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- Os profissionais da comunicação estratégica das organizações em Portugal : em busca de identidade profissional e reconhecimentoPublication . Sobreira, Rosa; Andrade, Rogério Ferreira deEste trabalho analisa o processo de construção da identidade profissional dos profissionais da comunicação estratégica em Portugal e as estratégias de reconhecimento por eles intentadas. Tradicionalmente, o campo que identificamos como da comunicação estratégica das organizações surgiu e iniciou o processo de construção identitária a partir da emergência das relações públicas, na primeira década do século XX, nos EUA. Tendo em conta essa evidência, primeiro, procura-se compreender a emergência do campo das ciências da comunicação e explicar as razões subjacentes à multiplicação de perfis profissionais no mesmo (jornalismo, publicidade e relações públicas), assim como os elementos identitários que contribuíram, inicialmente, para o seu reconhecimento profissional. A construção de identidade profissional e a obtenção de reconhecimento não podem ser percebidos sem o enquadramento dos contextos sociais, económicos, tecnológicos e organizacionais onde ocorrem, e as influências desses factores sobre as profissões. Ao fazer essa análise foi possível verificar que o campo das ciências da comunicação viveu, nas últimas décadas do século XX, um processo de fragmentação intenso, com o aparecimento de múltiplas formas de relacionamento com os públicos, ferramentas de comunicação inovadoras e novas concepções sobre o que deve ser a comunicação nas e das organizações. Essa fragmentação influenciou as características de identidade dos seus profissionais e o reconhecimento obtido pelos mesmos tanto nas organizações como socialmente. Uma das principais evidências dessa fragmentação foi a incapacidade de resposta das relações públicas face às imposições provenientes de um meio caracterizado por grande instabilidade e volatilidade. Neste âmbito de fragilidade de reconhecimento profissional, foram os profissionais das agências e das consultoras de comunicação que assumiram o papel de proporcionar um 14 conhecimento com valor estratégico para organizações enfrentarem essa envolvente. A importância que estes profissionais assumiram resulta do facto de o tipo de conhecimento que detêm e demonstram provir mais das interacções sociais resultantes do contexto do trabalho e da capacidade de reacção às dificuldades impostas pelo meio, do que do saber cumulativo formalmente adquirido, como defendem as abordagens mais tradicionais de análise da identidade profissional. Por outro lado, esta nova centralidade do conhecimento estratégico e a multiplicidade de designações de actividades profissionais que as novas tecnologias da informação e da comunicação “inspiraram”, colocam em causa o discurso de construção identitária proveniente tanto da academia e como do movimento associativo que privilegiam, ainda, elementos formais da profissionalização. O último ponto do trabalho aponta para essa dificuldade de articular um discurso mais centrado em elementos bem definidos de uma profissão e a visibilidade e emergência de profissões mais fluidas e multifacetadas, mas que geram polémicas e colocam em causa as fronteiras entre os diferentes campos e, sobretudo, procuram serem reconhecidas como parceiros estratégicos das organizações.
- Facções e tensões associativas entre os pioneiros das relações públicas em Portugal : implicações para o reconhecimento profissionalPublication . Sobreira, RosaA década de 1960 marca o período em que as relações públicas começaram a ser exercidas em Portugal de forma profissionalizada (Lampreia, 1996; Fonseca, 2001; Cabrero, 2002). Na mesma década, em 1968, surgia aquela que é considerada a primeira associação profissional, a “Sociedade Portuguesa de Relações Públicas” (SOPREP). Chamar “Sociedade” e não “Associação” foi uma forma de evitar certos condicionalismos legais do sistema corporativo a que o associativismo profissional estava sujeito, antes do 25 de Abril de 1974. Ao atribuir o estatuto de associação de carácter cultural à SOPREP, permitia-se que qualquer pessoa que se interessasse pelas relações públicas pudesse ingressar na Sociedade. Mas este subterfúgio para contornar os entraves colocados pelo regime político, acabou por levantar, mais tarde, várias polémicas entre os associados. Este trabalho aborda essas tensões dentro do movimento associativo, em Portugal, assim como as suas implicações para a afirmação e o reconhecimento da profissão de relações públicas.