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Assistir doentes parassuícidas : subsídios para a reconstrução cognitiva

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Dissertação de Mestrado Carla Aguiar ep 3402.pdfDocumento principal1.62 MBAdobe PDF Download

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Devido ao conjunto de problemas que caracterizam as sociedades actuais, assistimos ao aumento progressivo e sistemático da taxa e dos comportamentos suicidários. Sendo o suicídio um comportamento humano dotado de grande complexidade, caracterizado normalmente por uma ambivalência entre o desejo de morrer e o desejo de viver, tal comportamento pode muitas vezes estar associado a distúrbios psiquiátricos (depressão, transtornos de personalidade, psicose, entre outros). Por ainda ser um indicador da existência de conflitos e dificuldades humanas, tornando-se difícil lidar com eles, com a agravante do indivíduo poder estar destituído de mecanismos de defesa e de gestão de emoções. Actualmente o comportamento suicidário é considerado um problema de Saúde Pública e a Organização Mundial de Saúde - OMS prevê para 2020 uma morte por suicídio a cada vinte segundos e uma tentativa a cada um ou dois segundos. Quando se estuda o comportamento suicida, devem ser lembrados conceitos tais como ideação suicida, tentativa de suicídio e parassuicídio. A distinção entre os três conceitos depende essencialmente do grau de intencionalidade. Esta pesquisa tem por finalidade central ajudar a identificar estratégias que os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria podem utilizar para assistir doentes com comportamentos parassuicidas e de que forma podem ajudar na reconstrução cognitiva dos utentes, no sentido de evitar recaídas futuras. O estudo tem como objectivos: analisar, na óptica do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria, as motivações expressas pelos utentes com manifestações suicidas; avaliar eventuais mudanças de atitude perante a vida por parte do utente, durante o internamento; identificar oportunidades de intervenção do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria em matéria de regimes terapêuticos complexos, susceptíveis de melhorar o atendimento do utente com problemáticas suicidárias. A pesquisa foi realizada no Hospital de Magalhães Lemos, EPE – Porto e contou com a colaboração de 12 Enfermeiros Especialistas a exercer funções em serviços de internamento completo da referida instituição. Para a recolha de dados foi XII utilizada a entrevista semi-estruturada. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa. Os resultados obtidos permitem afirmar que os utentes parassuicidas normalmente apresentam pensamentos/comportamentos que revelam um auto-conceito negativo, pessimista e inseguro, manifestando frequentemente sentimentos de hostilidade, tristeza e desesperança, que são sentidos como intoleráveis. Além disso, muitos dos doentes apresentam um pensamento dicotómico e rígido, bem como uma falência das estratégias de resolução de problemas, uma percepção de ausência de controlo sobre os seus próprios problemas e uma atitude de passividade. Todos estes sintomas devem ser considerados factores de risco para o comportamento auto-destrutivo. Os enfermeiros devem ter sempre presente uma regra de extrema importância: dever-se-á realçar sempre que o suicídio pode constituir uma solução permanente para um problema temporário, lembrando à pessoa de que existe ajuda e que os seus problemas e a sua dor podem ser ultrapassados.

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Suicídio Parassuicídio Enfermagem Depressão

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