a técnica cirúrgica, a vascularização local e a gestão das complicações pós-operatórias. Com base nos conhecimentos fundamentais da biologia óssea e nos avanços clínicos da implantologia, este estudo realça o grande interesse dos enxertos autógenos nas estratégias modernas de regeneração óssea.
- A reação imunológica depois da colocação de implantes dentários e fatores imunológicos que contribuem para a sua perdaPublication . Gout, Julia Hélène Catherine; Feliz, José ManuelAtualmente, a implantologia dentária é amplamente utilizada na reabilitação oral, mas continuam a ocorrer falhas. Existe uma interação complexa entre os implantes dentários, o osso e o sistema imunitário. Assim, para alcançar um maior sucesso clínico e compreender porque motivo por vezes ocorrem falhas, torna-se necessário investigar as respostas imunitárias daí resultantes. Na colocação de implantes dentários, o objetivo inicial é conseguir a osseointegração, descrita como um processo imunológico que leva à formação de novo osso ao redor da superfície do implante. No entanto, os avanços científicos na biologia das células ósseas e na imunologia revelaram uma estreita relação de interações entre o osso e o sistema imunitário, dando origem a um campo científico denominado osteoimunologia. Estas descobertas permitiram uma nova interpretação da osseointegração como representando uma reação osteoimune em vez de uma resposta clássica de cicatrização óssea. O principal objetivo desta revisão narrativa é estudar os mecanismos imunomoduladores que ocorrem após a colocação de implantes dentários e determinar os fatores imunológicos que aumentam o risco de insucesso, de modo a propor soluções. A revisão bibliográfica será baseada na pesquisa de artigos científicos, nas línguas inglesa, francesa e portuguesa, publicados nos últimos 10 anos, nas bases de dados Medline/PubMed, Cochrane Library, Google Scholar, B-on, Embase, Scopus, Science Direct, Web of Science, Wiley Online Library.
- Efeitos de diferentes agentes de cimentação em coroas de zircóniaPublication . Gegauf, Marcelo Hunka Sena da Câmara; Moura, Pedro de Melo eAs coroas de zircónia destacam-se na medicina dentária moderna devido à sua combinação de estética refinada e elevada resistência mecânica. No entanto, a adesão eficaz e duradoura continua a ser um desafio clínico, exigindo protocolos específicos. Estudos recentes demonstram que os cimentos resinosos contendo monómeros MDP têm revolucionado a adesão química à zircónia, aumentando significativamente a estabilidade das restaurações. Paralelamente, tratamentos de superfície como o jateamento com óxido de alumínio e a silicatização têm mostrado eficácia na melhoria da rugosidade superficial, promovendo uma maior resistência de união. A adaptação marginal das coroas também é identificada como um fator determinante para a durabilidade do tratamento, sendo fortemente influenciada pelo tipo de cimento utilizado. Neste sentido, será realizada uma revisão narrativa da literatura, abrangendo artigos publicados nos últimos cinco anos (alargando-se a dez anos caso haja escassez de publicações recentes). Artigos-chave fora deste intervalo temporal também serão incluídos para garantir uma análise completa e fundamentada. Este estudo procura reforçar a importância de estratégias baseadas em ciência para otimizar a longevidade e o sucesso clínico das restaurações de zircónia, alinhadas às exigências da prática odontológica contemporânea.
- Abordagem terapêutica de dentes com metamorfose calcificante : o estado da arte e perspetivas futurasPublication . Filipe, Carolina Marto; Pereira, Mário Rito Dias; Cachinho, Ricardo ManuelA metamorfose calcificante, também designada por calcificação do canal radicular ou obliteração do canal radicular (OCR), caracteriza-se pela deposição gradual de tecido duro no interior do espaço pulpar. Este processo pode ter um carácter fisiológico, associado ao envelhecimento, ou reparador, caso seja iniciado por uma reação inflamatória da polpa. O crescimento progressivo das calcificações pulpares reduz o lúmen dos canais afetados, tornando a sua localização uma tarefa desafiante e aumenta consideravelmente a complexidade do tratamento endodôntico. A American Association of Endodontics (AAE) considera o tratamento destes dentes um procedimento de elevada dificuldade, sendo que a presença de calcificações aumenta significativamente a ocorrência de acidentes iatrogénicos. O surgimento de métodos inovadores tem permitido aumentar a segurança e a taxa de sucesso do tratamento destes casos. Uma abordagem endodôntica conservadora e mais previsível tornou-se possível devido ao desenvolvimento contínuo da Endodontia Digital e à aplicação cada vez mais variada da CBCT, CAD-CAM e scanners intra-orais. Técnicas inovadoras como a Endodontia Guiada, a Realidade Aumentada e a Inteligência Artificial representarão, provavelmente, mais um passo na evolução do tratamento destes dentes. Neste contexto, a presente revisão narrativa tem como objetivo evidenciar a prevalência e o impacto das calcificações pulpares no tratamento endodôntico, com um foco particular no potencial da Endodontia Guiada. Pretende-se, adicionalmente, destacar as perspetivas futuras do tratamento endodôntico de dentes calcificados e enfatizar a importância dos desenvolvimentos mais recentes para a evolução da Endodontia.
- Impacto dos alinhadores transparentes na sensibilidade muscular mastigatória e na dor ortodôntica : revisão narrativa da literaturaPublication . Piecho, Evandra Solange de Almeida Figueiredo; Costa, Teresa SobralOs Alinhadores Transparentes (AT) são amplamente utilizados como alternativa aos Aparelhos Fixos (AF), oferecendo vantagens estéticas e maior conforto. No entanto, o seu impacto na Sensibilidade Muscular Mastigatória (SMM) e na dor ortodôntica ainda é tema de investigação. A literatura sugere que os AT estão associados a menor intensidade de SMM e dor ortodôntica em comparação com os AF, devido à aplicação gradual e controlada de forças nos dentes (Sasaki et al., 2017; Ferreira et al., 2019). A dor tende a atingir o pico entre 24 e 48 horas após a inserção do alinhador, reduzindo-se progressivamente (Ali et al., 2023; Cengiz & Goymen, 2025). Além disso, os AT permitem aos pacientes manter suas atividades diárias sem limitações funcionais significativas, favorecendo a adesão ao tratamento (Gameiro et al., 2015; Kaklamanos et al., 2023). Fatores como a espessura dos AT, padrões de movimentação dentária e hábitos parafuncionais, como bruxismo, podem influenciar a SMM. Alterações na atividade dos músculos mastigatórios, especialmente no masséter, foram observadas por eletromiografia, sugerindo uma adaptação neuromuscular ao longo do tratamento (Lou et al., 2021; Tepedino et al., 2023). Estratégias farmacológicas, como anti-inflamatórios não esteroides, e não farmacológicas, como terapia com laser de baixa intensidade (LILT), mostraram eficácia na gestão desses sintomas (Gao et al., 2024; Tran et al., 2020). Esta revisão narrativa baseou-se na análise qualitativa de estudos obtidos nas bases PubMed, Scopus, Google Scholar, Cochrane Library e LILACS, usando operadores booleanos para combinar termos como "clear aligners" OR "removable orthodontic appliances;" AND "toothache" AND "masticatory muscles". Foram incluídos artigos publicados nos últimos 10 anos que abordassem o uso de AT, excluindo-se os não disponíveis em português, inglês ou espanhol, ou sem dados relevantes. Referências mais antigas foram pontualmente integradas para contextualização histórica. Embora os resultados apontem benefícios evidentes, destaca-se a necessidade de mais estudos que avaliem os efeitos a longo prazo dos AT nas estruturas orofaciais e na saúde geral.
- Tradução e validação da escala de hiperfoco em Portugal : desafios e benefícios para medicina dentáriaPublication . Amaral, Iscárlet Ramos do; Machado, Catarina Silva Carvalho Sousa; Almeida, André Mariz de; Ramos, Ana CatarinaO hiperfoco, estado de atenção intensamente concentrada que dificulta a mudança de tarefa, não dispunha de instrumento validado para a população portuguesa apesar da sua relevância clínica, sobretudo na Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção, PHDA, e em Medicina Dentária (Ashinoff & Abu-Akel, 2021; Ishii et al., 2023). Este estudo traduziu, adaptou culturalmente e avaliou as propriedades psicométricas da versão disposicional do Adult Hyperfocus Questionnaire, AHQ-D, em português europeu, analisando também a sua utilidade na prática de Medicina Dentária. Realizou-se um estudo quantitativo, descritivo, observacional e transversal. Seguiu-se o protocolo de tradução direta, retrotradução e consenso de peritos recomendados para adaptações transculturais (Beaton et al., 2000). O questionário foi aplicado online a 250 adultos, 70% (n = 175) mulheres, 30% (n = 75) homens. Quanto às idades, a faixa etária mais representada corresponde aos 21-30 anos (n = 133; 53,2%). A fiabilidade interna foi estimada com o alfa de Cronbach; a estabilidade temporal, com o coeficiente de correlação intraclasse, ICC, numa subamostra piloto; e a validade de constructo, por análise fatorial exploratória e confirmatória. O AHQ-D apresentou medida KMO de 0,909 e teste de Bartlett significativo. A estrutura unifatorial explica 55 % da variância, com pesos fatoriais entre 0,427 e 0,763. O alfa de Cronbach foi 0,913 (Cronbach, 1951) e o ICC 0,467, indicando boa consistência interna e estabilidade moderada. Estas propriedades replicam a estrutura original (Hupfeld et al., 2024) e revelam diferenças modestas por género, escolaridade e ocupação, sem efeito de idade ou nacionalidade. Conclui-se que a versão portuguesa do AHQ-D é válida e fiável para medir a propensão ao hiperfoco em adultos portugueses. A sua aplicação pode otimizar a prática clínica em Medicina Dentária, ao identificar pacientes propensos a negligenciar cuidados ou profissionais excessivamente perfeccionistas, permitindo ajustar a comunicação, a gestão do tempo e estratégias de prevenção do bruxismo (Souto-Souza et al., 2020).
- O impacto da dor associada à disfunção temporomandibular na funcionalidade mandibular, stress e qualidade de vida no indivíduoPublication . Roany, Aurore Chiroux de Gavelle de; Castro, Elisa Kern de; Almeida, André Mariz deIntrodução: A disfunção temporomandibular (DTM) dolorosa está frequentemente associada a dor crónica, conduzindo limitações funcionais da mandíbula, níveis elevados de stresse e uma diminuição substancial da qualidade de vida. Compreender essas associações é essencial para orientar intervenções terapêuticas mais eficazes. Objetivos: O estudo tem como objetivo comparar os níveis de stresse, qualidade de vida e funcionalidade mandibular entre adultos com DTM dolorosa e não dolorosa. Materiais e Métodos: Foi conduzido um estudo descritivo, observacional e transversal, através de um questionário online aplicado através da plataforma Google Forms a 65 participantes da clínica dentária da Egas Moniz. Os participantes foram distribuídos em dois grupos: com DTM dolorosa e sem DTM dolorosa, com base na avaliação da dor por meio da Escala Visual Analógica (EVA). Utilizaram-se os instrumentos PSS-10, OHIP- 14 e JFLS-20 para avaliar, respetivamente, os níveis de stresse, a qualidade de vida relacionada com a saúde oral e a funcionalidade mandibular. Resultados e Discussão: Os pacientes com DTM dolorosa tiveram escores significativamente superiores no OHIP-14 e JFLS-20 em comparação com os participantes sem dor (p < 0,001), confirmando o impacto negativo da dor na qualidade de vida e na função mandibular. No entanto, não se verificaram diferenças significativas nos resultados do PSS-10 entre os grupos (p = 0,397), sugerindo que a dor crónica associada à DTM pode não influenciar diretamente os níveis de stresse percebido. Verificou-se uma forte correlação entre os escores do OHIP-14 e do JFLS-20, sendo mais elevados em mulheres e participantes com 35 anos ou mais. Conclusões: A DTM dolorosa compromete significativamente a qualidade de vida relacionada com a saúde oral e a função mandibular, embora não pareça afetar os níveis de stresse percebido. A forte correlação entre os resultados do JFLS-20 e do OHIP-14 evidencia que maiores limitações funcionais da mandíbula se traduzem diretamente num impacto negativo na vida quotidiana.