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- Aplicação do Powerplex Y System no estudo de casos de agressão sexualPublication . Vieira da Silva, Cláudia; Cruz, C.; Ribeiro, Teresa; Lucas, Isabel; Espinheira, R.O cromossoma Y é especificamente masculino, haploide e transmitido de pai para filho sem alterações, a menos que tenham ocorrido mutações A maior vantagem do estudo dos STRs do cromossoma Y, em contraste com os STRs autossómicos é a amplificação selectiva do ADN masculino. Os STRs do cromossoma Y têm propriedades de utilidade forense especialmente quando aplicados em vestígios biológicos provenientes de casos de agressão sexual, em que um suspeito masculino está envolvido, o que acontece praticamente na totalidade dos casos. Diversas metodologias são aplicadas desde há longa data no estudo de vestígios biológicos provenientes de agressões sexuais, como a pesquisa de espermatozóides, a pesquisa de esperma pela reacção de Fosfatase Ácida e o estudo do gene homólogo da Amelogenina Da amplificação desta região dos cromossomas sexuais resultam fragmentos com 106 pb do cromossoma X e 112 pb do cromossoma Y, mas, se o material biológico feminino estiver em muito maior quantidade que o masculino, ao realizar o estudo da Amelogenina pode ser difícil detectar o cromossoma Y. Neste estudo com aplicação do Powerplex® Y System detecta se de forma inequívoca a presença de material genético de origem masculina, obtendo se um perfil genético ou haplotipo que poderá ser comparado com o dos suspeitos. Este kit está comercialmente disponível e validado e permite a amplificação simultânea de 12 Y STRs DYS 19 DYS 385 a/b, DYS 389 I, DYS 389 II, DYS 390 DYS 391 DYS 392 DYS 393 DYS 437 DYS 438 DYS 439.Nos casos de agressão sexual, o ADN autossómico do agressor pode surgir mascarado com o da vítima conduzindo a uma “sobrerepresentação”do perfil genético da mesma Q uando os vestígios biológicos do agressor estão presentes em muito pequena quantidade e os resultados da fosfatase ácida para pesquisa de esperma são negativos, a pesquisa de Y STRs pode ser um complemento fundamental para a prova de que existe nas amostras estudadas material genético de origem masculina . A pesquisa de Amelogenina pode não ser a forma mais eficiente de comprovar a presença de material biológico masculino Nos casos em que a presença de material biológico masculino é escasso comparativamente ao da vítima (figura 2 ou quando ocorre delecção no gene da Amelogenina do cromossoma Y do agressor, este pode não ser detectado na análise de fragmentos, Nos casos em que se pode comparar o perfil genético das amostras com o perfil do suspeito, o estudo dos STRs autossómicos pode ser difícil de interpretar numa mistura de material biológico, sobretudo se estiver envolvido mais do que um suspeito O estudo dos Y STRs nestas amostras permite excluir imediatamente o(s) suspeito(s) se o perfil genético ou haplótipo não for coincidente. Se ocorrer coincidência dos resultados os restantes membros da mesma linha paterna não podem ser excluídos .Quando a vítima é um indivíduo do sexo masculino os resultados obtidos também são válidos, sendo possível identificar o perfil genético do agressor conhecendo o perfil genético da vítima, desde que não pertençam à mesma linha paterna.O Kit Powerplex®Y system poderá ser uma ferramenta muito útil para detectar quantidades mínimas de ADN masculino nas amostras recomendando se a sua utilização nos casos de agressão.
- Identificação Genética de Amostras Utilizadas na Determinação da Taxa de AlcoolemiaPublication . Cruz, C.; Vieira da Silva, Cláudia; Ribeiro, Teresa; Lucas, Isabel; Espinheira, RosaA condução sob influência de álcool é responsável por grande parte da sinistralidade rodoviária e a sua fiscalização tem constituído uma das medidas de prevenção dessa sinistralidade. A determinação da Taxa de Alcoolémia no Sangue (TAS) é um dos meios utilizados na fiscalização. No Serviço de Genética e Biologia Forense da Delegação de Lisboa ocorreram solicitações de identificação genética de amostras previamente utilizadas na determinação de TAS.A identificação genética consiste no estudo do perfil de ADN obtido a partir das referidas amostras e na posterior comparação com o perfil de ADN obtido a partir de amostras biológicas de referência, colhidas ao indivíduo sujeito a pesquisa de álcool ou, no caso de falecimento deste, com o perfil genético de familiares directos. Este trabalho descreve os procedimentos realizados na identificação genética das referidas amostras. A comparação dos perfis genéticos obtidos permitiu detectar coincidência/não coincidência ou presença/ausência de uma relação de parentesco entre os referidos perfis e, consequentemente, determinar a identidade da amostra.Este tipo de estudo pode constituir um importante complemento às provas estabelecidas para a detecção do estado de influenciado pelo álcool ou por substâncias estupefacientes ou psicotrópicas.
- Unhas : uma alternativa para Identificação HumanaPublication . Ribeiro, Teresa; Lucas, Isabel; Vieira da Silva, Cláudia; Cruz, C.; Espinheira, RosaNa identificação genética de restos cadavéricos humanos é fundamental a selecção do material biológico a submeter à análise genética, revestindo se de importância relevante a escolha das amostras mais adequadas ao estado dos restos cadavéricos A capacidade de estudar o ADN pela técnica de PCR (polimerase chain reaction) permite analisar quantidades de ADN reduzidas, isoladas a partir de dentes e de fragmentos ósseos, bem como a partir de unhas, contudo, o problema que surge quando se trabalha com ADN destas amostras è a degradação da cadeia de ADN que ocorre após a morte, a própria contaminação por ADN microbiano e/ou a presença de inibidores da PCR, Verificou se que dos 4306 indivíduos estudados em polimorfismos de ADN, pertencentes a exames forenses no âmbito do foro cível, 67 eram indivíduos cadáveres, que necessitaram de esclarecimento da sua identidade ou que eram intervenientes em exames de investigação biológica de filiação e para tal houve necessidade de recorrer a exumação. Em 73 destes indivíduos não foi possível trabalhar com amostras de sangue porque o estado do cadáver não o permitia Em alternativa, o estudo do perfil genético recaiu sobre outro material biológico disponível Os perfis genéticos de 5 indivíduos foram estudados a partir de unhas, comparados com dentes e/ou ossos do próprio e identificados por análise comparativa com os perfis dos supostos familiares.A identificação, pelas unhas, foi possível em 4 das 5 vítimas estudadas O facto de não ter sido possível obter um perfil genético num dos casos, pode dever se, provavelmente, à permanência do cadáver em água salgada (caso 2 Nos dentes, foram obtidos resultados porque a dentina e o esmalte protegem a polpa, constituída por grande densidade celular e deste modo, a recuperação do ADN é maior As unhas oferecem uma oportunidade para identificar cadáveres, por análise genética comparativa com supostos familiares, contudo há que ter em atenção que a taxa de sucesso dos resultados depende do tipo de material biológico, do estado de cadáver, do local em que o mesmo foi encontrado, do intervalo post mortem 4 Por outro lado, verificou se que, em alguns casos, os fragmentos amplificados de maiores dimensões são mais difíceis de detectar do que os de menores dimensões (caso 3 podendo este facto ser devido à molécula de ADN estar parcialmente fragmentada A metodologia de extracção de ADN das unhas torna se vantajosa relativamente à usada para os dentes e ossos Antes de se proceder à digestão proteolitica, os ossos são laminados com auxilio de serra eléctrica, em finíssimas lascas, e posteriormente reduzidos a pó por acção de azoto líquido, num criotriturador 6750 freezer mill No caso dos dentes, o procedimento é semelhante não havendo contudo necessidade de utilizar a serra Relativamente às unhas o procedimento inicia se com a digestão proteolitica, logo após a desinfecção inicial Deste modo, o protocolo de extracção de ADN das unhas torna se mais rápido e menos dispendioso Além disso a manipulação do azoto líquido acarreta riscos para o técnico uma vez que se trata de um gás inodoro e liquefeito a uma temperatura de 210 ºC, provocando acidentalmente queimaduras graves, e intoxicação sem que possam ser perceptíveis. As unhas são um meio alternativo para a identificação genética, contudo o perito médico legal deverá ter em consideração que para além das unhas deve colher outro tipo de amostra biológica