EM - IUEM - Psicologia Forense e Criminal
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Browsing EM - IUEM - Psicologia Forense e Criminal by advisor "Monteiro, Susana"
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- Agressoras sexuais : crenças de legitimação do abuso sexualPublication . Lungu, Daniela; Neves, Ana Cristina Sabino Pestana; Monteiro, SusanaEstudos sobre agressoras sexuais femininas ainda são escassos, mas sugerem que essas mulheres frequentemente apresentam distorções cognitivas que as levam a minimizar ou justificar a perpetração de abuso sexual. Este estudo teve como objetivo investigar essas distorções e crenças em mulheres que abusaram de crianças, identificando as suas perceções e justificações face aos crimes cometidos. Reuniu-se um total de cinco participantes, às quais foi aplicada uma entrevista semiestruturada. Utilizando uma abordagem qualitativa, com recurso ao software NVivo14, foram identificadas crenças distorcidas, como a responsabilização das vítimas e a negação da gravidade do abuso. A investigação veio reforçar aquilo que se encontrou na literatura, relativamente ao facto das agressoras manterem uma perceção influenciada por estereótipos de género, o que dificulta a aceitação de que mulheres possam ser agressoras. Os principais resultados indicaram que 52,8% das participantes negaram a culpabilidade, 22,2% minimizaram seus atos, considerando-os erros isolados, enquanto 25% mostram alguma responsabilização pelos seus crimes e 13,6% atribuíram a causalidade do abuso às próprias vítimas. Conclui-se que o entendimento dessas distorções cognitivas e da influência dos estereótipos de género é essencial para fundamentar intervenções psicológicas adequadas e desafiar percepções culturais que tornam invisíveis as mulheres enquanto agressoras.
- A ansiedade e a sugestionabilidade na recuperação de informação em crianças de idade escolarPublication . Gaspar, Carina Fernandes; Soeiro, Cristina; Monteiro, SusanaEnquadramento: Na colaboração de testemunhas infantis com o sistema de justiça, as crianças são particularmente vulneráveis a enviesamentos, por parte da memória e sugestionabilidade, durante o seu testemunho. Além disso, a ansiedade pode influenciar significativamente a precisão dos seus relatos, dificultando a recuperação de informações de forma clara e credível. Objetivos: O objetivo desta investigação é estudar o impacto de variáveis como o nível de ansiedade em testemunhas de um evento e a sugestionabilidade associada à forma como a recuperação de informação desse evento é efetuada por um entrevistador, em crianças, num contexto não forense. Participantes: A amostra é composta por 40 crianças com idades compreendidas entre os 8 e os 11 anos (21 raparigas e 19 rapazes), provenientes de escolas com o 1º e o 2º ciclo de estudos (3º ao 6º de escolaridade). Método: Para avaliar o impacto da sugestionabilidade do entrevistador foi criado um protocolo de estudo que envolveu a realização de um vídeo de cerca de 2 minutos sobre o desaparecimento de um livro, a elaboração de dois guiões diferentes (entrevista cognitiva e standard) e uma grelha de análise das respostas com base em análise de conteúdo. Para a medição da ansiedade foi aplicado o State-Trait Anxiety Inventory for Children (STAIC). Resultados: As crianças do grupo da entrevista cognitiva exibiram menos erros associados à descrição da sala de aula/contexto, descrição física do professor e ao conteúdo do vídeo, comparativamente ao grupo da entrevista standard. As crianças do grupo da entrevista cognitiva deram também mais acertos em perguntas relativas à interrupção da aula e à professora ser acusada de roubo. O grupo das crianças com níveis mais elevados de ansiedade-traço apresentou menos erros na descrição da sala de aula/contexto, assim como mais acertos na pergunta relativa à interrupção da aula. As crianças do grupo com níveis mais elevados de ansiedade-estado, deram menos erros associados ao conteúdo do vídeo, bem como mais acertos na descrição da sala de aula e nos cenários imaginados pelo professor. Conclusão: As crianças com níveis mais elevados de ansiedade apresentaram um melhor desempenho. O tipo de entrevista influenciou a qualidade dos relatos das crianças, com a entrevista cognitiva a resultar em menos erros e mais acertos, demonstrando a sua eficácia na obtenção de relatos mais completos e credíveis.
- Indicadores de trauma e credibilidade do testemunho em crianças vítimas de abuso sexual em contexto intrafamiliarPublication . Ferreira, Sara Pereira Coutinho; Soeiro, Cristina; Monteiro, SusanaEnquadramento: O abuso sexual intrafamiliar de crianças é um fenómeno prevalente à escala mundial, considerado um grave problema social e de saúde pública, que tem um impacto negativo na vida da criança e no bem-estar da família. Os estudos nesta área focam-se nos fatores de risco e no impacto na vítima, evidenciando como fatores de risco crianças provenientes de famílias disfuncionais, onde existem comportamentos de risco ou violência e ainda famílias monoparentais; quanto ao impacto na vítima os estudos referem uma serie de reações emocionais e comportamentais, que podem ou não estar associadas a PTSD. O objetivo principal é estudar a relação entre o abuso sexual intrafamiliar e o trauma e a credibilidade nas crianças vítimas. Método: Estudo exploratório de natureza qualitativa com uma amostra que inclui 18 crianças entre os 2 e os 15 anos (M = 8,11, DP = 4). A recolha de dados efetuou-se através de análise processual de casos clínicos em que foram pedidas avaliações psicológicas forenses, pelos tribunais portugueses e a consulta dos processos realizou-se com base na informação obtida através da revisão sistemática de literatura sobre os indicadores de trauma em crianças vítimas de abuso sexual intrafamiliar. Resultados: Os resultados revelam uma prevalência em crianças do sexo feminino, com uma média de idades de 6,67 (DP=2,52) para rapazes e 8,47 (DP=4,27) para raparigas; a maior parte das famílias são monoparentais ou reconstituídas, em termos de agressor verifica-se a prevalência de padrasto ou pai; a sintomatologia mais frequente é a ansiedade, isolamento, medos, comportamento agressivo e problemas sociais, e em termos de sintomatologia e credibilidade identificam-se maior sintomatologia nos casos credíveis. Conclusão: Os resultados do estudo vão ao encontro dos estudos anteriores sobre o tema. De ressalvar a importância do estudo da relação entre a sintomatologia traumática e a credibilidade do testemunho para a Psicologia Forense, contudo para estudos futuros seria importante recolher uma amostra de maior dimensão para compreender melhor este fenómeno.