Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
341.45 KB | Adobe PDF | |||
463.33 KB | Adobe PDF | |||
354.17 KB | Adobe PDF | |||
329.96 KB | Adobe PDF |
Advisor(s)
Abstract(s)
A Madeira, situada numa zona de interseção, crucial para os interesses britânicos e alemães, no
Atlântico próximo-sul europeu e norte africano e à entrada do Mediterrâneo, despertou, desde o final
do século XIX, múltiplas cobiças, que a diploma cia portuguesa, apesar de condicionada, foi conseguindo gerir e, de uma forma geral, usar a favor dos interesses globais de Portugal.
Com uma importância geoestratégica fundada e (re)criada ao longo século XIX, mas sempre sustentada nos interesses das grandes potências continentais com projeção naval e imperial, a Madeira viveu de perto o aproximar da guerra também pelo facto de nela existirem duas importantes comunidades britânica e germânica, que não se podiam manter alheadas da crise internacional. Depois, com o envolvimento direto de Portugal e a expansão da atividade dos submarinos alemães, a ilha foi bombardeada por duas vezes: a primeira, em dezembro de 1916; a segunda em dezembro de 1917. Foi o único espaço português no hemisfério Norte a sofrer um ataque de tal dimensão, ao qual se podem ainda juntar as inúmeras vezes em que se registou ou houve apenas notícia da atividade dos submarinos no mar do arquipélago, com todas as consequências políticas e militares, que daí resultaram.
Aquando das partidas dos contingentes do Corpo Expedicionário Português para a frente ocidental da Grande Guerra em inícios de 1917, o aquartelamento de parte dos soldados nos porões dos navios, lado a lado com os animais e os víveres, foi a materialização para muitos do adágio “carne para canhão”. Porém, ninguém poderia compreender ainda o alcance das implicações desta participação portuguesa ou as condições sub-humanas que os soldados estavam prestes a enfrentar no conflito. Através do original testemunho documental de quatro oficiais médicos sobre a sua experiência nesses serviços de saúde, sintetiza-se o retrato de um quotidiano de inquietação e letargia sobre a operacionalidade militar e o estado físico e psicológico das tropas na sua capacidade de combate. A pertinência das suas notas e sugestões revelam antetempo muitas das críticas depois tecidas relativas ao papel marginal na intervenção e diplomacia político-militar portuguesa no panorama mundial.
A Grande Guerra ainda não terminou. O impacto deste conflito foi de tal modo profundo na História da Europa que os seus efeitos ainda hoje influenciam a evolução do continente. O mesmo se poderá dizer para a Ásia e o Médio Oriente (onde as ondas do acordo Sykes-Picot ainda hoje alimentam os seu conflitos). Este impacto explica em boa medida que o primeiro centenário da sua eclosão tenha marca do de forma evidente o debate académico e público na Europa durante o ano de 2014. Este artigo procura levantar o véu do profuso de bate académico em torno da Grande Guerra, no mundo anglo-saxónico, em França e em Portugal. A primeira parte disseca o debate anglo-saxónico e francês quanto à Grande Guerra, a sua origem e sua evolução. A segunda, lida com o debate português, focado em torno das razões da beligerância nacional.
No final do século XIX, Portugal era alvo de diversas transformações ao nível político, financeiro e económico-social decorrentes da grave crise internacional que se fazia sentir. Internamente, o Ultimatum de 1890 levou o governo português a renovar as suas orientações estratégicas passando a adotar modelos económicos mais protecionistas, vocacionados para o mercado interno e para o Império colonial. Em 1916, a frágil posição portuguesa no plano internacional levou o país a iniciar a sua intervenção na Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de reforçar a sua reputação perante os restantes países e garantir o reconhecimento necessário para manter as suas colónias. O papel da Armada no conflito consistiu principalmente em assegurar a defesa dos portos e garantir a segurança das forças expedicionárias enviadas para as colónias. O presente artigo pretende analisar com mais detalhe a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial com enfoque para o papel desempenhado pela Marinha de Guerra.
Aquando das partidas dos contingentes do Corpo Expedicionário Português para a frente ocidental da Grande Guerra em inícios de 1917, o aquartelamento de parte dos soldados nos porões dos navios, lado a lado com os animais e os víveres, foi a materialização para muitos do adágio “carne para canhão”. Porém, ninguém poderia compreender ainda o alcance das implicações desta participação portuguesa ou as condições sub-humanas que os soldados estavam prestes a enfrentar no conflito. Através do original testemunho documental de quatro oficiais médicos sobre a sua experiência nesses serviços de saúde, sintetiza-se o retrato de um quotidiano de inquietação e letargia sobre a operacionalidade militar e o estado físico e psicológico das tropas na sua capacidade de combate. A pertinência das suas notas e sugestões revelam antetempo muitas das críticas depois tecidas relativas ao papel marginal na intervenção e diplomacia político-militar portuguesa no panorama mundial.
A Grande Guerra ainda não terminou. O impacto deste conflito foi de tal modo profundo na História da Europa que os seus efeitos ainda hoje influenciam a evolução do continente. O mesmo se poderá dizer para a Ásia e o Médio Oriente (onde as ondas do acordo Sykes-Picot ainda hoje alimentam os seu conflitos). Este impacto explica em boa medida que o primeiro centenário da sua eclosão tenha marca do de forma evidente o debate académico e público na Europa durante o ano de 2014. Este artigo procura levantar o véu do profuso de bate académico em torno da Grande Guerra, no mundo anglo-saxónico, em França e em Portugal. A primeira parte disseca o debate anglo-saxónico e francês quanto à Grande Guerra, a sua origem e sua evolução. A segunda, lida com o debate português, focado em torno das razões da beligerância nacional.
No final do século XIX, Portugal era alvo de diversas transformações ao nível político, financeiro e económico-social decorrentes da grave crise internacional que se fazia sentir. Internamente, o Ultimatum de 1890 levou o governo português a renovar as suas orientações estratégicas passando a adotar modelos económicos mais protecionistas, vocacionados para o mercado interno e para o Império colonial. Em 1916, a frágil posição portuguesa no plano internacional levou o país a iniciar a sua intervenção na Primeira Guerra Mundial, com o objetivo de reforçar a sua reputação perante os restantes países e garantir o reconhecimento necessário para manter as suas colónias. O papel da Armada no conflito consistiu principalmente em assegurar a defesa dos portos e garantir a segurança das forças expedicionárias enviadas para as colónias. O presente artigo pretende analisar com mais detalhe a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial com enfoque para o papel desempenhado pela Marinha de Guerra.
Description
Keywords
Primeira Guerra Mundial, 1914-1918 Relações internacionais Política externa Diplomacia Forças Armadas Geoestratégia Sistema de Saúde Militar Marinha História Arquipélago da Madeira (Portugal) Portugal França Reino Unido Alemanha