IPC-ESTeSC - Trabalhos de projeto / relatórios de estágio / projetos de investigação
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- Avaliação da instabilidade femoropatelar por ressonância magnética: estudo comparativo com a tomografia computorizadaPublication . Sousa, Olga Maria Teixeira de,; Tavares, Óscar Manuel da Conceição, 1965-; Brandão, Fernanda Sofia QuintelaA instabilidade rotuliana é uma patologia ortopédica que se apresenta na decorrência de um defeito anatómico da articulação femoropatelar e do aparelho extensor músculo-tendinoso do joelho. Caraterizada por dor retropatelar ou peripatelar resultante de alterações físicas e bioquímicas da articulação, surge como dor anterior do joelho envolvendo a rótula e retináculos. Com maior incidência em adolescentes e adultos (2ª e 3ª décadas de vida), prevalece em indivíduos do sexo feminino (2:1), sendo pouco frequente em crianças com menos de 8 anos de idade. Um diagnóstico preciso desta patologia assume enorme relevância na otimização do tratamento, pois o seu objetivo é reduzir a dor e melhorar o alinhamento rotuliano e, consequentemente, a função articular. O sucesso do tratamento adotado reside na execução correta da técnica terapêutica, seja conservadora ou cirúrgica. Nesse sentido, a conjugação dos dados da avaliação clínica com os achados imagiológicos figura-se essencial no diagnóstico diferencial e planeamento terapêutico da instabilidade femoropatelar. A Tomografia Computorizada (TC) é a técnica de imagem gold standard no estudo das relações femoropatelares, sendo mais precisa e eficaz do que a avaliação por Radiologia Convencional em incidências axiais. Contudo, a sua limitação na visualização dos tecidos moles circundantes e, em particular, no diagnóstico de possíveis defeitos da cartilagem articular, tem potenciado o recurso à técnica de Ressonância Magnética (RM) para uma análise mais aprofundada da instabilidade. O recurso a este método de imagem para mensuração das distâncias e ângulos padronizados e definição do diagnóstico diferencial não é consensual no seio da comunidade científica. De facto, após alguma pesquisa bibliográfica sobre o tema, constata-se que alguns autores primam a TC pela sua eficácia cientificamente comprovada, bem como o menor custo associado, maior facilidade de acesso e elevada tolerância pelo paciente a este tipo de exames, contrariamente ao exame de RM. Apesar da RM ser um método imagiológico tecnologicamente mais avançado que a TC, sem recorrer à emissão de radiação ionizante, apresenta contra-indicações absolutas para a sua realização, limitando o número de pacientes a usufruírem desta tecnologia, de menor acessibilidade e custos associados superiores. Deste modo, o problema de investigação que serviu de orientação a este projeto foi saber qual a eficácia da RM na definição de diagnóstico e orientação terapêutica de instabilidades femoropatelares comparativamente com a TC. No sentido de dar resposta a esta problemática, propõe-se a elaboração de um estudo quantitativo, realizado numa amostra de 40 pacientes de ambos os sexos, com suspeita clínica de instabilidade rotuliana corroborada por exame prévio de TC. O mesmo decorrerá na Unidade de Ressonância Magnética do Serviço de Imagiologia do Centro Hospitalar de São João - E.P.E., no Porto. Este trabalho surge no âmbito da unidade curricular Projeto em Radiologia do 2º ano do Curso de Mestrado em Radiologia – Especialização em Osteo-articular, lecionado pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, e destina-se à avaliação da disciplina. Para a elaboração do mesmo, procedeu-se a uma extensa revisão bibliográfica sob a forma de livros, artigos científicos e elementos em suporte digital, que posteriormente foi selecionada e resumida, procurando sempre documentar-se tudo em fontes fidedignas e atuais. O projeto está descrito de modo a facilitar a compreensão de cada assunto. Inicialmente será efetuado o enquadramento teórico da problemática em estudo, procedendo-se, em seguida, à fase metodológica da investigação, onde descrevemos e apresentamos a metodologia a utilizar no decorrer da investigação, definindo objetivos, tipo de estudo, as variáveis envolvidas, estratégia de recolha e tratamento de dados, resultados esperados e possíveis limitações para a realização do mesmo. Por último, fazemos referência à organização da nossa pesquisa, elucidando o local e período de estudo assim como a sua calendarização, recursos envolvidos e aspetos ético-legais relevantes.
- O diagnóstico precoce da artrite reumatóide por ecografiaPublication . Santos, Célia Cristina Ferraz de Azevedo Barbosa dos; Paulo, Graciano NobreA Artrite Reumatóide é uma doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem(1). Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens e sua incidência aumenta com a idade(1). Em geral, acomete grandes e pequenas articulações em associação com manifestações sistémicas, como rigidez matinal, fadiga e perda de peso(1).Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez anos(1).Com a progressão da doença, os pacientes desenvolvem incapacidade para realização de suas atividades tanto de vida diária como profissional, com impacto económico significativo para o paciente e para a sociedade(1).A progressão da Artrite Reumatóide é altamente variável e não há estatísticas precisas sobre ela(2). A Artrite Reumatóide pode ser muito ligeira ou subclínica, com remissão espontânea que por vezes não são diagnosticadas (quase 10%) ou pode ser rapidamente progressiva e debilitante (10-15%)(2). A maioria dos pacientes apresentam-se com uma forma intermediária que envolve episódios de exacerbação separados por períodos de relativa inatividade, evoluindo para perdas funcionais progressivas(2). As anormalidades na Artrite Reumatóide precoce incluem tenossinovite, sinovite, erosões ósseas, edema da medula óssea e bursite(3). A ecografia músculo-esquelética tem-se revelado de grande interesse e importância na prática clínica diária em Reumatologia(4). A ecografia é um método diagnóstico acessível, prático, de baixo custo, sem recurso a radiação e de boa aceitação pelos doentes(4). Nos últimos anos temos assistido a grandes avanços nos equipamentos, com ecógrafos de maior qualidade e desempenho e com potencialidades, até há pouco, indisponíveis(4). Os ecógrafos recentes estão equipados com ferramentas fundamentais na avaliação da patologia reumatológica inflamatória, como é o eco-Doppler(4). Estes instrumentos revelam-se de grande interesse no diagnóstico, monitorização e controlo terapêutico de patologias inflamatórias(4). O diagnóstico precoce e o início imediato do tratamento são fundamentais para o controlo da atividade da doença e para prevenir incapacidade funcional e lesão articular irreversível(1).
- Lesões músculo-esqueléticas nos técnicos de radiologia no desempenho da sua actividadePublication . Ustá, Úrsula Andreia Racune; Santos, AdelinoNas últimas quatro décadas, tem-se observado um crescente interesse científico no que respeita à prevenção de Lesões Músculo-esqueléticas Relacionadas com o Trabalho (LMERT) muito em parte pela magnitude que este flagelo tem vindo a ter e consequente interferência na saúde dos profissionais, na economia mundial e nas sociedades. As Lesões Músculo-esqueléticas (LME) correspondem a um importante problema de saúde pública, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento, e de grande impacto na qualidade de vida dos trabalhadores[1]. A saúde dos indivíduos no decorrer da sua actividade laboral, tem sido uma temática cada vez mais em foco, pois dela se reflecte uma imensidade de situações de risco, de natureza organizacional, biomecânica, psicossocial, individuais, sócio-económicas e culturais, que podem comprometer a qualidade e prestação de cuidados de saúde. Através de estudos científicos, partilha de experiências e práticas técnicas, muitas situações de risco a que os profissionais de saúde estão expostos têm sido colmatadas através de medidas preventivas, previamente analisadas, que visam a garantia e melhoria da qualidade na prestação de cuidados de saúde[1,2,3]. Ao falarmos em instituições de saúde, inevitavelmente, falamos e associamos à prestação de cuidados de saúde, primando sempre pelo cuidado, assistência, tratamento e melhoria do estado clínico dos seus pacientes. Embora este seja o seu objectivo primordial, nem sempre quem lá presta serviços se encontra livre de desenvolver afecções. A literatura científica nacional, por abordar maioritariamente outros grupos profissionais, verifica um grande défice de estudos/ investigações direccionadas a outros profissionais de saúde. A formação nesta área ganha pertinência acrescida sobretudo na formação dos enfermeiros e fisioterapeutas, sendo por essa razão que a autora pretende abranger essa problemática direccionando-a para outro grupo profissional, os Técnicos de Radiologia. Nesse contexto, a temática em foco centra-se nas “Lesões Músculo-esqueléticas nos Técnicos de Radiologia no Desempenho da sua Actividade”. O desafio passa por saber preparar os profissionais para que tenham uma necessária elevada capacidade de adaptação ergonómica às diferentes situações de risco. O foco de interesse deste estudo centra-se, fundamentalmente, na necessidade que a autora verificou em saber quais as principais afecções músculo-esqueléticas susceptíveis de lesarem os profissionais da área da Radiologia e em que medida podem prejudicar o seu desempenho profissional. Tornou-se, igualmente necessário, visto não existirem estudos direccionados para os Técnicos de Radiologia no que concerne ao aparecimento de LMERT. Para isto, a realização deste estudo pretende responder a questões de investigação como “A quem é dirigido este estudo?”, “Se as LME podem ser consideradas de risco para o desempenho do Técnico de Radiologia?” e “Que LME afectam, mais frequentemente, os profissionais de saúde da área da Radiologia, nos serviços de Imagiologia, e, em que medida as mesmas podem afectar o seu desempenho profissional?”. De forma breve, o delineamento do estudo passa por um conciso enquadramento teórico do problema, a justificação e objectivos do projecto. Numa segunda parte conta com o enquadramento metodológico, questões a ter em consideração para a sua realização, conclusão do projecto com as ideias fundamentais do mesmo. Por fim, todo o suporte bibliográfico utilizado para a sua concretização, respectivamente, apresentado no capítulo das referências bibliográficas. Em síntese, pretende-se contribuir para o conhecimento de LME nestes profissionais de saúde em específico, alertar para este flagelo e, fundamentalmente, dar a conhecer medidas preventivas que visam minimizar o seu aparecimento entre estes profissionais, primando pela melhoria da qualidade do diagnóstico.
- Avaliação do tendão de aquiles por elastografia em voluntários assintomáticos e praticantes de atletismoPublication . Pedro, Maria Teresa Gomes; Monteiro, Mário João Gonçalves; André, Maria Alexandra de AlbuquerqueA Elastografia é uma das mais recentes inovações na área da ecografia, tendo sido descrito pela primeira vez o seu princípio de imagem em 1991, por Ophir et al [1], e só em 1999, por Pesavento et al [2] terá sido desenvolvida a técnica ecográfica para uso clínico. Sendo baseada nos ultra-sons, permite a avaliação da elasticidade pelo pressuposto que uma compressão dos tecidos produz determinada deformação dos mesmos, correspondendo portanto maiores deformações a tecidos menos consistentes e menores deformações a tecidos mais consistentes. A deformação é causada por compressão aplicada sobre os tecidos com a própria sonda de ecográfica, realizada diretamente pelo operador [3]. Esta recente aplicação apresenta-se como uma oportunidade de reconhecer in vivo propriedades mecânicas dos tecidos, e não apenas a avaliação das características internas [4]. A elastografia tem sido alvo de muitos estudos na área da patologia cancerígena da mama [5], tiroide [6], e próstata [7]. Na área musculo-esquelética ainda não estão publicados muitos estudos, sendo de referir Monetti et al. [8] com um estudo sobre o contributo da elastografia neste tipo de patologia, bem como Zordo et al. [9], com estudos na avaliação da tendinopatia do tendão de Aquiles por elastografia. O tendão de Aquiles encontra-se facilmente acessível através da palpação e a estudos imagiológicos, como a ecografia. Apesar de ser o tendão mais forte do corpo humano, é também, de todos os tendões do tornozelo, o que mais frequentemente sofre lesões [10]. A grande maioria dos distúrbios dos tendões está relacionada a trauma e inflamação decorrentes de uso excessivo por atividades ocasionais ou desportos, principalmente através de tensão excessiva ou microtrauma repetitivo [11]. No seu estudo Kayser refere que queixas relativas ao tendão de Aquiles são frequentemente observadas em atletas de competição nas áreas de corrida, salto e desportos com bola [12]. Neste estudo pensamos ser de valor apresentar um grupo controlo de voluntários assintomáticos em comparação com o grupo experimental o qual seja constituído por atletas de competição na área da corrida de curta distância ou velocidade (100, 200 ou 400 metros), média distância (800 ou 1500 metros), longa distância (3000 metros). Esta investigação tem como objetivo avaliar a aplicação da Elastografia ao sistema músculo-esquelético em situações de tendinopatia, nomeadamente do tendão de Aquiles, em comparação com a Ecografia Convencional. Pretendemos perceber se há alterações a nível dos achados imagiológicos que poderão decorrer da prática desportiva com treino físico intensivo, e ainda avaliar se a Elastografia poderá identificar com melhor sensibilidade e acuidade alterações tendinosas secundárias a processos degenerativos ou roturas parciais do tendão, que são referidos por vários autores como uma limitação da Ecografia Convencional. Por conseguinte, os resultados obtidos nesta pesquisa poderão ser de grande importância pois a Elastografia poderá revelar precisão na identificação de alterações na elasticidade do tendão de Aquiles por treino físico ou processos patológicos adjacentes.
- Estudo radiológico e ecográfico do ombro doloroso com uma análise económicaPublication . Lopes, Marta Susana Martins de Almeida; Tavares, ÓscarA dor no ombro é uma queixa frequente na população em geral, com uma prevalência que varia entre 5 e 47% e que apresenta dificuldades semiológicas e de imagem para o diagnóstico definitivo(1) . O principal grupo muscular responsável pela movimentação do ombro é a coifa dos rotadores (supra-espinhoso, infra-espinhoso, subescapular e redondo menor) com inserção no úmero, facilita a estabilidade articular e movimenta o ombro. Existem diferentes causas de dor no ombro, que incluem as lesões da coifa dos rotadores: o tendão bicipital, a bursa subacromial-subdeltoideia e a articulação acromioclavicular(1)(2)(3) . A radiografia simples do ombro é o primeiro e principal exame para orientar no diagnóstico. As radiografias convencionais são bastante uteis no diagnostico da dor em casos de síndrome do impacto do tipo extrínseco primário(4) . A ecografia é um exame dependente do operador, que requer uma longa aprendizagem e formação, pelo que o sucesso depende da experiencia do operador, e o diagnostico é feito em tempo real, e não a partir de imagens estáticas(1) . A elaboração deste projecto reforça a ideia que a radiografia convencional complementada pelo estudo ecográfico é muito sensível nesta patologia. Ambas as técnicas complementadas, numa primeira linha, nos cuidados primários, estabelece a relação entre dor e função do ombro e determina alterações morfológicas (5) . A imagem por ecografia pode ser considerada como uma ferramenta de triagem diagnostica para melhorar a gestão de pacientes, nos cuidados de saúde primários, para decidir a terapêutica a utilizar(6) . Dado que actualmente essencialmente Médicos executam ecografia, na maioria das vezes os pacientes ficam pela realização de Radiografia, ou aguardam bastante tempo pela realização de Ecografia, ficando assim com lacunas no diagnóstico. Como tal, pretende-se provar que sendo estas duas técnicas imagiológicas realizadas pelo Técnico de Radiologia(TR) haverá beneficio para o utente assim como para as próprias instituições de saúde, aproveitando o recurso aos equipamentos existentes. Num cenário de escassez de recursos quer materiais quer humanos, não possível satisfazer todas as necessidades da sociedade pelo que é necessário fazer as escolhas adequadas. “ É neste contexto que assume importância a avaliação económica de programas de saúde que consiste numa analise comparativa de programas ou investimentos alternativo ( Drummond et al, 1997)(7) … A economia da saúde é a aplicação do conhecimento económico ao campo das ciências da saúde. Na economia da saúde, os recursos são limitados, mas as necessidades humanas são ilimitadas e é preciso escolher o que fazer e o que não fazer. A aplicação da análise económica na área da saúde e a tomada de decisões, particularmente no que diz respeito a meios complementares de diagnostico e terapêutica (MCDT) é ainda hoje, altamente controvérsia
- Referenciação de exames imagiológicos em patologias músculo-esqueléticasPublication . Quadrado, Carlos Filipe Escalda; Santos, AdelinoA descoberta acidental da radiação X (assim designada devido ao desconhecimento, por parte da comunidade científica da época, a respeito da sua natureza), a 8 de Novembro de 1895, pelo professor e físico alemão Wilhelm Conrad Röentgen (1845-1923), foi um marco relevante na história da Medicina, permitindo o desenvolvimento de um importante método de diagnóstico não invasivo, que se mantém indispensável até aos dias de hoje. Esta radiação, tornou possível observar o interior do corpo humano, sem necessidade de recorrer à “invasividade” das necrópsias ou cirurgias, pelo que, a Radiologia Geral (um dos métodos de diagnóstico por imagem), passou a desempenhar um papel fundamental no estudo de inúmeras patologias, principalmente nas ósseas (por exemplo, fraturas e luxações). A utilização disseminada da radiação X, conduziu e permitiu identificar os efeitos malignos no corpo humano, decorrentes do seu uso excessivo. A consciencialização acerca destes efeitos deletérios, impulsionou o desenvolvimento de estratégias para promover uma redução considerável da dose recebida pelo paciente durante a utilização das técnicas radiológicas, uma vez que estas representam a maior fonte artificial de irradiação [1]. Os avanços tecnológicos ocorridos foram fundamentais, pois tornaram possível a observação da morfologia normal, bem como de lesões internas, através do desenvolvimento de outras técnicas imagiológicas como a Tomografia Computorizada (TC), a Ressonância Magnética (RM) e a Ultrassonografia (US), permitindo verificar, de forma mais precisa, a localização e a morfologia dessas lesões [2, 3]. Além disso, o progresso tecnológico ocorrido ao longo dos anos, contribuiu para o desenvolvimento de detetores digitais, câmaras de ionização, grelhas antidifusoras, entre outros, promovendo a redução da dose de radiação. Face ao exposto, Lima (Professor Jubilado da Universidade de Coimbra) considera que a investigação científica, o desenvolvimento tecnológico, a boa execução técnica e a utilização informada dos equipamentos, estão na lista dos passos a dar, para uma utilização mais consciente e sem prejuízos acrescidos, das modalidades de imagem existentes [1]. Atualmente, tem-se verificado uma solicitação crescente e excessiva de exames imagiológicos, criando a necessidade de desenvolver e implementar algumas orientações úteis para melhorar a prática clínica. Estas têm como finalidade, melhorar a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos à população; fazer com que todas as intervenções clínicas (exames complementares de diagnóstico imagiológicos) consideradas desnecessárias, ineficazes ou mesmo prejudiciais não sejam realizadas e reduzir ao máximo a utilização supérflua das técnicas imagiológicas disponíveis, tornando a sua utilização mais eficaz e consciente. Tais orientações convergem no princípio comum de facilitar o tratamento dos pacientes, ponderando sempre a utilização de técnicas onde os riscos sejam mínimos, potenciando ao máximo os benefícios do exame e os custos da sua utilização devem ser os mais aceitáveis possíveis. Pesquisas recentes acerca desta temática, demonstram que a implementação de diretrizes de prática clínica podem ser eficazes, na medida em que podem proporcionar alterações nos pedidos de exames a realizar, face a uma situação clínica específica, promovendo desta forma uma melhoria nos resultados esperados pelos doentes. Contudo, as referidas diretrizes não constituem um documento no qual, face a uma patologia, estejam expressas as decisões clínicas acertadas a tomar em determinado momento. Estas funcionam apenas como um elemento a utilizar na tomada de decisão, uma vez, que na maioria dos casos, os exames a prescrever são fruto das preferências, da experiência profissional, dos valores dos médicos e da disponibilidade de recursos
- Implementação das normas de orientação de referenciação em exames imagiológicos nos cuidados de saúde primáriosPublication . Brites, Carina Alexandra Garcia; Paulo, Graciano do Nascimento Nobre, 1966-; Santos, Joana Margarida Rodrigues dos, 1982-A pressão financeira que é colocada no Serviço Nacional de Saúde (SNS) em Portugal proporciona caminhos de evolução e mudança. A sociedade contemporânea, sobretudo nos países mais desenvolvidos, tem vindo a dar cada vez maior importância à forma como são prestados, geridos e pagos os cuidados de saúde. Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) são um elemento-chave de um sistema de saúde, constituindo-se como os cuidados de primeiro contacto ao doente. Orientam-se para a promoção da auto-responsabilização e autonomia dos cidadãos nas suas ações, coordenando, sempre que necessário, as suas interações com outras estruturas ou profissionais no domínio da Saúde. O SNS tem vindo a investir na elaboração e implementação de Normas de Orientação Clínica (NOCs) que, enquanto instrumentos, se destinam a apoiar o profissional de saúde e/ou o doente na tomada de decisões acerca de intervenções ou cuidados de saúde. As áreas gerais abrangidas pelas NOCs, em Portugal são, em primeiro lugar, a terapêutica, depois o diagnóstico e, finalmente, a gestão. O Royal College of Radiologists do Reino Unido, publicou em 1998 normas que foram elaboradas com o intuito de ajudar os médicos a utilizar melhor os serviços de Radiologia Clínica. Vários estudos têm comprovado que a utilização de recomendações deste tipo conduz à redução do número de doentes enviados para exame, bem como à diminuição da exposição às radiações utilizadas para fins médicos. No entanto, o objetivo principal dessas normas é a melhoria da prática clínica. Estas serão ainda mais úteis se se verificar igualmente o diálogo entre clínicos e radiologistas, ou se forem integradas no processo de auditoria. Portugal desde 2001 tem à sua disposição “Directrizes para a Prescrição de Exames Imagiológicos”, mas estas não têm sido postas em pratica. Este trabalho pertende avaliar o efeito da implementação das normas de orientação de exames imagiológicos numa Unidade de CSP verificando assim, se passará a existir uma adequação na prescrição e/ou redução de exames requeridos.
- Avaliação e otimização da dose por procedimento e da dose ocupacional em cirurgias ortopédicasPublication . Domingos, Luís Henriques, 1987-; Santos, Joana Margarida Rodrigues dos, 1982-; Paulo, Graciano do Nascimento Nobre, 1966-Desde a descoberta dos raios-X, várias modalidades de imagem como a Radiologia Geral a Fluoroscopia e a Tomografia Computorizada foram aperfeiçoadas para diagnosticar e potenciar o tratamento de doenças. Devido à sua vasta utilização nos vários ramos da medicina, tem-se verificado uma expansão da fluoroscopia fora dos departamentos de Radiologia, como por exemplo os procedimentos de intervenção realizados em Cardiologia, Urologia, Neurologia e Ortopedia . Os avanços técnicos das cirurgias ortopédicas percutâneas tornaram o uso da fluoroscopia uma prática comum, pois estas têm permitido uma baixa taxa de ocorrência de infeção, bem como, incisões mais pequenas nos locais da cirurgia. Apesar do risco associado à exposição à radiação ser reconhecido, pesquisas realizadas pela International Atomic Energy Agency (IAEA), em mais de 30 países em desenvolvimento, demonstraram uma reduzida monitorização de dose no paciente (90% dos casos), bem como uma ausência de dados confiáveis sobre a exposição ocupacional fora dos departamentos de Radiologia. Nas últimas décadas, os progressos tecnológicos levaram a uma redução considerável da exposição. Comissões internacionais reconhecidas estabeleceram linhas de orientação para utilização destes métodos de modo a reduzir os riscos individuais associados. O tempo real e o limite anual de exposição à radiação que os profissionais e pacientes estão expostos, durante as diversas cirurgias ortopédicas, não é conhecido, tornando-se assim essencial o seu estudo. Este trabalho visa avaliar a dose no profissional e no paciente, em contexto de cirurgia ortopédica com o intuito de adotar medidas com vista à otimização dos procedimentos.
- Desenvolvimento de mediation e-health busPublication . Dias, Miguel Cabral Lourenço Castilho; Barbosa, Jorge Augusto das Neves; Sousa, Jorge MiguelEste relatório apresenta todo o trabalho desenvolvido na Portugal Telecom Inovação ao longo de 6 meses. Este projeto esteve inserido no produto Medigraf, o qual é uma plataforma de telemedicina, desenvolvida e comercializada pela Portugal Telecom Inovação, destinada a ser integrada em organizações de saúde. Um sistema de informação é um componente muito importante nas organizações de saúde. É através deste que toda a informação referente à organização é processada e comunicada. Para que um novo sistema, a ser incorporado na organização, seja capaz de atingir todas as suas potencialidades é necessário que haja uma integração e uma interoperabilidade total entre o novo sistema e o sistema de informação existente. Torna-se assim indispensável conseguir uma integração entre o Medigraf e o sistema de informação existente nas organizações de saúde. Para isso, é necessário apurar quais os requisitos necessários para haver uma integração e uma partilha de informação entre sistemas heterógenos, explicando o conceito de standards, interoperabilidade e terminologias. O estado da arte revelou que a integração entre sistemas heterogéneos em organizações de saúde é difícil de atingir. Das várias organizações existentes, destaquei a HL7 (Health Level Seven) pelos seus avanços nesta área e pelo desenvolvimento de duas versões de um standard de mediation de mensagens (HL7 v2.x e HL7 v3) com o objetivo de atingir uma interoperabilidade entre sistemas heterógenos. Com o estudo mais aprofundado do standard de mensagens HL7 v3, foi necessário adotar uma arquitetura/topologia de integração de forma a implementar o standard. Neste estudo, destaquei a família de soluções EAI (Enterprise Application Integration) como melhor solução. De modo a implementar o standard HL7 v3 com base na arquitetura escolhida, realizei um estudo sobre os softwares existentes. Desse estudo, resultou a escolha do Mirth Connect como melhor abordagem para implementação de uma interoperabilidade entre o Medigraf e um sistema de informação. Este software atua como um middleware de mediation na comunicação entre sistemas heterogéneos. Selecionei para implementação, dois casos de uso do standard, de modo a demonstrar a sua utilização. Nativamente, o Mirth Connect não suporta a validação das mensagens do standard HL7 v3, suportando apenas HL7 v2.x. O Mirth Connect, sendo um software Open Source, permitiu que eu pudesse desenvolver um método capaz de executar essa validação. O método foi publicado no fórum da Mirth Corporation, possibilitando a sua partilha. No final são tecidas algumas conclusões, referindo o trabalho futuro que pode ser desenvolvido.
- Avaliação da densidade mineral óssea em pacientes infetados por VIHPublication . Farinha, Cristina Isabel Oliveira; Tavares, Óscar Manuel da ConceiçãoA epidemia da infeção do VIH/SIDA é um problema mundial e um dos maiores desafios alguma vez lançados ao desenvolvimento e ao progresso social. A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH) é reconhecida internacionalmente como uma ameaça ao desenvolvimento social e económico das populações e, como tal, em Portugal constitui uma prioridade do Plano Nacional de Saúde, sendo um dos programas prioritários definidos pelo XIX Governo Constitucional. O papel prioritário desta patologia resulta da dimensão abrangente dos determinantes da transmissão e das implicações da infeção a todos os níveis da saúde e da integração social. O estigma e a discriminação que desde cedo se associaram à SIDA obrigam a colocar o respeito pelos direitos humanos no centro da atenção às pessoas que vivem com a infeção do VIH. Embora os cuidados de saúde sejam um direito humano fundamental e apesar de mais de 100 milhões de profissionais de saúde prestarem serviços em todo o mundo, o objetivo de “saúde para todos” está longe de ser alcançado. Foram identificados obstáculos a diferentes níveis, nomeadamente na implementação de políticas de ajustamento estrutural que levam à redução da despesa pública e do emprego, falhas na gestão das políticas e nas estratégias do setor da saúde, falta de infraestruturas, de equipamentos e de recursos humanos, que deste modo, dificultam a prestação de cuidados de saúde. Entre os problemas identificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a nível de recursos humanos, contam-se a quantidade e a qualidade dos profissionais de saúde, a desmoralização destes e as enormes lacunas tanto na formação inicial como na formação interna. A epidemia da infeção VIH/SIDA é mais um fator importante que está a sobrecarregar o sistema de saúde em diversos países. A sobrecarga de trabalho resultante da epidemia, o medo do contágio e a ausência de disposições adequadas sobre segurança e saúde ou formação específica no domínio da infeção VIH/SIDA colocam os profissionais de saúde sob uma enorme pressão psicológica e física. Devido ao receio do estigma associado aos profissionais de saúde, são cada vez menos as pessoas que abraçam esta profissão nos países em desenvolvimento. Esta situação vem evidenciar a incapacidade do sistema de saúde para fazer face à infeção VIH/SIDA. De acordo com a OMS, o vírus da imunodeficiência humana (VIH) é um retrovírus que infeta as células do sistema imunitário, destruindo ou prejudicando a sua função. Como a infeção progride, o sistema imunológico fica mais fraco, e a pessoa fica mais suscetível a infeções. A fase mais avançada da infeção pelo VIH é síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA). Em 2011, aproximadamente 34 milhões de indivíduos estavam infetados com o vírus VIH, tendo ocorrido 1.7 milhões de mortes devido a esta patologia no mesmo ano. Na Europa Ocidental, Portugal continua a apresentar elevadas incidências de infeção por VIH, apesar de existir uma tendência favorável na descida do número de novos casos (1941 diagnosticados em 2007 e 1518 diagnosticados em 2010). Nas últimas décadas, foram dados largos passos no conhecimento da patogénese do VIH. A melhor compreensão da invasão, proliferação, ligação e entrada nas células pelo vírus da imunodeficiência, bem como a compreensão da resposta imunitária induzida, conduziram às novas abordagens terapêuticas atualmente disponíveis no mercado nacional. (5) Desde o primeiro medicamento antirretroviral aprovado há 25 anos, o melhoramento da potência, tolerância, e disponibilidade da terapia antirretroviral (TARV) resultou numa redução drástica do número de doenças oportunistas e de mortes associadas a esta patologia. A compreensão progressiva da dinâmica vírica e celular e o melhor conhecimento dos mecanismos de ação farmacológica e da resistência aos antirretrovirais (ARV) têm permitido avanços consideráveis no controlo clínico da imunodeficiência causada pelo VIH. Por outro lado, a emergência de eventos adversos tardios influenciou negativamente a qualidade de vida, fazendo com que a condição de viver com VIH assumisse características semelhantes a outras doenças crónico-degenerativas.