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Authors
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Abstract(s)
A ansiedade, o stress, a angústia, comportamentos autodestrutivos, pânico e
emoções negativas têm vindo a aumentar, como consequência da pandemia da COVID19. Adicionalmente, como resultado de todas as contingências sociais, económicas e
organizacionais, Taylor (2020), através de observações clínicas e de investigação,
verificou um aumento das respostas de stress ou ansiedade relacionadas com a pandemia
da COVID-19. Estas incluíam o medo de contrair o vírus, de estar em contacto com
objetos ou superfícies contaminadas, de estrangeiros que poderiam estar contaminados
(i.e., xenofobia relacionada com a doença), medo das consequências socioeconómicas da
pandémica, sintomas de stress relacionados com a pandemia (e.g., pesadelos,
pensamentos negativos acerca da COVID-19), e a verificação compulsiva e procura de
segurança face a ameaças relacionadas com o vírus. A este conjunto de sintomas, Taylor
et al. (2020) denominou como stress resultante da COVID-19.
O teletrabalho foi uma das implementações estratégicas, para reduzir a
contaminação do vírus, contudo ainda não há estudos que demonstrem se, estar em
teletrabalho poderá reduzir esta tipologia especifica de stress. A personalidade poderá
também afetar esta relação, na medida em que, poderá influenciar a forma como a pessoa
se sente, age e reage face ao trabalho, e face à COVID-19. Como tal, esta dissertação teve
como objetivos: (1) analisar a relação entre o teletrabalho e o stress resultante da COVID19, e (2) o papel moderador de duas características da personalidade, nomeadamente a
mindfulness e o neurotiscismo, nesta relação. De forma a dar resposta aos objetivos
propostos, utilizou-se uma metodologia quantitativa, com recurso à aplicação de um
questionário online a indivíduos em teletrabalho (N=243). Os resultados revelaram que
(1) a relação negativa entre o teletrabalho e o stress resultante da COVID-19 não foi
significativa, contudo (2) esta relação parece ser moderada pela mindfulness, e pelo
neuroticismo, simultaneamente, de tal forma que a relação torna-se mais forte quando a
mindfulness é baixa, e quando o neuroticismo é elevado. Assim, estes resultados sugerem
que o teletrabalho permite atenuar o stress resultante da COVID-19, dependendo do nível
de mindfulness e neuroticismo do individuo.
Logo, parece premente que: (1) as organizações façam um diagnóstico individual,
antes de implementar o teletrabalho, na sua generalidade, pois nem todos parecem
beneficiar com esta prática; (2) promovam intervenções em mindfulness, pois esta parece
ser uma característica que pode mitigar os efeitos negativos do neuroticismo no stress
resultante da COVID-19, e (3) analisem os níveis de neuroticismo e mindfulness, na
seleção dos colaboradores
Description
Keywords
Teletrabalho Stress relacionado com a COVID-19 Minfulness Neuroticismo