EM - IUEM - Psicologia Forense e Criminal
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Recent Submissions
- Vigilância eletrónica no contexto da violência doméstica : perspetiva das vítimasPublication . Chagas, Cléopatra Ribeiro; Neves, Ana Cristina Sabino PestanaA violência doméstica é um fenómeno que transcende barreiras culturais e sociais, afetando as vítimas em várias dimensões, desde a segurança física até ao bem-estar emocional. A vigilância eletrónica apresenta-se como uma medida relevante para promover a proteção e reduzir o contacto com os agressores. Esta investigação tem como objetivo analisar a experiência, perceção e satisfação das vítimas de violência doméstica que estiveram sujeitas à medida de proibição de contactos com recurso à vigilância eletrónica. Os objetivos específicos incluem avaliar o grau de envolvimento e colaboração das vítimas na implementação desta medida, explorar a relação entre a experiência de violência sofrida e a sensação de segurança percecionada, e comparar as mudanças no quotidiano, bem-estar e qualidade de vida das vítimas. A amostra incluiu dados relativos a 795 vítimas de violência doméstica, cujos agressores estiveram em cumprimento de medida com vigilância eletrónica, entre os anos 2016-2022. Os dados foram recolhidos através do Questionário de Avaliação da Perspetiva da Vítima de Violência Doméstica, desenvolvido no âmbito do Projeto
- Deliberate firesetters risk factors : a systematic reviewPublication . Ribeiro, Maria Beatriz de Carvalho Tavares; Soeiro, Cristina; Neves, Ana Cristina Sabino PestanaThe number of fires has increased globally, with alarming figures observed in countries such as Australia, England, the United States and Portugal. The characteristics of arsonists include socio-demographic features such as economic difficulties and low levels of education, as well as a significant presence of personality disorders and substance abuse. Motivations for setting fires vary, but the main ones can be categorised as revenge and attention-seeking, which exemplifies the complexity of the phenomenon. In addition, there is a lack of research comparing arsonists in urban and rural contexts, as well as the need to develop risk assessment tools that integrate static and dynamic risk factors. This study seeks to systematise the risk factors associated with arsonists, as well as contribute to more effective, evidence-based interventions aimed at reducing recidivism. The results show that men are more prone to arson behaviour motivated by revenge or anger, while women tend to adopt these behaviours as a call for attention or as a suicide attempt. Limitations in the diversity of the origins of the studies make it difficult to generalise the results, especially in relation to cultural differences that can influence the presence of risk factors. The majority of studies use criminal and clinical records, however Most studies use criminal and clinical records, however, this approach has limitations, such as the lack of information on mental health and the specific characteristics of the offences. Although the literature recognises the prevalence of personality disorders and psychotic disorders among arsonists, there is a dearth when it comes to collecting data on fire-related characteristics. The results indicate the need for future research into dynamic risk factors, as well as carrying out a meta-analysis in order to deepen understanding of this phenomenon.
- Hábitos de consumo de substâncias psicoativas em agressores sexuais portuguesesPublication . Pinheiro, Sandra Maria Catanho Pinheiro; Neves, Ana Cristina Sabino Pestana; Almeida, TelmaEnquadramento: A violência sexual é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas por todo o mundo. A presente investigação tem como objetivo conhecer os hábitos de consumo de substâncias psicoativas em agressores sexuais no contexto português, perceber se existe associação entre o padrão de consumo de substâncias e o tipo de agressão sexual praticada e fazer uma comparação com pessoas condenadas por outros tipos de crime. Método: A amostra deste estudo é composta por 106 pessoas a cumprir pena de prisão em Estabelecimentos Prisionais de Lisboa, dos quais 26 condenados por crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual e 80 condenados por outros tipos de crime. Para a recolha de dados foi utilizado o Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), complementado por um Questionário Sociodemográfico e de História Criminal. Resultados: Verificou-se que a maioria dos reclusos condenados por crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual apresenta consumos de tabaco e álcool, mas não de outras substâncias. A maioria estava sob o efeito de substâncias no momento da prática do crime, principalmente álcool. Foi possível verificar uma associação estatisticamente significativa entre o consumo de álcool ao longo da vida e no momento da prática do crime e a perpetração de crimes sexuais, particularmente em agressores sexuais de adultos. Foi ainda possível perceber que existem diferenças entre o grupo de agressores condenados por outros tipos de crime e o grupo de agressores sexuais, sendo neste último onde se verifica um maior consumo de álcool. Conclusão: De acordo com os resultados obtidos, observou-se que estes vão de encontro ao que a maioria da literatura refere, destacando-se a relação entre o consumo de álcool no momento da prática de crimes sexuais, bem como, na relação entre o consumo continuo de álcool e os problemas associados a este com a perpetração de crimes sexuais. Assim, destaca-se a importância da realização de mais estudos neste âmbito com amostras maiores e foco na prevenção e intervenção, junto da população de reclusos.
- The psychosocial factors and PTSD symptoms in prison guards in France : comparison with others professionsPublication . Lachele, Charlotte Amraï; Neves, Ana Cristina Sabino Pestana; Almeida, Iris Sofia Balbino de; Baúto, RicardoThis thesis investigates the psychosocial factors and post-traumatic stress disorder (PTSD) symptoms experienced by prison guards in France, with a comparative analysis of other professions. It examines the significant role that prison guards play in maintaining order and security, while highlighting the psychological challenges they face due to their frequent exposure to violence and potentially traumatic events. The theoretical framework draws on existing literature on occupational stress and PTSD, emphasizing how work conditions, particularly in high-risk professions, contribute to mental health issues. Using a quantitative approach, the research employs the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ) and the Post-Traumatic Stress Disorder Checklist (PCL-5) to measure psychosocial risks and PTSD symptoms. The study involves two groups : prison guards and individuals from other professions, allowing for a comparative analysis of how these factors manifest differently across professions. The results reveal that prison guards demonstrate significantly elevated levels of PTSD symptoms, notably in avoidance and increased arousal, compared to individuals in less hazardous professions. While prison guards had more professional experience, other psychosocial factors, such as quantitative constraints and leadership, were comparably rated across both groups. The discussion of these findings emphasizes a strong correlation between poor health and well-being and severe PTSD symptoms among prison guards. Conversely, good leadership and extensive professional experience appear to act as protective factors in lower-risk settings. Although this study offers valuable insights into the mental health challenges faced by prison guards, it acknowledges limitations, including a small sample size and the reliance on self-reported data, which could influence the results.
- O que o distintivo tenta esconder : burnout e sintomatologia psicopatológica em forças policiais portuguesasPublication . Gautier, Ana Carolina Mobilha; Neves, Ana Cristina Sabino Pestana; Almeida, Iris Sofia Balbino de; Baúto, RicardoNo presente estudo foi investigada a relação entre a presença de burnout e de sintomatologia psicopatológica numa amostra de polícias que, aquando da sua participação, desempenhavam funções laborais em forças policiais portuguesas. A investigação contou com 103 respostas de polícias da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Judiciária e da Guarda Nacional Republicana, com idades compreendidas entre os 21 e os 67 anos, maioritariamente do género masculino (80.6%). Foram utilizados os instrumentos de avaliação psicológica Burnout Assessment Tool (BAT; Schaufeli et al., 2020, adaptado e traduzido para a população portuguesa por Sinval et al., 2022) e Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1975, validado e traduzido para a população portuguesa por Canavarro, 1999). Os resultados revelaram que a dimensão do BAT que mais parece afetar os participantes é a Exaustão. Já no BSI, demonstraram ser as Obsessões-Compulsões. As análises realizadas apontaram para a existência de diferenças significativas entre géneros relativamente a determinadas dimensões do BAT, sendo que os participantes do género feminino obtiveram valores significativamente mais elevados de Exaustão e os participantes do género masculino de Incapacidade no Controlo Emocional. As forças policiais evidenciaram diferenças significativas relativas à Angústia Psicológica, tendo a Polícia Judiciária apresentado valores médios mais elevados do que a Polícia de Segurança Pública nesta dimensão. Verificaram-se ainda diferenças significativas nas dimensões do BAT e do BSI entre os participantes que reportaram intenção de turnover e aqueles que não o fizeram, tendo sido os participantes com intenção de turnover que obtiveram valores mais elevados em todas as dimensões. As dimensões dos dois instrumentos revelaram-se positiva e significativamente correlacionadas entre si, sendo a maioria destas correlações considerada forte. Por fim, os resultados apontaram para a explicação da sintomatologia psicopatológica pelas dimensões de burnout de Exaustão, Distância Mental e Angústia Psicológica. Por outro lado, a explicação do fenómeno de burnout surgiu pelos sintomas psicopatológicos de Obsessões-Compulsões, Ansiedade e Ideação Paranoide.
- Experiências adversas na infância e ansiedade na idade adulta : estudo comparativo entre vítimas e não vítimas de violência nas relações de intimidade na população francesaPublication . Bressy, Clara; Almeida, TelmaEnquadramento: As experiências adversas na infância (ACEs) referem-se a eventos traumáticos vividos pelas crianças (e.g., abusos, negligência ou ambientes familiares disfuncionais). Estas experiências podem causar consequências graves, nomeadamente mais distúrbios mentais e vitimização nas relações de intimidade. Objetivos: Verificar a relação entre as ACEs e a ansiedade na idade adulta, e comparar vítimas e não vítimas de violência nas relações de intimidade (VRI) no que se refere às ACEs e à ansiedade, e analisar as variáveis que têm impacto na ansiedade. Participantes: A amostra é composta por 411 adultos franceses com idades entre 18 e 82 anos. Desses, 220 (53.5%) foram vítimas de VRI. Método: Os participantes responderam a um protocolo online constituído por um questionário sociodemográfico, uma checklist de vitimação de VRI, o Adverse Childhood Experiences International Questionnaire e o Generalized Anxiety Disorder Questionnaire. Resultados: Em ambos os grupos, os nossos resultados mostram uma correlação positiva entre as ACEs e os sintomas de ansiedade na idade adulta. A exposição à violência doméstica e ao bullying durante a infância, assim como a vitimização por VRI na idade adulta, revelam-se fatores preditivos da ansiedade. As vítimas de VRI foram mais expostas às ACEs e apresentam níveis mais elevados de sintomas de ansiedade em comparação com as não-vítimas. O envelhecimento parece desempenhar um papel na diminuição da ansiedade. Conclusão: Este estudo destaca a relação entre as ACEs e a ansiedade, mostrando que as vítimas de VRI estão mais suscetíveis à vivência de ACEs e de apresentar mais sintomas de ansiedade. Seria pertinente, implementar programas de prevenção nas escolas para minimizar as consequências a longo prazo das ACEs.
- Sexualidade positiva, empatia e consumo problemático de pornografia em adolescentesPublication . Lindão, Rafaela Alves; Soeiro, CristinaEnquadramento: Cada vez mais é consensual que uma abordagem positiva da sexualidade é importante para promover relações saudáveis e prevenir a violência sexual. No entanto, há uma falta de conhecimento sobre este tema em adolescentes. Fatores como a empatia e o consumo de pornografia podem ter impacto na forma como os jovens percecionam e vivenciam a sexualidade. A presente investigação tem como objetivo analisar as atitudes sobre sexualidade e a sua relação com a empatia e consumo problemático de pornografia, bem como identificar padrões de consumo de pornografia. Método: A amostra inclui 274 jovens portugueses com idades entre os 12 e 18 anos. Os participantes responderam ao Questionário Sociodemográfico, à Positive Sexuality in Adolescence Scale (PSAS), ao Questionário de Atitudes e Crenças sobre Sexualidade e Educação Sexual (QACSES), à Basic Empathy Scale (BES) e à Short Version of the Problematic Pornography Consumption Scale in Adolescents (PPCS-6-A). Resultados: Indicadores de sexualidade positiva estão associados a níveis elevados de empatia e menor consumo problemático de pornografia, enquanto o consumo problemático está associado a níveis mais baixos de empatia. Jovens que iniciam o consumo de pornografia numa idade mais tardia apresentam maiores indicadores de sexualidade positiva. Conclusão: A empatia e o consumo de pornografia podem ter influência na forma como os jovens percecionam e vivenciam da sexualidade, demonstrando a necessidade de adaptar e criar programas de intervenção que promovam a sexualidade positiva tendo em conta estes aspetos.
- Homicídios nas relações de intimidade : caracterização dos fatores psicológicos associados ao risco de violência em mulheres agressorasPublication . Silva, Bianca Santos da; Soeiro, Cristina; Almeida, Iris Sofia Balbino de; Matias, AndreiaEnquadramento: O homicídio é a manifestação mais violenta de um comportamento criminoso e pode ser caracterizado pelo um ato de violência letal, acidental ou intencional, dirigido a outro indivíduo. O homicídios nas relações de intimidade revela um cenário complexo, no qual diferentes fatores psicológicos, emocionais e sociais interagem para originar atos violentos. Embora a maioria dos homicídios nas relações de intimidade seja perpetrada por homens, as mulheres também podem cometer este tipo de crime. É importante conhecer os fatores de risco associados às mulheres agressoras que predizem o homicídio nas relações de intimidade e compreender as suas dinâmicas subjacentes. Objetivos: Analisar os fatores psicológicos associados ao risco de violência que caracterizam o grupo das mulheres que cometem homicídio nas relações de intimidade. Serão avaliados os seguintes fatores de risco: a história prévia de violência, o abuso de substâncias, a presença de sintomatologia, as motivações para o crime de homicídio, as distorções cognitivas, psicopatia e a impulsividade. Participante: A amostra inclui 14 mulheres agressoras com idades compreendidas entre os 24 e 69, que se encontram a cumprir pena de prisão pelo crime de homicídio nas relações de intimidade em Portugal. Método: A presente investigação sege uma abordagem qualitativa, recorrendo ao método do estudo de caso. Foram consultados os processos criminais de cada uma das participantes e foi aplicado um protocolo composto por uma entrevista semiestruturada com base na Psychopathy Checklist-Revised (PCL-R), o Brief Symptom Inventory (BSI), a Escala de Impulsividade de Barrat (EIB-11), o Self Blame and Victim Blame Scale e o Minimization & Self Defense Scale. Resultados: Verificaram-se valores significativos na sintomatologia (somatização, a sensibilidade interpessoal, a depressão, a ansiedade, a ideação paranoide e o psicoticismo), nas distorções cognitivas (culpabilização da vítima e a minimização do incidente), e na impulsividade (impulsividade atencional). A história prévia de violência está presente em 10 casos. Na motivação para o crime prevalece o ciúme (6 casos). Conclusão: Os fatores que apresentam valores significativos podem desempenhar um papel importante na perpetração do homicídio nas relações de intimidade. Neste estudo, o fator mais prevalente é a história prévia de violência.
- Homicídios nas relações de intimidade : caracterização dos fatores psicológicos associados ao risco de violência em homens agressoresPublication . Santos, Ana Rita Morais; Soeiro, Cristina; Almeida, Iris Sofia Balbino de; Matias, AndreiaEnquadramento: O crime de homicídio é a forma mais extrema de violência e pode caracterizar-se por um ato de violência letal, intencional ou acidental, dirigido a outra pessoa. Quando este é perpetrado por atuais ou antigos parceiros íntimos, denomina-se de homicídio nas relações de intimidade. Atendendo à prevalência do fenómeno torna-se fundamental o desenvolvimento de uma investigação aprofundada, que visa não só identificar os fatores de risco associados à violência em homens agressores, mas também compreender as dinâmicas subjacentes que levam a tais comportamentos. Objetivos: A presente investigação, de natureza qualitativa, centra-se no estudo dos fatores de risco psicológicos (sintomatologia, psicopatia, história prévia de violência, distorções cognitivas, abuso de substâncias, impulsividade e motivações) associados ao homicídio no contexto das relações de intimidade em homens a cumprir pena por este crime. Participantes: A amostra inclui 10 homens agressores, com idades compreendidas entre os 38 e os 73 anos. Método: Foi realizada uma entrevista semiestruturada recorrendo à Checklist de Psicopatia Revista (PCL-R) e foram aplicados os seguintes instrumentos: Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI); Escala de Impulsividade de Barrat (EIB); Self Blame and Victim Blame Scale; e Minimization & Self Defense Scale. Resultados: Verificaram-se valores significativos na Sintomatologia (somatização, sensibilidade interpessoal, depressão, hostilidade, ideação paranóide e psicoticismo), nas distorções cognitivas (autoculpabilização, culpabilização da vítima, minimização do incidente e autodefesa como justificação para o incidente) e numa dimensão da impulsividade (impulsividade por não planeamento). A história prévia de violência esteve presente em nove casos. Nas motivações para o crime, oito casos foram devido ao término da relação e um devido a questões financeiras. Conclusão: Os resultados permitem concluir que os fatores que apresentam valores significativos, poderão desempenhar um papel importante na perpetração dos homicídios nas relações de intimidade. Destaca-se, em particular, a história prévia de violência que emerge como o fator mais prevalente.
- Adverse childhood experiences, symptomatology and positive thoughts in sex offenders and the general populationPublication . Proença, Joana Margarida Pita; Almeida, TelmaBackground: Adverse childhood experiences (ACEs) include situations of family dysfunction and/or victimization, which are often related to depressive, anxiety and stress symptoms in adulthood. Positive thoughts can reduce the levels of these symptoms. Objectives: Compare a sample of sex offenders and a sample of the general population in terms of ACEs, symptomatology and positive thoughts and analyze the relationship between these variables. Participants The sample includes adult males, 168 serving time for sex crimes, aged between 23 and 84, and 213 from the general population aged between 19 and 77. Method: Application of a sociodemographic questionnaire, Adverse Childhood Experiences, Depression Anxiety Stress Scale and Positive Thinking Skills Scale (PTSS). Results: Negative correlations were observed between PTSS and ACEs in offenders, and between PTSS, ACEs and depression in the general population. Sex offenders have higher ACEs and DASS scores compared to the general population. Child sex offenders have higher scores on the parental divorce subscale, while rapists have higher levels of PTSS. Linear regression revealed that marital status and the presence of mental illness or suicide in the family are predictors of symptomatology, while emotional neglect is also a significant predictor of stress. Conclusion: The study highlights the impact of ACEs on symptomatology in adulthood and the differences between the general population and sex offenders in some of the variables studied. This study reinforces the need for a comprehensive approach to preventing crime.