EUVG - Escola Universitária Vasco da Gama
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A Escola Universitária Vasco da Gama (EUVG) é uma instituição de ensino superior privada (IESP) que iniciou atividade no ano de 2000, dotada de autonomia científica, pedagógica e cultural.
A principal missão da EUVG é gerar e difundir o conhecimento na área das ciências veterinárias, acrescentando-lhe valor através do desenvolvimento de atividades de investigação, educação e prestação de serviços à comunidade. Importa referir que foi a primeira IESP em Portugal a conferir o grau de Mestre em Medicina Veterinária, continuando a ser até hoje na Região Centro (NUT II) a única (pública ou privada) com esta oferta educativa. Faz parte, ainda da oferta educativa da EUVG, a Licenciatura em Ciências Bioveterinárias. Para conhecer melhor a atividade desenvolvida pela EUVG aceda a: www.euvg.pt Após mais de quinze anos de atividade, a EUVG disponibiliza através do seu repositório científico, em livre acesso, a produção intelectual desenvolvida pela instituição. O repositório tem como objetivo fundamental o armazenamento, a preservação e a difusão, em formato digital, dessa mesma produção, contribuindo, assim, para a visibilidade e disseminação da Informação e do Conhecimento. Bem-vindos ao Repositório Científico da Escola Universitária Vasco da Gama!http://www.euvg.ptBrowse
Browsing EUVG - Escola Universitária Vasco da Gama by Field of Science and Technology (FOS) "Ciências Agrárias"
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- Abordagem ao Diagnóstico da Meningite-Arterite Responsiva a Corticosteróides em Cães: Atualidade e Perspetivas FuturasPublication . Rodrigues, Julie Céline Buée–de Sa; Bento, Maria Carolina Rocha de MedeirosA síndrome de meningite-arterite responsiva aos corticosteróides (MARC) é uma das doenças mais frequentemente diagnosticadas em cães que apresentam hiperestesia cervical. Nos últimos anos foram investigados meios de diagnóstico específicos que permitem o diagnóstico definitivo da doença. O objetivo do presente artigo de revisão é resumir a atualidade na abordagem diagnóstica e apresentar novos biomarcadores com potencial de diagnóstico específico e com acesso não invasivo. O exame de estado geral dos animais afetados é a primeira etapa do diagnóstico: queixa de hiperestesia cervical, associada a pirexia e alterações hematológicas (leucocitose, neutrofilia e/ou monocitose) são bons indicadores de MARC. Juntamente com os achados do exame físico, o nível da concentração da proteína C reativa no sangue é um bom indicador de inflamação sistémica, que deve ser relacionado com os achados de imagiologia. Na Ressonância Magnética (RM) observa-se realce das meninges, assim como da membrana sinovial das facetas articulares vertebrais e dos músculos paravertebrais. Este exame complementar permite ainda excluir outros diagnósticos diferenciais, como extrusão do disco intervertebral, e detetar hemorragias intra ou extramedulares. A identificação de um padrão de alteração na ressonância magnética, assim como alterações sugestivas no líquido cefalorraquidiano, no soro e no hemograma, podem permitir distinguir a MARC de outras meningites assépticas. No futuro, a utilização de novas técnicas de diagnóstico como o doseamento da concentração de microRNA, o doseamento e a especificidade das imunoglobulinas e a identificação de redes extracelulares de neutrófilos no líquido cefalorraquidiano e soro, podem auxiliar o diagnóstico de MARC com recurso a métodos menos invasivos.
- Abordagem Terapêutica ao Glaucoma no CãoPublication . Trabaud, Laurie; Vilhena, Hugo Corte-RealO Glaucoma designa um conjunto de doenças associadas ao aumento da pressão intraocular (PIO). O aumento prolongado da PIO é muito grave para o animal com possibilidade de provocar perda visual irreversível, além de provocar dor intensa. O estudo das diferentes abordagens terapêuticas a esta doença tem grande importância, pois o glaucoma requer uma atuação individualizada e, geralmente uma combinação destas várias terapêuticas diferentes a fim de obter um resultado satisfatório em termos de redução da PIO. O objetivo deste trabalho consistiu em analisar os estudos mais recentes efetuados sobre os diferentes tratamentos do glaucoma em cães, sejam eles médicos ou cirúrgicos, a fim de melhorar a qualidade de vida dos animais que sofrem desta doença. A principal conclusão deste trabalho foi que a gestão do glaucoma revela que a utilização de um único tratamento, quer seja baseado em medicamentos ou em cirurgia, não permite um controlo a longo prazo da pressão intraocular. A combinação de diferentes opções terapêuticas parece ser a forma mais eficaz de garantir um controlo adequado da PIO a médio ou longo prazo. Para tal, é necessário ter em conta vários fatores determinantes como a raça do animal, o tipo de glaucoma, o estado da visão no momento do diagnóstico e o envolvimento dos tutores. A individualização do tratamento em função destes critérios, permite que o tratamento seja adaptado para melhorar o resultado e, geralmente uma combinação destas várias terapêuticas diferentes a fim de obter um resultado satisfatório em termos de redução da PIO e melhoria da qualidade de vida do animal.
- Asma equina: impacto sobre o desempenho desportivo e estratégias de maneioPublication . Madrennes, Albane; Pessoa, Vera Purificação CarvalhoA asma equina é uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias inferiores que prejudica a função respiratória e compromete o desempenho desportivo. Afeta uma elevada percentagem de cavalos de desporto, especialmente os de corrida, sendo uma das principais causas de perda de desempenho desportivo. A doença diminui a eficácia das trocas gasosas ao nível dos pulmões, provocando fadiga e recuperação mais lenta. A presente revisão bibliográfica centra-se na análise do impacto significativo da asma equina sobre o desempenho desportivo e tem como objetivo avaliar o impacto da asma equina na performance e explora estratégias de gestão farmacológicas e não farmacológicas, com foco na prevenção e no maneio ambiental. Uma abordagem integrada é essencial para preservar a saúde respiratória e a capacidade atlética dos cavalos em competição.
- Associação da Dieta como Fator Predisponente para a Cardiomiopatia Dilatada em CãesPublication . Mornard, Léa Niamh; Santos, Mario Marcondes dosEm 2018, a Food and Drug Administration relatou casos de cardiomiopatia dilatada (CMD) em cães alimentados com rações contendo uma alta proporção de leguminosas ou batatas, muitas delas rotuladas como sem cereais. Desde então, vários outros casos foram registados, incluindo raças sem predisposição genética conhecida para a CMD. Apesar destes relatos, as dietas sem cereais continuam a ser cada vez mais populares, o que tem impulsionado novas pesquisas para esclarecer a relação entre este tipo de alimentação e a doença. Este documento revê os estudos mais recentes que investigam os efeitos das dietas sem cereais na saúde cardíaca dos cães, abordando também a deficiência de taurina, estudos metabólicos e novas hipóteses para além da carência nutricional, que podem ajudar a explicar os mecanismos envolvidos. Além disso, são discutidas as implicações clínicas e dietéticas dessa questão. Os achados sugerem uma forte associação entre a nutrição e o desenvolvimento da CMD, especialmente no que diz respeito ao impacto das leguminosas. Cães aparentemente saudáveis, de diversas raças incluindo aquelas predispostas à CMD primária, que consomem dietas não tradicionais, sem cereais e ricas em leguminosas, apresentam maior diâmetro ventricular esquerdo, menor função sistólica e maior ocorrência de complexos ventriculares prematuros em comparação aos cães alimentados com dietas tradicionais, com baixo teor de leguminosas. Notavelmente, muitos desses cães demonstram melhoria na função miocárdica e no quadro clínico após a mudança da dieta e tratamento médico, sugerindo que a CMD nutricional pode ser uma condição tratável. Embora os mecanismos exatos da doença ainda não estejam totalmente esclarecidos, avanços recentes destacam o papel das leguminosas, especialmente as ervilhas, assim como do potencial papel da microbiota intestinal e da possível influência das fibras solúveis e insolúveis na produção de ácidos biliares. Essas descobertas apontam novas direções para pesquisas futuras. Além disso, esta revisão reforça que a CMD associada à deficiência de taurina parece ser uma forma distinta da doença, com algumas raças apresentando maior predisposição genética, sendo o Golden Retriever a mais afetada nos últimos anos. Esta análise salienta que a nutrição tem um papel essencial na saúde cardíaca canina e que mais estudos são necessários para esclarecer os mecanismos exatos da CMD nutricional. A adoção de práticas alimentares cuidadosas e baseadas em evidências é crucial para prevenir e tratar a doença, garantindo o bem-estar dos cães a longo prazo.
- Avaliação Clínica e Parasitológica de Ovinos da Raça Serra da Estrela Parasitados por Haemonchus Contortus, na Região Centro de PortugalPublication . Miraldo, Ana Marta da Costa Patrão; Frouco, Gonçalo Daniel dos SantosA raça ovina Serra da Estrela, fundamental na produção de queijo e carne Denominação de Origem Protegida (DOP), tem grande importância económica regional. A sua produtividade depende do bem estar animal, sendo as parasitoses, como a haemonchose causada por Haemonchus contortus, um nematode hematófago, um desafio encontrado nas explorações. O diagnóstico é feito por coprologia e coprocultura e o controlo passa pelo uso de anti-helmínticos, embora o uso inadequado tenha levado ao surgimento de resistências. Assim, a adoção de estratégias como o maneio sustentável e análises coprológicas são cada vez mais importantes. Este estudo visa caracterizar o parasitismo em ovinos Serra da Estrela e relacionar a carga parasitária com indicadores clínicos, com o objetivo de propor recomendações para um controlo parasitário eficaz e sustentável. Para o desenvolvimento deste estudo, durante o mês de abril de 2025, foram recolhidas fezes e avaliados parâmetros clínicos (cor das mucosas, score fecal e condição corporal) de 275 ovinos pertencentes às regiões de Seia e Oliveira do Hospital. As amostras fecais foram utilizadas para a realização de exames coprológicos tais como método de McMaster e coprocultura para verificar a existência de nematodes gastrointestinais. Do total dos animais presentes no estudo, observou-se que 132 (48%) animais se encontravam negativos em relação à presença de nematodes gastrointestinais, sendo que 143 (52%) apresentavam um diagnóstico positivo. Dos animais positivos observou-se, através da realização de coprocultura, que a maioria dos animais parasitados apresentavam uma infeção mista e que a espécie mais prevalente era a Cooperia curticei. A presença de Haemonchus contortus foi detetada em sete explorações pertencentes a Oliveira do Hospital e cinco explorações pertencentes a Seia. Com base na análise estatística, foi possível constatar que existia uma associação significativa entre os valores observados no teste de FAMACHA e o número de Ovos Por Grama de fezes (OPG), assim como entre a presença e a quantidade de Haemonchus contortus e o valor de FAMACHA®. Para além disso, também foi possível encontrar uma associação estatisticamente significativa entre a presença e a quantidade de Haemonchus contortus e a condição corporal. Desta forma, e com base nos resultados obtidos, podemos verificar que a realização do teste de FAMACHA® e a avaliação da condição corporal podem ser ferramentas úteis e pouco dispendiosas para a avaliação do grau de parasitismo de uma exploração, nomeadamente da presença de Haemonchus, permitindo assim o seu controlo de forma mais eficaz.
- Caracterização de Infeções Parasitárias em Aves de Rapina Cativas no Parque Temático Puy du Fou, em FrançaPublication . Gerbaud, Emeric Stéphane Nicolas; Sousa, Sérgio Eduardo Ramalho deEste estudo teve como objetivo realizar o recenseamento parasitológico completo da coleção de aves de rapina do parque temático Puy du Fou (França), com especial enfoque na identificação de nematodes gastrointestinais e hemoprotozoários, e na avaliação da situação epidemiológica do parque. Foram analisadas amostras fecais e de sangue de 437 aves de 59 espécies de diferentesidades, sexos e funções (reprodução ou participação em espetáculos), utilizando técnicas de microscopia convencional. Os dados recolhidos foram submetidos a análise estatística com vista à identificação de fatores de risco associados ao parasitismo. Os principais parasitas encontrados foram helmintes Ascaridida e Enoplida, com maior prevalência registada nos milhafres (Milvus spp.) utilizados em espetáculos, particularmente os milhafres que se apresentaram com 86,5 % parasitados essencialmente com Ascarididae (Porrocaecum depressum) ou Enoplida (Capillariidae). Estes apresentaram cargas parasitárias consideravelmente superiores em comparação com outras categorias de aves. Fazem então parte dos 22,88 % de prevalência de Capillariidae presentes na falcoaria e dos 21,51 % de prevalência de Ascarididae em toda a falcoaria. Apesar da presença pontual de cargas parasitárias elevadas, nenhum dos indivíduos examinados apresentou sinais clínicos associados, sugerindo uma possível adaptação imunológica em contexto de exposição prolongada. De facto, o valor máximo de OPG para um milhafre foi de 600 para Capillariidae e 400 para ascarídeos. Em relação aos hemoprotozoários, observou-se a presença de géneros como Haemoproteus e Plasmodium em esfregaços corados com Diff-Quick®. Estes achados são particularmente relevantes tendo em conta a ausência prévia de dados sobre a presença destes agentes no parque e na zona geográfica, e levantam hipóteses sobre a circulação silenciosa de hemoprotozoários em zonas até agora não documentadas. A variabilidade na carga parasitária entre espécies e entre indivíduos da mesma espécie parece estar fortemente relacionada com os diferentes regimes de maneio, exposição ambiental e práticas de controlo implementadas. Estes resultados contribuem de forma significativa para a compreensão do equilíbrio parasita-hospedeiro em ambientes de cativeiro, e fornecem bases importantes para a otimização de estratégias de profilaxia e controlo parasitário em aves de rapina, respeitando o bem estar animal e a sustentabilidade sanitária dos programas de falcoaria moderna.
- Chronic Corynebacterial Wound in a Captive African Lion (Panthera Leo)Publication . Pereira, Lisa Laurence Cécilia; Bento, Maria Carolina Rocha de MedeirosWildlife veterinary medicine faces a major challenge with chronic wounds. This clinical case depicts how a thorough diagnostic and therapeutic approach has been necessary for managing a complicated chronic wound in an adult male lion (Panthera leo) held in a zoological park. The main objective is to report a clinical case of a chronic wound refractory to treatment, where an infection by an unusual pathogen was diagnosed in a wild feline. A male African lion presented with a wound extending ventrally across its neck, which had not healed despite multiple treatment attempts since 2021. Extensive examinations including bacteriological sampling and histopathological analysis to assess the nature of the infection and tissue condition have been performed. In August 2024, Corynebacterium amycolatum, known for its natural resistance to several antibiotics and its ability to cause chronic wounds, was identified via microbiological cultures and an antibiogram. Since 2021, several debridement surgeries had been performed, followed by targeted local and systemic treatments. The combination of targeted antibiotic treatment based on the antibiogram results, regular wound cleansing and local care has led to a marked improvement in September 2024. However, in November 2024, when antibiotics were discontinued, the wound deteriorated again. This case highlights the challenges posed by resistant infections, particularly with uncommon pathogens such as C. amycolatum. It emphasizes the importance of accurate microbiological, local care and adequately targeted antibiotic therapy. The aim of this paper is to document an unusual case and contribute to the scarce empirical data on chronic wound diagnosis and management in captive wild felines. It also highlights the need for ongoing training for zoo veterinary teams, enabling them to better manage atypical and complex infections. Ultimately, it highlights that the health and welfare of captive felines need a multidisciplinary approach that is also adapted to unique biological and environmental needs.
- Cistatina B Urinária - Um Novo Biomarcador de Lesão RenalPublication . Le Cavorzin, Hélène Jeanne Yvonne; Figueira, Ana Catarina Pais dos SantosA lesão renal aguda (LRA) continua a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade em animais de companhia. A deteção precoce da lesão renal na fase subclínica permitiria aos médicos veterinários intervir o mais rapidamente possível, a fim de preservar a saúde renal dos pacientes e evitar danos irreversíveis ou o desenvolvimento de doença renal crónica (DRC). Os parâmetros bioquímicos atuais, nomeadamente a creatinina sérica, a di-metilarginina simétrica e a densidade urinária, não permitem identificar a lesão renal subclínica. Além disso, o sistema de classificação da LRA proposto pela Sociedade Internacional de Interesse Renal baseia-se nos níveis de creatinina sérica, mas estudos demonstraram que não é muito sensível. O novo biomarcador Cistatina B urinária (uCysB) é uma proteína intracelular libertada na urina quando os túbulos renais são danificados. A uCysB é, portanto, um marcador de lesão renal, sem ser necessariamente acompanhada por uma perda da função renal. É um parâmetro que demonstrou ter uma sensibilidade e especificidade próximas de 90% nas espécies caninas e felinas domésticas para o diagnóstico de LRA. Vários estudos destacaram múltiplas aplicações da uCysB, nomeadamente o diagnóstico precoce de lesões renais, bem como preditivo de prognóstico e monitorização do tratamento da DRC. A uCysB é o único marcador disponível na prática clínica em medicina veterinária como ferramenta de diagnóstico de lesões renais. No entanto, continuam a decorrer estudos para implementar outros marcadores de lesão.
- Clinical Use of Platelet-Rich Fibrin in Canine and Feline Regenerative MedicinePublication . Billot, Marie; Soares, Carla Sofia AlvesPlatelet-Rich Fibrin (PRF) is defined as a second-generation platelet concentrate, a biomaterial used in Regenerative Medicine. With its simple method of production, it acts as a fibrinous bioscaffold enriched in platelets, leukocytes, growth factors, and cytokines, modulating inflammation, stimulating healing, and promoting angiogenesis. The objectives of this study are to analyze the optimization of the production protocol, characterize its mechanism of action, and evaluate clinical and experimental results in dogs and cats across the specialties of dermatology, ophthalmology, odontology, surgery, and orthopedy. For this purpose, scientific publications from the last ten years were analyzed. Although most studies use autologous PRF, allogenic and xenogenic forms have been explored to overcome some limitations as the blood sampling, especially in cats. Numerous parameters influence the quality of the PRF, such as the speed and duration of centrifugation, and the material of the tubes used for the biomaterial preparation. PRF therapy accelerates healing, reduces infections and inflammation, and limits the use of antimicrobials, thus supporting its integration in the One Health principle. Despite these advantages, some limitations remain, such as inter- and intra-species variability, the need for immediate use, and the low blood volume available in cats.
- Da Infeção à Doença: os Desafios no Diagnóstico da Leishmaniose FelinaPublication . Costa, Beatriz Castro; Anastácio, Sofia FerreiraA leishmaniose é uma das doenças transmitida por vetores mais relevante para a saúde humana em todo o mundo, sendo causada por várias espécies do género Leishmania, algumas das quais têm um impacto zoonótico significativo a nível global. Em medicina veterinária, a leishmaniose canina causada por Leishmania infantum assume especial importância, dado que os cães são o principal reservatório do parasita para os seres humanos. Sabe-se, no entanto, que os gatos também podem ser infetados pelas mesmas espécies de Leishmania, levantando questões sobre o seu papel epidemiológico, ainda pouco compreendido, e que, apesar de algumas semelhanças imunológicas com os cães, apresentam particularidades na resposta imunitária que influenciam a evolução clínica da infeção, especialmente em áreas endémicas. A Leishmaniose Felina, por muito tempo desvalorizada, tem vindo a despertar maior interesse científico e clínico. Esta revisão bibliográfica baseou-se numa análise de literatura científica atual, selecionada a partir de publicações relevantes nas ciências veterinárias, tendo como objetivo reunir e sistematizar as informações mais recentes sobre a infeção por L. infantum em gatos. Abordam-se aspetos como o agente etiológico e o seu ciclo de vida, transmissão por vetores, o seu papel epidemiológico, assim como, a sua fisiopatogenia e mecanismos imunológicos, manifestações clínicas, métodos diagnósticos e o devido tratamento e estratégias de prevenção. Destaca-se neste trabalho a possível subestimativa da prevalência da infeção em gatos, devido à pouca sensibilização para a doença na prática clínica. As conclusões deste trabalho reforçam a necessidade de aprofundar o conhecimento sobre esta protozoonose felina, apostando na padronização de técnicas diagnósticas, no desenvolvimento de abordagens terapêuticas específicas e na implementação de medidas preventivas adaptadas à espécie. É importante realçar o papel dos gatos no ciclo de transmissão da leishmaniose e a sua importância na medicina veterinária e saúde pública.