ESAP - Mestrados : Dissertações
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Recent Submissions
- O CINEMA EXCECIONAL: IDA LUPINO E SEU LOCAL NA REPRESENTATIVIDADE FEMININAPublication . Marcela Silva Rocha; Araújo, NelsonO presente trabalho desenvolve um caminho frente às questões que envolvem a realidade da realização de Ida Lupino em função de seu tempo, espaço e vivência no período clássico do cinema. A intenção principal parte em perceber quais nuances dentro do contexto da realizadora foram decisivos para a sua carreira e para o modo de representação feminina que ela passa a desenvolver. Para isso, a investigação parte de um princípio que norteia ao máximo o ambiente físico, social e normativo no qual o cinema toma forma. Como momento introdutório, a retomada parte aos primeiros anos da sua presença a partir da ótica sobre as formas de criação e a relação frente aos agentes de atuação desse meio, especialmente dedicado aos pontos que se viram como ativos para a seguinte construção da linguagem. Depois, de forma a também perceber as mudanças ocorridas no período transicional para a indústria cinematográfica, são apresentados alguns dos principais fatores que submeteram a inversão do domínio sobre quem passa a criar e quem passa a atuar frente às câmaras, e especialmente como os resultados sobre o desenvolvimento de tais narrativas passa a ser percebido na sociedade. Em seguida, como forma de efetivamente inserir a presença da figura protagonista deste projeto, um levantamento sobre a sua biografia em distintas fases e expressões de sua vida serve como conexão ao que ambienta todo o do cenário que a cerca, e que passa assim a se interligar aos métodos de trabalho que se desenvolvem em seus anos de realização Na fase final do trabalho, as análises sobre os filmes de Ida Lupino, mantendo sempre como perspetiva de conhecimento as diversas construções da figura feminina em cena, passam a ser apresentadas. Toda essa visão é trabalhada de forma a manter ativa e presente todas as questões que se relacionam ao género também nas abordagens e construções críticas de cada uma das personagens desenvolvidas por Ida Lupino em suas obras cinematográficas.
- DIÁSPORA, SAUDADE E ESPAÇOS LIMINARES NO CINEMA CONTEMPORÂNEOPublication . Khodr, Yohanan; Araújo, Nelson; Rosa, LilianaThis thesis explores the intersection of diaspora, liminal spaces, and saudade in contemporary cinema. Drawing on the theories of Hamid Naficy, Avtar Brah, and Robin Cohen, the study examines the representation of diasporic experiences and identities in films from different regions and contexts. Additionally, the thesis delves into the concept of saudade and its representation in Lusophone literature through the works of various authors. Through the analysis of nine selected films and works of literature, the study aims to identify patterns and tendencies in the representation of diaspora and liminal spaces in cinema and saudade in cinema and literature. Overall, the research contributes to the understanding of diaspora, liminal spaces, and saudade as crucial themes in contemporary cinema and literature.
- A Linguagem Clownesca do Cinema de Charles ChaplinPublication . Labriola, João Francisco da Rosa; Araújo, NelsonAo entender a figura de Chaplin como um grande enigma tanto para encenadores e atores quanto para profissionais da área de cinema, esse trabalho busca refletir sobre suas práticas sob a ótica do clown. Chaplin é normalmente referenciado como um comediante do cinema, mas suas raízes no Vaudeville pedem um olhar mais atento. Esse contexto há muito perdeu sua conexão com a prática artística no cinema atual, sendo possível e até desejável, porém, rever essa questão e as possibilidades aqui presentes. As poéticas existentes atualmente para treinamento de atores profissionais no cinema, estabelecem um distanciamento hierárquico e um alienamento metodológico com os diretores. Há, portanto, a compreensão de que para se fazer um filme, um detalhado guião é necessário, sem ter qualquer conexão com os atores, que serão seus intérpretes sob o comando do realizador. Em outros campos das artes performativas, entretanto, a ideia de um ator-criador já vem sendo praticada e elaborada há muitos anos. Se trata da possibilidade de contar histórias através dos impulsos criativos do próprio ator, sejam eles psicológicos, estéticos, sensoriais, de memórias ou mesmo de movimento. Essa possibilidade permite uma mais potente colaboração entre realizador e ator, assim como cria a possibilidade de um ator-autor ou de um realizador-performer, compreendendo o ato de criar com a câmera como uma arte feita no momento presente, construída a partir de estímulos geradores de narrativa, ou vindos a partir da própria narrativa, surgindo. O clown permite um outro olhar para o mundo, um olhar lúdico e cômico, mas também atento aos detalhes e apto a responder às mais diversas situações. Esse trabalho busca iniciar a possível pesquisa dessas possibilidades no cinema, levantar perguntas, sugerir análises e convidar a práticas que reconectem os realizadores contemporâneos com as possibilidades dramatúrgicas que habitam o imaginário, a arte popular sempre presente na cultura humana e as potências esquecidas do indivíduo, que o clown revela com um sorriso.
- "My Life is My Own”: A Sociedade e a Destruição do Indivíduo em ´The Prisoner´Publication . Costa, António Pedro Baía Gaspar Santos; Sousa, Isolino deEsta dissertação analisa a série britânica de 1967, “The Prisoner”, dissecando os seus episódios mais importantes na procura do significado temático profundo da série. Nessa análise serão discutidos os temas sociais e políticos da série, particularmente o conflito central da série do indivíduo contra a sociedade que o rodeia, assim como o seu contexto cultural e os progressos que fez na narrativa televisiva. Para além disso, os episódios analisados serão discutidos pela sua interpretação das duas figuras centrais, o Número Seis e o Número Dois, assim como pela ocasional inovação narrativa.
- USO E APROPRIAÇÃO EM ARQUITECTURA - DOIS CASOS DE ESTUDOPublication . Ramos, João Gonçalo; Maia, HelenaPartindo de alguns pressupostos teóricos de autores que trabalharam este tema, como é o caso de noção de Arquitectura Pobre de Pedro Vieira de Almeida, dos estudos de Nuno Portas dos anos 60/70 e da interpretação de territorialidade de Robert David Sacks, entre outros, procurei compreender as relações entre o projecto e o seu uso. A partir do corpo teórico estudado sobre o tema, tentei identificar os mecanismos de apropriação da arquitectura construída, os processos e expectativas de uso presentes no projecto e a articulação com as condicionantes legais e sociais que em cada caso lhe são inerentes. Para isso, selecionei dois casos de estudo, a partir dos quais tentarei construir uma interpretação espacial analítica assente no programa de projecto, no valor do uso, nos modos de apropriação e no eventual engajamento político e económico presente nos exemplos em causa. Como exemplos de demonstração escolhi tratar as propostas de habitação evolutiva de Álvaro Siza para a Quinta da Malagueira (1973) e de Alejandro Aravena para a Quinta Monroy (2010).
- ATMOSFERAS: A EXPERIÊNCIA NA OBRA DE PETER ZUMTHORPublication . Dias, Ricardo; Mendes, SérgioO presente trabalho académico reflecte o interesse em aprofundar a relação que se dá entre o carácter construtivo e material da arquitectura, e do lado sensorial e emocional do ser humano. O nosso principal interesse é o de estudar o desenrolar da experiência sensorial que decorre nos edifícios, e como é que isso pode ser manipulado pelo arquitecto. Procurámos a princípio abordar brevemente o tema dos órgãos sensoriais humanos, como seus instrumentos de percepção e a vertente fenomenológica da filosofia, para conseguirmos ter um melhor entendimento dos complexos fenómenos da percepção humana. De seguida concentrámo-nos na discussão do tema das "atmosferas" em arquitectura, que representa a relação que decorre entre todas as características físicas e materiais componentes dos espaços arquitectónicos e a percepção humana deles. Analisámos ainda o método de trabalho do arquitecto Peter Zumthor, para compreendermos melhor o papel deste tema no seu processo conceptual. Na fase final do trabalho realizámos uma investigação a duas obras deste arquitecto que visitámos, o Museu Kolumba (Colónia, Alemanha) e a Capela de Bruder Klaus (Wachendorf, Alemanha). Tentámos descrever e analisar a experiência vivida nestes edifícios, e verificar como o arquitecto trabalhou em função desse tema.
- OS QUATRO ELEMENTOS DA ARQUITECTURA, INTERPRETAÇÕES A PARTIR DA TEORIA DE GOTTFRIED SEMPERPublication . Oliveira Martins, Francisca; Sales, FátimaEsta dissertação procura verificar os caminhos que G. Semper abriu para a teoria contemporânea. Daí e de acordo com este desejo, esta posição estrutura-se a partir de capítulos que se afirmam como pequenos ensaios, que podem ser vistos de forma autónoma - e nos quais se exploram conceitos básicos do construir, em conjunto com descrições concretas dos processos, reflexões teóricas, orientação prática da arquitectura – mas que na dissertação se constituem como partes que se relacionam procurando a coerência do todo. Como fundamento desta visão panorâmica, a perspectiva exposta submete-se a uma articulação temática, o que permite uma rápida localização, sendo, no entanto, os elementos gráficos e fotográficos remetidos para anexo, conforme orientações regulamentares. Depois da introdução expõe-se, em cada capítulo específico, conceitos, pontos centrais de temas aos quais se volta com o objectivo de demonstrar até que ponto a expressão arquitectónica depende da sua concepção construtiva. A par dos elementos também os princípios semperianos: material, técnica e finalidade orientam esta dissertação no sentido de descortinar as formas essenciais ou iniciais, que, não obstante, perdem capacidade no processo de maturação e com isto na prática da arquitectura. Admite-se à semelhança de Semper que se pode alcançar um estilo de liberdade. Outro aspecto importante é a ideia que se deu à materialização como essência da arte, sem deixar de descortinar a arquitectura como um reflexo de uma sociedade e da sua época.
- Esquisso: Linguagem Criativa da ArquitecturaPublication . Cardoso, Ana; Guimarães, José LuísA pertinência do esquisso na concretização de ideias é plasmada nas primeiras reflexões e percepções. Este integra uma componente abstracta, que vincula uma intenção pragmática e poética com o próprio conceito. É um espelho das passagens do pensamento inserido num contexto conceptual, que, muitas vezes, não é explícito. Traduz dialéctica consciente entre a incerteza do saber e a expectativa, que pode desabrochar no conceito de arquitectura sobre o qual o arquitecto se apoia, numa visão retroactiva. Transmite e clarifica, subtilmente, para o suporte material, visões, objectivos e intenções, criando e recriando um momento pessoal e único do arquitecto aquando da absorção da energia do espaço. Há uma vontade intrínseca de traçar o que os nossos olhos veem, e nesse momento o cérebro anseia por identificar-se com o mundo e com a linha marcada. A aptidão de conseguir elucidar a realidade exterior ou imaginada num só desenho de índole abstracta, é uma fonte de prazer e desenvolvimento quer intelectual, quer artística. O esquisso, enquanto elo de ligação e elemento ordenador do pensamento no contexto arquitectónico, explora as possibilidades de transformar uma visão ou memória alheia numa realidade funcional e futura, satisfazendo como ferramenta nesta busca incessante pela elucidação da realidade exterior. Através da revisão literária e da análise documental à diversa obra gráfica do arquitecto Eduardo Souto de Moura, procura-se reflectir, nesta dissertação, sobre a importância do esquisso no processo criativo e das suas faculdades enquanto catalisador da expressão artística e arquitectónica. A presente investigação argumenta que o esquisso se assume como recurso essencial metodológico para a arquitectura, uma alavanca impulsionadora do acto criativo que contribui como potencial de qualidades expansíveis e transformadoras da visão arquitectónica, materializando o que existe além do olhar tangível e da mente, e potencializando a visão e espírito crítico do arquitecto face ao mundo que o rodeia.
- ARQUITECTURA EFÉMERA NO CONTEXTO DOS FESTIVAIS DE MÚSICA EM PORTUGALPublication . Martins, Alexandra Daniela Monteiro; Guimarães, José LuísEsta dissertação procura entender a contribuição da arquitectura efémera no campo dos festivais de música em Portugal e os impactos que eles implicam nas dinâmicas de desenvolvimento local. O facto de se tratar de um fenómeno emergente a nível nacional e até europeu afigura-se desde logo como um motivo fascinante para uma cuidada indagação sociológica sobre as particularidades (culturais, políticas, económicas, sociais) locais, regionais e mesmo nacionais que concorreram (e concorrem) para a sua natureza peculiar enquanto agentes de desenvolvimento. Assim, e assumindo todo um conjunto de teorias em torno das cenas musicais, da geografia cultural, da geografia económica, da sociologia da cultura, pretendemos delinear por segmentação de atores e de contextos os impactos dos festivais na melhoria da qualidade de vida das populações com eles relacionadas. Desde do começo do milénio que os festivais de música cada vez mais se afirmam em Portugal como um fenómeno de massas, cuja tendência - não obstante a severa crise económica e social que atravessa o nosso país - é de franco crescimento. Apresentando-se como extremamente diversos em dimensão (pequenos, médios, grandes) e em natureza (de nicho, de cidade, de praia, de campo...), os festivais, e a sua promoção e organização, brotam e representam milhões de euros em investimento e consumo; também têm equivalido à concretização de um número considerável de postos de trabalho criados direta e indiretamente; e têm tido importantes implicações ao nível das identidades dos indivíduos, dos grupos e mesmo dos territórios em que se inserem. Esta investigação visa oferecer uma imagem global do fenómeno dos festivais de música em Portugal em toda a sua diversidade, assim como uma análise mais detalhada dos impactos de dois festivais em particular nas localidades onde têm lugar. Em conformidade, procurando responder à complexidade do fenómeno em análise, privilegiou-se a variedade de técnicas de recolha de dados, combinando as perspectivas qualitativa e quantitativa.
- A experiência subjectiva do imigrante nos filmes diários de Jonas MekasPublication . Farias, Jessica Mirely; Araújo, Nelson; Campos, Luís VieiraOs cinemas amateur, avant-garde, experimental e underground foram movimentos precursores fundamentais para o surgimento do filme-diário como uma possibilidade de representação autobiográfica no cinema. A criação de novas tecnologias de vídeo a partir dos anos 1920 - como as câmeras de filme 16mm e 8mm - foi determinante para que, a partir da década de 1960, um grande número de cineastas começassem a realizar filmes com o intuito de retratar suas vidas e seu cotidiano. Esse é também o caso de Jonas Mekas, lituano que imigrou aos Estados Unidos após passar anos como exilado em campos de trabalho forçado na Alemanha. Ao chegar em Nova Iorque, Mekas adquiriu uma Bolex 16mm com a qual passou a captar momentos do seu dia-a-dia no novo país. Dessa forma, este trabalho analisa quatro filmes-diários do realizador, são eles: Diaries, Notes and Sketches: Walden (1969), Reminiscences of a Journey to Lithuania (1972), Lost, Lost, Lost (1976) e The Out-takes from the Life of a Happy Man (2012), com o objetivo de identificar como as temáticas relacionadas à experiência do estrangeiro se apresentam nas obras de Mekas, além de buscar entender de que maneira a vivência subjetiva e pessoal do realizador se conecta com a experiência coletiva de diversas pessoas que se encontram na mesma situação de imigrantes ou exilados. Ao analisar o conteúdo das obras e estabelecer, nos filmes-diários de Jonas Mekas, ligações com os elementos apresentados na abordagem teórica e na contextualização histórica prévia, é possível observar, nos filmes-diários do realizador, uma narrativa singular e subjetiva das vivências e reflexões pessoais do realizador, como também diversos elementos que remetem aos estudos relacionados à experiência do ser estrangeiro de maneira plural e coletiva.