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Abstract(s)
Prestar cuidados de saúde com qualidade significa prestar os melhores cuidados
possíveis, considerando os recursos disponíveis. A qualidade não pode ser vista apenas
como uma característica do produto final (cuidados de saúde), relaciona-se, em simultâneo,
com a forma como as coisas se fazem numa determinada organização. A perceção da
qualidade, na ótica dos utilizadores, também tem que ser equacionada, já que estes fazem
parte do sistema prestador, pelo que é fundamental ir ao encontro das suas necessidades,
expectativas e conseguir um elevado grau de satisfação com os cuidados. Pretendeu-se
com este estudo, conhecer a perceção dos utentes de um Centro de Diagnóstico
Pneumológico (CDP) da ARS Norte, sobre a qualidade dos cuidados. Concetualizou-se um
estudo exploratório, transversal, descritivo-correlacional, de natureza qualitativa e
quantitativa. Recorreu-se a uma amostra não probabilística por conveniência, constituída
por 112 indivíduos. Os instrumentos de colheita de dados incorporaram o questionário
EUROPEP e a entrevista semiestruturada. Como resultados, 70,9% das respostas dos
participantes sobre a qualidade dos cuidados prestados, situam-se num intervalo entre o
«Excelente» e o «Muito Bom». Da análise dos discursos das entrevistas e da questão aberta
do questionário emergiram as Dimensões Material, Organizacional, Relacional,
Continuidade de Cuidados e Técnica. Os aspetos relacionados com o conforto e a higiene
revelaram-se de particular importância para os utentes. A localização física do CDP foi
identificada como fator dificultador e relacionado com o acesso a transportes públicos. O
tempo de espera pelo atendimento foi identificado como algo que pode ser melhorado.
Aspetos relacionados com a aplicação da norma TOD (toma observada direta) foram
identificados através das opiniões emitidas pelos participantes, os quais expressam nos
seus discursos a perceção de não confiança nos utentes, por parte da equipa de saúde,
apesar de serem a parte interessada no processo de cura. Os sentimentos de Proteção e
Segurança estão presentes nos discursos e que contrastam com o Medo de Rejeição e
Isolamento. No que se refere à obrigação imposta aos utentes de se deslocarem às
unidades de saúde para tomar a medicação, entende-se que pode existir um agravamento
do estigma social da doença, pelo facto de aumentar a sua exposição. Fica a sugestão sobre
XII
a necessidade de se refletir sobre a norma da TOD e sobre a forma de se alcançar um nível
superior, na qualidade do atendimento oferecido no CDP.
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Keywords
Qualidade em saúde Tuberculose