IPS - ESE - DCCL - Comunicações em congressos
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Browsing IPS - ESE - DCCL - Comunicações em congressos by Author "Alves, Marta Pinho"
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- Are you recording? A produtora online hitrecord e a criação cinemática colaborativaPublication . Alves, Marta PinhoO novo cenário digital origina efetivas transformações nas formas de elaboração e difusão cinemática, evidenciadas pela dilatação do número de participantes neste contexto e pelo aumento dos canais de circulação e exibição da obra fílmica. No entanto, embora se possa admitir que o modelo industrial dominante passa a ser alvo de alguns condicionamentos e que necessita de se adaptar às alterações que aparentam estar em conflito com os seus modos de operar habituais, é também notória a sua capacidade de se adequar ao novo contexto. Propõe-se, assim, que não ocorre uma substituição, mas antes que a indústria encontra forma de utilizar essas novas práticas, construindo negócios sustentados naquele que é considerado o ethos do trabalho em rede e apropriando e mobilizando o discurso que lhe é associado. As ideias de colaboração e de coautoria/coprodução passam a ser exploradas por um número crescente de empresas, com objetivos comerciais. Na sequência disso, as várias iniciativas, que são muitas vezes identificadas como motivadoras de uma alteração das relações de poder, significam antes uma migração das convencionais estruturas de produção e difusão de conteúdos para um novo contexto, onde continuam, no entanto, a exercer o seu papel habitual. A partir do labor e da estratégia discursiva da produtora colaborativa online HitRecord, a presente comunicação propõe-se entender o designado cinema colaborativo e os modelos de negócios e relações laborais que se lhe associam.
- A cidade no cinema: breve genealogiaPublication . Alves, Marta Pinho
- O cinema ao vivo como modalidade de expressão cinemática do tempo do digital: As performances do coletivo artístico the light surgeonsPublication . Alves, Marta PinhoNo decurso do processo de digitalização do cinema e, portanto, de uma outra etapa de transformação tecnológica deste medium, novas possibilidades de criação cinemática têm sido esboçadas. Estas possibilidades não nascem desvinculadas de um passado complexo e diversificado e são mesmo, na maioria dos casos, resultado da confluência de ideias, tradições e experiências antes parcamente exploradas, marginalizadas ou obliteradas. Um dos exemplos aqui integrado é o Cinema ao Vivo. O presente artigo procura compreender os modos de expressão deste cinema, assim como as práticas, os dispositivos e as ferramentas colocadas ao seu serviço. Uma ilustração é proposta mediante a apresentação das criações de The Light Surgeons, um coletivo de artistas e cineastas sediado no Reino Unido, que detém um complexo e diversificado corpo de trabalho enquadrável nesta modalidade.
- O cinema ao vivo: definições e possibilidadesPublication . Alves, Marta PinhoO cinema ao vivo consiste num espetáculo ao vivo de criação e apresentação de imagens em movimento, para uma audiência, em tempo real. Neste, diferentemente do que ocorre no cinema convencional, as imagens não têm um ordenamento pré determinado, mas antes são organizadas e alinhadas no curso da sua exibição. O cineasta torna-se num performer que, durante a apresentação, atua perante a audiência, manipulando e construindo o filme ao vivo. Este partilha o seu espaço de atuação com artistas de diferentes áreas, que participam também da construção do espetáculo, e com os espectadores, que abandonam a sua habitual postura passiva para passar a interagir com o filme. Nestas apresentações mesclam-se cinema narrativo e não narrativo, imagens e música gravada e ao vivo e artes performativas: num mesmo evento são integradas múltiplas expressões artísticas diferentes ultrapassando-se as fronteiras da experiência cinematográfica comum e caminhando no sentido da ideia wagneriana de Gesamtkunstwerk (‘Obra de Arte Total’). As características do cinema ao vivo apontam, assim, para uma noção de transdisciplinaridade – ou ‘transmedialidade’ – que origina o debate acerca do lugar da sua integração dentro do espectro das artes ou dos media. O presente artigo mapeia e analisa distintas manifestações de cinema ao vivo procurando identificar os seus modos fundamentais de expressão contemporânea.
- O cinema de base de dados: modalidades e expressõesPublication . Alves, Marta PinhoNum texto escrito na viragem do século XX para o XXI, Lev Manovich declarou que, proximamente, os filmes e telenovelas assemelhar-se-iam “(...) mais ao canal de televisão Bloomberg do que a E Tudo o Vento Levou” (2000, tradução da autora). Esta ideia era fundada na noção de que a base de dados ocupara já o lugar de principal forma de expressão cultural, destronando a narrativa. Manovich assinalou noutra reflexão dedicada ao tema que os novos objetos dos media haviam deixado de contar histórias, na medida em que não se orientavam já por assinalar um começo e um final e abdicavam de um desenvolvimento temático e/ou formal que lhes permitisse estruturar uma ordem sequencial. Em vez disso, eram, na sua perspetiva, constituídos por elementos individuais com significados autónomos (1998). Embora o cinema encontre ainda expressões múltiplas, não estando portanto concretizado o cenário antevisto pelo autor, várias experiências têm sido desenvolvidas que podem ser aqui enquadradas. Cineastas e artistas que trabalham com imagens em movimento têm explorado as potencialidades generativas do computador, testando um cinema construído pela máquina. O presente artigo faz um mapeamento de várias modalidades enquadráveis nesta formulação cinemática, procurando compreender algumas das suas manifestações e o modo como se expressam.
- Cinema pro-amPublication . Alves, Marta Pinho
- A digitalização do cinema e a emergência do cinema PRO-AMPublication . Alves, Marta PinhoAo longo de grande parte da história do cinema, foi frequentemente fácil estabelecer a distinção entre uma forma de produção cinematográfica entendida como profissional e outra considerada amadora. A diferenciação era efetuada mediante a evocação de elementos particulares associados a cada tipologia. No momento contemporâneo, face à intervenção da digitalização no território da criação de imagens em movimento, esta oposição tende a esbater-se. As duas categorias contaminam-se ou mesclam-se, criando, assim, uma nova categoria híbrida. A modalidade de produção cinemática que permite ao cinema assumir em simultâneo características e tropos dos dois territórios, antes aparentemente incompatíveis, é aqui designada por cinema pro-am. Esta denominação adota um termo já comum para a fusão entre os conceitos amador e profissional, composto pela justaposição da abreviatura dos vocábulos que os nomeiam. É objetivo do presente artigo compreender a génese deste conceito e a sua expressão contemporânea. Tendo em conta estes propósitos, a reflexão inicia-se com uma breve incursão histórica em que se procura caracterizar as duas tipologias de produção cinemática, no sentido de identificar as características particulares que, ao longo do tempo, lhes foram atribuídas e contribuíram para as definir. As oposições que lhes subjazem podem ser agrupadas a partir de quatro elementos fundamentais: 1) os protagonistas e suas condições de produção; 2) a tecnologia utilizada; 3) as produções (destacando-se aqui os seus componentes técnicos, estéticos e temáticos); 4) os modos de circulação e difusão das mesmas. Seguidamente, identificam-se as transformações operadas contemporaneamente no território do cinema, que aparentam contribuir para a sua indistinção. Nesta etapa, discute-se o conceito de digitalização e o que este representa no quadro da criação e difusão cinemática. Finalmente, faz-se alusão a exemplos integráveis na nova categoria de cinema pro-am que visam demonstrar a sua manifestação e recorrência. Estes exemplos, dos quais se apresentará uma breve análise, são agrupados em duas sub-categorias: 'amadores que fazem filmes como profissionais' e 'profissionais que fazem filmes como amadores'. As designações propostas para as duas sub-categorias antes mencionadas assinalam a manutenção da referência ao anterior binómio como elemento necessário à compreensão dos seus modos de expressão.
- "O futuro do cinema é cor de laranja"Publication . Alves, Marta Pinho
- O futuro do cinema e cor de laranja: há uma singularidade estética e narrativa no cinema feito em smartphone?Publication . Alves, Marta PinhoPor volta de 2005, os telemóveis passaram a estar equipados com câmaras de vídeo. Cineastas, artistas e ensaístas começaram a usá-los como instrumentos da sua escrita fílmica. As primeiras reflexões sobre o cinema assim elaborado, propostas pelo teórico Roger Odin ou pelo investigador e realizador Max Schleser, entenderam no como singular porque dotado de características próprias, fundadas na natureza do equipamento de registo e nas suas limitações técnicas. Na perspectiva destes analistas (e de outros que, posteriormente, reafirmaram essas intuições), o cinema produzido com telemóveis, que permitia apenas imagens pixelizadas, de baixíssima resolução, instáveis e de curta duração, configurava modos estéticos e narrativos específicos e uma particular relação com o espectador. O considerável aumento da resolução das câmaras de filmar disponíveis nestes aparelhos e o acrescento de outras funcionalidades técnicas, veio contribuir para a aproximação do cinema produzido pelos telemóveis a formas narrativas e estéticas mais próximas do mainstream, pondo em causa a inscrição do cinema assim produzido numa categoria própria. O presente artigo pretende entender, a partir de um mapeamento e caracterização dos filmes feitos com telemóveis que usam imagens de alta resolução, se permanece pertinente a ideia de uma especificidade associada a este cinema. Daí a pergunta colocada no título: Há uma singularidade estética e narrativa no cinema feito com smartphones?
- Monstros do tamanho normal no grande mundo analógicoPublication . Alves, Marta PinhoEste artigo toma como objecto de estudo dois filmes da obra do realizador, Tetsuo (Tetsuo I: O Homem de Aço) e Tetsuo II: BodyHammer (Tetsuo II: O Ciberpunk), que definimos como um díptico, ou seja, duas variações para uma mesma temática. Na nossa perspectiva, do ponto de vista temático, estes filmes surgem fundamentalmente alicerçados, embora com algumas derivações e incursões noutros domínios, na relação entre o sujeito e o ambiente urbano hipertecnologizado, característico de muitos territórios contemporâneos. Em cada dos filmes, um ou mais corpos letárgicos, dessensibilizados, emergem mediante um momento catalisador que lhes devolve o fulgor vital cerceado pela urbanidade, pela tecnologia e pela norma social representadas imageticamente pela cidade fria, altiva, sufocante. Os indivíduos tomam gradualmente consciência de si como matéria sensível e perecível. Nesta jornada é-lhes imposta como condição sine qua non a dor, que pode significar a dilaceração da carne ou a ruína emocional. No entanto, a conclusão do percurso beneficia-os com o regresso à noção de corporeidade e à capacidade de usufruir das emoções. É assim nosso propósito procurar compreender, mediante uma perspectiva crítica, o ímpeto tecnológico contemporâneo que equaciona possibilidades como a dismorfia, a obsolescência ou a abolição do corpo e a desfragmentação ou desmaterialização do espaço físico, originadoras de reflexões acerca do futuro do humano no cruzamento entre estas noções e o vasto e inusitado repertório imagético e conceptual que constitui o imaginário do cinema de Tsukamoto.