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IPS - ESS - BIBLIOTECA - Dissertações de mestrado

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Esta coleção reúne dissertações, trabalhos de projeto e relatórios de estágio, no âmbito de cursos de 2.º ciclo (mestrados), em formato digital.

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Now showing 1 - 10 of 528
  • Análise eletromiográfica das subdivisões do médio glúteo durante a realização de exercícios sem carga adicional
    Publication . Bandeira, José Goulão Diogo; Fernandes, Rita; Jardim, Marco
    Introdução: O médio glúteo (MG) é um músculo segmentado que contém três subdivisões, sendo sugeridos diferentes exercícios sem carga adicional para fortalecimento das respetivas subdivisões. Objetivo: Avaliar e comparar a intensidade de atividade muscular das três subdivisões do MG durante a realização de 4 exercícios sem carga adicional. Metodologia: Um total de 23 sujeitos saudáveis e ativos participaram neste estudo. Foi utilizada eletromiografia de superfície para avaliar a ativação das três subdivisões do MG em quatro exercícios: Abdução da anca (ABD), Clam exercise 30° (CLAM30), Clam exercise 60° (CLAM60), Figure-of-four position (FFP). Foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney U para comparar a ativação muscular das diferentes subdivisões. Resultados: O exercício ABD apresentou níveis de ativação superiores relativamente aos outros exercícios, com diferenças estatisticamente significativas (p<0.001) para todas as subdivisões. Os exercícios CLAM30, CLAM60 e FFP não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre si. Conclusão: Os resultados deste estudo reforçam a hipótese de que as subdivisões do MG têm ações funcionais distintas e que os níveis de ativação muscular são influenciados pelo tipo de exercício. Demonstrou também que o exercício de Abdução da Anca é uma alternativa viável de fortalecimento da subdivisão posterior, apesar de ser um exercício sem carga adicional.
  • Efeitos de um programa de autogestão nos resultados clínicos de adultos com AVC: um estudo quase-experimental
    Publication . Branco, Daniela Alves dos Santos; Pereira, Carla Mendes
    Introdução: O suporte de autogestão a utentes com AVC é recomendado internacionalmente, com evidência de melhorarias significativas dos resultados clínicos. Contudo, em Portugal não são conhecidos programas de autogestão, apesar de investigação anterior reportar as dificuldades na participação dos utentes, a sua dependência dos profissionais de saúde e declínio funcional ao longo do tempo. Tendo em conta os resultados anteriores, foi proposto o programa “ComVida: há vida após AVC”, um programa de intervenção híbrida personalizada para suporte à autogestão após AVC, tendo por base os princípios do Bridges Self Management Program. Objetivo: Este projeto tem como objetivo analisar a viabilidade e a implementação de um programa de autogestão em utentes com AVC ao nível da autoeficácia, função física, estado emocional e qualidade de vida às seis e doze semanas de implementação. Métodos: Foi utilizado um desenho quase-experimental com avaliação realizada em três momentos, nomeadamente T1: durante a primeira semana de tratamento, T2; seis semanas após a primeira avaliação e T3: doze semanas após a primeira intervenção. Foram incluídos no estudo 28 participantes a que foram implementadas intervenções baseadas nos princípios chave do programa Bridges, não havendo grupo de controlo. Resultados: Na diferença global ao nível da autoeficácia, avaliada com a SSEQ, obtevese uma diferença média significativa de 10,036 (95% intervalo de confiança 7,560 a 12,512; p<0,001) entre os três momentos, indicando um nível autoeficácia significativamente maior em T3, quando comparado com T1. Também os outros outcomes avaliados tiveram diferenças médias significativas (p<0,001). Todas as correlações são significativas a um nível de p=0,01, observa-se que, ao longo do tempo, as correlações se mantêm altas, especialmente entre T2 e T3, indicando consistência nos resultados. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstraram que aplicação de um programa baseado na autogestão após o AVC do utente pode apresentar melhorias significativas na autoeficácia, qualidade de vida, estado emocional e função física do utente.
  • Recommendations for combining brain-computer interface, motor imagery and virtual reality in upper limb stroke rehabilitation: a qualitative person-centered study
    Publication . Oliveira, Inês Catarina Rodrigues; Pereira, Carla Mendes; Almeida, Ana Isabel; Vourvopoulos, Athanasios
    Background: The high incidence and prevalence of upper limb impairment poststroke highlights the need for the development of rehabilitation in this field. BrainComputer Interfaces (BCIs) can directly train the central nervous system providing promising technology in this area and the use of associated motor imagery (MI) and virtual reality (VR) can provide valuable rehabilitative opportunities. However, the diversity in interventions designs demonstrates the lack of guiding recommendations integrating neurorehabilitation principles for BCI. Objective: This study aims to develop recommendations for BCI interventions using task specificity and ecological validity through simulated VR tasks for upper limb stroke survivors, by gathering tacit knowledge from neurorehabilitation experts, patients’ experiences, and engineers’ expertise to ensure a comprehensive approach. Methods: a multi-perspective qualitative study was conducted through collaborative design workshops involving stroke survivors (N=17), rehabilitation experts (N=13) and biomedical engineers (N=3), totaling 33 participants. This innovative approach aimed to actively engage stakeholders in developing multifaceted solutions for complex health interventions. Results: Six themes emerged from the thematic analysis: i) Importance of patient centred approach; ii) Clinical evaluation and patient selection; iii) Recommendations for task design; iv) Guidelines for structuring BCI intervention; v) Key factors influencing motivation; and vi) Technology features. From these themes, the following recommendations (R) are established: R1 - BCI-MI-VR interventions must be conducted through a Patient Centered Approach, based on individualized preferences, needs and goals of the user, by an interdisciplinary team; R2 - Selection criteria must include upper limb impairment, cognitive and communication assessment and clinical traits like motor imagery capacity, neglect and depression must be assessed once it might influence intervention outcomes; R3 - Tasks to perform should preferably be based on daily living activities including unilateral and bilateral tasks and a variety of tasks must be available for selection to ensure significance for the user and adequation to clinical traits; R4 - Intervention must be structured by different progressing levels starting with simple, gross movements and adding complexity through movement features, cognitive demand and motor imagery difficulty; R5 - Optimal levels of motivation must be sustained through task variability, gamification elements and task demand adequacy; R6 - Multisensorial potential of BCI-MI-VR must be effectively harnessed through the adequate adjustment of visual, haptic and proprioceptive feedback modalities to the patient. Conclusions: These results contribute to establishing clear guidelines on patient selection, task design, intervention structuring, motivation factors and tailoring of sensory feedback. This framework presents a foundation for optimal implementation of BCI-MI-VR based interventions, optimizing cortical activity during the intervention, patients’ engagement and clinical outcomes. Future research should explore the application of these guidelines for validation and investigate BCI’s efficacy according to different combinations of patients’ profiles, task characteristics and technology features.
  • Prova de Conceito de um Programa de Telerreabilitação para a Gestão da Lombalgia nos Cuidados de Saúde Primários: Um estudo qualitativo
    Publication . Cardoso, Rui Santos; Gomes, Luís
    Introdução: A lombalgia (LG) representa um desafio para os sistemas de saúde em Portugal. Recentemente, o Programa SPLIT apresentou resultados promissores na gestão desta condição ao nível dos cuidados de saúde primários, contudo a sua capacidade de resposta é ainda limitada. De forma a otimizar o acesso e a eficiência dos cuidados oferecidos, a telerreabilitação tem sido sugerida como potencial alternativa. Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver uma prova de conceito para o programa SARA (SPLIT Application for Remote Reabilitation). Métodos: Foi utilizada uma metodologia qualitativa, com o intuito de explorar as perspetivas dos clínicos (Médicos de Medicina Geral e Fisioterapeutas) e utentes com experiência no programa SPLIT, e de um especialista em tecnologia. O estudo foi orientado pelo “Holistic Framework for the Development of E-health Technologies”. Foram realizadas duas rondas de grupos focais: a primeira correspondeu às etapas do “Inquérito Contextual” e “Especificação do Valor”, e a segunda ao “Desenho”. Os quatro grupos focais foram gravados e posteriormente transcritos e analisados através de análise temática. Resultados: Das etapas do “Inquérito Contextual” e “Especificação do Valor” resultaram três temas principais: (1) Problemas e Necessidades; (2) Valores e; (3) Requisitos. Da etapa do “Desenho” resultaram cinco temas principais: (1) Acesso, Consulta e Referenciação para Fisioterapia; (2) Avaliação Inicial e Triagem do Risco; (3) Intervenção; (4) Reavaliação e Monitorização e; (5) Características Globais da Intervenção. Conclusões: O presente estudo revela necessidades, valores e requisitos que os potenciais utilizadores referem ser determinantes para o desenho do programa SARA. Este deve ter um formato híbrido (remoto e presencial) em que procedimentos como a recolha de dados, intervenções educativas e a monitorização/ reavaliação dos utentes têm um elevado potencial de ser transferidos para o formato remoto. Estes resultados devem assim informar as fases seguintes de operacionalização e avaliação sumativa do programa.
  • Influência da localização da dor nos resultados em Fisioterapia em utentes com condições músculo-esqueléticas: estudo de coorte prospetivo
    Publication . Rêgo, Carlota Verdes Vale; Pires, Diogo
    Introdução: As condições músculo-esqueléticas (CME) são uma das principais causas de dor e incapacidade, afetando a qualidade de vida e produtividade laboral. Caracterizadas por dor e limitações funcionais, podem afetar várias localizações do corpo. Estudos recentes sugerem que uma abordagem centrada exclusivamente na localização da dor pode ser limitada, sendo importante considerar fatores comuns às CME com potencial impacto nos resultados em saúde. Contudo, a influência da localização da dor nos resultados da fisioterapia em pessoas com CME ainda é incerta. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre a localização da dor músculo-esquelética (ME) e a resposta à Fisioterapia na intensidade da dor e saúde ME. Metodologia: Conduziu-se um estudo de coorte prospetivo com utentes com condições ME que iniciaram fisioterapia. As avaliações ocorreram no início e final da intervenção, recolhendo-se dados sociodemográficos e clínicos, a intensidade da dor e a saúde ME. Utilizaram-se modelos de regressão logística para analisar a relação entre a localização da dor e os critérios de sucesso na intensidade da dor e saúde ME. Resultados: A amostra incluiu 258 participantes com dor ME, com uma taxa de desistência de 21,3%. Observou-se apenas uma diferença significativa na redução percentual da dor entre as participantes com dor no ombro (50,48%) e com dor generalizada (25,45%) (p = 0,014). A dor no ombro associou-se inicialmente a uma menor probabilidade de insucesso nos critérios de intensidade da dor, mas essa associação perdeu significância após ajustes para variáveis de confundimento. Não foram encontradas outras associações estatisticamente significativas entre a localização da dor ME e a resposta à Fisioterapia. Conclusões: Os resultados deste estudo não suportam o impacto da localização da dor, isoladamente, na resposta à intervenção de fisioterapia em pessoas com CME. Estes achados reforçam a necessidade de uma abordagem que considere outras características individuais dos utentes para além da localização da dor, indicando a relevância de estudos adicionais para desenvolver intervenções mais personalizadas para a dor ME.
  • Necessidades, barreiras e facilitadores na adesão à fisioterapia na paralisia cerebral: o que dizem os cuidadores informais?
    Publication . Calha, Mónica Sofia Lopes; Soares, Célia
    Introdução: A paralisia cerebral (PC) é a causa mais comum de comprometimento motor na infância e a Fisioterapia tem um papel fulcral na reabilitação destas crianças. Os cuidadores são atores centrais para garantir a adesão e continuidade da intervenção em casa, no entanto, apenas conseguem seguir parcialmente as recomendações. Uma melhor compreensão das suas perspetivas acerca desta temática irá contribuir para o reforço de competências dos próprios e para a melhoria do suporte prestado por parte dos fisioterapeutas. Objetivos: O presente estudo analisou a perspetiva de cuidadores informais de crianças com PC acerca das suas necessidades face à adesão à intervenção da Fisioterapia. Paralelamente, permitiu explorar as principais barreiras e facilitadores por eles sentidas neste domínio. Metodologia: Realizou-se um estudo qualitativo, do tipo análise temática, com amostragem não-probabilística, por conveniência e em bola de neve. Foram realizadas 16 entrevistas semiestruturadas, em formato online, a cuidadores informais de crianças com PC entre os 2 e os 11 anos. Recolheram-se ainda dados de caracterização sociodemográfica e clínica através de um questionário. Resultados: Verificou-se que 37,5% dos cuidadores consideraram “relativamente fácil” a adesão à intervenção. Da análise temática emergiram seis temas principais, onde se destacam a necessidade de reconhecer ganhos para o desenvolvimento global da criança, a natureza do acompanhamento terapêutico, as características dos próprios, mas também da criança, a importância da educação e capacitação dos cuidadores, mas também o impacto de fatores contextuais e de suporte. Conclusões: Este estudo indica que os cuidadores valorizam a adesão à intervenção e a sua continuidade em casa, porém, são vários os fatores que influenciam a sua implementação. O conhecimento sobre estes fatores, enquanto barreiras ou facilitadores da adesão, vai permitir informar a prática clínica e facilitar mudanças alinhadas com as necessidades da família e da criança, maximizando assim o seu envolvimento na intervenção.
  • Intervenções de saúde digital nas condições músculo-esqueléticas em Portugal: níveis de utilização e aceitabilidade dos fisioterapeutas
    Publication . César, Patrícia Bregieira; Gomes, Luís
    Introdução: Dada a crescente carga das condições músculo-esqueléticas (CME) em Portugal e a limitada capacidade de resposta do sistema de saúde, as intervenções de saúde digital (ISD) surgem como soluções promissoras para melhorar a eficiência dos cuidados. No entanto, permanecem desconhecidos os níveis de utilização e aceitabilidade das ISD entre fisioterapeutas que gerem utentes com CME no contexto português. Objetivo: Determinar e caracterizar os níveis de utilização e aceitabilidade das ISD, e identificar barreiras e facilitadores para a sua utilização por fisioterapeutas portugueses na gestão de utentes com CME. Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal com uma amostra de 166 fisioterapeutas portugueses. Utilizou-se um questionário online que abordou (a) dados sociodemográficos e clínicos, (b) ISD utilizadas para obter e registar informações clínicas e auxiliar o tratamento, (c) aceitabilidade das ISD, e (d) barreiras e facilitadores. Os dados foram analisados com recurso à estatística descritiva. Resultados: A utilização de ISD foi predominante na documentação de informações clínicas, (52.4%, n=87) e, em menor grau, na obtenção de informações clínicas (31.3%, n=52) e auxílio ao tratamento (24.1%, n=40), sendo as mensagens eletrónicas o método ISD mais comum. A funcionalidade mais aceite centra-se no registo de informações clínicas (97.6%, n=162). As principais barreiras identificadas foram as características dos utentes e a impossibilidade de técnicas hands-on, enquanto os facilitadores destacaram a melhoria na qualidade dos cuidados prestados e na possibilidade de complementar o formato presencial. Conclusão: As funcionalidades de ISD foram consideradas aceitáveis para responder às necessidades dos fisioterapeutas; contudo, a sua utilização é limitada. O presente estudo fornece bases para o desenvolvimento de ISD para as CME em Portugal, reforçando a importância de envolver ativamente os potenciais utilizadores finais no seu desenvolvimento. Futuras investigações devem também explorar a perspetiva dos utentes portugueses.
  • Prevalência e fatores associados à função dos sistemas de modulação endógena da dor em indivíduos saudáveis portugueses
    Publication . Viera, Ricardo; Pires, Diogo
    Introdução: Os Sistemas de Modulação Endógenos da Dor (SMED) consistem num termo que abrange toda a tipologia de ações facilitadoras e/ou inibidoras efetuadas pelo sistema nervoso central, sendo moduladores responsáveis pelo aumento ou diminuição da dor. A sua avaliação é essencial para o estabelecimento do perfil modulatório de dor (antinocicepção ou pronocicepção) em indivíduos saudáveis, e consequentemente efetuar a estratificação do risco de estes desenvolverem estados de dor e é efetuada através da medição da Somação Temporal (ST) e da Modulação Condicionada da Dor (MCD). Os SMED encontram-se frequentemente alterados em populações com dor ou condições músculo-esqueléticas. Contudo, desconhece se a prevalência de disfunção deste sistema em indivíduos saudáveis e sem dor assim como os fatores potencialmente associados a essas alterações. Objetivo: Determinar a prevalência e caracterizar os fatores associados à disfunção dos sistemas de modulação endógenos da dor em indivíduos saudáveis portugueses. Métodos: A caracterização dos SMED de 37 indivíduos saudáveis portugueses foi efetuada através da medição da ST usando o Quantitative Sensory Testing (QST) sendo que a MCD foi mensurada utilizando um protocolo metodológico sequencial, que utilizou como estímulo de teste o pain pressure treshold no músculo trapézio superior e o Cold Pressor Test como estímulo de condicionamento. Para o estudo dos fatores associados à alteração dos SMED foram recolhidos os dados do perfil sociodemográfico, clínico e aptidão física dos participantes. A análise de dados foi efetuada através da análise dos valores de magnitude absoluta e relativa da somação temporal e modulação condicionada da dor. A análise estatística e respetiva comparação entre os grupos foi efetuada através do teste do Qui Quadrado e do teste de Mann-Whitney. Resultados: A taxa de prevalência de disfunção dos SMED foi de 65% para a amostra em estudo. Dezasseis por cento dos participantes demonstraram alterações no teste da MCD e 59% na ST. Verificaram-se alterações estatisticamente significativas entre grupos (normal e disfuncional) nos hábitos tabágicos para a MCD. Na ST verificaram-se diferenças entre grupos, dependendo da região anatómica em teste, na idade, testes de aptidão física (Hand Grip Strenght Test e teste de marcha de 6 minutos) e nível de stress laboral. Conclusão: Os resultados do presente estudo apontam para uma elevada taxa de prevalência da disfunção dos SMED em pessoas saudáveis. Verificou-se a existência de diferenças entre grupos de participantes com e sem disfunção destes sistemas em relação com fatores sociodemográficos, clínicos e testes de aptidão física. Estudos futuros, de corte longitudinal, são necessários para melhor compreender, definir e estabelecer fatores associados à função destes sistemas.
  • Impacto da autoeficácia na independência nas AVDs em utentes com AVC: um estudo observacional longitudinal
    Publication . Lebre, Joana Sofia Isidoro; Pereira, Carla Mendes; Vieira, André; Salvador, Dina
    Introdução: O diagnóstico de Acidente Vascular Cerebral (AVC) encontra-se associado a um estado de incapacidade súbito que implica um encaminhamento para respostas direcionadas a este problema, como é o caso da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI). O internamento na RNCCI direciona-se à maximização da funcionalidade, procurando capacitar os utentes face às atividades da vida diária (AVDs) e gestão dos desafios inerentes ao regresso ao contexto domiciliário, entre eles, aspetos físicos inerentes à habitação, mas também aspetos relacionados com a autoconfiança e gestão da condição. Objetivo: Este estudo pretendeu avaliar se o nível de independência nas AVDs de indivíduos com AVC após internamento para reabilitação se alterou entre a alta e três meses após o regresso ao domicílio. Com o follow-up pretendeu-se avaliar se o nível de autoeficácia dos indivíduos no primeiro momento de avaliação se correlacionava com a evolução funcional nos 3 meses após o regresso ao domicílio. Métodos: Foi realizado um estudo observacional longitudinal com dois follow-ups onde se avaliou o nível de independência nas AVDs através do Índice de Barthel e a autoeficácia, através do Questionário de Autoeficácia após AVC (Stroke Self-Efficacy Questionnaire - SSEQ). Foram ainda recolhidos dados relativos à caracterização da amostra através de um Questionário de Caracterização Sociodemográfica e Clínica. Resultados: A autoeficácia apresentou uma correlação positiva forte com a independência funcional em participantes com maiores níveis de autoeficácia (r=0.736). No que respeita à comparação do nível de independência nas AVDs, podem ser observadas diferenças estatisticamente significativas no Índice de Barthel entre as médias em T0 e T1 (p<0,001). Conclusão: O estudo contribuiu para o aumento do conhecimento acerca do impacto da autoeficácia na funcionalidade dos sobreviventes com AVC, sendo um fator importante a considerar tanto durante o internamento para reabilitação na RNCCI como na preparação da alta para o domicílio.
  • Efetividade do programa MyBack na prevenção de recorrências de lombalgia: um ensaio clínico aleatorizado
    Publication . Nobre, Ana Catarina da Silva; Cruz, Eduardo Brazete
    Introdução e Objetivos: A lombalgia é uma condição de saúde comum e a principal causa global de anos vividos com incapacidade. As recorrências são frequentes e geram impactos significativos ao nível individual e social. Intervenções baseadas em exercício e educação parecem reduzir a recorrência, mas a sua efetividade tende a diminuir a longo prazo. Para manter a efetividade destas, é fundamental promover a prática contínua de exercício físico, utilizando para tal, intervenções multimodais que integrem estratégias de mudança comportamental e abordem fatores específicos que incentivem a adoção a longo prazo. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade do programa MyBack na prevenção secundária de lombalgia, na redução do risco associado à mesma e na avaliação do tempo decorrente até ao seu surgimento, num período de 6 meses. Adicionalmente, avaliou-se a efetividade das estratégias de mudança comportamental na adoção de prática regular de exercício/ atividade física, 6 meses após aleatorização. Metodologia: Sessenta e um participantes recuperados de um episódio recente de lombalgia foram aleatorizados nos grupos MyBack (n=28) e controlo (n=33). O grupo MyBack participou num programa de 12 sessões presenciais de exercício-físico, seguidas por 12 sessões autónomas ao longo de 6 semanas, incluindo uma componente educacional focada na mudança comportamental. O grupo controlo recebeu uma intervenção mínima focada na gestão dos sintomas e na promoção da atividade física A medida de avaliação principal do estudo foi o tempo decorrido entre a avaliação inicial até ao surgimento da primeira recorrência de lombalgia, durante um período de 6 meses. Secundariamente, avaliou-se o efeito das intervenções na recorrência de lombalgia aos 3 e 6 meses após aleatorização e a adoção regular de exercício/atividade física (6 meses após a aleatorização). Resultados: Relativamente ao resultado primário, constata-se que o programa MyBack demonstrou prolongar significativamente o tempo decorrente até à ocorrência da primeira recorrência de lombalgia em comparação com o grupo de controlo (χ²(2) = 3,960, p = 0,047). Aos 3 meses, o risco de recorrência foi 3,4 vezes maior no grupo de controlo, com uma redução relativa do risco de 70,5% (IC95%: 0,06 a 0,91). Aos 6 meses, o risco foi 1,94 vezes maior no grupo de controlo, com uma redução relativa do risco de 48% (IC95%: 0,07 a 0,75). No que respeita aos resultados relacionados com a última medida de resultado, observou-se uma associação estatisticamente significativa entre os participantes do grupo MyBack e a prática atual de exercício/ atividade física, χ2(1) =9,582, p =0,002, bem como, diferenças estatisticamente significativas entre as medianas dos dois grupos (U = 353, z =2,931, p = 0,003), indicando que os participantes do grupo MyBack praticam exercício/ atividade física mais dias por semana. Conclusões: O programa MyBack parece efetivo na prevenção secundária de lombalgia. Estes resultados reforçam a sua efetividade na redução de recorrências e na promoção da prática regular de exercício físico como parte do cotidiano, contribuindo para a prevenção da recorrência a longo prazo.