Repository logo
 
Loading...
Thumbnail Image
Publication

Da prova digital: a admissibilidade dos conhecimentos fortuitos no correio eletrónico.

Use this identifier to reference this record.

Abstract(s)

A tecnologia está presente em todos os aspetos das sociedades atuais, influenciando desde os novos métodos de cibercriminalidade aos mais recentes procedimentos de investigação criminal e métodos processuais penais. Neste contexto, a prova digital adquire uma centralidade cada vez maior nos processos da atualidade, embora apresente uma natureza instável, volátil e a sua investigação mereça particular atenção, tendo em conta a sua relevância jurídica. A crescente utilização das mensagens do correio eletrónico, enquanto meio de prova no processo penal, tornou evidente a necessidade de um enquadramento e um regime jurídico que atenda à natureza deste meio de prova. Neste âmbito, a presente dissertação concentrou-se numa análise doutrinária e jurisprudencial do art.º 17.º da Lei do Cibercrime, sobre o regime da apreensão de correio eletrónico e registos de comunicações de natureza semelhante. A força motriz deste estudo dedicou-se a compreender a admissibilidade dos conhecimentos fortuitos no correio eletrónico, distinguindo-os de conhecimentos de investigação e de phishing expeditions. Este estudo trouxe discussões doutrinárias e várias perspetivas jurisprudenciais sobre problemáticas associadas à coexistência de vários regimes processuais de âmbito do regime da apreensão do correio eletrónico. Face à omissão legal, a análise permitiu concluir que, na prática, tem sido sustentado que os conhecimentos fortuitos provenientes da apreensão de correio eletrónico, podem ser admissíveis e usados num processo distinto, desde que sejam respeitados os princípios da legalidade, da necessidade, da proporcionalidade, da reserva de juiz e sempre que se garanta o cumprimento rigoroso dos requisitos da apreensão fruto da investigação original. Este processo deve respeitar uma análise casuística rigorosa, sempre sujeita a controlo judicial.
Technology is present in every aspect of today's societies, influencing everything from new cybercrime methods to the latest criminal investigation procedures and criminal procedure methods. In this context, digital evidence is increasingly central to today's processes, although it is unstable and volatile and its investigation deserves particular attention, given its legal relevance. The growing use of e-mails as evidence in criminal proceedings has made it clear that there is a need for a framework and a legal regime that takes into account the nature of this evidence. In this context, this dissertation focused on a doctrinal and jurisprudential analysis of article 17 of the Cybercrime Law, on the regime for seizing emails and records of communications of a similar nature. The driving force behind this study was to understand the admissibility of fortuitous knowledge in electronic mail, distinguishing it from investigative knowledge and phishing expeditions. This study brought together doctrinal discussions and various jurisprudential perspectives on the problems associated with the coexistence of various procedural regimes for the seizure of electronic mail. Despite the legal omission, the results have shown that fortuitous knowledge from the seizure of emails can be admissible and used in a separate case, provided that the principles of legality, necessity, proportionality and the reserve of the judge are respected, and provided that strict compliance with the requirements of the seizure resulting from the original investigation is guaranteed.

Description

Keywords

cibercriminalidade conhecimentos fortuitos correio eletrónico lei do cibercrime prova digital cybercrime fortuitous knowledge electronic mail cybercrime law digital evidence.

Pedagogical Context

Citation

Research Projects

Organizational Units

Journal Issue

Publisher

CC License

Without CC licence