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Abstract(s)
A autoliderança é um constructo que, recentemente, tem sido visto como relevante para a vida
no trabalho devido à capacidade de autorregulação do indivíduo e, como tal, tem sido
identificado com um recurso autorregulatório crucial para o bem-estar. Contudo, estudos que
explorem os antecedentes da autoliderança são escassos. Como tal, este estudo pretendeu
desenvolver o conhecimento acerca deste tópico. Com base na Teoria da Conservação de
Recursos, definiram-se dois objetivos: (1) analisar o efeito indireto da personalidade (Big-5:
extroversão, conscienciosidade, amabilidade, abertura e neuroticismo) no bem-estar através da
autoliderança; e (2) testar a moderação da eficácia percebida da liderança na relação indireta
entre a personalidade e o bem-estar via autoliderança. Para testar as hipóteses, foram recolhidos
dados através de uma amostra não probabilística, por conveniência, a adultos trabalhadores.
Como o bem-estar e a autoliderança são construtos dinâmicos realizou-se um estudo
longitudinal com recolhas de dados em três momentos, ao longo de três meses (com um espaço
de um mês entre recolhas). Os resultados multinível mostraram que todos os traços Big-5
influenciaram o bem-estar através da autoliderança, contudo apenas no nível intra-individual de
análise e não no nível inter-individual. Os resultados mostraram ainda que o efeito indireto era
moderado pela perceção de eficácia do líder, de tal forma que este era mais forte quando os
indivíduos tinham líderes percebidos como menos eficazes (versus mais eficazes). Assim, com
base nos resultados pode concluir-se que a autoliderança parece ser um processo através do qual
os Big-5 influenciam o bem-estar do indivíduo. Por outro lado, pode concluir-se que, quando os
traços dos Big-5 são mais fracos, a autoliderança aumenta se houver um líder percebido como
eficaz, esta necessidade parece ser reduzida à medida que os big-5 (extroversão, amabilidade,
conscienciosidade e abertura) vão aumentando. Ou seja, parece que quando há algo externo (ao
indivíduo) que o regula, menos necessidade tem este de se auto-regular. Os resultados deste
estudo permitem às organizações e líderes melhorar o bem-estar dos seus trabalhadores através
da compreensão dos seus recursos pessoais. Estas diferenças individuais fazem com que uma
mesma ação do líder seja vista e interpretada de diferentes formas, influenciando a eficácia da
liderança e o bem-estar do trabalhador. Estas diferenças deverão então servir de guia para que o
líder seja capaz de adaptar a sua liderança a cada um dos seus liderados, para aumentar o bem estar individual
Description
Keywords
Personalidade big-5 autoliderança eficácia percebida da liderança bem-estar estudo longitudinal.