| Name: | Description: | Size: | Format: | |
|---|---|---|---|---|
| 1.09 MB | Adobe PDF |
Abstract(s)
A presente dissertação analisa os desafios e as estratégias associadas à adoção de
veículos elétricos na Guarda Nacional Republicana, com foco na resistência organizacional
à mudança e na viabilidade operacional da integração destes veículos na instituição. A
investigação parte da crescente exigência da União Europeia relativamente à
descarbonização do setor dos transportes, expressa em regulamentos como o Regulamento
da EU 2023/851 e o Regulamento UE 2024/1257, que reforçam a transição para tecnologias
de mobilidade sustentável. Neste contexto, a Guarda Nacional Republicana, enquanto força
de segurança de natureza militar e com significativa representação na frota automóvel do
Estado, é chamada a adaptar-se a estas exigências, enfrentando obstáculos específicos
decorrentes da sua cultura organizacional e missão operacional característica. Com base
numa abordagem quantitativa e descritiva, foi aplicado um questionário aos militares de três
Comandos Territoriais, Aveiro, Lisboa e Santarém, selecionados por apresentarem o maior
número de veículos elétricos na frota. A análise de dados incluiu estatísticas descritivas e
uma Análise Fatorial Exploratória, que permitiu identificar dimensões latentes nas perceções
dos inquiridos. Os resultados revelam que a resistência à mudança na Guarda Nacional
Republicana resulta de uma combinação de fatores individuais (aversão ao risco, apego à
rotina), organizacionais (falta de envolvimento nas decisões, perceção de injustiça) e
culturais (estrutura hierárquica rígida e conservadora).
Do ponto de vista operacional, os militares reconhecem benefícios ambientais e
económicos nos veículos elétricos, mas manifestam reservas quanto à sua aplicabilidade em
patrulhas extensas, situações imprevistas ou missões que exijam autonomia prolongada. A
análise das perceções aponta ainda para a importância da formação técnica e da comunicação
interna como instrumentos essenciais na mitigação da resistência, com mais de 80% dos
inquiridos a destacar a relevância destes fatores. O envolvimento direto dos militares nos
processos de decisão foi também valorizado como condição para uma transição bem
sucedida. Conclui-se que a adoção dos veículos elétricos na Guarda Nacional Republicana é
viável, do ponto de vista da resistência à mudança, desde que sustentada numa estratégia de
gestão da mudança centrada no fator humano, que promova a inclusão, o esclarecimento e a
adaptação gradual. A investigação recomenda o reforço da formação, o investimento em
comunicação institucional eficaz e o envolvimento ativo dos efetivos como pilares para o
sucesso da transição energética na Guarda Nacional Republicana. Por fim, são sugeridas
iii
futuras investigações com amostras mais abrangentes e métodos complementares de
natureza qualitativa, bem como análises comparativas com outras forças de segurança
nacionais e internacionais.
Description
Keywords
Pedagogical Context
Citation
Publisher
CC License
Without CC licence
