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- Regresso ao quarto 666Publication . Alves, Marta PinhoO cinema, tal como foi habitualmente definido, pelo menos na sua formulação dominante, existe agora em paralelo com diversas outras modalidades. Este não mais depende da película e dos seus equipamentos próprios, é distribuído e visto em plataformas e espaços diversos e requer posturas que se distanciam da atitude convencional associada à sala escura. Mais intervenientes participam na sua construção e difusão e novas tipologias estéticas e narrativas são identificadas nos objetos que daí resultam. A reestruturação desta forma de expressão e de todos os seus elementos convencionais tem suscitado um amplo questionamento entre os seus teóricos e aqueles que têm contribuído para todas as etapas da sua construção e apresentação, acerca do que pode ser hoje entendido como pertencente ao território do cinema. O presente artigo propõe-se analisar os escritos recentes que têm sido dedicados a este tema, procurando identificar os seus principais argumentos e posições.
- O cinema ao vivo como modalidade de expressão cinemática do tempo do digital: As performances do coletivo artístico the light surgeonsPublication . Alves, Marta PinhoNo decurso do processo de digitalização do cinema e, portanto, de uma outra etapa de transformação tecnológica deste medium, novas possibilidades de criação cinemática têm sido esboçadas. Estas possibilidades não nascem desvinculadas de um passado complexo e diversificado e são mesmo, na maioria dos casos, resultado da confluência de ideias, tradições e experiências antes parcamente exploradas, marginalizadas ou obliteradas. Um dos exemplos aqui integrado é o Cinema ao Vivo. O presente artigo procura compreender os modos de expressão deste cinema, assim como as práticas, os dispositivos e as ferramentas colocadas ao seu serviço. Uma ilustração é proposta mediante a apresentação das criações de The Light Surgeons, um coletivo de artistas e cineastas sediado no Reino Unido, que detém um complexo e diversificado corpo de trabalho enquadrável nesta modalidade.
- O cinema de base de dados: modalidades e expressõesPublication . Alves, Marta PinhoNum texto escrito na viragem do século XX para o XXI, Lev Manovich declarou que, proximamente, os filmes e telenovelas assemelhar-se-iam “(...) mais ao canal de televisão Bloomberg do que a E Tudo o Vento Levou” (2000, tradução da autora). Esta ideia era fundada na noção de que a base de dados ocupara já o lugar de principal forma de expressão cultural, destronando a narrativa. Manovich assinalou noutra reflexão dedicada ao tema que os novos objetos dos media haviam deixado de contar histórias, na medida em que não se orientavam já por assinalar um começo e um final e abdicavam de um desenvolvimento temático e/ou formal que lhes permitisse estruturar uma ordem sequencial. Em vez disso, eram, na sua perspetiva, constituídos por elementos individuais com significados autónomos (1998). Embora o cinema encontre ainda expressões múltiplas, não estando portanto concretizado o cenário antevisto pelo autor, várias experiências têm sido desenvolvidas que podem ser aqui enquadradas. Cineastas e artistas que trabalham com imagens em movimento têm explorado as potencialidades generativas do computador, testando um cinema construído pela máquina. O presente artigo faz um mapeamento de várias modalidades enquadráveis nesta formulação cinemática, procurando compreender algumas das suas manifestações e o modo como se expressam.
- A digitalização do cinema e a emergência do cinema PRO-AMPublication . Alves, Marta PinhoAo longo de grande parte da história do cinema, foi frequentemente fácil estabelecer a distinção entre uma forma de produção cinematográfica entendida como profissional e outra considerada amadora. A diferenciação era efetuada mediante a evocação de elementos particulares associados a cada tipologia. No momento contemporâneo, face à intervenção da digitalização no território da criação de imagens em movimento, esta oposição tende a esbater-se. As duas categorias contaminam-se ou mesclam-se, criando, assim, uma nova categoria híbrida. A modalidade de produção cinemática que permite ao cinema assumir em simultâneo características e tropos dos dois territórios, antes aparentemente incompatíveis, é aqui designada por cinema pro-am. Esta denominação adota um termo já comum para a fusão entre os conceitos amador e profissional, composto pela justaposição da abreviatura dos vocábulos que os nomeiam. É objetivo do presente artigo compreender a génese deste conceito e a sua expressão contemporânea. Tendo em conta estes propósitos, a reflexão inicia-se com uma breve incursão histórica em que se procura caracterizar as duas tipologias de produção cinemática, no sentido de identificar as características particulares que, ao longo do tempo, lhes foram atribuídas e contribuíram para as definir. As oposições que lhes subjazem podem ser agrupadas a partir de quatro elementos fundamentais: 1) os protagonistas e suas condições de produção; 2) a tecnologia utilizada; 3) as produções (destacando-se aqui os seus componentes técnicos, estéticos e temáticos); 4) os modos de circulação e difusão das mesmas. Seguidamente, identificam-se as transformações operadas contemporaneamente no território do cinema, que aparentam contribuir para a sua indistinção. Nesta etapa, discute-se o conceito de digitalização e o que este representa no quadro da criação e difusão cinemática. Finalmente, faz-se alusão a exemplos integráveis na nova categoria de cinema pro-am que visam demonstrar a sua manifestação e recorrência. Estes exemplos, dos quais se apresentará uma breve análise, são agrupados em duas sub-categorias: 'amadores que fazem filmes como profissionais' e 'profissionais que fazem filmes como amadores'. As designações propostas para as duas sub-categorias antes mencionadas assinalam a manutenção da referência ao anterior binómio como elemento necessário à compreensão dos seus modos de expressão.