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O turismo no Porto na segunda metade do Século XIX - guias e relatos de viagem

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O turismo é uma atividade que está em permanente mutação. Estudar a sua evolução permite compreender com maior profundidade e coesão a complexidade do sistema turístico. A progressiva valorização do entendimento do contexto do turismo, como sistema de intercâmbio cultural, social e económico, convoca-nos para uma multiplicidade de conceitos que funcionam através de um variado conjunto de outros sistemas que garantem o funcionamento do turismo. Se o turismo até ao século XVIII era limitado a uma classe economicamente abastada, a partir do século XIX, na época industrial e pós-industrial, evoluiu no sentido da massificação; a emergência do transporte ferroviário e o surgimento de novos serviços e atividades foram fatores determinantes para a evolução do fenómeno turístico, bem como na origem do turismo nos nossos dias. Em Portugal, com as profundas transformações tecnológicas, industriais, sociais e económicas que ocorreram com particular incidência a partir da segunda metade de oitocentos, populariza-se a viagem e emerge o turismo como atividade económica que passa a ser uma referência na promoção e progresso do país. O Porto não foi exceção. Entretanto, passaram 190 anos dos projéteis de fogo da guerra civil e mais de 120 da peste bubónica, que assombrou a cidade, de uma forma não muito diferente da realidade pandémica atual, eventualmente a uma escala mais dramática, constituindo um exemplo paradigmático da força e resiliência dos portuenses. Este Porto de oitocentos era uma cidade efervescente, motivada pelo crescimento populacional desmesurado, como pelo próprio desenvolvimento económico, a cidade acelerou a sua transformação e alargou os seus limites. Assiste-se à constante reinvenção da cidade, fazendo do Porto uma sala de espetáculos, graças à sua paisagem teatral, mas igualmente aos seus recursos monumentais. À medida que as estruturas de apoio às viagens melhoraram e a cidade se expandia e desenvolvia, crescia o volume de viajantes, o que originou novo incremento e novas formas de turismo. Os guias de viagem sobre a cidade multiplicam-se, relacionando as funções comerciais com avaliações qualitativas e quantitativas sobre os recursos e ofertas turísticas da cidade. Este crescimento turístico de meados do século XIX motivou a multiplicação de oferta hoteleira e criou bases para uma nova etapa do turismo. De modo a compreender o turismo no Porto oitocentista e identificar os interesses turísticos dos viajantes do século XIX, bem como os principais monumentos a visitar, procedeu-se através de uma leitura atenta a guias e relatos de viagem, para a identificação e levantamento dos principais recursos turísticos da cidade, mencionados pelos viajantes mas também de modo a analisar as características, comportamentos, reflexões e opiniões desempenhadas pelos respetivos autores. Este texto concentra a exploração interpretativa dos recursos turísticos que mais se destacaram no período oitocentista, de acordo com as vivências imortalizadas na literatura, descrevendo aspetos marcantes, descrições históricas e evocando particularidades naturais e culturais que distinguem a cidade. Ao mesmo tempo, efetuou-se uma recolha de um conjunto de problemáticas com que os visitantes se depararam durante a sua viagem ao Porto do Romantismo. Para concluir esta linha de investigação, foi elaborado um itinerário turístico, com base nos principais recursos turísticos mencionados nos guias, com o valor acrescentado de conter património edificado, toponímia e monumentos com origem ou relação a momentos históricos do período romântico.

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turismo; génese do turismo; recursos turísticos; século XIX; o turismo no porto; porto oitocentista

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