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Advisor(s)
Abstract(s)
A morte súbita cardíaca (MSC) pode ser causada por diversas patologias
cardíacas, e na população jovem, geralmente é causada por cardiomiopatias, das
quais a cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a mais comum. A CMH é
considerada a patologia cardiovascular de origem genética mais comum, e em
muitos indivíduos, a MSC é a primeira manifestação clínica de CMH. Nestes
casos, o indicado é que sejam realizados testes genéticos post-mortem, também
conhecidos como autópsia molecular, cujo objetivo é identificar a causa genética
que levou à morte. A sequenciação de nova geração (NGS) permite a análise de
grandes regiões genómicas de forma rápida e gera uma grande quantidade de
informação, sendo uma ferramenta eficaz na determinação das causas
moleculares que levaram à morte, e na identificação de biomarcadores que
devem ser investigados nos familiares diretos da vítima de MSC. Foram investigados os mecanismos moleculares que causam a CMH, e foram
identificados os genes associados à CMH. A seguir, foram selecionados 16 casos
de jovens vítimas de MSC com características de CMH, cuja autópsia foi
realizada na Delegação do Norte INMLCF, e foi realizada uma autópsia molecular
utilizando NGS para investigar as variantes genéticas presentes nas regiões
codificantes de 40 genes selecionados. A seguir, foi feita uma expansão do painel
de genes elaborado, de forma a abranger genes associados a diversas
cardiomiopatias e arritmias. Inicialmente, foi elaborado um painel contendo 40 genes associados à CMH,
candidatos, ou associados a CMH-fenocópias. A autópsia molecular realizada
nos 16 indivíduos vítimas de MSC selecionados, revelou 37,5% de casos com
resultados positivos com variantes patogénicas ou possivelmente patogénicas
nos genes MYBPC3 e MYH7. Uma mesma variante genética foi identificada em 31,25% das vítimas de MSC analisadas, sugerindo a presença de uma variante
genética fundadora na população Portuguesa. Posteriormente, foram criados
dois paineis alargados, para a sequenciação de 62 e 82 genes, que serão
utilizados na realização de autópsia molecular em casos de vítimas de MSC
devido a arritmias e a cardiomiopatias, respectivamente. O uso de tecnologias NGS para a realização de autópsia molecular em vítimas de
MSC fornece informações importantes sobre a etiologia molecular de distúrbios
cardíacos. Até ao momento, os estudos genéticos post-mortem foram
conclusivos em 37,5% dos casos analisados, com variantes patogénicas ou
provavelmente patogénicas presentes nos genes MYBPC3 e MYH7, os principais
genes associados à CMH. A mesma variante foi identificada em 31,25% vítimas
de MSC analisadas, sugerindo a presença de uma variante genética fundadora na
população Portuguesa. Este trabalho, resultou na elaboração de dois paineis de
genes e o estudo será alargado a todos os casos de morte súbita em indivíduos
com idade inferior a 50 anos e autópsia médico-legal clássica branca, presentes a
todos os serviços do INMLCF, desde o ano de 2000 até a data atual.
Description
Comunicação Oral apresentada no 21º Congresso Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Lamego, 12-14 de outubro de 2023
Keywords
Morte súbita Autópsia Molecular NGS