Repository logo
 
Loading...
Thumbnail Image
Publication

Resiliência em crianças e jovens acolhidos em centros de acolhimento temporário

Use this identifier to reference this record.

Abstract(s)

A problemática da institucionalização de crianças e jovens tem vindo a ser amplamente discutida por investigadores e por técnicos da ação social, tendo-se habitualmente considerado que esta população está mais suscetível à presença de distress emocional. A presente investigação teve como principal objetivo analisar indicadores de resiliência em crianças e jovens acolhidos em Centros de Acolhimento Temporário e aumentar o conhecimento disponível sobre o modo como elas vivenciam a sua institucionalização. Para tal, recorreu-se a uma amostra de 30 crianças/jovens acolhidos em 7 CAT diferentes da zona Norte do País, com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos. Na recolha de dados utilizou-se a Escala de Resiliência (RS), o Inventário de Estratégias de Coping (SCSI) e a Escala de Ansiedade, Depressão e Stresse (EADS). Foi também recolhida informação sociodemográfica. Os resultados obtidos apontam para a existência de níveis moderados de resiliência em ambos os sexos. Uma análise mais detalhada às componentes da RS permitiu verificar pontuações mais elevadas na subescala “autoconfiança”, seguindo-se a “perseverança”, o “sentido de vida” e, finalmente, a “auto-suficiência”. Em relação à SCSI, os valores obtidos demonstram que as Estratégias de Coping mais utilizadas são as de “distração cognitiva e comportamental”, seguindo-se as “estratégias ativas” (sobretudo as centradas na resolução de problemas) e a “exteriorização de aspetos negativos”. De salientar que são as crianças/jovens do sexo masculino quem mais utiliza a exteriorização de aspetos negativos apresentando no uso desta estratégia diferenças estatisticamente significativas comparativamente às raparigas. Quanto à eficácia das estratégias utilizadas, os participantes consideraram como mais eficazes as estratégias de “distração cognitiva e comportamental” e como menos eficazes, as de “exteriorização de aspetos negativos”. Por fim, relativamente à EADS, verificou-se que as crianças/jovens apresentam valores globalmente reduzidos, quer para a ansiedade, quer para a depressão. Apesar das raparigas apresentarem menor ansiedade e stresse e níveis mais elevados de depressão do que os rapazes, estas diferenças não foram estatisticamente significativas. De um modo geral, os resultados evidenciam que apesar da condição de institucionalizados e de todas as repercussões que tal acarreta para os projetos de vida destas crianças e jovens, os participantes neste estudo apresentaram níveis moderados de resiliência. Chegou-se ainda à conclusão de que existem algumas diferenças no modo como o processo é vivido por rapazes e raparigas, diferenças essas que poderão implicar abordagens distintas por parte dos técnicos que trabalham com estas crianças/jovens. De salientar que, na maioria das situações, o tempo legal previsto para a duração do acolhimento em CAT não é respeitado, facto que dá lugar a uma institucionalização prolongada e que deve, por isso, ser objeto de reflexão urgente.

Description

Keywords

Crianças Jovens Institucionalização Centros de acolhimento temporário Resiliência Estratégias de coping

Pedagogical Context

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue