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Authors
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Abstract(s)
Risco de queda em idosos na comunidade: Contributo para a
construção de um instrumento de avaliação
As quedas são acidentes comuns em todas as faixas etárias, mas
representam um problema especialmente sério na população idosa. À medida
que a população envelhece este problema reforça a sua relevância.
As quedas são particularmente prevalentes entre as pessoas de mais
idade e colocam em risco o seu bem-estar e saúde, comprometendo a sua
independência. A etiologia multifatorial destes eventos adversos torna
complexa a sua prevenção. No entanto, a identificação das pessoas com maior
probabilidade de cair e dos fatores que contribuem para tal reveste-se de
primordial importância. Esta triagem, ao permitir direcionar os cuidados para
quem mais precisa e de forma individualizada, possibilita rentabilizar os
recursos que frequentemente são escassos e aumentar a eficácia das
intervenções.
São diversos os instrumentos existentes para despistar os idosos com
maior risco de queda. Porém, a maioria apresenta uma abordagem limitada a
fatores de risco intrínsecos ou extrínsecos, o que não reflete a natureza
multifatorial dos eventos de queda nem cumpre os requisitos internacionais.
Esta observação, aliada à constatação das dificuldades vividas pelos idosos e
famílias no contexto de internamento hospitalar motivado por fraturas
resultantes de quedas levou ao desenvolvimento de um trabalho de pesquisa
sobre este tema.
Objetivo: Desenvolver um instrumento de avaliação do risco de queda
para idosos em contexto comunitário a partir de variáveis com forte associação
com o risco de queda.
Método: Para dar resposta ao objetivo traçado realizou-se um trabalho
de tipo metodológico de abordagem maioritariamente quantitativa. Para a
construção do instrumento foi realizada uma revisão da literatura e reuniu-se
um painel de peritos para identificar as variáveis mais importantes para a
avaliação do risco de queda.
Posteriormente, o instrumento foi aplicado numa amostra 194 idosos,
maioritariamente feminina, com 75 ou mais anos (M=82,2; DP=±4,8) em
centros de dia nos concelhos do Porto e Santa Maria da Feira.
Resultados: A prevalência de quedas no grupo de idosos estudado foi
elevada, sendo os principais preditores de quedas: ter má perceção da sua
audição (OR=1,85; IC95%: 1,35-2,52), não usar sapatos de tamanho adequado
ao pé (OR=4,26; IC95%: 2,08-8,73), ausência de interruptores no início e fim
das escadas (OR=2,64; IC95%: 1,20-5,81) e ser diabético (OR=2,74; IC95%:
1,24-6,06).
A FES adaptada para o presente estudo revelou-se um instrumento com
boa consistência interna (alfa de Cronbach de 0,93) e boa correlação no testereteste
(r=0,77), pelo que parece estar melhor adaptado às características da
amostra em estudo.
Conclusões: O instrumento construído, apesar de longo, parece dar
resposta às recomendações internacionais e da DGS no que se refere ao
exame global do idoso por abranger diversos aspetos valorizados pelo mesmo.
Espera-se que a continuidade deste trabalho possa vir a resultar numa
ferramenta útil para os enfermeiros de CSP na melhoria dos cuidados
prestados aos idosos com risco de queda, resultando daí ganhos significativos
na saúde desta população.
Description
Keywords
Idosos Queda Factores de risco