Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
1.33 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
As organizações, nas últimas décadas conseguiram alcançar aumentos de produtividade, devido ao
início da era industrial, desde a oferta de matérias-primas a baixo custo, da crescente globalização e ao
crescimento das tecnologias, estes acontecimentos no passado, só afirmavam que a inovação que iria
existir no futuro, teria grandes dimensões. Assim, percebeu-se que as pessoas, vulgo, os colaboradores,
estavam a tornar-se num recurso essencial para a organização e a gestão centrada nos aspetos humanos
desenvolve-se fortemente. Prova disso, é por exemplo a NORMA Portuguesa NP4590, do sistema de
gestão do bem-estar e felicidade organizacional, que se encontra neste momento em discussão e consulta
pública e que aposta no bem-estar laboral, com objetivo de atingir o sucesso das empresas, e logo a
produtividade e o lucro, mas também com objetivos de atrair e reter talentos num mundo laboral cada
vez mais VUCA. As ciências empresariais têm procurado soluções para promover o bem-estar laboral
e tornar-se mais competitivas de forma a reter talentos, e a oferta de práticas meditativas laborais tem
sido uma abordagem em crescimento. A literatura aponta que as práticas meditativas contribuem para
o bem-estar laboral, trazendo diferenciação aos benefícios oferecidos pelas empresas aos colaboradores,
reduzindo o stress profissional, aumentando as emoções positivas no trabalho, melhorando
relacionamentos laborais e consecutivamente, aumentando produtividade e logo, a competitividade das
organizações. Pode-se definir Ciências contemplativas como a harmonia de um conhecimento profundo
dos acontecimentos mentais, em que estamos num estado de consciência, em que adotamos uma postura
de disciplina com o objetivo de neutralizar os impactos dos desequilíbrios mentais. Enquanto as Práticas
meditativas, incluem todas as práticas, de todas as origens e tradições que incluam praticas de
meditação. A meditação humana existe há cerca de 5000 anos, e de forma resumida pode ser definida
como a autorregulação intencional da atenção, existindo dezenas se não centenas de práticas meditativas
documentadas. Em particular, a Meditação mindfulness tem atingido grande mediatismo por ser uma
das mais investigadas segundo o método científico, nas últimas décadas. Trata-se de uma tipologia de
meditação - traduzido em português por prática de atenção plena - que implica direcionar a atenção ao
momento presente, de forma descentrativa e sem julgamentos ao desenrolar da experiência atual. A
meditação mindfulness é o estado de consciência da mente, em que a nossa atitude está relacionada com
a nossa curiosidade e a nossa intenção é a capacidade de controlar essa curiosidade. Neste estudo, para
perceber as práticas meditativas de trabalhadores portugueses, na sua relação com as facetas de
mindfulness, optou-se por uma metodologia quantitativa, usando um questionário composto por: (a)
perguntas sobre as variáveis sociodemográficas e profissionais; (b) a versão portuguesa do Five Facet
Mindfulness Questionnaire de Baer et al., (2006), tradução e adaptação de Gouveia e Gregório (2007),
com 39 questões; (c) e por um conjunto de 12 perguntas sobre práticas meditativas construído
especificamente para este estudo. Participaram 170 indivíduos e destacam-se os seguintes resultados:
(a) das cinco facetas, a faceta com melhor resultado nesta amostra foi a faceta ‘Observar’; (b) a prática
meditativa com frequência mais elevada correspondeu à meditação em movimento (Yoga, Pilates,
Qigong, Taichi, entre outras); (c) variáveis sociodemográficas como a idade mostraram-se
significativas, verificando-se que os participantes mais velhos apresentaram resultados mais elevados
(nas facetas descrever e observar), em comparação com os mais novos; (d) outra variável
sociodemográfica significativa, foi a variável género relacionada com as práticas meditativas, em que
se confirmando que o valor da média mais alto do género feminino, foi nas práticas de comunicação
consciente para com os outros (Mindful Comunication) e nas práticas de cultivo da paciência,
benevolência, altruísmo, gratidão e outras forças positivas. Por fim, termina-se discutindo os resultados,
sugerindo investigação futura e deixando pistas para o futuro das práticas meditativas laborais como
estratégia de promoção do bem-estar laboral.
Description
Keywords
Gestão Bem-estar laboral Ciências Contemplativas Práticas Meditativas Meditação Mindfulness