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Abstract(s)
A modificação antropológica que giza presentemente a sociedade, no que aos idosos diz respeito, tem suscitado preocupações
acrescidas ao Estado. Estas interações traduzem-se nos desafios de
cariz económico e social que a esmagadora maioria das coletividades
hodiernas atravessam, numa época em que a humanidade atravessa
uma fase de extrema incerteza e que se revela de extrema importância a existência de uma plena concertação das políticas públicas.
Através do estabelecimento da paz decorrente da finalização da
Segunda Grande Guerra, registaram-se substanciais transmutações
na Europa, mas igualmente numa perspetiva mundial, atendendo à
procura de uma estabilidade homogénea e, ao mesmo tempo, preponderante. As referidas transformações, de índole económica, política e
social, potenciaram, para além do crescimento económico, o aumento
e consequente estabilização das condições de vida das pessoas e, por
sua vez, à ampliação da esperança média de vida.
O aludido desafio transformou-se, deste modo, numa importante emergência decorrente do aumento substancial da população idosa, a par da redução de meios e de recursos relativos ao modelo
de desenvolvimento social e económico vigorante.
A perspetiva societária decorrente da vetustez consubstancia-
-se em distintos quesitos pragmáticos. A demografia, e o consequente envelhecimento populacional, acaba por ser uma questão central
no tocante à gestão de recursos e de contentamento societário. O
sistema nacional de segurança social e o sistema de justiça começam
a sentir os efeitos da ampliação da esperança de vida. O progresso
da medicina e da tecnologia que visam eternizar a vida humana, tem
um outro lado que se traduz pela possibilidade de se obter aqueles
recursos somente ao alcance dos financeiramente mais abonados.
Ainda a propósito da tecnologia, que tal como vimos, se traduz pelo
incremento do progresso e pela tipologia económica e evolucional
contemporânea, tende, por outro lado, a contribuir à ascensão do
número de pessoas desempregadas e que assim não dispõem de recursos financeiros necessários para fazer face às suas naturais necessidades.
O reconhecimento da vulnerabilidade e fragilidade dos cidadãos mais idosos ou mais desprotegidos visa igualmente admitir que
as circunstâncias de autonomia a que têm direito não dependem somente deles. Podemos até admitir que existem circunstâncias que
decorrem do próprio trajeto (profissional) percorrido de cada pessoa
e que vão influenciar algumas dissimilitudes, mas temos necessariamente de questionar o seu grau de razoabilidade.
