ESEP - Dissertações de Mestrado
Permanent URI for this collection
Browse
Browsing ESEP - Dissertações de Mestrado by advisor "Abreu, Wilson Correia"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Ansiedade, sintomatologia depressiva e comorbilidades em pessoas devido a COVID-19: Um estudo transversalPublication . Angélico, Andreia Isabel Afonso; Abreu, Wilson CorreiaIntrodução: Identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, província de Hubei na China Central, o SARS-CoV-2, responsável pela doença COVID-19, rapidamente se disseminou por todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a decretar, em março de 2020, um estado de pandemia, o que exigiu a todos os países uma resposta nacional urgente. Em Portugal, como em quase todo o mundo, as medidas de contenção adotadas como forma de prevenir a propagação da doença ficaram marcadas socialmente pela quarentena ou pelo confinamento social obrigatório, o que implicou a mudança nas rotinas de vida diária, a separação das pessoas das suas famílias e da comunidade em geral. Como consequência destas medidas e, com base no conhecimento sobre o impacto das situações epidémicas anteriores, antecipa-se que a experiência de isolamento, a incerteza e as preocupações em relação ao que o futuro reserva terão um impacto psicológico significativo, a curto e longo prazo, na saúde mental das populações que vivenciam a pandemia. Objetivos: O presente trabalho de investigação surge da necessidade de estudar correlações entre ansiedade, sintomatologia depressiva e comorbilidades em pessoas infetadas com SARS-CoV-2 ou que estiveram em isolamento profilático. Para tal, foram delineados os seguintes objetivos: caracterizar sob o ponto de vista sociodemográfico e clínico a população em estudo; avaliar sinais e sintomas de ansiedade e depressão após infeção pelo SARS-CoV-2; identificar os sintomas predominantes nas pessoas após infeção pelo SARS-CoV-2; analisar a representação que as pessoas infetadas têm sobre o suporte social; identificar focos de atenção em enfermagem de saúde mental e psiquiatria que permitam definir uma estratégia de ajuda às pessoas infetas pelo SARS-CoV-2 que possuam comorbilidades e vivenciem ansiedade ou sintomatologia depressiva. Metodologia: Este estudo seguiu uma abordagem quantitativa, não experimental, transversal e do tipo correlacional, inerente à questão de investigação: “A presença e gravidade dos sintomas depressivos e de ansiedade podem variar em função da presença prévia ou concomitante de comorbilidades após a infeção pelo SARS-CoV-2?”. A amostra, selecionada com recurso a uma técnica de amostragem não probabilística por redes, é constituída por 337 elementos e os dados trabalhados no estudo foram colhidos através de um questionário sociodemográfico e do Brief Symptoms Inventory (BSI) – Inventário de Sintomas Psicopatológicos, validado para a população portuguesa. Resultados/Discussão: Da análise dos dados foi possível reconhecer que além dos problemas de ordem fisiológica já bem conhecidos, e dos quais se destacam mialgias e astenia, os níveis de ansiedade e depressão na população após infeção por SARS-CoV-2 tem vindo a agravar, assim como a presença de comorbilidades se tem tornado evidente. No entanto, os dados sugerem que o suporte social recebido durante o isolamento, quer seja de familiares e amigos como dos serviços de saúde, ajudou a diminuir a intensidade do mal-estar experienciado. Simultaneamente, o suporte social recebido por parte de familiares e amigos durante o isolamento favoreceu uma perceção global e genérica da qualidade de vida após infeção positiva, ou seja, os indivíduos que receberam este tipo de suporte social sentem-se mais otimistas em relação ao seu futuro. Os dados dizem-nos também que existem evidências significativas entre as dimensões da sintomatologia psiquiátrica e a presença de sintomas após 90 dias, isto é, as dimensões da sintomatologia psiquiátrica são mais evidentes nos indivíduos que após 90 dias da infeção por SARS-CoV-2 ainda manifestam sintomatologia compatível com a infeção.
- Stress pós-traumático e comorbilidades em profissionais de saúde após infeção pelo SARS-CoV-2Publication . Gonçalves, Diana da Silva; Abreu, Wilson CorreiaO presente estudo é subordinado ao tema “Stress pós-traumático e comorbilidades em profissionais de saúde após infeção pelo SARS-CoV-2.”. A pandemia COVID-19 tem o potencial de ser considerada um evento traumático em massa com um impacto sem precedentes na saúde mental das pessoas. Os profissionais de saúde, estando na linha da frente contra a pandemia, foram o grupo que mais esteve sujeito às consequências da COVID-19. A realidade vivida diariamente no local de trabalho deve ser alvo de atenção: pelo aumento do stress provocado pelo constante risco de infeção e pela falta de equipamento de proteção individual em muitas instituições; pelo aumento da carga de trabalho e mortes associadas; pelo estigma social que advém do fato de contactarem no seu local de trabalho com pessoas diagnosticadas com COVID-19. Com base na experiência retirada de surtos anteriores, as pessoas afetadas apresentaram elevados níveis de stress pós-traumático, nomeadamente os que tiveram de cumprir quarentena ou que trabalharam em serviços com elevado risco de contágio. Assim, assume-se a atual pandemia como fator de risco para o desenvolvimento de problemas de saúde mental, como a Perturbação de Stress Pós-traumático (PSPT). Contudo, algumas pessoas que vivenciam acontecimentos adversos conseguem crescer com a experiência retirada, denominando-se: crescimento pós-traumático. Compreendendo o impacto psicológico da COVID-19 entre os profissionais de saúde é crucial a criação de políticas e intervenções que garantam o seu bem-estar. Com base nos objetivos da investigação e pressupostos metodológicos, pretendeu-se estudar em que medida a ocorrência de diagnóstico de stress pós-traumático e o posterior crescimento pós-traumático nos profissionais de saúde podem variar de acordo com o tipo de isolamento a que estiveram sujeitos e a presença de comorbilidades pré-existentes à infeção pelo SARS-CoV-2. Este estudo enquadra-se no paradigma quantitativo e consiste num estudo do tipo descritivo, correlacional e transversal. A amostra é constituída por 298 profissionais de saúde que cumpriram isolamento profilático ou por infeção por SARS-CoV-2. O método de seleção dos participantes foi realizado através de técnica de amostragem não probabilística. A recolha de dados foi realizada através de um questionário sociodemográfico, do Inventário de Crescimento Pós-traumático (PTGI) e do Inventário de Sintomas Psicopatológicos (BSI). Não se verificou evidência da relação entre a existência de comorbilidade e o diagnóstico de stress pós-traumático. Estudou-se especificamente a associação entre a existência de comorbilidade e as diferentes dimensões da sintomatologia psiquiátrica do BSI, verificando-se relação estatisticamente significativa, sendo a ideação paranóide, obsessão-compulsão e hostilidade aquelas que apresentaram valores mais elevados. O estudo demonstrou relação estatisticamente significativa entre as dimensões do PTGI e a existência de comorbilidade, com exceção da dimensão “desenvolvimento espiritual”. Os dados obtidos revelam relação estatisticamente significativa entre o diagnóstico de stress pós-traumático e as dimensões do PTGI. A análise das correlações entre as quatro dimensões do PTGI e o suporte social de familiares e amigos durante o isolamento foi estatisticamente significativa, bem como a análise das correlações entre as quatro dimensões do PTGI e o suporte prestado pelos serviços de saúde durante o isolamento. A correlação das dimensões do PTGI entre si, foi estatisticamente significativa
- Stress pós-traumático e estratégias de ajustamento psicológico em pessoas devido à infeção pelo SARS-CoV-2Publication . Fernandes, Miriam González Freijeiro de Matos; Abreu, Wilson CorreiaO vírus SARS-CoV-2 surgiu em Wuhan no ano 2019, transmitindo-se através de gotículas e/ou contacto com superfícies contaminadas. Os sintomas da infeção pelo vírus (Covid-19) incluem tosse, febre e falta de ar. O tempo entre a exposição e o início dos sintomas varia entre 2-14 dias. Estudos evidenciam a presença de sintomatologia psicopatológica devido a isolamento por infeção. Este estudo foi realizado no âmbito de um projeto major em curso no CINTESIS / ESEP. O presente estudo assumiu uma abordagem quantitativa, não experimental, do tipo descritivo/correlacional. A amostra do estudo contemplou 337 participantes de ambos os sexos, maiores de idade, que estiveram em isolamento por infeção devido ao SARS-CoV-2 e aceitaram colaborar no estudo, selecionados através de amostragem não probabilística acidental. Os dados obtidos foram colhidos através de um questionário que envolveu os seguintes instrumentos: informações sociodemográficas, clínicas e de saúde, o Posttraumatic Stress Disorder Checklist – Civilian Version, o Posttraumatic Growth Inventory (PTGI) e o Brief Symptom Inventory (versões portuguesas). Os dados foram colhidos entre janeiro e março de 2021, cumprindo os princípios éticos inerentes à investigação. Os resultados deste estudo permitem constatar que existe evidência da presença de relação entre os sintomas de Stress Pós-Traumático (SPT) e o suporte social, tal como, com a sintomatologia psiquiátrica. O crescimento pós-traumático (CPT) também se relaciona com a sintomatologia psiquiátrica e com o suporte social (r= 0.285/r=0,339). Observamos que os participantes apresentaram valores mais elevados do que os valores médios de referência nas dimensões psicopatológicas, denotando-se um sofrimento clinicamente significativo (valor do IGS de 1,03). Identificamos ainda que o ‘’índice geral de sintomas’’ se correlaciona negativamente com os fatores presentes na PTGI (r=-0,036/r=0,339); quando uma aumenta a outra diminui, isto é, quanto mais sintomatologia psiquiátrica e distúrbio emocional se verificar, menor será o CPT. Também observamos que, quanto maior for o suporte social percebido, tanto de familiares/amigos, como dos serviços de saúde, maior será o CPT. Os resultados obtidos vão ao encontro da literatura consultada. O estudo evidencia a importância de se detetarem precocemente possíveis sintomas psicopatológicos nesta população, de forma a obterem um tratamento atempadamente, prevenindo o impacto negativo a longo prazo, obtendo-se transições saúde-doença saudáveis, pelo que se revela necessário mais pesquisa e desenvolvimento científico nesta área.