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IPS - ESS - BIBLIOTECA - Dissertações de mestrado

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Esta coleção reúne dissertações, trabalhos de projeto e relatórios de estágio, no âmbito de cursos de 2.º ciclo (mestrados), em formato digital.

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Recent Submissions

Now showing 1 - 10 of 532
  • Barreiras e facilitadores para a implementação do programa Split.OA: um estudo qualitativoGomes,
    Publication . Gomes, Nadine Sofia Oliveira; Costa, Daniela; Moniz, Luís
    Introdução: A literatura revela que o exercício físico é efetivo na redução dos sintomas e melhoria da função e qualidade de vida em pessoas com Osteoartrose da anca ou joelho (OAAJ). Apesar das intervenções que envolvem programas de exercício serem amplamente recomendadas, a literatura revela que a sua utilização é subotima, assim como a aderência dos fisioterapeutas às recomendações para a OAAJ. Implementar novas intervenções envolve mudanças na prática clínica, os profissionais de saúde são um elemento-chave para o sucesso da implementação. Melhorar a adoção de práticas baseadas em evidências implica estudar o comportamento dos principais envolvidos. Este estudo explora as barreiras e facilitadores dos fisioterapeutas à implementação de um programa de exercício estruturado, informado por mudança comportamental, para pessoas com osteoartrose da anca ou joelho (Split.OA), em Portugal. Tem como objetivo identificar os determinantes dos comportamentos dos fisioterapeutas para a implementação do Split.OA ser bem-sucedida. Metodologia: Foram realizados três grupos focais, com um total de 18 fisioterapeutas portugueses, com base num guião de entrevista semiestruturado e baseado nos modelos COM-B (capacidade, oportunidade e motivação) e o Theoretical Domains Framework (TDF). Os grupos foram realizados através de videoconferência, gravados em formato áudio e vídeo, sendo posteriormente transcritos verbatim. Foi realizada uma análise de conteúdo dedutiva informada pelo COM-B e TDF por dois investigadores independentes. Resultados: Foram identificadas 13 barreiras (4 componentes do COM-B, 6 domínios do TDF) e 17 facilitadores (5 componentes do COM-B, 11 domínios do TDF) à implementação de uma intervenção de exercício estruturado, informada por mudança comportamental, pelos fisioterapeutas portugueses. Barreiras como a ausência de conhecimento de mudança comportamental, capacidade para promover a adesão ao exercício e programa, organização atual dos cuidados de saúde foram identificados. O conhecimento das recomendações para osteoartrose, a utilização do exercício nas intervenções e a confiança nas capacidades para implementar o Split.OA foram destacadas. Conclusões: Este estudo permitiu identificar as barreiras e facilitadores, pela perspetiva dos fisioterapeutas, à implementação do Split.OA. Estes dados vão permitir, posteriormente, informar o desenvolvimento de um programa de formação para os fisioterapeutas, que atue a nível dos determinantes identificados, para suportar os mesmos na implementação do Split.OA e que esta seja bem-sucedida.
  • Collaborative design approach for stroke upper limb rehabilitation using Virtual Reality and Brain Computer Interface
    Publication . Russo, Miguel Marques; Pereira, Carla Mendes; Almeida, Ana Isabel
    Introdução: A disfunção do membro superior é uma causa comum de incapacidade após Acidente Vascular Cerebral (AVC), deixando 60% dos pacientes com uma mão não-funcional. Intervenções de Interface Cérebro-Computador (ICC) mostraram ser um acréscimo eficaz à reabilitação convencional e podem ser bastante benéficas para pacientes com défice motor severo. No entanto, as intervenções de ICC mostraram muita variabilidade e não existindo ainda princípios orientadores para estas intervenções. Objetivos: Desenvolver princípios orientadores para futuras intervenções de ICC que utilizem realidade virtual para a reabilitação de pacientes com défice motor severo, recolhendo o conhecimento tácito e raciocínio clínico de peritos de reabilitação e também a experiência pessoal de pacientes. Metodologia: Estudo qualitativo com múltiplas perspetivas que utilizou workshops para o desenho colaborativo, baseando-se na revisão da literatura. Foi utilizada análise temática indutiva. Resultados: Foram realizados quatro workshops online síncronos com dez peritos de reabilitação e oito pacientes de AVC. Os dois temas identificados foram “Seleção da tarefa” (incluindo os subtemas: Características da tarefa, Variabilidade da tarefa e Princípios para progressão da tarefa) e “Considerações relacionadas com o paciente” (com os subtemas: Avaliação inicial do utente, Considerações para a configuração e Fatores de personalização). Dentro destes subtemas, vários tópicos foram abordados: simplicidade da tarefa, familiaridade da tarefa, inclusão de pacientes, forma e momento para a progressão, considerações para a representação visual, traços clínicos de cada paciente, entre outros. Conclusão: Algumas recomendações podem ser retiradas deste estudo. A personalização é crucial para a inclusão de pacientes e acomodar as suas características clínicas. A significância, variabilidade e progressão da tarefa são de elevada importância para a atividade cerebral e adesão dos pacientes. Adicionalmente, são preferenciais as tarefas unilaterais e assimétricas. A intervenção deve permitir que os profissionais de saúde personalizem o plano de treino e cada sessão, tendo em consideração a opinião do paciente
  • Desafios do enfermeiro especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica: saúde mental positiva e profissionalidade docente
    Publication . Paulo, Cristina Lopes; Zarcos, Ana Paula
    Os desafios do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde mental e psiquiátrica, percorridos nos Estágios I e II e no Projeto de Intervenção, promoveram expetativas de aprendizagem, consolidação de conhecimentos e novas práticas profissionais, em busca de excelência. Colocando o foco na promoção da saúde mental positiva, e constituindo os professores um grupo vulnerável, proporcionámos a oportunidade de a desenvolver, e sua literacia, numa abrangência multifatorial. O objetivo deste percurso foi a conquista de competências multinível para alcançar o patamar de enfermeiro especialista. Utilizou – se, como método inicial, uma revisão narrativa da literatura com recurso a descritores validados, que evidenciou a importância da intervenção com professores e conduziu à implementação do projeto, através de uma abordagem com estrutura psicoeducativa. Resultados: o Projeto promoveu a saúde mental positiva e sua literacia nos docentes, com impactos positivos. Conclusão: Uma intervenção estruturada com os professores deverá ser medida a instituir sistematicamente.
  • Aceitabilidade da plataforma ePROMsK por parte dos utentes com condições músculoesqueléticas que procuram cuidados de fisioterapia
    Publication . Rodrigues, Mara Sofia Moreira; Pires, Diogo
    Introdução: A fisioterapia desempenha um papel fundamental na gestão das condições músculo-esqueléticas (CME) e tem sido desafiada pela necessidade de cuidados de elevado valor centrados no utente. Os Patient Reported Measures (PRMs) são recomendados como ferramentas essenciais para avaliar a perceção dos utentes sobre os resultados clínicos e a qualidade dos cuidados. No entanto, a sua implementação na prática clínica é, ainda, limitada, especialmente em formato digital. Este estudo pretende fornecer uma compreensão mais profunda da perspetiva dos utentes quanto à aceitabilidade de uma nova plataforma digital de recolha e armazenamento de dados, utilizando PRMs. Objetivo: Este estudo tem como principal objetivo explorar a aceitabilidade da plataforma ePROMsK por parte dos utentes com CME que procuram cuidados de fisioterapia. Metodologia: Adotámos uma abordagem qualitativa, selecionando participantes elegíveis para conduzir entrevistas semiestruturadas, elaboradas com base no modelo teórico da aceitabilidade. A análise temática dedutiva foi realizada, abordando os sete construtos do modelo: atitude afetiva, sobrecarga, ética, coerência da intervenção, custos de oportunidade, eficácia percebida e autoeficácia. Resultados: As entrevistas foram realizadas numa amostra de 12 participantes, proveniente de seis clínicas privadas. A análise qualitativa revelou uma atitude positiva em relação à plataforma e baixa sobrecarga cognitiva e temporal. Os participantes valorizaram a confidencialidade e a relevância dos dados recolhidos, percebendo a plataforma como uma ferramenta que personaliza o tratamento e melhora a comunicação entre fisioterapeuta e utente. Conclusão: A plataforma foi amplamente aceite entre os utentes com CME, com uma avaliação positiva da experiência de utilização. Os resultados sublinham a necessidade de investigações futuras que explorem as barreiras e facilitadores à implementação da plataforma, bem como a sua eficácia na recolha de dados e mensuração de resultados em saúde.
  • Análise eletromiográfica das subdivisões do médio glúteo durante a realização de exercícios sem carga adicional
    Publication . Bandeira, José Goulão Diogo; Fernandes, Rita; Jardim, Marco
    Introdução: O médio glúteo (MG) é um músculo segmentado que contém três subdivisões, sendo sugeridos diferentes exercícios sem carga adicional para fortalecimento das respetivas subdivisões. Objetivo: Avaliar e comparar a intensidade de atividade muscular das três subdivisões do MG durante a realização de 4 exercícios sem carga adicional. Metodologia: Um total de 23 sujeitos saudáveis e ativos participaram neste estudo. Foi utilizada eletromiografia de superfície para avaliar a ativação das três subdivisões do MG em quatro exercícios: Abdução da anca (ABD), Clam exercise 30° (CLAM30), Clam exercise 60° (CLAM60), Figure-of-four position (FFP). Foi utilizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney U para comparar a ativação muscular das diferentes subdivisões. Resultados: O exercício ABD apresentou níveis de ativação superiores relativamente aos outros exercícios, com diferenças estatisticamente significativas (p<0.001) para todas as subdivisões. Os exercícios CLAM30, CLAM60 e FFP não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre si. Conclusão: Os resultados deste estudo reforçam a hipótese de que as subdivisões do MG têm ações funcionais distintas e que os níveis de ativação muscular são influenciados pelo tipo de exercício. Demonstrou também que o exercício de Abdução da Anca é uma alternativa viável de fortalecimento da subdivisão posterior, apesar de ser um exercício sem carga adicional.
  • Efeitos de um programa de autogestão nos resultados clínicos de adultos com AVC: um estudo quase-experimental
    Publication . Branco, Daniela Alves dos Santos; Pereira, Carla Mendes
    Introdução: O suporte de autogestão a utentes com AVC é recomendado internacionalmente, com evidência de melhorarias significativas dos resultados clínicos. Contudo, em Portugal não são conhecidos programas de autogestão, apesar de investigação anterior reportar as dificuldades na participação dos utentes, a sua dependência dos profissionais de saúde e declínio funcional ao longo do tempo. Tendo em conta os resultados anteriores, foi proposto o programa “ComVida: há vida após AVC”, um programa de intervenção híbrida personalizada para suporte à autogestão após AVC, tendo por base os princípios do Bridges Self Management Program. Objetivo: Este projeto tem como objetivo analisar a viabilidade e a implementação de um programa de autogestão em utentes com AVC ao nível da autoeficácia, função física, estado emocional e qualidade de vida às seis e doze semanas de implementação. Métodos: Foi utilizado um desenho quase-experimental com avaliação realizada em três momentos, nomeadamente T1: durante a primeira semana de tratamento, T2; seis semanas após a primeira avaliação e T3: doze semanas após a primeira intervenção. Foram incluídos no estudo 28 participantes a que foram implementadas intervenções baseadas nos princípios chave do programa Bridges, não havendo grupo de controlo. Resultados: Na diferença global ao nível da autoeficácia, avaliada com a SSEQ, obtevese uma diferença média significativa de 10,036 (95% intervalo de confiança 7,560 a 12,512; p<0,001) entre os três momentos, indicando um nível autoeficácia significativamente maior em T3, quando comparado com T1. Também os outros outcomes avaliados tiveram diferenças médias significativas (p<0,001). Todas as correlações são significativas a um nível de p=0,01, observa-se que, ao longo do tempo, as correlações se mantêm altas, especialmente entre T2 e T3, indicando consistência nos resultados. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstraram que aplicação de um programa baseado na autogestão após o AVC do utente pode apresentar melhorias significativas na autoeficácia, qualidade de vida, estado emocional e função física do utente.
  • Recommendations for combining brain-computer interface, motor imagery and virtual reality in upper limb stroke rehabilitation: a qualitative person-centered study
    Publication . Oliveira, Inês Catarina Rodrigues; Pereira, Carla Mendes; Almeida, Ana Isabel; Vourvopoulos, Athanasios
    Background: The high incidence and prevalence of upper limb impairment poststroke highlights the need for the development of rehabilitation in this field. BrainComputer Interfaces (BCIs) can directly train the central nervous system providing promising technology in this area and the use of associated motor imagery (MI) and virtual reality (VR) can provide valuable rehabilitative opportunities. However, the diversity in interventions designs demonstrates the lack of guiding recommendations integrating neurorehabilitation principles for BCI. Objective: This study aims to develop recommendations for BCI interventions using task specificity and ecological validity through simulated VR tasks for upper limb stroke survivors, by gathering tacit knowledge from neurorehabilitation experts, patients’ experiences, and engineers’ expertise to ensure a comprehensive approach. Methods: a multi-perspective qualitative study was conducted through collaborative design workshops involving stroke survivors (N=17), rehabilitation experts (N=13) and biomedical engineers (N=3), totaling 33 participants. This innovative approach aimed to actively engage stakeholders in developing multifaceted solutions for complex health interventions. Results: Six themes emerged from the thematic analysis: i) Importance of patient centred approach; ii) Clinical evaluation and patient selection; iii) Recommendations for task design; iv) Guidelines for structuring BCI intervention; v) Key factors influencing motivation; and vi) Technology features. From these themes, the following recommendations (R) are established: R1 - BCI-MI-VR interventions must be conducted through a Patient Centered Approach, based on individualized preferences, needs and goals of the user, by an interdisciplinary team; R2 - Selection criteria must include upper limb impairment, cognitive and communication assessment and clinical traits like motor imagery capacity, neglect and depression must be assessed once it might influence intervention outcomes; R3 - Tasks to perform should preferably be based on daily living activities including unilateral and bilateral tasks and a variety of tasks must be available for selection to ensure significance for the user and adequation to clinical traits; R4 - Intervention must be structured by different progressing levels starting with simple, gross movements and adding complexity through movement features, cognitive demand and motor imagery difficulty; R5 - Optimal levels of motivation must be sustained through task variability, gamification elements and task demand adequacy; R6 - Multisensorial potential of BCI-MI-VR must be effectively harnessed through the adequate adjustment of visual, haptic and proprioceptive feedback modalities to the patient. Conclusions: These results contribute to establishing clear guidelines on patient selection, task design, intervention structuring, motivation factors and tailoring of sensory feedback. This framework presents a foundation for optimal implementation of BCI-MI-VR based interventions, optimizing cortical activity during the intervention, patients’ engagement and clinical outcomes. Future research should explore the application of these guidelines for validation and investigate BCI’s efficacy according to different combinations of patients’ profiles, task characteristics and technology features.
  • Prova de Conceito de um Programa de Telerreabilitação para a Gestão da Lombalgia nos Cuidados de Saúde Primários: Um estudo qualitativo
    Publication . Cardoso, Rui Santos; Gomes, Luís
    Introdução: A lombalgia (LG) representa um desafio para os sistemas de saúde em Portugal. Recentemente, o Programa SPLIT apresentou resultados promissores na gestão desta condição ao nível dos cuidados de saúde primários, contudo a sua capacidade de resposta é ainda limitada. De forma a otimizar o acesso e a eficiência dos cuidados oferecidos, a telerreabilitação tem sido sugerida como potencial alternativa. Objetivo: O objetivo deste estudo foi desenvolver uma prova de conceito para o programa SARA (SPLIT Application for Remote Reabilitation). Métodos: Foi utilizada uma metodologia qualitativa, com o intuito de explorar as perspetivas dos clínicos (Médicos de Medicina Geral e Fisioterapeutas) e utentes com experiência no programa SPLIT, e de um especialista em tecnologia. O estudo foi orientado pelo “Holistic Framework for the Development of E-health Technologies”. Foram realizadas duas rondas de grupos focais: a primeira correspondeu às etapas do “Inquérito Contextual” e “Especificação do Valor”, e a segunda ao “Desenho”. Os quatro grupos focais foram gravados e posteriormente transcritos e analisados através de análise temática. Resultados: Das etapas do “Inquérito Contextual” e “Especificação do Valor” resultaram três temas principais: (1) Problemas e Necessidades; (2) Valores e; (3) Requisitos. Da etapa do “Desenho” resultaram cinco temas principais: (1) Acesso, Consulta e Referenciação para Fisioterapia; (2) Avaliação Inicial e Triagem do Risco; (3) Intervenção; (4) Reavaliação e Monitorização e; (5) Características Globais da Intervenção. Conclusões: O presente estudo revela necessidades, valores e requisitos que os potenciais utilizadores referem ser determinantes para o desenho do programa SARA. Este deve ter um formato híbrido (remoto e presencial) em que procedimentos como a recolha de dados, intervenções educativas e a monitorização/ reavaliação dos utentes têm um elevado potencial de ser transferidos para o formato remoto. Estes resultados devem assim informar as fases seguintes de operacionalização e avaliação sumativa do programa.
  • Influência da localização da dor nos resultados em Fisioterapia em utentes com condições músculo-esqueléticas: estudo de coorte prospetivo
    Publication . Rêgo, Carlota Verdes Vale; Pires, Diogo
    Introdução: As condições músculo-esqueléticas (CME) são uma das principais causas de dor e incapacidade, afetando a qualidade de vida e produtividade laboral. Caracterizadas por dor e limitações funcionais, podem afetar várias localizações do corpo. Estudos recentes sugerem que uma abordagem centrada exclusivamente na localização da dor pode ser limitada, sendo importante considerar fatores comuns às CME com potencial impacto nos resultados em saúde. Contudo, a influência da localização da dor nos resultados da fisioterapia em pessoas com CME ainda é incerta. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a associação entre a localização da dor músculo-esquelética (ME) e a resposta à Fisioterapia na intensidade da dor e saúde ME. Metodologia: Conduziu-se um estudo de coorte prospetivo com utentes com condições ME que iniciaram fisioterapia. As avaliações ocorreram no início e final da intervenção, recolhendo-se dados sociodemográficos e clínicos, a intensidade da dor e a saúde ME. Utilizaram-se modelos de regressão logística para analisar a relação entre a localização da dor e os critérios de sucesso na intensidade da dor e saúde ME. Resultados: A amostra incluiu 258 participantes com dor ME, com uma taxa de desistência de 21,3%. Observou-se apenas uma diferença significativa na redução percentual da dor entre as participantes com dor no ombro (50,48%) e com dor generalizada (25,45%) (p = 0,014). A dor no ombro associou-se inicialmente a uma menor probabilidade de insucesso nos critérios de intensidade da dor, mas essa associação perdeu significância após ajustes para variáveis de confundimento. Não foram encontradas outras associações estatisticamente significativas entre a localização da dor ME e a resposta à Fisioterapia. Conclusões: Os resultados deste estudo não suportam o impacto da localização da dor, isoladamente, na resposta à intervenção de fisioterapia em pessoas com CME. Estes achados reforçam a necessidade de uma abordagem que considere outras características individuais dos utentes para além da localização da dor, indicando a relevância de estudos adicionais para desenvolver intervenções mais personalizadas para a dor ME.
  • Necessidades, barreiras e facilitadores na adesão à fisioterapia na paralisia cerebral: o que dizem os cuidadores informais?
    Publication . Calha, Mónica Sofia Lopes; Soares, Célia
    Introdução: A paralisia cerebral (PC) é a causa mais comum de comprometimento motor na infância e a Fisioterapia tem um papel fulcral na reabilitação destas crianças. Os cuidadores são atores centrais para garantir a adesão e continuidade da intervenção em casa, no entanto, apenas conseguem seguir parcialmente as recomendações. Uma melhor compreensão das suas perspetivas acerca desta temática irá contribuir para o reforço de competências dos próprios e para a melhoria do suporte prestado por parte dos fisioterapeutas. Objetivos: O presente estudo analisou a perspetiva de cuidadores informais de crianças com PC acerca das suas necessidades face à adesão à intervenção da Fisioterapia. Paralelamente, permitiu explorar as principais barreiras e facilitadores por eles sentidas neste domínio. Metodologia: Realizou-se um estudo qualitativo, do tipo análise temática, com amostragem não-probabilística, por conveniência e em bola de neve. Foram realizadas 16 entrevistas semiestruturadas, em formato online, a cuidadores informais de crianças com PC entre os 2 e os 11 anos. Recolheram-se ainda dados de caracterização sociodemográfica e clínica através de um questionário. Resultados: Verificou-se que 37,5% dos cuidadores consideraram “relativamente fácil” a adesão à intervenção. Da análise temática emergiram seis temas principais, onde se destacam a necessidade de reconhecer ganhos para o desenvolvimento global da criança, a natureza do acompanhamento terapêutico, as características dos próprios, mas também da criança, a importância da educação e capacitação dos cuidadores, mas também o impacto de fatores contextuais e de suporte. Conclusões: Este estudo indica que os cuidadores valorizam a adesão à intervenção e a sua continuidade em casa, porém, são vários os fatores que influenciam a sua implementação. O conhecimento sobre estes fatores, enquanto barreiras ou facilitadores da adesão, vai permitir informar a prática clínica e facilitar mudanças alinhadas com as necessidades da família e da criança, maximizando assim o seu envolvimento na intervenção.