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Advisor(s)
Abstract(s)
A bílis é um produto de excreção hepática, sendo considerada uma
matriz alternativa que pode ser colhida na ausência ou insuficiência de matrizes
convencionais ou para complementaridade da análise das mesmas, em situação
post-mortem. Esta matriz apresenta uma ampla janela de deteção,
comparativamente com o sangue, e elevadas concentrações de drogas e
medicamentos e respetivos metabolitos, uma vez que constitui uma via de
eliminação de xenobióticos. Na fase de triagem, recorre-se aos imunoensaios
enzimáticos, que correspondem a métodos bioanalíticos baseados na interação
antigénio-anticorpo, despoletando resultados semi-quantitativos concernentes
com a presença ou ausência do analito na amostra. Objetivos: Estudo da
viabilidade da bílis, como amostra alternativa, para análise de drogas de abuso
clássicas através da técnica de imunoensaios enzimáticos. Materiais e Métodos:
A análise das amostras de bílis foi efetuada num equipamento semi-automático,
EVOLIS Twin Plus System, seguindo os mesmos procedimentos usados no
Serviço de Química e Toxicologia Forenses para as amostras de sangue. Foram
usados os testes para análise de opiáceos, metabolitos da cocaína, canabinóides,
anfetaminas e de metanfetaminas da OraSure Technologies, Inc. Trata-se de um
ensaio competitivo do tipo ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) em que,
no final é feita a leitura da absorvância de cada amostra, dos controlos e
calibradores, sendo o seu valor inversamente proporcional à concentração do
analito na amostra. Foram usados os mesmos calibradores cutoff em vigor no
SQTF para as amostras de sangue. As amostras de bílis usadas (200μL) foram
diluídas em diluente forense, respeitando uma proporção de 1:4. Foram
analisados no total 37 casos e posteriormente confirmadas por cromatografia de
gases associada à espetrometria de massa (GC-MS) e cromatografia líquida
associada à espetrometria de massa (LC-MS-MS). Resultados e Conclusão: Na
triagem das amostras de bílis por imunoensaios obtiveram-se resultados
positivos e negativos para os diferentes grupos de drogas de abuso, sendo por
isso viável a sua utilização através dos procedimentos e protocolos do sangue. Os resultados negativos obtidos e confirmados por GC-MS ou LC-MS-MS permitem-nos excluir a existência de casos de falsos negativos. Alguns dos resultados positivos foram, contudo, confirmados como negativos, evidenciando
a existência de interferentes com reatividade cruzada nos diferentes ensaios. Em suma, podemos concluir que a amostra de bílis pode ser usada na triagem de drogas de abuso clássicas por imunoensaios enzimáticos. Sendo uma boa alternativa pois os resultados negativos num ou mais grupos levam a que apenas os positivos sejam confirmados por técnicas mais específicas e demoradas, contribuindo assim para uma resposta mais rápida e menos dispendiosa.
Description
Comunicação oral apresentada no 21º Congresso Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, Lamego, 12-14 outubro de 2023.
Keywords
Imunoensaios Bílis Drogas de abuso Toxicologia Forense