Browsing by Author "Dinis, Pedro"
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- Bílis como matriz alternativa ou complementar na análise de drogas de abuso e benzodiazepinas por imunoensaios. Estudo preliminar.Publication . Dinis, Pedro; Monsanto, Paula; Mustra, Carla; Margalho, Cláudia; Frias, Eugénia; Fonte Santa, Jerónimo; Mendes, Luis; Mendonça, Ricardo; Franco, João MiguelA bílis é um fluído corporal que contribui para a purificação do fígado, sendo uma das vias de eliminação de xenobióticos e metabolitos que, uma vez presentes na bílis, são excretados nas fezes. Na ausência ou insuficiência da amostra de sangue, em situação post-mortem, a bílis pode ser colhida através da punção direta na vesícula biliar e consequente aspiração. Esta matriz é considerada uma amostra alternativa valiosa, na medida em que pode apresentar valores elevados das substâncias presentes. Objetivo: Verificar a viabilidade do uso de amostras de bílis nas análises de triagem de drogas de abuso e de benzodiazepinas por imunoensaios enzimáticos. Materiais e Métodos: A análise das amostras de bílis foi efetuada num equipamento semi-automático, EVOLIS Twin Plus System, seguindo os mesmos procedimentos do Serviço de Química e Toxicologia Forenses para as amostras de sangue. Foram usados os testes para análise de opiáceos, metabolitos da cocaína, canabinóides, anfetaminas, metanfetaminas e benzodiazepinas da OraSure Technologies, Inc. As amostras de bílis (200μl) foram diluídas com diluente forense numa proporção de 1:4. Paralelamente, nos casos possíveis, foi também analisada a amostra de sangue. Na avaliação dos resultados qualitativos sobre a presença ou ausência das substâncias a pesquisar foram usados os valores de cut-off em vigor para as amostras de sangue. Posteriormente, realizou-se a confirmação por métodos mais sensíveis e precisos, como a cromatografia de gases associada à espetrometria de massa (GC-MS) e a cromatografia líquida associada à espetrometria de massa (LC-MS-MS). Foram analisados 37 casos, 28 dos quais usámos as amostras de sangue e bílis e 9 só com amostra de bílis, por ausência de sangue. Resultados e Conclusão: Obtiveram-se resultados positivos e negativos nas amostras de bílis para drogas de abuso e benzodiazepinas, viabilizando a utilização da técnica de imunoensaios com os procedimentos do sangue. Os resultados negativos obtidos na bílis nos imunoensaios e confirmados por GC-MS ou LC-MS-MS permitem-nos concluir não haver casos de falsos negativos. Relativamente aos resultados positivos obtidos e confirmados por GC-MS ou LC-MS-MS, obtivemos confirmações positivas e negativas, concluindo-se uma possível existência de interferentes com reatividade cruzada nos imunoensaios. Concluindo, é possível a utilização da amostra de bílis para triagem de drogas de abuso e de benzodiazepinas por imunoensaios; que os resultados negativos poderão ser considerados como válidos por esta técnica e que os resultados positivos nem sempre são confirmados positivos por técnicas mais específicas. A amostra de bílis é, contudo, uma boa alternativa pois o número de resultados negativos é significativo em relação aos positivos e a sua análise por imunoensaios contribui para uma resposta mais rápida e menos onerosa para os nossos clientes, com confirmação apenas dos grupos com resultados positivos.
- Casos positivos de cocaína no Serviço de Química e Toxicologia Forenses da Delegação do Centro: análise comparativa entre 2018 e 2023Publication . Margalho, Cláudia; Dinis, Pedro; Monsanto, Paula; Frias, Eugenia; Franco, João MiguelO Relatório Europeu sobre Drogas 2024, publicado pelo Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), oferece uma visão abrangente sobre o estado atual do consumo de drogas na Europa, incluindo a cocaína. Esta substância é a segunda droga ilícita mais consumida na Europa, com sinais crescentes de que a sua elevada disponibilidade continua a ter um impacto negativo na saúde pública europeia. Assim, a análise da evolução dos casos positivos de cocaína é essencial para compreender as tendências do consumo dessa substância e as suas implicações na saúde pública. O Serviço de Química Toxicologia Forenses (SQTF) do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. (INMLCF, I.P.) desempenha um papel crucial na realização de estudos toxicológicos de drogas de abuso, sendo uma importante fonte de dados para análises ao longo do tempo. Este estudo teve como objetivo realizar uma análise evolutiva dos casos positivos de cocaína na Delegação do Centro (SQTFC) ao longo dos últimos seis anos. Foi efetuada uma compilação dos casos positivos de cocaína do SQTF-C entre 2018 e 2023, tendo em consideração a entidade requisitante, o género e a idade dos indivíduos. Observou-se um crescimento linear ao longo destes seis anos, impulsionado principalmente pelos casos relacionados com a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). No entanto, entre 2020 e 2022, houve um ligeiro decréscimo no número de casos positivos, provavelmente influenciado pela pandemia de COVID-19 e pelas medidas de confinamento. Na análise por género, constatou-se uma clara tendência de maior consumo de cocaína entre homens, com uma prevalência a variar entre 81% e 94%. Em relação à distribuição por faixa etária, 85% dos casos ocorreram em indivíduos entre 18 e 50 anos (299 casos), com uma incidência de 53% no intervalo dos 18 aos 35 anos. Este estudo fornece dados toxicológicos importantes sobre os padrões de consumo de cocaína na região Centro do país nos últimos seis anos, tendo em conta as limitações impostas pelo confinamento. As informações fornecidas pelos dados toxicológicos forenses são fundamentais para contribuir para uma melhor compreensão sobre os padrões de consumo de drogas, identificando quais as substâncias que estão a ser consumidas e em que combinações.
- Comprehensive toxicological analysis in a case of unexpected fatal codeine intoxicationPublication . Margalho, Cláudia; Emanuel Santos Pinheiro, João; Dinis, Pedro; Mendonça, Ricardo; Castanheira, Alice; Franco, JoãoBackground and Aims: Codeine, a commonly prescribed opioid analgesic and antitussive, is widely used either alone or in combination with other medications. This substance is typically administered orally and is well absorbed from the gastrointestinal tract. After being absorbed, it is distributed throughout the body and crosses the blood-brain barrier to reach the central nervous system, where it exerts its pharmacological effects. Metabolized extensively by the liver enzyme CYP2D6, codeine is converted to its active metabolite, morphine, along with other metabolites such as norcodeine, codeine-6-glucuronide, and morphine-3-glucuronide. Despite its therapeutic benefits, codeine can induce adverse effects such as drowsiness, constipation, nausea, and respiratory depression, particularly at higher doses or in susceptible individuals. We present an unusual case concerning a 60-year-old woman that was found dead at home by his husband, when he came back home for lunch. In that morning, he left her sleeping in the bed. She had diarrhoea in the previous 48h, was obese, and suffer of asthma and psychiatric illness. Her usual prescribed medications included the antidepressants escitalopram and triticum, the anticonvulsant oxcarbazepine (used primarily to treat epilepsy and bipolar disorder), the anxiolytic lorazepam, the antipsychotic quetiapine, the asthma control montelukast and the atorvastatin used to treat hypercholesterolemia. There was no history of ingestion of any formulation containing codeine. Autopsy showed no evidence of trauma. A slight cardiac hypertrophy related with a hypertensive cardiopathy was observed macro and microscopically. Fragments of white pills were found in stomach and a dark liquid content until the jejune. Methods: Validated analytical procedures, routinely used in our casework, were applied to analyze peripheral and cardiac blood, urine, gastric content, and liver specimens. Initially, drugs of abuse and benzodiazepines were screened using immunoassay methodology, while ethanol screening was conducted by gas chromatography-flame ionization detector with headspace injection (GC-FID-HS). Subsequently, systematic toxicological analyses were performed using gas chromatography-mass spectrometry (GC-MS) for drugs of abuse and unknown substances, and ultra-high-performance liquid chromatography-mass spectrometry (UPLC-MS-MS) for prescription substances. Results and Discussion: No ethanol or drugs of abuse were detected in blood samples. However, codeine was confirmed, in all analyzed specimens, in significantly high concentrations: peripheral (5309 ng/mL) and cardiac (7545 ng/mL) blood, suggesting recent consumption; liver (9935 ng/mL), confirming extensive metabolism; urine (205918 ng/mL), indicating substantial drug excretion before death; and gastric content (197428 ng/mL), confirming ingestion prior to death. Additionally, morphine, a codeine metabolite, was present in peripheral and cardiac blood at concentrations of 190 and 616 ng/mL, respectively. Furthermore, therapeutic levels of various prescription medications were detected in peripheral blood, including atorvastatin, citalopram, oxcarbazepine, paracetamol, quetiapine, norquetiapine, trazodone and its metabolite mCPP, lorazepam and its metabolite desalkylflurazepam. Conclusion: The autopsy was negative except for a hypertensive cardiopathy, that was not severe enough to justify the death. On the other hand, toxicological results showed unexpectedly codeine in the blood, stomach, liver, and urine, in high concentrations. The pills fragments found in the gastric content reinforce its ingestion before death. Taking into account all these facts, the cause of death was attributed to codeine ingestion, although in an unknown formulation. The manner of death remains unascertained, as suicide could be a possibility according to her psychiatric antecedents, as well as an accident, if codeine had been taken to treat the diarrhoea she had.
- Desenvolvimento de um método por GC-MS para a confirmação de opiáceos em bílisPublication . Dinis, Pedro; Monsanto, Paula; Franco, João Miguel; Margalho, CláudiaDe acordo com o metabolismo hepático, os xenobióticos e respetivos metabolitos sofrem excreção biliar ou uma possível circulação entero-hepática. Assim, a bílis pode constituir um reservatório de substâncias metabolizadas e excretadas pelo fígado, sendo considerada uma matriz alternativa viável na análise de drogas de abuso. No entanto, são escassos os estudos que se encontram publicados na literatura sobre a sua utilização recorrendo às metodologias analíticas de triagem por imunoensaios seguida de confirmação por cromatografia de gases – espectrometria de massas (GC-MS). O objetivo deste trabalho foi desenvolver um método de confirmação de opiáceos em amostras de bílis por GC-MS após triagem por imunoensaios. A preparação das amostras foi realizada de acordo com as metodologias analíticas validadas e usadas na rotina do Serviço de Química e Toxicologia Forenses da Delegação do Centro do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. para a análise de opiáceos em sangue: triagem por imunoensaios, seguida de precipitação proteica, extração dos analitos com colunas Oasis® MCX (3 mL, 60 mg), derivatização por microondas dos extratos secos obtidos (MSTFA/5% TMCS, 90 segundos) e, posterior confirmação dos analitos presentes por GC-MS. Em todos os casos de triagem positiva para opiáceos, foi possível detetar e confirmar por GC-MS os analitos morfina, codeína e 6-acetilmorfina, com limites de deteção de 10 ng/mL. O método desenvolvido demonstrou ser útil para a confirmação de opiáceos em bílis por GC-MS, após triagem positiva pela técnica de imunoensaios enzimáticos, sobretudo quando a disponibilidade da matriz postmortem é determinada pelo caso sob investigação.
- Determinação de substâncias contaminantes de drogas de abuso por LC-MS-MS em amostras de interesse forensePublication . Dinis, Pedro; Franco, João Miguel; Margalho, CláudiaO atual uso de drogas de abuso está associado ao concomitante consumo de agentes de corte como fentanil, fenacetina e paracetamol. Estas substâncias são frequentemente adicionadas na produção e/ou no comércio ilícito de cocaína e heroína. O objetivo deste trabalho foi desenvolver um método analítico de confirmação qualitativa de fentanil, fenacetina e paracetamol em casos de consumo de cocaína e/ou heroína por cromatografia líquida associada à espetrometria de massa em tandem (LC-MS-MS). A validação do método analítico envolveu a avaliação dos parâmetros de limite de deteção, estudo de interferentes, carryover, supressão/aumento da ionização e da estabilidade das amostras processadas. As amostras foram previamente tratadas através de um procedimento de precipitação proteica com remoção de fosfolípidos, evaporadas e reconstituídas em metanol para serem analisadas por LC-MS-MS. Não se verificaram interferências significativas nos tempos de retenção e iões selecionados para cada uma das substâncias, assim como a ocorrência de carryover entre amostras do controlo de qualidade interno de concentração superior e amostras brancas. Os limites de deteção obtidos foram inferiores a 10ng/mL para todos os analitos. O parâmetro da supressão/aumento da ionização foi inferior a 25% e o seu coeficiente de variação inferior a 20%. As amostras processadas mantiveram-se estáveis até um período de 8 dias. O método analítico foi considerado adequado para a confirmação qualitativa das substâncias estudadas, tendo sido aplicado a amostras de casos reais de consumo de cocaína e/ou heroína.
- Microextração em seringa empacotada (MEPS) como técnica de clean-up para a determinação de catinonas sintéticas em cabeloPublication . Simão, Ana; Dinis, Pedro; Margalho, Cláudia; Andraus, Maristela; Barroso, Mário; Gallardo, EugeniaIntrodução: O consumo de catinonas sintéticas, substâncias conhecidas como “bath salts”, tem crescido ao longo dos últimos anos tornando-se um problema de saúde pública. Várias metodologias têm sido desenvolvidas por diferentes autores. No entanto, a técnica miniaturizada – microextração em seringa empacotada (MEPS), tem sido pouco explorada para a determinação de catinonas sintéticas em cabelo. Objetivos: Neste sentido, propomos a otimização desta técnica como clean-up com recurso à técnica analítica cromatografia líquida para a quantificação destes compostos na matriz cabelo. Métodos: As amostras foram lavadas, em ciclos consecutivos de diclorometano, água desionizada e metanol de modo a remover contaminantes depositados externamente. Depois de feita a secagem, com ajuda de uma tesoura, as amostras foram cortadas em fragmentos de cerca de 1-3mm. Cinquenta miligramas de cabelo foram incubados com NaOH (1 M) a 45 °C, durante a noite. Seguido este passo, foi feita uma neutralização com HCl (10 M) e, por fim, as amostras foram extraídas através do processo MEPS, usando um enchimento constituído por C8-SCX. Os compostos foram analisados por LC-MS/MS em modo MRM. Resultados e discussão: O procedimento final demonstrou bons resultados de recuperação (15-59% para todos os analitos), com linearidade para todos os analitos de 0,03 a 2,5 pg/mg, excepto para a pentedrona, cuja gama de linearidade foi de 0,1 a 2,5 pg/mg. Conclusão: Este trabalho permitiu otimizar a metodologia de MEPS para a determinação de 7 catinonas sintéticas em amostras de cabelo. O método foi considerado adequado para a análise destes compostos em cabelo, com valores de recuperação e linearidade satisfatórios.
- Toxicologia Forense: métodos analíticos para a determinação de Α-PHP e Α-PIHPPublication . Dinis, Pedro; Franco, João; Margalho, CláudiaA análise mais recente do Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), o Relatório Europeu sobre Drogas de 2024, revela um mercado resiliente e influenciado pelos desenvolvimentos globais. Os problemas persistentes de saúde e segurança colocados tanto por drogas ilícitas tradicionais quanto por substâncias mais recentes criam um ambiente desafiador para a elaboração e implementação de respostas eficazes. O termo de Novas Substâncias Psicoativas (NSPs) abrange substâncias não controladas por convenções internacionais, sendo o seu mercado caracterizado pelo constante surgimento de um grande número de substâncias. Entre destas, incluem-se o α- pyrrolidinohexanophenone (α-PHP) e o seu isómero posicional α- pyrrolidinoisohexanophenone (α-PiHP), duas catinonas sintéticas pertencentes ao subgrupo dos derivados da pirovalerona que, em Portugal, apresentam níveis de consumo mais expressivos nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. O principal objetivo deste trabalho é compilar os mais recentes dados, internacionalmente publicados, relativos aos métodos analíticos para a determinação das duas catinonas sintéticas, α-PHP e α-PiHP, em amostras biológicas com interesse forense. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed e b-on entre os anos de 1967 e 2024 com as seguintes palavras-chave: α-PHP, α-PiHP, catinonas sintéticas, NPS e toxicologia forense. Seguidamente, foi feita uma compilação das metodologias analíticas publicadas para a determinação de α-PHP e α-PiHP em amostras biológicas. Nos artigos encontrados e analisados, o α-PHP e o α-PiHP foram detetados tanto em amostras biológicas convencionais (sangue periférico e cardíaco, soro e urina) como em amostras biológicas não convencionais (humor vítreo, bílis, conteúdo gástrico e tecidos sólidos). Na etapa de preparação das matrizes biológicas, as técnicas mais descritas foram a extração líquido-líquido e a extração em fase sólida. Relativamente à análise instrumental, o método mais utilizado foi a cromatografia líquida associada à espetrometria de massa em tandem (LC-MSMS), embora a cromatografia de gases associada à espetrometria de massa (GC /MS) também tenha sido aplicada em estudos recentes. Considerando o impacto que o consumo destas substâncias tem na saúde pública e segurança internacional, é necessário e fundamental continuar a investir no desenvolvimento de metodologias analíticas sensíveis e abrangentes para a deteção de NSPs em diversas matrizes biológicas.
- Viabilidade da amostra de bílis como matriz alternativa na análise de drogas de abuso clássicas por imunoensaiosPublication . Dinis, Pedro; Monsanto, Paula; Frias, Eugénia; Mustra, Carla; Margalho, Cláudia; Fonte Santa Silva, José Jerónimo; Franco, João MiguelA bílis é um produto de excreção hepática, sendo considerada uma matriz alternativa que pode ser colhida na ausência ou insuficiência de matrizes convencionais ou para complementaridade da análise das mesmas, em situação post-mortem. Esta matriz apresenta uma ampla janela de deteção, comparativamente com o sangue, e elevadas concentrações de drogas e medicamentos e respetivos metabolitos, uma vez que constitui uma via de eliminação de xenobióticos. Na fase de triagem, recorre-se aos imunoensaios enzimáticos, que correspondem a métodos bioanalíticos baseados na interação antigénio-anticorpo, despoletando resultados semi-quantitativos concernentes com a presença ou ausência do analito na amostra. Objetivos: Estudo da viabilidade da bílis, como amostra alternativa, para análise de drogas de abuso clássicas através da técnica de imunoensaios enzimáticos. Materiais e Métodos: A análise das amostras de bílis foi efetuada num equipamento semi-automático, EVOLIS Twin Plus System, seguindo os mesmos procedimentos usados no Serviço de Química e Toxicologia Forenses para as amostras de sangue. Foram usados os testes para análise de opiáceos, metabolitos da cocaína, canabinóides, anfetaminas e de metanfetaminas da OraSure Technologies, Inc. Trata-se de um ensaio competitivo do tipo ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) em que, no final é feita a leitura da absorvância de cada amostra, dos controlos e calibradores, sendo o seu valor inversamente proporcional à concentração do analito na amostra. Foram usados os mesmos calibradores cutoff em vigor no SQTF para as amostras de sangue. As amostras de bílis usadas (200μL) foram diluídas em diluente forense, respeitando uma proporção de 1:4. Foram analisados no total 37 casos e posteriormente confirmadas por cromatografia de gases associada à espetrometria de massa (GC-MS) e cromatografia líquida associada à espetrometria de massa (LC-MS-MS). Resultados e Conclusão: Na triagem das amostras de bílis por imunoensaios obtiveram-se resultados positivos e negativos para os diferentes grupos de drogas de abuso, sendo por isso viável a sua utilização através dos procedimentos e protocolos do sangue. Os resultados negativos obtidos e confirmados por GC-MS ou LC-MS-MS permitem-nos excluir a existência de casos de falsos negativos. Alguns dos resultados positivos foram, contudo, confirmados como negativos, evidenciando a existência de interferentes com reatividade cruzada nos diferentes ensaios. Em suma, podemos concluir que a amostra de bílis pode ser usada na triagem de drogas de abuso clássicas por imunoensaios enzimáticos. Sendo uma boa alternativa pois os resultados negativos num ou mais grupos levam a que apenas os positivos sejam confirmados por técnicas mais específicas e demoradas, contribuindo assim para uma resposta mais rápida e menos dispendiosa.
- α-Pyrrolidinohexanophenone (α-PHP) and α-Pyrrolidinoisohexanophenone (α-PiHP): A ReviewPublication . Dinis, Pedro; Franco, João; Margalho, CláudiaNew Psychoactive Substances are currently a serious and growing problem affecting public health worldwide. By 2022, 1184 of these substances had been identified over a period of 16 years. Within these, α-pyrrolidinohexanophenone (α-PHP) and α-pyrrolidinoisohexanophenone (α-PiHP) have emerged, two synthetic cathinones from the pyrovalerone derivates subgroup that are positional isomers of each other. Alpha-PHP appeared on the Japanese illicit drug market in 2014 and, two years later, α-PiHP was identified for the first time in China. They were placed in schedule II on the list of Psychotropic Substances under International Control in 2020 and in March 2023, respectively. Both cathinones have no therapeutic potential for medical use and therefore are abused for recreational habits, which can lead to fatalities. The most frequent adverse effects reported are cardiac, psychiatric, and neurologic, and fatal intoxications have already been described. In Portugal, their consumption and consequent seizures are more prevalent on the archipelagos, which has been aggravating the health situation. In conclusion, these types of substances are a challenge for forensic toxicology since they are easily synthesized, modified, and placed on the market. Therefore, more studies to develop analytical methods to detect them and more comprehensive legislation should be applied. Thus, this review aimed to address the legislative, physicochemical, toxicological, and analytical aspects of both substances.
- Α-Pyrrolidinoisohexanophenone (Α-PIHP) in three fatalPublication . Dinis, Pedro; Machado, Francisca; Franco, João; Margalho, CláudiaBackground & Aims The New Psychoactive Substances (NPSs) are widely spread worldwide through the illicit markets and are increasingly the cause of intoxication deaths. Alpha-pyrrolidinoisohexanophenone (α-PiHP) is a positional isomer of α-pyrrolidinohexanophenone (α-PHP) and has been reported for the first time in 2016 at seized materials in China. Both substances are pyrovalerone derivatives from the synthetic cathinones group, and mainly exert cardiovascular, psychological, and neurologic effects. In addition, as published in literature and regardless of their isomerism, both cathinones can appear separately or together in a mixture. This work presents three forensic fatal cases associated with the consumption of α-PiHP and/or α-PHP: case 1 involves a 41-year-old man, drug user, mostly of “bloom”, who committed suicide by hanging; case 2 reports to a 32-year-old man, addicted to synthetic drugs, associated with a sample of “weed” collected next to the corpse; case 3 concerns to a 58-year-old male drug addict, who died after being admitted to the emergency department in a state of coma. Methods The toxicological analyses were carried out in peripheral blood in the three cases and, in case 2, the sample of “weed” was also analysed. Samples (500µL) were prepared with 0.1 M phosphate buffer, extracted by solid-phase extraction and analysed through gas chromatography coupled with mass spectrometry (GC-MS) in full-Scan monitoring mode to search for unknown substances. Subsequently, the samples were analysed in single-ion monitoring mode to confirm the substances detected in full-Scan. The ions 140, 98 and 77 were monitored for α-PiHP; 140, 105 and 77 for α-PHP; and 185 for cocaine-d3 (internal standard). Results & Discussion In case 1 was detected and confirmed α-PiHP. Other substances were also detected and confirmed such as tramadol, fluoxetine, diazepam, nordiazepam, cyamemazine, olanzapine, paliperidone and risperidone. Regarding case 2, in the “weed” we were able to detect several cannabinoids (cannabicyclol, cannabichromene, cannabidiol, cannabidivarol, cannabigerol, cannabinol, delta-9-tetrahydrocannabinol, delta-8-tetrahydrocannabinol and tetrahydrocannabivarin), nicotine and α-PiHP. In peripheral blood was confirmed α-PiHP, cocaine and its metabolites (benzoylecgonine and ecgonine methyl ester), delta-9-tetrahydrocannabinol and 11-nor-9-carboxy-delta-9-tetrahydrocannabinol, phenacetine (a cocaine cutting agent), morphine, paracetamol, alprazolam, nordiazepam, sertraline and mirtazapine. In case 3, both α-PHP and α-PiHP were detected and confirmed in peripheral blood, such as paracetamol. Therefore, the toxicological results of the three cases are relevant to complement the case histories since the presence of α-PiHP in the peripheral blood can be related with the death of individuals. Conclusion With the three cases presented in this work, we can conclude that the search for NPS in biological and non-biological specimens plays an important role, especially in cases of drug-related deaths. The concomitant use of traditional drugs of abuse, prescription medication, α-PHP and α-PiHP, either separately or in combination, increases the possibility of a fatal intoxication since both substances have a high toxic potential.