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Abstract(s)
As transições vivenciadas ao longo da parentalidade são muito significativas para o
campo de atuação e ação autónoma do enfermeiro, pelo que o Papel Parental constitui um
foco relevante no âmago da enfermagem pediátrica. Em contexto de inauguração de
necessidades especiais permanentes na criança, o enfermeiro pode assumir um papel
preponderante na facilitação dos processos de adaptação dos pais à nova condição e
redefinição da sua identidade parental. As novas responsabilidades parentais, e a
necessidade de cuidados que contemplam maior especificidade e complexidade, desafiam
o exercício da parentalidade.
A investigação no seio dos Sistemas de Informação em Enfermagem tem deixado
evidente a necessidade de desenvolver Modelos Clínicos de Dados que apoiem a decisão
clínica e influenciem melhores padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem. A
construção de Modelos Clínicos de Dados, ao descrever os dados, os diagnósticos, as
intervenções e os resultados de enfermagem, colmataria uma necessidade prática na
evolução dos Sistemas de Informação em Saúde.
Este trabalho emerge da conjugação destas duas problemáticas, e, usufruindo dos
contributos provindos da investigação realizada por Sousa (2012), pretende confluir para o
desenvolvimento de parte de um Modelo Clínico de Dados centrado no domínio das
intencionalidades terapêuticas envoltas na parceria de cuidados entre enfermeiros e pais
de crianças com necessidades especiais permanentes. Assim, procuramos definir o
conjunto de dados e de diagnósticos de enfermagem relativos ao exercício do papel
parental neste contexto.
Trata-se de um estudo assente no paradigma qualitativo, de natureza descritiva e
exploratória, cuja estratégia se centrou na análise de conteúdo, com categorias definidas à
priori com base em referencial teórico. O corpus de análise constitui-se por diagnósticos e
xvi
intervenções de enfermagem provenientes das customizações nacionais do Sistema de
Apoio à Prática de Enfermagem e associados ao foco papel parental, referentes a janeiro e
fevereiro de 2013. A análise possibilitou-nos evoluir para a definição do conjunto major de
dados que permitem a avaliação e caracterização do papel parental em condição especial
permanente, bem como identificar os diagnósticos que emergem desses dados.
Conclui-se que a atividade diagnóstica deve contemplar um conjunto de dados
relativos (1) ao estado e padrão das necessidades da criança - alimentação, higiene,
conforto, sono, exercício, segurança, afetividade, desenvolvimento infantil, processos
corporais, regime medicamentoso e dispositivos, (2) ao conhecimento e capacidade
parental para satisfazer essas necessidades, (3) à consciencialização e significados,
atribuídos pelos pais, quanto à reformulação da forma como satisfazem as necessidades do
filho e (4) aos aspetos relativos à transição parental, como os recursos pessoais, a
disponibilidade para aprender, a consciencialização das mudanças no papel e os
significados atribuídos às mesmas.
A valorização de dados desta natureza viabiliza a formulação de diagnósticos
direcionados para as oportunidades de desenvolvimento de competências que permitam
atingir mestria parental. Este estudo permitiu-nos propor o conjunto major de dados e os
diagnósticos de enfermagem que poderão incorporar um Modelo Clínico de Dados
promotor da parentalidade em condição especial permanente e potenciador de uma
conceção de cuidados mais integradora do conhecimento próprio da disciplina de
enfermagem.
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Keywords
Parentalidade Necessidades especiais permanentes Enfermagem Pediátrica Criança