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EUVG - Dissertações do Mestrado Integrado em Arquitetura

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  • ARX | 1990-95 | Arquitecturas de Papel
    Publication . dos Anjos, Mário Pedro Raposo
    O estudo da História recente da Arquitectura Nacional é importante para registar o testemunho do presente, ou passado recente, para futuras gerações de arquitectos que, por não terem a oportunidade de testemunhar os acontecimentos da referida época, utilizarão como referência estes escritos que relatam os factos e que depois apontam para uma crítica ou ideia pessoal. Esta dissertação pretende ser um desses documentos que ajudará a compreender, segundo um ponto de vista pessoal, um determinado período da Arquitectura Nacional. As arquitecturas de papel, referenciadas como título da presente dissertação, são projectos que nunca vieram a concretizar-se, nunca passaram do papel. Estes projectos estão sempre envoltos em polémicas, quer no meio da arquitectura quer no meio social. Na sua maioria são projectos utópicos ou com um cunho muito diferente do habitual para a época e local a que se destinam. Na arquitectura, em geral, as Arquitecturas de Papel assumem desde sempre um papel importante na vontade de ultrapassar limites, quer em termos técnicos quer em termos de pensamento, por parte dos seus autores. Em 1993 foi realizada uma exposição no Centro Cultural de Belém com o nome Realidade-Real, que por si só é um marco na história recente da Arquitectura em Portugal. Esta exposição foi muito rica em formas de ver, projectar, perceber e pensar em Arquitectura. Os protagonistas foram os ARX Portugal Arquitectos que, com uma linguagem díspar de todos os outros, criaram como que um protesto à “tradição” das escolas de Arquitectura de Portugal. Esta dissertação pretende recontar a história recente da Arquitectura Nacional de um período de tempo curto (1990-95), é certo, mas em que os ARX pareciam ser a força da ruptura com a tradição.
  • Vasco Cunha, cinquenta anos de obra arquitectónica em Coimbra – 1962 a 2012
    Publication . Lopes, Nuno Miguel Godinho Correia; Almeida, Maria Rita Pais Ramos Abreu
    Esta dissertação estuda a obra arquitectónica de Vasco Cunha, cuja actividade durou cerca de cinquenta anos, desde o início da década de 1960 até Junho de 2013, localizando-se, principalmente, na cidade de Coimbra. Mantendo-se aquele autor a laborar até praticamente ao presente, para o desenvolvimento do conhecimento aqui produzido, usufruiu-se do seu testemunho pessoal, bem como da detalhada consulta do arquivo que mantém. Em complemento, examinaram-se os Processos de Licenciamento, relativos aos seus projectos existentes no Arquivo da Câmara de Coimbra e de Arganil. Para completar o estudo, foi realizada uma análise in situ de algumas das edificações da sua autoria. O percurso académico e as primeiras experiências profissionais que Vasco Cunha teve no Porto, foram fortemente influenciados por relevantes figuras presentes naquela cidade e com quem se cruzou, de onde realçamos os arquitectos Robert Auzelle, Fernando Távora, a dupla Arménio Losa e Cassiano Barbosa e Lixa Filgueiras. As primeiras obras de Vasco Cunha, datadas do princípio da década de 60, tiveram forte impacte em Coimbra, dando-lhe os créditos que fizeram com que, nas décadas seguintes, projectasse grande número de planos urbanísticos e de edifícios, para aquela cidade, sendo, maioritariamente, esses projectos resultantes da iniciativa privada. Com esta investigação, pretendeu-se compreender os vários aspectos arquitectónicos envolvidos nos projectos daquele arquitecto, procurando identificar constantes conceptuais, características morfológicas e construtivas, e a relação com os modelos que estiveram na sua origem. Desse modo, analisaram-se os edifícios, desenhados por Vasco Cunha, considerados exemplares e relevantes, concretizando-se uma síntese do conjunto da sua obra, revelando até que ponto é que ela foi inovadora e influenciadora, em Coimbra, contribuindo para a divulgação dos projectos daquele arquitecto, cujo labor tanto marcou essa cidade.
  • O espaço como resultado da percepção
    Publication . de Lima, Paulo André Coelho Beça Baltazar; Pinheiro, António Miguel Ribeiro
    Porque temos sensações e experiências diferentes dependendo do espaço em que estamos? É o espaço que nos transmite sensações diferentes, ou somos nós que o carregamos de tal, preenchendo com a nossa própria experiência as lacunas que a percepção instintiva nos deixa? E se assim é, de que formas podemos utilizar a arquitectura para alterar percepções, e por outro lado, utilizar conceitos subjectivos para alterar a própria natureza conceptual do espaço, conferindo-lhe algo muito mais único e pessoal do que apenas um espaço inanimado, inerte, sem intenção nem consequência. O mundo que nos rodeia é imensuravelmente mais complexo do que aquilo que as nossas ferramentas naturais nos permitem ver. A visão focada e periférica são dois distintos elementos na nossa percepção do espaço físico que nos rodeia. Os nossos olhos vêem apenas um dos vários espectros de luz, e no entanto todos construímos uma realidade plausível conjuntamente, criando uma percepção conjunta de espaços que nos permite inter-socializar correctamente em cada um deles. O homem cria estes conceitos espaciais para melhor interagir, ou para melhorar o conforto, para o controlar ou para o disponibilizar. Por exemplo, é mais confortável para uma pessoa estar numa estação de metro às duas da manhã cheia de pessoas do que apenas com um indivíduo a 20 metros de distância. Isto deve-se às zonas de conforto espaciais. E prova que o tempo também é uma característica definidora dos espaços e dos seus sentidos. Todas estas criações da mente humana para gerir melhor a sua acção no mundo que a rodeia têm pontos comuns entre uma determinada sociedade, determinados em grande parte pela comunhão da linguagem e dos códigos que partilham. No entanto, a percepção conceptual de espaços depende intrinsecamente dos olhos de quem observa, e o seu conceito é grandemente definido pela sua experiência e pela sua vivência, pela sua cultura, pela sua memória e pela sua bagagem. Se a curiosidade e a procura de conhecimento são intrínsecas à condição humana, então tudo para lá da próxima colina, ao virar da esquina ou depois da porta cria uma expectativa e uma necessidade quase biológica que o homem tem de satisfazer. E as expectativas que criamos acabam por nos dar uma pré-visão mental, uma memória que construímos com a esperança de que a realidade se lhe assemelhe, ou pelo menos que se relaciona com ela de algum modo. De certa forma é um pouco esta pré-visão que nos ajuda a preencher os buracos da “nossa” percepção.
  • Centros comerciais enquanto parques temáticos: um preconceito da arquitectura sobre realidades forjadas para o consumo
    Publication . dos Reis, Cláudia Filipa Lopes Gomes Jorge Campos; Ferreira, Joana Rita Pedro
    Os centros comerciais têm vindo a disseminar-se pelos territórios, reflexo de uma crescente procura pelos consumidores. Para alguns autores, a atração a estes está ligada à replicação da oferta comercial dos centros das cidades, mas com um controlo das variáveis atmosféricas, e um aumento do conforto para quem faz compras. A evolução da arquitetura destes, e da sua composição interior, conduz a questões sobre a autenticidade versus artificialidade que, em último caso, levam à semântica sobre o que é autêntico (socialmente visto como bom), e o que é falso (socialmente mal visto). (Gottdiener, 1995; Dovey, 1999) Este olhar sobre o que é bom, e o que é mau, a condenação que transpira da crítica da arquitetura, bloqueou a análise de questões pertinentes relacionadas com a conceção dos centros comercias. São algumas destas questões que pretendemos apresentar com este trabalho. Os argumentos de Beatriz Colomina relativamente ao poder da imagem, são o ponto de partida para analisar o fenómeno dos centros comerciais, a sua arquitetura e, sobretudo, o profuso recurso dos mesmos a símbolos e temáticas. Para a compreensão da utilização de componentes cénicas e temáticas nos centros comerciais, analisamo-los em algumas das suas dimensões e, posteriormente, observamo-los, em concreto. Procura-se, assim, entender sobre uma aparente inevitabilidade da utilização da informação cénica nos espaços comerciais.
  • O não-lugar e o ócio. Alterações do perfil do turista
    Publication . Macedo, Hugo de Jesus; Almeida, Maria Rita Pais Ramos Abreu
    O comportamento humano, na sua forma física e psicológica, revela uma consciência inata para a vivência do espaço, apropriando-se deste de diversas maneiras. No presente trabalho pretende-se compreender e aprofundar o conhecimento acerca desta vivência de espaços, quer ao nível público, quer ao nível privado, consoante algumas alterações na actividade que um indivíduo esteja a operar e, em particular, nos períodos a que este dedica desfrute e ao ócio. Neste âmbito, o estudo parte da articulação entre os conceitos de tempo livre, lazer e ócio, que surgem com a inclusão do trabalho como actividade central da sociedade moderna, e confronta-os com o conceito de “não-lugar” de Marc Augé. Através da reflexão acerca do não-lugar, Marc Augé faz uma leitura sobre a antropologia dos mundos contemporâneos, que assume grande relevância nos trabalhos teóricos das disciplinas de arquitectura e publicidade, no que diz respeito às dinâmicas que ocorrem nas cidades contemporâneas, assim como nos meios que permitem que estas se comuniquem. Assim, tendo como pano de fundo a viagem realizada ao longo da região do Algarve, em Portugal e da Dalmácia, na Croácia, serão ilustrados os espaços de “não-lugar” e ócio. Em ambas as regiões o turismo continua a ser visto como uma actividade com grande potencial para desenvolver economicamente toda aquela região. No entanto, no Algarve a progressiva insistência no mesmo modelo de turismo, ao longo de varias décadas, tornou-se num crescente fracasso. E serviu de exemplo, a não seguir, para outras zonas, como é o exemplo da Dalmácia, que procurou colmatar as falhas com o intuito tirar o proveito adequado e benéfico para um desenvolvimento sustentado e enquadrado nas populações residentes. Esta ideia estava centrada no turismo de massas, que resultou num leque de “cidades de betão”, descaracterizando toda uma região que se transforma, ano após ano, num local sazonal. Por sua vez, e a par do turista, os espaços de veraneio tornam-se objectos de estudo importantes para perceber, de que forma a arquitectura influencia o fenómeno do comportamento humano.
  • Dinâmicas editoriais na cultura arquitectónica: leitura crítica do posicionamento e das estratégias de comunicação da revista NU entre 2002 e 2012
    Publication . Amado, Pedro Patrão Pires; Almeida, Maria Rita Pais Ramos Abreu
    Para a presente dissertação de mestrado foi traçado como objectivo compreender a importância da dinâmica editorial na cultura arquitectónica portuguesa. Para isso, a estrutura do trabalho comporta, num primeiro momento, um enquadramento do desenvolvimento dos meios editoriais no âmbito da arquitectura em Portugal no final do século XX e no início do século XXI. Propõe igualmente identificar as principais publicações especializadas na disciplina durante o mesmo período, no panorama nacional. Como objectivo específico, a presente investigação pretende estabelecer uma leitura crítica do posicionamento e das estratégias de comunicação da revista NU, através da análise das obras publicadas entre 2002 e 2012, período marcado por 38 números, que permitiram aos estudantes de várias gerações do Departamento de Arquitectura da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, desenvolverem e partilharem olhares diferentes sobre arquitectura, confrontando e interrogando a disciplina de forma relativamente livre e espontânea, visto que se trata de uma publicação de base experimental. Para isso, a investigação propõe um estudo desde as origens da fundação da revista, passando pelo processo de afirmação, do funcionamento, das características e especificidades, das tendências editoriais, até às questões formais e de grafismo, que resultaram das dinâmicas organizacionais durante as diferentes direcções.
  • Coimbra de Raul Lino – A Arquitetura doméstica de Raul Lino em Coimbra
    Publication . Sequeira, Ana Sofia Pinto; Almeida, Maria Rita Pais Ramos Abreu
    Em Arquitetura a forma como se vivência os espaços, a relação entre o individuo e a habitação influencia o seu modo de vida e a organização da própria sociedade. Esta dissertação tem como objetivo fazer uma interpretação da Teoria da Arquitetura em Portugal, nomeadamente na obra de Raul Lino, mostrando de que forma este contribuiu para a Casa Portuguesa. O estudo recolhe uma amostra de exemplos de habitação unifamiliar desenhados por Raul Lino e publicados nos meios editoriais. Pretende-se realizar um levantamento das Casas de Raul Lino em Coimbra e de seguida analisar os dados recolhidos. Estes casos de estudo deverão ser tratados para possibilitar um verdadeiro conhecimento acerca da obra de Lino, nomeadamente na habitação unifamiliar. Para entender a sua obra, a sua contribuição para a Arquitetura Doméstica em Portugal e ao identificar as mesmas em Coimbra haverá uma tentativa de visitá-las e vivenciá-las de forma a proporcionar uma melhor compreensão e enquadramento. Será feito um levantamento tipológico, espacial, social e volumétrico de forma a perceber quais as intenções de Raul Lino e de que maneira as suas obras se relacionam com o local e envolvente. A comparação com algumas das casas já editadas e bastante conhecidas será inevitável para podermos perceber a linguagem e evolução projetual do arquiteto. O objetivo principal deverá então assentar na identificação e explicação das casas de Raul Lino em Coimbra, analisando a implantação, relação interior e exterior, relação com o sítio e a paisagem. Na habitação unifamiliar de Coimbra é feita uma leitura das características mais evidentes, nomeadamente na preocupação em proteger os espaços sociais a quem chega, e a entrada na habitação ser bastante visível para quem entra no lote. A relação interior/exterior, cria espaços intersticiais que permitem uma vivência externa mais controlada prolongando a espacialidade. São exemplos disso o pátio, o jardim e alpendre. O enfoque visual também é objeto de estudo nas Casas de Coimbra, percebendo-se assim que é nos espaços sociais da habitação que Lino reforça a relação interior/exterior proporcionando ao indivíduo um habitar autêntico, um lugar onde a Natureza e a Paisagem participam harmoniosamente.
  • O Centro cívico: o caso Condeixa
    Publication . de Almeida, Pedro Barata Dias; Baganha, Albino Pedro Pereira
    A presente dissertação tem como tema o Centro Cívico de Condeixa, principalmente na caracterização do centro cívico hoje, e na sua evolução ao longo dos últimos dois séculos. Pretende-se ainda compreender o próprio conceito de centro cívico e a forma como este evolui ao longo da história da cidade, de forma a permitir identificar premissas, funcionalidades e requisitos identitários desses mesmos centros. O Centro Cívico de Condeixa, tal como é hoje, só existe desde 2011, mas a sua génese dáse no ano de 1811 aquando do ataque a Condeixa pelas tropas Napoleónicas na 3º Invasão francesa. O pequeno Terreiro do século XIX, localizado em frente ao Palácio dos Sás, passa a designar-se Praça da Republica em 1910, mas é apenas com as obras efectuadas na década de trinta desse mesmo século, e após a demolição do palácio em ruínas, que adquire dimensão e estatuto de Praça. Desde essa data até hoje, sofre ainda alterações na sua forma e conteúdo, mas mantêm sempre o mesmo papel de “sala de visitas” e “coração” da vila de Condeixa. A construção da Praça do Município, espaço contíguo, com a qual se liga através de um circuito automóvel de intensidade reduzida, deu-se em 2001, bem como o edifício comercial e de serviços que a ladeia. Os restantes edifícios públicos que a cercam são de épocas distintas, desde o século XVII com o Palácio dos Figueiredos (actual câmara municipal), em 2005 com o Tribunal e actualmente com a construção da Casa Paroquial. Este conjunto, à qual é ainda adicionada a Igreja matriz, localizada entre a Câmara Municipal e a Praça da República, sofre a sua última remodelação em 2007, reforçando a ideia de conjunto entre as duas praças, aglutinando o espaço publico num só – o Centro Cívico. É essencial contextualizar o tema Centro Cívico, para que se compreenda como Condeixa apresenta um espaço físico ao qual é atribuído essa designação. Desta forma, é apresentada uma abordagem sobre a evolução da cidade, mais propriamente no seus centros cívicos, desde a antiguidade clássica até hoje, mas com principal enfoque na ágora e no fórum, uma vez que são precursores desses conceitos e já neles a praça pública era o centro de toda a vida da cidade. Le Courbusier foi o urbanista do século XX, eleito para ilustrar a forma como o século passado lidou em termos urbanos com os conteúdos teóricos passados, mais propriamente sobre centros cívicos, exemplificados através de dois centros cívicos projectados por este auto
  • A influência das viagens de Raul Lino na exposição do mundo português de 1940
    Publication . Miranda, Sofia Margarida Ferreira; Almeida, Maria Rita Pais Ramos Abreu
    Nos anos 40, Portugal vive um regime político com tendência autoritária, e com pouco espaço para a expressão livre da criatividade artística e arquitetónica. A Exposição do Mundo Português é considerada por muitos a oportunidade para os modernistas se expressarem. Esta, intitulada “Exposição do Mundo Português” de 1940, é considerada como o mais importante evento a realizar dentro das Comemorações dos Centenários da fundação do país, e como tal, momento onde se congregam os esforços construtivos e realizadores de um regime em consolidação, e também o empenho criativo das principais personalidades artísticas, ao dispor do Estado Novo. O desejo de glorificar a nacionalidade, pela evocação de oito séculos de História, era motivado simultaneamente pela necessidade de demonstrar a capacidade civilizadora de Portugal, legitimando o chamado Estado Novo através da celebração do Império, e pela determinação de se impor como Nação aos olhos de Portugal e do Mundo. A presente dissertação de mestrado propõe o estudo da Exposição do Mundo Português, mais especificamente como a criação do Pavilhão do Brasil projetado pelo arquiteto Raúl Lino, foi influenciada pela sua viagem ao Brasil. Já é conhecida a influência das viagens na obra de Lino, mas no caso do Pavilhão do Brasil esta influência não está clarificada. A partir da análise de diários de viagens e de outras Exposições Internacionais em que Raúl Lino participou, é possível avaliar o conhecimento adquirido e as influências, que posteriormente se refletiram na exposição.
  • De Macau a Vicente
    Publication . Guerra, André Quaresma Carrasco; Costa, Pedro Miguel Machado
    Depois de consolidado o seu território continental, Portugal desde o século XIV procurou expandir o seu território além-fronteiras. Foram inúmeros e de várias áreas os portugueses que divulgaram o nome de Portugal lá fora, por muitos cabos e tormentas que tivessem de dobrar. Esta dissertação versará sobre um deles, não com o objetivo de ser um estudo monográfico, mas sim uma forma diferente de dar a conhecer a pessoa e a sua obra. Com obras construídas em Lisboa, Funchal, Goa e Macau, o arquiteto Manuel Vicente é um “aluno do oriente”, que desde cedo desenvolveu uma intensa atividade em Macau, principalmente a partir dos anos 60, onde em conjunto com outros arquitetos como por exemplo Chorão Ramalho ou mais tarde Natália Gomes desenvolveu projetos notáveis, com características fortes e de linguagem pessoal. Manuel Vicente era um arquiteto vanguardista. Com facilidade respondia às necessidades do projeto, preocupando-se com o enquadramento com a cidade, com a estética ou até mesmo com os destinatários do projeto e suas problemáticas, trouxe com ele e para a arquitetura uma nova forma de pensar, quebrou com os modelos arquitetónicos da altura, demarcando-se em relação a outros arquitetos. A incidência em Macau é uma constante, pois é lá que grande parte de sua obra foi construída, juntando-se assim a um dos legados mais significativos da cultura portuguesa além-fronteiras, que atualmente se encontra a desaparecer. As décadas de 60, 70 e 80 do século passado, são os anos mais marcantes da obra de Manuel Vicente em Macau. É nos anos 60 que se assiste ao grande crescimento e expansão urbanística, territorial e de equipamentos, a cujos programas Manuel Vicente deu forma. Os anos 80 ficaram ainda marcados, para além da criação de infraestruturas, pela recuperação de património, como é o caso do edifício TDM – Televisão de Macau. Já nos anos 90 verifica-se uma dimensão mais ampla na criação de projetos.