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É amplamente sabido que as instituições de retaguarda à velhice têm passado por
profundas alterações nos seus modos de funcionamento e na sua forma de tratar os que
delas necessitam. Porém, grande parte destas continua a não estar totalmente preparada
para dar resposta às reais necessidades dos idosos. De facto, estas instituições dão
resposta às necessidades básicas do idoso, que até ao momento da institucionalização
não eram satisfeitas, ou eram satisfeitas com sérias dificuldades. No entanto, o domínio
social do idoso é um aspeto muito descorado. As condições e lógicas de funcionamento
e os profissionais que lá trabalham não promovem as relações sociais dos residentes. Os
idosos estão rodeados de outras pessoas, com as quais não têm laços de conhecimento,
afetivos e afinidades, compartilhando frequentemente o sentimento de solidão.
Deste modo o presente trabalho centra-se no estudo de um lar, das condições que
proporciona e das suas lógicas de funcionamento, tendentes, ou não, à preservação ou
ao reforço das sociabilidades dos idosos, como estratégia de combate à solidão. Neste
enquadramento, objetivou-se diagnosticar quais as características dos idosos que sentem
solidão e perceber se as práticas institucionais acentuam ou contrariam esse sentimento.
Para tal, realizou-se um cruzamento de instrumentos de recolha de dados
quantitativos e qualitativos. Aplicaram-se um questionário sobre dados
sociodemográficos, os Índices de Barthel e de Lawton e a Escala de Solidão da Ucla –
ULS-6. Do mesmo modo, recorrendo a um plano de observação, teoricamente
sustentado, observou-se o quotidiano institucional ao longo de vários meses.
Os resultados quantitativos indicam não há uma relação de dependência entre a
solidão e a idade e que não existe uma diferença estatisticamente significativa entre os
valores da solidão de acordo com o género, o estado civil e a escolaridade dos
indivíduos da amostra. Por seu turno, existe uma relação estatisticamente significativa
entre a solidão e a funcionalidade expressa pelo índice de Lawton.
Em relação aos resultados qualitativos, a nossa análise não nos permite concluir
que as condições e lógicas de funcionamento da instituição determinam por si só a
experiência de solidão. No entanto, autoriza-nos concluir que, o risco de morte social
cresce à medida que a dependência aumenta, sendo que as práticas e as lógicas de
funcionamento institucionais desempenham um papel preponderante.
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Keywords
Envelhecimento Solidão Isolamento Sociabilidades Lares de idosos