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Gestão de doentes com patologia dentária e lúpus eritematoso sistémico : desafios e inovações

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Abstract(s)

O desequilíbrio da homeostase imunológica está na origem dos mecanismos fisiopatológicos associados às doenças autoimunes. O lúpus eritematoso sistémico (LES) é uma doença autoimune, caracterizada por inflamação crónica e uma resposta imunitária patológica contra antigénios self, com distribuição sistémica e forte predomínio no sexo feminino. Há lesão e consequente falência de vários órgãos e tecidos. Existem evidências que o microbioma oral está envolvido na etiologia, assim como na progressão desta patologia. A caracterização do microbioma oral nos doentes pode constituir um biomarcador promissor. Os doentes diagnosticados com LES têm uma redução da qualidade de vida associada à sua saúde oral. Estes indivíduos apresentam maior risco de desenvolver doença periodontal e de distúrbios da articulação temporomandibular. Podem ocorrer úlceras orais, hipossialia, glossodinia, queilite, síndrome de Sjögren secundário, entre outros. O tratamento imunossupressor é considerado a base da gestão clínica destes doentes, com a utilização de diferentes terapêuticas sistémicas (fármacos imunossupressores e anticoagulantes). Estes tratamentos, realizados de forma prolongada, podem influenciar a abordagem destes doentes na medicina dentária. Existem vários estudos com opções terapêuticas inovadoras para controlo e tratamento de diversas doenças autoimunes. Os fármacos biológicos têm sido muito promissores. A utilização de células estaminais para modulação do sistema imunológico e indução de fenótipos imunossupressores apresenta resultados promissores e com potencial de induzir remissões de longa duração. Neste trabalho, pretende-se realizar uma revisão narrativa da literatura científica aplicada às terapêuticas e abordagens clínicas em Medicina Dentária dos doentes diagnosticados com LES. Será dada particular importância à descrição das alterações da cavidade oral induzida por esta doença autoimune, bem como aos efeitos secundários das terapêuticas farmacológicas utilizadas.
Imbalance of immune homeostasis is at the origin of the pathophysiological mechanisms associated with autoimmune diseases. Systemic lupus erythematosus (SLE) is an autoimmune disease characterized by chronic inflammation and a pathological immune response against self-antigens, with systemic affliction and a strong predominance in females. There is damage and consequent failure of several organs and tissues. There is evidence that the oral microbiome is involved in the etiology, as well as in the progression of this pathology. The characterization of the oral microbiome in patients may be a promising biomarker. Patients diagnosed with SLE have a reduced quality of life associated with their oral health. These individuals are at higher risk of developing periodontal disease and temporomandibular joint disorders. Oral ulcers, hypossialy, glossodynia, cheilitis, secondary Sjögren's syndrome, among others may occur. Immunosuppressive treatment is considered the basis of the clinical management of these patients with the use of different systemic therapies (immunosuppressive drugs and anticoagulants). These treatments, performed in a prolonged manner, can influence the approach of these patients in dental medicine. There are several studies with innovative therapeutic options for the control and treatment of various autoimmune diseases. Biological drugs have been very promising. The use of stem cells for modulation of the immune system and induction of immunosuppressive phenotypes presents promising results with potential to induce long-term remissions. The scope of this work is to present a narrative review of the scientific literature applied to therapies and clinical approaches in Dentistry of patients diagnosed with SLE. Some focus will be given to the description of oral cavity changes induced by this autoimmune disease, as well as to the side effects of pharmacological therapies used.
El desequilibrio de la homeostasis inmunológica está en el origen de los mecanismos fisiopatológicos asociados a las enfermedades autoinmunes. El lupus eritematoso sistémico (LES) es una enfermedad autoinmune caracterizada por una inflamación crónica y una respuesta inmunitaria patológica contra los autoantígenos, con distribución sistémica y un fuerte predominio en las mujeres. Hay una lesión y la consiguiente insuficiencia de varios órganos y tejidos. Existe evidencia de que el microbioma oral está implicado en la etiología, así como en la progresión de esta patología. La caracterización del microbioma oral en los enfermos puede ser un biomarcador prometedor. Los enfermos diagnosticados con LES tienen una calidad de vida reducida relacionada con su salud bucal. Estas personas corren un mayor riesgo de desarrollar enfermedad periodontal y trastornos de la articulación temporomandibular. Se pueden presentar úlceras orales, hiposalia, glosodinia, queilitis, síndrome de Sjögren secundario, y otros. El tratamiento inmunosupresor se considera la base del manejo clínico de estos enfermos con el uso de diferentes terapias sistémicas (fármacos inmunosupresores y anticoagulantes). Estos tratamientos, que se realizan a largo plazo, pueden influir en el abordaje de estos enfermos en la odontología. Existen varios estudios con opciones terapéuticas innovadoras para el control y el tratamiento de diversas enfermedades autoinmunes. Los medicamentos biológicos han sido muy prometedores. El uso de células madre para modular el sistema inmunitario y inducir fenotipos inmunosupresores presenta resultados prometedores con el potencial de inducir remisiones a largo plazo. Esta tesis de maestria busca realizar una revisión narrativa de la literatura científica aplicada a las terapias y enfoques clínicos en odontología de los enfermos diagnosticados con LES. Se dará especial importancia a la descripción de los cambios en la cavidad oral inducidos por esta enfermedad autoinmune, así como a los efectos secundarios de las terapias farmacológicas utilizadas.

Description

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Universitário Egas Moniz

Keywords

Patologia dentária Lúpus eritematoso sistémico Microbioma oral Qualidade de vida

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