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- Intoxicação por MDMA em Candidato a Dador de Coração Parado – Análise de um casoPublication . Castro, André Lobo; Almeida, Dina; Sousa, Lara; Costa, Pedro; Quintas, Maria José; Melo, Paula; Rangel, Rui; Tarelho, Sónia; Franco, João MiguelIntrodução: A dinâmica de consumo de substâncias ilícitas é caracterizada por tendências e “modas”, sempre com o objetivo de obter e experienciar os efeitos desejados, sejam estes de extremação sensorial, entactogénicos ou outros. No entanto, algumas substâncias mantêm‐se no mercado negro de forma consistente ao longo do tempo. É o caso das anfetaminas e dos seus derivados, as quais surgem de forma regular em casos de intoxicação. Os autores apresentam um caso ocorrido no norte de Portugal onde foi detetada MDMA em amostras post‐mortem, bem como em amostras recolhidas ao indivíduo ainda em contexto de emergência hospitalar, salientando‐se a excecionalidade deste procedimento. Material e Métodos: Trata‐se de um homem de 18 anos de idade, sem história conhecida de consumo de drogas de abuso. Foi ativado o INEM por inconsciência / suspeita de intoxicação por substância desconhecida. À chegada da equipa foi constatada respiração ruidosa, midríase fixa e hipertermia (temperatura auricular de 42ºC). Foram realizadas manobras de suporte básico e avançado de vida com administração de adrenalina. A vítima foi transportada ao serviço de urgência hospitalar e na primeira avaliação após constatação de assistolia, foram suspensas as manobras e a vítima foi avaliada e considerada como CDCP (Candidato a Dador de Coração Parado). Foi efetuada autópsia médico‐legal, tendo sido observada congestão visceral global e, a nível pulmonar, sufusões hemorrágicas subpleurais, edema marcado e áreas de hemorragia do parênquima. O exame anátomo‐patológico efetuado ao tecido pulmonar revelou a presença de hemorragia alveolar bilateral. Foram enviadas amostras de sangue periférico e da cavidade cardíaca para o SQTF para processamento analítico para pesquisa de etanol, drogas de abuso e substâncias medicamentosas. Posteriormente foram também recebidas amostras de sangue colhidas no SU com indicação da hora da colheita. Resultados e Discussão: A amostra de sangue periférico foi analisada, tendo sido verificada a ausência de etanol e a presença de lidocaína com uma concentração inferior a 500 ng/mL. O rastreio de drogas de abuso por imunoensaio sugeriu a presença de anfetaminas e derivados. A confirmação/quantificação de anfetaminas por GC‐MS‐single quad (LOD = 10 ng / mL), após o procedimento extrativo por SPE, revelou‐se positiva para MDMA [2278 ng / mL] e para MDA [49 ng / mL]. As amostras colhidas em contexto hospitalar mostraram‐se positivas para MDMA, com valores entre 504 ng/mL e 1918 ng/mL, e MDA, com valores entre 20 ng/mL e 89 ng/mL. Conclusões: Com o presente caso, os autores pretendem ressalvar que a análise dos resultados toxicológicos numa vítima submetida a procedimentos de colheita de órgãos para transplante carece de uma cuidadosa interpretação, tendo em conta o momento em que a colheita de amostra pode ser efetuada durante todo o processo, desde o internamento hospitalar até à realização da autópsia médico‐legal. Salienta‐se ainda a importância da comunicação com as unidades hospitalares, no sentido de, em casos específicos, poderem ser facultadas as amostras colhidas em contexto hospitalar, o mais próximo possível do momento do evento em estudo, tendo em conta que a concentração das substâncias pode alterar‐se durante a manutenção da vítima em suporte de vida.
- MDMA Intoxication in potential donor with cardiac arrest – A case reportPublication . Castro, André Lobo; Tarelho, Sónia; Almeida, Dina; Sousa, Lara; Franco, João Miguel; Teixeira, HelenaAmphetamines consumption is still an important public health issue, namely in terms of compounds variability and disposition to consumers. However, some of them, still classic substances, keep standing in the illicit market, with remarkable and continuous success. That is the case of MDMA. Nevertheless, there is always new information and data on MDMA intoxication, both in vivo as in post-mortem context. The authors report an intoxication case with MDMA in an 18 years old male, who was considered a potential organ donor, after a cardiac arrest. Whole blood samples were collected in vivo, at the Emergency Room (ER), in different moments, and post-mortem, at the Forensic Pathology Service of the National Institute of Legal Medicine and Forensic Science. After a general screening procedure, samples were extracted by an SPE procedure (OASIS® MCX) followed by a GC-MS single quad analysis. The post-mortem whole blood sample was positive for Lidocaine (< 500 ng/mL), compatible with ER intervention, and positive for MDMA (2278 ng/mL) and MDA (49 ng/mL), while the whole blood samples collected in vivo (during the maintenance of the individual under advanced life support), were positive for MDMA (between 504 ng/mL and 1918 ng/mL) and MDA (between 20 ng/mL and 89 ng/mL). The samples were negative for other substances, namely ethanol, other drugs of abuse and medicines. Interpretation of these results is pivotal to understand the behaviour of the substance. So, in this case, MDMA post-mortem behaviour should be carefully evaluated, considering as possible influencers, in the specific context of the case, the time lapse between the death verification, the maintenance of the advanced life support and the body manipulation for organ collection purposes. Also referred and discussed is the ante-mortem/post-mortem ratio of MDMA obtained values, compared with literature references. No doubt that death was due to MDMA intoxication, but information from the in vivo samples analysis suggests that this type of sample should also be considered, in a complementary role, whenever possible.