ESEP - Dissertações de Mestrado
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- Qualidade de vida da criança com doença oncológicaPublication . Valente, Antónia IsabelO cancro na criança é uma doença crónica que necessita de tratamentos longos e invasivos, que acarretam mudanças significativas quer na vida das próprias crianças como das suas famílias, podendo influenciar a sua qualidade de vida (QV). A qualidade de vida relacionada com saúde é considerada de extrema importância na prática pediátrica, já que sua mensuração se tornou um importante indicador de saúde, podendo ser usado para avaliar a eficácia, das mais variadas intervenções. Este trabalho visa contribuir para o conhecimento sobre a QV das crianças com doença oncológica. Foi desenvolvido um estudo de carácter quantitativo e transversal que se insere numa abordagem do tipo exploratório, descritivo e correlacional. O estudo abrangeu uma amostra não probabilística de 50 crianças/pais a quem foi aplicado um instrumento genérico de avaliação de QV – Kidscreen 27, tendo sido inquiridos pais e as crianças. Procedeu-se à caracterização sócio-demográfica e clínica, elaborando-se ainda questões no sentido de auscultar a opinião dos inquiridos sobre o papel dos Enfermeiros na promoção do bem-estar. Em geral as crianças avaliam de uma forma positiva a sua QV, apresentando os seus valores mais baixos a nível da dimensão bem-estar físico. Por outro lado, os pais avaliam a QV dos seus filhos de uma forma mais negativa. Na óptica dos pais e das crianças, o contributo dos profissionais de enfermagem para uma melhoria do bem-estar da criança centraliza-se nas competências relacionais/comunicacionais. Os resultados deste estudo poderão contribuir para a melhoria do conhecimento científico na área da QV em crianças, podendo até servir de base a outros trabalhos nesta área e ainda contribuir para a implementação de projectos a nível institucional, garantindo um processo de personalização, com vista à melhoria dos cuidados prestados.
- Assistir doentes parassuícidas : subsídios para a reconstrução cognitivaPublication . Aguiar, Carla MariaDevido ao conjunto de problemas que caracterizam as sociedades actuais, assistimos ao aumento progressivo e sistemático da taxa e dos comportamentos suicidários. Sendo o suicídio um comportamento humano dotado de grande complexidade, caracterizado normalmente por uma ambivalência entre o desejo de morrer e o desejo de viver, tal comportamento pode muitas vezes estar associado a distúrbios psiquiátricos (depressão, transtornos de personalidade, psicose, entre outros). Por ainda ser um indicador da existência de conflitos e dificuldades humanas, tornando-se difícil lidar com eles, com a agravante do indivíduo poder estar destituído de mecanismos de defesa e de gestão de emoções. Actualmente o comportamento suicidário é considerado um problema de Saúde Pública e a Organização Mundial de Saúde - OMS prevê para 2020 uma morte por suicídio a cada vinte segundos e uma tentativa a cada um ou dois segundos. Quando se estuda o comportamento suicida, devem ser lembrados conceitos tais como ideação suicida, tentativa de suicídio e parassuicídio. A distinção entre os três conceitos depende essencialmente do grau de intencionalidade. Esta pesquisa tem por finalidade central ajudar a identificar estratégias que os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria podem utilizar para assistir doentes com comportamentos parassuicidas e de que forma podem ajudar na reconstrução cognitiva dos utentes, no sentido de evitar recaídas futuras. O estudo tem como objectivos: analisar, na óptica do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, as motivações expressas pelos utentes com manifestações suicidas; avaliar eventuais mudanças de atitude perante a vida por parte do utente, durante o internamento; identificar oportunidades de intervenção do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria em matéria de regimes terapêuticos complexos, susceptíveis de melhorar o atendimento do utente com problemáticas suicidárias. A pesquisa foi realizada no Hospital de Magalhães Lemos, EPE – Porto e contou com a colaboração de 12 Enfermeiros Especialistas a exercer funções em serviços de internamento completo da referida instituição. Para a recolha de dados foi XII utilizada a entrevista semi-estruturada. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa. Os resultados obtidos permitem afirmar que os utentes parassuicidas normalmente apresentam pensamentos/comportamentos que revelam um auto-conceito negativo, pessimista e inseguro, manifestando frequentemente sentimentos de hostilidade, tristeza e desesperança, que são sentidos como intoleráveis. Além disso, muitos dos doentes apresentam um pensamento dicotómico e rígido, bem como uma falência das estratégias de resolução de problemas, uma percepção de ausência de controlo sobre os seus próprios problemas e uma atitude de passividade. Todos estes sintomas devem ser considerados factores de risco para o comportamento auto-destrutivo. Os enfermeiros devem ter sempre presente uma regra de extrema importância: dever-se-á realçar sempre que o suicídio pode constituir uma solução permanente para um problema temporário, lembrando à pessoa de que existe ajuda e que os seus problemas e a sua dor podem ser ultrapassados.
- Espiritualidade, bem-estar e qualidade de vida de pessoas idosas que vivem sós no domicílio habitualPublication . Moreira, Sandra MariaEspiritualidade, Bem-Estar E Qualidade De Vida De Pessoas Idosas Que Vivem Sós No Domicílio Habitual O envelhecimento da população é um fenómeno emergente e atual que se afigura para a sociedade como um desafio premente de repercussões em áreas, tais como, a saúde, o bem-estar e a Qualidade de Vida das pessoas. Promover a Qualidade de Vida, de modo a permitir o envelhecimento bem-sucedido, implica atender a um conjunto de variáveis. Este estudo teve como objetivo descrever a relação entre algumas variáveis positivas e a Qualidade de Vida dos idosos que vivem sós no domicílio habitual. É um estudo exploratório, transversal, descritivo e correlacional, que se desenvolveu segundo o paradigma quantitativo. A amostra de conveniência foi constituída por 50 idosos (41 mulheres e 9 homens), com idades compreendidas entre os 65 e 90 anos, com idade média de 78,10 anos, que cumpriam os critérios de inclusão. Foi aplicado um questionário de auto-resposta, com questões para caraterização psicossocial da amostra e escalas. O Short-Form com 12 itens (α=0,84), que avalia a perceção do estado de saúde e a Qualidade de Vida (total, componentes: físico e mental) dos idosos. A Escala de Satisfação com a Vida (α=0,88) avalia a componente cognitiva do bem-estar subjetivo. A Escala de Avaliação da Espiritualidade (α=0,61) avalia a espiritualidade (total, dimensões: crença e esperança/otimismo) dos idosos. A Escala de Bem-Estar Psicológico (α=0,85) que avalia o bem-estar psicológico (total e subescalas). Nos resultados verificou-se existência de associação positiva estatisticamente significativa entre as variáveis: mais anos de escolaridade, reforma por idade, professar a religião católica e realizar atividades recreativa e física e melhor perceção de Qualidade de Vida dos idosos. O componente mental é o que melhor explica a perceção de Qualidade de Vida total dos idosos. Mais Satisfação com a Vida, Espiritualidade (dimensão: esperança/otimismo) e Bem-Estar Psicológico associa-se a melhor perceção de Qualidade de Vida (Total e componentes física e mental) dos idosos que vivem sós no seu domicílio habitual. O papel do enfermeiro na promoção da Qualidade de Vida é essencial: incentivando e preservando a autonomia na atividade física e recreativa, atendendo às componentes religiosas/espirituais, otimismo, Satisfação com a Vida e Bem-estar Psicológico.
- A dor no exercício profissional do enfermeiro, num serviço de urgência : processo de tomada de decisão, factores inibidores e estratégias de melhoriaPublication . Pereira, IsabelA dor constituiu um foco de atenção do exercício profissional dos enfermeiros. Neste sentido, este estudo aborda a actuação de enfermagem nos cuidados à pessoa com dor, num serviço de urgência, com privilégio sobre o diagnóstico, a intervenção e a respectiva documentação de cuidados. A sua finalidade consiste na melhoria da prática clínica e qualidade dos cuidados. O estudo decorre em quatro etapas. A primeira, com recurso à metodologia quantitativa, analisa 340 registos de enfermagem, no sentido da representação da dor e prática clínica de enfermagem. Esta constitui o alicerce do desenvolvimento da segunda etapa, em que, utilizando uma abordagem qualitativa, com a realização de 18 entrevistas aos enfermeiros, se pretende maior sustentabilidade para a interpretação da prática emergente. A terceira consiste na triangulação dos dados duas etapas precedentes, sendo na última etapa, efectuada a análise da prática clínica e identificadas as principais linhas orientadoras de intervenção. Os resultados encontrados sugerem que existem diferenças na avaliação da dor atendendo à capacidade de expressão e tipo de dor. Estas diferenças são estatisticamente significativas, face à prioridade clínica e área de atendimento. Quanto à intensidade da dor, verifica-se uma redução dos valores de intensidade entre o momento de entrada no serviço de urgência e o momento da alta clínica. Verificam-se lacunas na definição do enunciado diagnóstico, particularmente ao nível das características definidoras, e ao nível da intervenção de enfermagem, nomeadamente na implementação e valorização das medidas não farmacológicas de alívio da dor. Existem também, défices de conhecimentos, ao nível das normas de boa prática e sensibilização para a importância das medidas não farmacológicas de alívio da dor, verificando-se na maioria dos enfermeiros, a ausência de formação específica neste âmbito. As barreiras enunciadas são relativas ao contexto de cuidados, à pessoa/cliente, aos profissionais de saúde e à organização institucional. As estratégias sugeridas situam-se, na formação, na sensibilização para a temática e em mudanças ao nível das políticas de gestão e de cultura organizacional. Os resultados do estudo referem-se a um contexto particular de cuidados pelo que as conclusões devem ser consideradas neste âmbito. Sugerem-se outros estudos, no sentido da replicação do método em diferentes contextos de cuidados, e a implementação do plano de intervenção desenvolvido.
- Representações sociais das parturientes sobre a intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde materna e obstetrícia : a visibilidade dos cuidadosPublication . Castro, Rosa SandraO passado histórico de enfermagem tinha a sua base na solidariedade humana, no senso comum, no misticismo e em crendices no seio da sociedade, que se expressava no acto instintivo de cuidar. Actualmente, esta profissão procura aprofundar seus aspectos científicos, tecnológicos e humanísticos em função da constante mutação dos conhecimentos, tendo como centro de suas actividades o acto de promover e cuidar da saúde. A profissão de enfermagem teve início através de conhecimento empírico, adquiriu suas bases científicas a partir do início do século passado e procura, desde então, livrar-se do estereótipo de profissão inferior, promovendo a visibilidade dos seus cuidados e o seu reconhecimento social. A parteira, agora designada enfermeira especialista em enfermagem de saúde materna e obstetrícia, sofreu grandes reconfigurações no espaço profissional ao longo dos tempos, que a obrigaram a ultrapassar grandes obstáculos que se colocaram ao seu desenvolvimento. Hoje, é consensual, que apesar de um percurso histórico cheio de dificuldades, com avanços e retrocessos, os enfermeiros especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia têm aquilo que é necessário para que no contexto da profissão sejam considerados profissionais com intervenções autónomas, bem como legitimidade para o exercício das suas funções. Mas, ao longo dos tempos, ocorreram transformações significativas, neste grupo profissional, que, de certa forma, interferiram com a autonomia do exercício destes profissionais. Os enfermeiros desenvolvem as suas funções em organizações complexas, como é o caso dos hospitais, e partilham cuidados com os restantes membros da equipa multidisciplinar, onde o exercício do poder pode sobressair influenciando a visibilidade de cuidados do EESMO na assistência ao trabalho de parto e nascimento. Assim, a presente investigação teve como principal finalidade, conhecer as representações sobre a intervenção do Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia no trabalho de parto e nascimento, a partir das mulheres. X Adoptamos a metodologia de carácter exploratório descritivo, de natureza qualitativa com o objectivo de responder às seguintes questões de investigação: “Quais as representações das mulheres acerca das intervenções do Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstétrica durante o trabalho de parto e nascimento?”; “Que visibilidade social tem o EESMO na óptica das mulheres?” Participaram nesta investigação sete puérperas, cujo parto foi realizado pelo EESMO, seleccionadas por um processo de amostragem por conveniência e que obedeciam aos critérios de inclusão estabelecidos anteriormente. Os dados foram obtidos através da realização de entrevistas semi-estruturadas e para a análise das entrevistas utilizou-se a técnica de análise de conteúdo segundo Bardin. Conclui-se que a falta de identificação dos profissionais na assistência ao processo de trabalho de parto e nascimento, influencia a visibilidade dos profissionais EESMO na prática das suas actividades autónomas e proporciona um certo desconhecimento da especialidade para a maioria das inquiridas. A conquista plena do reconhecimento e valorização da profissão de enfermagem e nomeadamente a especialização em enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, obriga os EESMO a reflectir sobre o seu desempenho e desenvolver estratégias de mudança que os vão qualificar e valorizar, fundamentando assim a autonomia e identidade profissional pretendida.
- Maternidade na adolescência : transição para o papel maternoPublication . Coelho, Fernanda de AscençãoA maternidade na adolescência é considerada pelas sociedades industrializadas como um grave problema de saúde pública, encontrando-se muitas vezes associados a baixos níveis de escolaridade, ao desemprego ou ao emprego precário (Canavarro, 2001). Esta problemática pode causar um impacto negativo na saúde da adolescente e da criança, assim como na família e na sociedade. O modo como a maternidade afecta a adolescente, a sua família e a sociedade envolvente está relacionado com a sua própria cultura. Assim sendo, ser mãe precocemente pode fazer sentido por razões económicas e culturais em alguns grupos, o que deve ser tido em conta ao avaliar o impacto da maternidade no percurso desenvolvimental da adolescente (Arai, 2003). Neste sentido, a pergunta que norteou este trabalho de investigação foi: “Como vivenciam as mães adolescentes, o processo de transição para o papel materno” no concelho de Lousada, tendo como objectivos: compreender o significado atribuído ao processo de transição para o papel materno; descrever as expectativas em relação ao papel materno; identificar os conhecimentos e as habilidades perante o papel materno e conhecer o contexto social e familiar das participantes. Este estudo tem um carácter qualitativo, em que a técnica de recolha de dados foi a entrevista semi-estrutura. A análise destas foi através do método de análise de conteúdo de Bardin e à luz da teoria das transições de Meleis. As participantes do nosso estudo foram oito mães adolescentes, com idades compreendidas entre os 17 e os 19 anos, internadas num serviço de Obstetrícia / Ginecologia de um hospital do concelho de Penafiel, no período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2009. As participantes do estudo, na sua maioria (75%) são casadas e 50% da amostra planeou a sua gravidez. O conhecimento e habilidades na prestação dos cuidados à criança foram facilitados pelas suas experiências (62,5%) e pelo apoio social (87,5%), recebido principalmente pelas mães das participantes. Neste contexto, vários factores, como o planeamento da gravidez, o conhecimento prévio e o suporte social, revelaram-se como condições facilitadoras das transições vivenciadas pelas participantes. Assim, verificámos que as participantes conseguiram adaptar-se ao processo de transição para o papel materno, mostrando ter disponibilidade materna manifestada pela facilidade na prestação dos cuidados à criança, pela preocupação com o filho, pela compreensão das necessidades deste e pela interacção positiva que referiram ter com os seus filhos. Temos consciência que pelas características deste estudo, os resultados obtidos não podem ser generalizados. Por este motivo, sugerimos a continuidade do estudo de forma a elaborar um programa destinado às mães adolescentes.
- A família : atitudes do enfermeiro de reabilitaçãoPublication . Sousa, Eunice SaloméA presença da família em meio hospitalar é hoje uma realidade, que surge no desenvolvimento de uma lógica de humanização das instituições. No entanto, a sua presença física nem sempre é sinónimo de envolvimento ou participação nos cuidados. É reconhecido que na interacção enfermeiro / família são produzidos conhecimentos, estratégias e recursos facilitadores das transições doença / saúde. A plena reintegração, o grande objectivo dos enfermeiros de reabilitação, não acontece de forma indissociável da família. Estes profissionais, pela sua formação adquirem competências conceptuais e executivas específicas no cuidado à família, com capacidade de intervenção ao nível cognitivo, afectivo e comportamental. Uma boa atitude para com os familiares é a base de uma sólida relação terapêutica. Do contacto diário com os familiares podem surgir situações de conflitos que geridos positivamente reforçam o cuidado em parceria. Uma atitude autoritária e o recurso a estilos de gestão de conflitos menos construtivos, potenciam as diferenças e os desentendimentos entre as partes, aumentando o stress ocupacional, um fenómeno com repercussões graves entre estes profissionais. Esta pesquisa é um estudo de caso, pois procura conhecer as particularidades de um grupo profissional – os enfermeiros, num centro hospitalar do país. Através de um estudo exploratório, descritivo e correlacional pretende-se identificar as diferenças entre os especialistas de reabilitação e os restantes enfermeiros, na atitude e no estilo de gestão de conflitos utilizados face à família e a sua tradução na percepção dos acontecimentos causadores de stress para estes profissionais. Para a colheita de dados, recorreu-se às escalas IFCE-AE (Importância das famílias nos cuidados de Enfermagem - atitudes dos enfermeiros), ROCI-II (Rahim organizacional conflict inventory - II) e ESPE (Escala de stress profissional dos enfermeiros). Os resultados obtidos evidenciam que a idade, a experiência profissional, a formação em enfermagem de família e as experiências anteriores com familiares gravemente doentes influem para que os inquiridos (n=480) apresentem uma atitude positiva perante a família, no entanto estas variáveis não são determinantes na atitude dos especialistas de reabilitação. Estes profissionais quando comparados com os restantes enfermeiros revelam diferenças significativas em considerar a “família como parceiro dialogante e recurso de coping” e “um recurso nos cuidados de enfermagem”. A análise dos estilos de gestão de conflito indica que os especialistas de reabilitação recorrem com maior frequência aos estilos “integração” e “servilismo”, comparativamente com os restantes enfermeiros. Não se identificaram diferenças entre os grupos na frequência com que percepcionaram os acontecimentos causadores de stress ocupacional.
- A vivência de transições na parentalidade face ao evento hospitalização da criançaPublication . Magalhães, SandraA hospitalização da criança é, geralmente, um evento crítico para os pais, relacionado com a mudança do ambiente físico e psicológico, separação dos restantes familiares, interrupção das actividades quotidianas, sentimento de perda de normalidade, insegurança no papel parental, alterações financeiras, dor pelo sofrimento do filho, ansiedade, culpa e medo. A transição pode ser desencadeada por eventos ou pontos críticos, e requer que o indivíduo seja capaz de incorporar as mudanças na sua vida, alterando o seu comportamento e redefinindo a sua identidade. Com este estudo, pretendemos compreender se face ao evento hospitalização da criança os pais vivenciam transições na sua parentalidade. Assim, através de uma investigação qualitativa, do tipo descritivo e exploratório, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a pais de crianças hospitalizadas, num serviço de Pediatria Médica. Posteriormente, as respostas foram analisadas pela técnica de análise de conteúdo categorial de Bardin, considerando a Teoria das Transições de Meleis e os objectivos do estudo. Pela análise dos dados, surgiram três dimensões que representam a vivência da hospitalização da criança pelos pais e o exercício da sua parentalidade durante a mesma. Na dimensão Evento crítico: hospitalização, podemos constatar que este acontecimento foi realmente crítico para os pais, através das respostas incluídas nas categorias impacto da hospitalização, mudanças e diferenças e significado da hospitalização. A segunda dimensão contempla o Ajustamento parental ao evento crítico, através das categorias preparação e conhecimento, envolvimento, estar ligado e interagir, momentos mais importantes, crenças culturais e atitudes, condições da comunidade e condições da sociedade. Por último, na dimensão Exercício da parentalidade, podemos verificar as percepções dos pais relativamente ao seu papel parental face à hospitalização da criança, pelas categorias localizar-se e estar situado, domínio de novas competências e reformulação da identidade. Os resultados encontrados constituem um contributo para o conhecimento e compreensão da transição na parentalidade, para a compreensão das alterações que a hospitalização provoca ao nível do papel parental, para o conhecimento das estratégias utilizadas pelos pais na adaptação a essas alterações e das condições facilitadoras e inibidoras das mesmas, no sentido de permitir a implementação de intervenções de enfermagem que antecipem, facilitem e promovam respostas positivas.
- Desenvolvimento da competência de autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação intestinalPublication . Cardoso, TeresaA investigação apresentada nesta dissertação situa-se no domínio da pessoa com ostomia de eliminação intestinal, tomando por objeto de estudo a problemática do desenvolvimento de competências de autocuidado, em contexto comunitário. O estudo emerge de um percurso de investigação que decorreu entre outubro de 2010 e julho de 2011, envolvendo a participação do Agrupamento dos Centros de Saúde (ACES) de uma Unidade Local de Saúde (ULS) da região norte. O propósito da investigação passa pela definição de um modelo de avaliação do desenvolvimento da competência de autocuidado da pessoa ostomizada, que permita a produção de indicadores de saúde capazes de traduzir o contributo dos cuidados de enfermagem para a saúde da população em estudo e para os diferentes contextos de ação. Relativamente ao desenho do estudo, foi adotado um paradigma quantitativo, do tipo metodológico, descritivo e transversal, sendo o percurso da investigação determinado por duas fases distintas, de acordo com os objetivos definidos. O primeiro momento teve como objetivo a construção de um instrumento de avaliação do desenvolvimento da competência de autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação intestinal. Esta fase foi desenvolvida em conjunto com outras duas investigadoras, cujos contextos de estudo foram serviços de internamento hospitalar. Na segunda fase do estudo, recorrendo ao seu cariz descritivo, foi aplicado o instrumento de avaliação recém-criado, no sentido de cumprir os objetivos da descrição das competências de autocuidado da pessoa ostomizada e a descrição das mesmas competências, de acordo com as variáveis de atributo, clínicas e de tratamento, em contexto comunitário. Da primeira fase emergiu um instrumento de avaliação com aplicabilidade clínica ao longo do percurso de aprendizagem de competências de autocuidado da pessoa ostomizada, desde o período do pré-operatório até ao contexto comunitário. Com o cumprimento deste objetivo da investigação, consolidou-se a ideia da multidimensionalidade da competência de autocuidado, estando a cada uma das dimensões, associado um conjunto de indicadores. A avaliação do desenvolvimento destas dimensões determina o juízo de diagnóstico referente à competência de autocuidado da pessoa ostomizada, tendo sido definidas seis dimensões: o conhecimento, a auto-vigilância, a interpretação, a tomada de decisão, a execução e a negociação e utilização dos recursos da saúde. A segunda fase permitiu-nos descrever qual a competência de autocuidado das pessoas ostomizadas participantes no estudo, tendo em conta os indicadores definidos para cada domínio. Os resultados sugerem que, face ao expectável em contexto comunitário, a pessoa demonstra parcialmente a competência de autocuidado à ostomia de eliminação intestinal, sendo possível encontrar diferenças significativas de acordo com variáveis como a idade, a escolaridade e o tipo de procedimentos a que esteve sujeita durante o período do pré-operatório. É inegável o papel do enfermeiro perante as necessidades de desenvolvimento da competência de autocuidado da pessoa com ostomia de eliminação intestinal, nomeadamente enquanto facilitador do processo de transição saúde-doença. A sistematização da avaliação permite adequar estratégias de intervenção e, face à escassez de instrumentos de avaliação, é premente investir na construção e validação destas ferramentas, tal como se pretende com este estudo.
- O perfil de autocuidado dos clientes : exploração da sua influência no sucesso após transplante hepáticoPublication . Mota, LilianaNo contexto da transplantação hepática o indivíduo é desafiado a reformular e/ou a integrar novos aspectos no seu autocuidado, por forma a que seja garantida a viabilidade do órgão e, portanto, a qualidade de vida. Neste âmbito o autocuidado, enquanto condicionalismo pessoal, surge como uma área extremamente relevante para a prática clínica de enfermagem. A postura do indivíduo face ao seu autocuidado (“perfil de autocuidado”) tem impacto significativo no transplante, pela necessidade do indivíduo integrar comportamentos de autocuidado orientados para o “sucesso do transplante”. O estudo visou identificar e descrever o perfil de autocuidado dos clientes submetidos a transplante hepático; explorar a natureza da influência do perfil de autocuidado no sucesso do transplante hepático. A investigação alicerçou-se numa abordagem quantitativa, do tipo descritiva e transversal; com base numa amostra não probabilística e de conveniência, constituída por 100 indivíduos. O instrumento utilizado na identificação e descrição dos perfis de autocuidado dos participantes resulta de um estudo desenvolvido por Rasanen, Backman e Kyngas, em 2007.O instrumento de avaliação das competências de gestão do regime terapêutico resulta de um conjunto de indicadores da Classificação de Resultados de Enfermagem de Moorhead, Johnson e Maas (2008). O perfil de autocuidado dos clientes submetidos a transplante hepático é predominantemente do tipo “indefinido”. Contudo, foi possível apurar 36 participantes com autocuidado aderente ao perfil responsável. A postura do indivíduo face ao autocuidado é marcada pela percepção que o indivíduo tem das suas vivências pessoais e de saúde, do passado, do presente e do futuro. Os factores que emergiram da análise factorial aos itens do “perfil de autocuidado” apontam três aspectos fundamentais: os biográficos/passado dos indivíduos, os relacionados com a situação actual, assim como, os focados nas atitudes e capacidades para gerir os problemas de saúde. No domínio da gestão do regime terapêutico emergiram os seguintes factores: a capacidade para gerir o regime dietético e medicamentoso, a adesão ao regime terapêutico e a capacidade e disponibilidade para detectar complicações. Os indivíduos com scores mais XVI elevados no perfil de autocuidado responsável têm uma menor percepção de complicações, assim como de alterações analíticas, revelam também uma maior capacidade para gerir o regime dietético e medicamentoso. Os indivíduos com scores mais elevados no perfil de autocuidado de abandono têm uma percepção face aos indicadores qualitativos de sucesso diametralmente oposta. O acompanhamento destes clientes é fundamental, devendo este ser realizado ao longo do tempo, adaptando as intervenções de enfermagem às reais necessidades, tomando por base a suas características.
