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  • O envolvimento da comunidade local em projetos de ecoturismo à luz da responsabilidade social
    Publication . Sousa Basto, Rui
    O atual modelo de turismo ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável, designado por turismo sustentável, ganhou uma relevância particular quando passou a ser aplicado a projetos de ecoturismo. Na sequência disso, a produção de referenciais normativos para a atividade turística tem-se multiplicado geometricamente nas últimas décadas, mas nenhum desses referenciais parece tratar adequadamente o envolvimento da comunidade local com os operadores turísticos, os gestores de áreas protegidas e os turistas em projetos de ecoturismo. Partindo dessa premissa, o presente trabalho de investigação procurou indagar se esse envolvimento está devidamente acautelado na Norma NP ISO 26000:2011 – Linhas de orientação da responsabilidade social – cujos princípios orientadores são considerados um contributo essencial das organizações (seja qual for a sua natureza) para se alcançar a sustentabilidade como um todo e para o planeta.
  • Desobediência civil do ativismo climático em contexto de acrasia coletiva a problemática da não-violência
    Publication . Sousa Basto, Rui
    Um estudo recente revela que os jovens sofrem de ansiedade climática e sentem-se traídos pelas gerações mais velhas, a quem acusam de não terem sabido preservar o bom funcionamento do sistema-Terra. Os coletivos em torno dos quais estes jovens se organizam alegam que se encontram esgotadas todas as vias de comunicação com os detentores do poder. Por essa razão, o ativismo climático protagonizado pelas gerações mais jovens tem-se intensificado um pouco por todo o mundo, mas com uma incidência especial nos países democráticos do espaço europeu, e destes, da União Europeia. Os alvos dos ativistas do clima são os agentes políticos e económicos, acusados de inação climática. Tudo leva a crer que os detentores do poder conhecem os danos que o atual modelo de desenvolvimento económico está a causar ao bom funcionamento do planeta, mas apesar desse conhecimento agem contra o seu melhor julgamento do que é correto, numa atitude que poderá ser classificada como de acrasia coletiva. As ações dos ativistas são empreendidas em duas frentes de batalha: a dos tribunais e a das ruas: nos tribunais, através do recurso às mais altas instâncias judiciais; nas ruas, por meio de ações de desobediência civil. Os protestos de rua realizados no espaço europeu têm merecido dos Estados uma resposta inadequada e desproporcional, na qual são usados meios de vigilância e repressão de combate ao terrorismo e às organizações criminosas. Neste contexto, é essencial que se reflita sobre as caraterísticas do conceito de desobediência civil em regimes democráticos liberais, principalmente a questão sensível da não-violência. Nesta investigação utilizou-se o método da pesquisa bibliográfica pela leitura, interpretação, reflexão e crítica de livros e artigos científicos dos principais autores dos assuntos tratados.
  • Um novo paradigma de desenvolvimento para a época do antropoceno
    Publication . Sousa Basto, Rui
    O Antropoceno é um desafio ético-político para o qual a humanidade deve estar preparada. A responsabilidade desta nova Época geológica e cultural tem sido apontada a três fatores principais: a sobrepopulação, o modelo capitalista de crescimento ilimitado e a tecnologia emergente das revoluções científica e industrial. Esta investigação analisa o papel de cada um destes fatores para a concretização do Antropoceno, sugerindo que parece ser inevitável que ocorra uma contração da população, voluntária ou involuntária, um redirecionamento da investigação científica, técnica e tecnológica, que se mostra incapaz de cumprir a promessa da economia verde e o abandono do crescimento económico como medida do bem-estar, substituindo-o por modelos alternativos de cariz decrescentista. A investigação procura, ainda, as razões que estão subjacentes às recentes iniciativas disruptivas dos jovens ambientalistas radicais e sugere que o aparente desinteresse do cidadão comum sobre a crise climática será causado por um estado de acrasia coletiva.
  • A contribuição da arte para a superação da acasia coletiva no ecotecnoceno
    Publication . Sousa Basto, Rui
    Num momento em que se assiste a uma vontade crescente de se realizarem projetos de geoengenharia para contrariar as circunstâncias do Antropoceno, e perante as suspeitas de que alguns desses projetos possam ter sido iniciados, apesar dos riscos que comportam, a abordagem tecnológica do Ecotecnoceno surge como uma alternativa mais sensata e segura. Em contraste com o discurso alarmista do Antropoceno, muitas vezes catastrófico e centrado nas consequências negativas das atividades humanas, a narrativa do Ecotecnoceno promove uma interligação entre tecnologia e ecologia, num esforço de inovação que visa restaurar os refúgios de diversidade cultural e biológica, apresentando uma visão mais holística, de longo prazo e de responsabilidade partilhada. Paralelamente, observa-se que os acordos internacionais que têm sido assinados para contrariar os efeitos das alterações climáticas não têm obtido resultados satisfatórios, comprometendo as metas traçadas para evitar os cenários de calamidade que se anunciam. Apesar dos responsáveis políticos, económicos e financeiros que subscreveram esses acordos saberem o que é racionalmente melhor para o interesse da humanidade, verifica-se que têm agido em sentido contrário a esse conhecimento, o que sugere a possibilidade de existência de um estado de acrasia coletiva. Os cidadãos também aparentam não se interessar suficientemente sobre o que poderá vir a suceder nas próximas décadas por inação climática de quem os governa. Neste contexto, a Arte – nas suas múltiplas dimensões e vozes – pode desempenhar um papel essencial, contribuindo para a superação desse estado de acrasia coletiva global. Assim, neste capítulo discutimos como a Arte pode ser catalisadora da mudança, promovendo a reflexão crítica, criando inquietações e construindo pontes entre o conhecimento dos problemas e das soluções e a capacidade de motivar a ação para superar a inércia coletiva e inspirar a sociedade a agir em benefício de um futuro mais sustentável.
  • Negacionismo climático como sintoma de acrasia coletiva
    Publication . Sousa Basto, Rui
    O negacionismo climático é apontado como uma das causas para o incumprimento dos acordos internacionais sobre o clima. Neste artigo balizamos o conceito de negação na perspetiva da psicologia, refletimos sobre o negacionismo da história e da ciência, assinalamos os casos das indústrias das armas, tabaco e combustíveis fósseis e demarcámos o conceito de negacionismo de outros que aparentemente lhe são próximos. Por fim, relacionamos o negacionismo com o estado de acrasia coletiva em relação às alterações climáticas que se verifica nas instâncias do poder e na população em geral, sugerindo que o negacionismo climático é sintoma desse estado acrático global.
  • Arte e natureza em oposição a pretexto da crise climática
    Publication . Sousa Basto, Rui
    Nos últimos anos, alguns museus europeus têm sido palco de ações disruptivas por jovens ativistas que denunciam as causas antropogénicas da crise climática. Tinta negra, sopa de tomate ou puré de batata foram arremessados a obras-primas de Goya, da Vinci e Monet, entre outros. Os ativistas optaram pela desobediência civil, argumentando que os canais formais de comunicação com os representantes do poder político e económico estão esgotados. No entanto, as autoridades têm classificado estas ações como atos de desobediência criminal. Estaremos, assim, perante uma guerra entre a geração que enfrenta o apocalipse anunciado e os decisores de cabelos grisalhos que, em aparente estado de acrasia coletiva em relação às alterações climáticas, não estarão presentes para prestar contas? Serão moralmente justificáveis as ações que vandalizam obras-de-arte em nome do protesto climático? É legítimo exigir aos jovens ativistas que continuem a observar os limites da não-violência?
  • A singularidade humana do antropoceno
    Publication . Sousa Basto, Rui
    No atual quadro geoestratégico e geopolítico de ataque sistemático a conquistas civilizacionais que julgávamos inamovíveis, do ressurgimento de populismos que apelam aos instintos básicos dos cidadãos, do esboroamento lento mas persistente dos valores democráticos e da manifestação crescente, em várias geografias, de evidências políticas adversas ao estabelecimento de uma relação harmoniosa entre todos os habitantes deste planeta, não nos parece provável que a manta de retalhos à qual se convencionou chamar humanidade se una, por fim, no maior desafio que alguma vez enfrentou (é também certo que jamais enfrentará outro qualquer se não vencer este), e retroceda tanto quanto possível perante a provável ultrapassagem do ponto infinito do espaço-tempo humano. Em duas palavras: que queira e vá a tempo de evitar a singularidade do Antropoceno.
  • Influência da ecoansiedade nas propostas e ações dos jovens ativistas climáticos em contexto de acrasia coletiva
    Publication . Sousa Basto, Rui
    As ações de desobediência civil perpetradas por coletivos de jovens ativistas climáticos são um sintoma da desesperança diagnosticada às novas gerações em resultado da crise climática. A literatura refere que os jovens adultos são os que se sentem mais afetados pela ansiedade climática ou ecoansiedade, emoção complexa que pode ser fonte de stress e tristeza. Um estudo realizado em 2021 a 10 mil jovens de dez países, entre os quais Portugal, com idades entre 16 e 25 anos concluiu que os inquiridos apresentavam sintomas de ansiedade climática e emoções angustiantes associadas ao convencimento de que os governos não atuavam sobre a crise de uma forma coerente e urgente, o que lhes causava sentimentos de traição e abandono. Nesse inquérito, quase dois terços dos jovens portugueses afirmaram que a humanidade está condenada. Estudos recentes demonstram que os jovens sofrem também de solastalgia. A nostalgia e a solastalgia são sentimentos associados à ecoansiedade. Enquanto a nostalgia corresponde a um sofrimento enraizado na ausência de um lugar significativo, remetendo para uma separação temporal e ontológica em relação ao seu objeto, a solastalgia manifesta-se como um mal-estar gerado pela permanência física de um lugar familiar que, entretanto, foi transformado de tal modo que compromete o seu reconhecimento simbólico e afetivo. Não é já a distância que fere, mas a alteração do próprio mundo vivido. Tudo isto sucede num contexto de acrasia coletiva por inação climática, em que os responsáveis políticos, económicos e financeiros sabem o que é racionalmente melhor para a humanidade, mas agem em sentido contrário a esse conhecimento. Nesta investigação procurou-se compreender a influência da ecoansiedade e da solastalgia nas propostas e ações dos jovens ativistas climáticos em contexto de acrasia coletiva.
  • Bem-estar intergeracional no antropoceno
    Publication . Sousa Basto, Rui
    A presente investigação é realizada sob o efeito da notícia recente, publicada pelo Centro de Resiliência de Estocolmo, de que seis dos nove limites planetários foram ultrapassados por efeito do Antropoceno. Os três limites planetários que ainda não foram ultrapassados são a degradação da camada de ozono estratosférica, a carga atmosférica de aerossóis e a acidificação dos oceanos, que ainda se mantêm no espaço operacional seguro para a humanidade. O Antropoceno é o maior desafio ético-político que a humanidade alguma vez enfrentou. A sua natureza é polissémica, porque tanto poderá vir a significar a designação da Época geológica posterior ao Holoceno, quanto um conceito cultural que obriga a repensar a condição humana. O surgimento deste novo tempo resulta do facto de a humanidade se ter tornado uma força telúrica capaz de modificar as condições de funcionamento do sistema-Terra. A presente investigação analisa os impactos que o Antropoceno poderá vir a causar no bem-estar das gerações futuras, sejam estas próximas ou longínquas. Para esse objetivo, são analisadas as teorias do bem-estar humano mais significativas (hedonismo clássico de Bentham e Mill, satisfação das preferências/desejos informados e lista objetiva), a teoria das capacidades (capabilities) nas abordagens de Amartya Sen e Martha Nussbaum e a ética desenvolvida por Hans Jonas, de natureza ecocêntrica e transtemporal, debruçada sobre a relação entre a Natureza e a humanidade. Por fim, conclui-se que todas as teorias apresentam dificuldades conceptuais sobre o bem-estar intergeracional e admite-se a possibilidade de existência de um estado de acrasia coletiva que tem vindo a impedir a humanidade, ou os seus dirigentes e líderes, de agir no melhor interesse das gerações vindouras.