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Literacia tecnológica e necessidades de informação da pessoa com diabetes : potencial de utilização das TIC

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O desenvolvimento de novas TIC na área da saúde têm proporcionado, à população em geral, uma oportunidade de aceder em tempo útil a informação de saúde atualizada e pertinente, que poderá melhorar a eficiência e efetividade de cuidados de saúde. Contudo, continuam por responder, questões empíricas importantes a todos os níveis, acerca de quão efetivos são estes recursos tecnológicos e de como as pessoas realmente os utilizam. Portugal não é exceção a esta realidade. Os últimos resultados do INE mostram que as novas tecnologias já fazem parte da realidade dos lares portugueses e a procura de informação é uma das atividades efetuadas na Internet que tem vindo a crescer. No entanto, alguns estudos demonstraram que ainda há um grande número de pessoas que vivem com uma doença crónica que continuam offline num mundo cada vez mais online. A questão que se coloca centra-se na forma como deve ser disponibilizada a informação direcionada para contextos específicos, nomeadamente de pessoas com doenças crónicas, com baixa literacia em saúde, que necessitam de informação que os ajude a viver com essa situação, com melhor qualidade de vida. A Diabetes é uma destas doenças crónicas, que, no decorrer do último século, se tornou um grave problema mundial de Saúde Pública, quer pelo número de pessoas afetadas, que pela elevada mortalidade e morbilidade. Viver com a Diabetes ultrapassa largamente o quadro da doença e do seu tratamento farmacológico. A educação pode melhorar o conhecimento sobre a doença, a perceção dos fatores positivos e negativos da sua evolução, a adesão ao regime terapêutico, nomeadamente o regime medicamentoso, e aos programas de controlo da doença, aspetos relevantes para a redução global dos custos e a melhoria da qualidade de vida. O acesso à informação por parte da pessoa com Diabetes e da sua família poderá contribuir para que estes se tornem mais autónomos e confiantes para lidar com esta doença no seu dia-a-dia. Página XII Dada a natureza do problema em estudo, assim como dos objetivos e das questões de investigação definidas, desenvolveu-se um estudo de perfil quantitativo, do tipo exploratório e descritivo, com recurso a uma amostra probabilística da população, recorrendo-se a uma técnica de amostragem aleatória estratificada de pessoas com Diabetes que se encontravam inscritas no Programa Nacional de Controlo da Diabetes, dos Centros de Saúde da ULSM. Na recolha de dados foi utilizado um formulário aplicado através de contacto telefónico. O formulário baseia-se no modelo de aceitação da tecnologia de Davis (1989), no modelo teórico da perceção da facilidade de utilização de Venkatesh (2000) e na revisão da literatura. Relativamente à fidelidade do formulário verificou-se um Alpha de Cronbach de 0,98 relativo às “necessidades informacionais dos utentes com Diabetes”. Relativamente à validade de constructo constatou-se através da análise fatorial exploratória a existência de duas dimensões que explicam 88,57% da variância total dos dados: “Integrar a Diabetes no quotidiano” e “Gestão dos recursos”. A amostra deste estudo é constituída por 388 utentes, 53,4% do sexo feminino, com uma média de idade de 65,7 anos (desvio-padrão + 12,4; Moda=65; Mediana=67; Min=15 anos e Max=92 anos). Relativamente ao nível de escolaridade, 6,2% dos utentes participantes não possui qualquer grau de escolaridade, mais de metade dos participantes (52,3%) concluíram apenas o primeiro ciclo do ensino básico, e apenas, 9,8% concluíram o ensino superior. Dos resultados obtidos constatou-se que as pessoas com mais idade e menor escolaridade são as que apresentam menor literacia tecnológica, menor acesso aos recursos informacionais, assim como uma menor utilização por parte destes, associada a uma maior dificuldade de uso. Apresentam também menor intenção de uso das TIC e efetuam menos procuras de informação de saúde na Internet. As suas preferências tecnológicas incidem sobre os dispositivos de voz (telefone/telemóvel) e de imagem (vídeo/DVD). Ao mesmo tempo, estes participantes são os que mostram mais necessidades informacionais e uma menor literacia em saúde. Já os participantes de menos idade e com Página XIII mais escolaridade manifestaram preferência pelo uso dos recursos eletrónicos (Internet e email) como fonte de informação em saúde. Quanto à avaliação da qualidade da informação que dispunham (muito boa/boa/razoável ou má) para dar respostas capazes ao longo do seu processo de saúde/doença, constatou-se que a categoria relativa aos recursos da comunidade é a que obtém pior score (“razoável”), enquanto em todas as outras categorias os participantes qualificaram a informação que detinham como boa. Contudo, em todas as categorias da gestão da DM, cerca de um terço da amostra qualificou a sua informação como razoável ou má, o que releva do ponto de vista do desenvolvimento de recursos que disponibilizem a informação direcionada para estes contextos específicos. A avaliação do potencial de utilizador revela-se uma ferramenta altamente útil para o desenvolvimento de recursos informacionais a disponibilizar em função da literacia tecnológica e adequados às necessidades informacionais das pessoas.

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Literacia Tecnológica Diabetes Mellitus Tecnologias de Informação e Comunicação

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