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Abstract(s)
Nas últimas décadas assistiu-se a um conjunto de alterações sociais surgindo
uma etapa do ciclo vital com características próprias do ponto de vista do
desenvolvimento psicológico e social que se designa por adultez emergente. Esta
transição para a idade adulta tende a ser vivida, cada vez mais, num contexto de
coabitação com os pais, onde a influência destes ao nível das atitudes e dos modelos
de actuação pode sofrer uma extensão dando lugar à transmissão intergeracional de
pais para filhos de atitudes em relação aos papéis de adulto e sua conciliação.
O presente estudo pretendeu analisar junto de um grupo de universitários e de
jovens trabalhadores em que medida as diferenças de estatuto ocupacional e de
género se traduziam nas atitudes em relação aos papéis de género, em relação à
família, ao trabalho, ao conflito e às estratégias de conciliação papéis. Pretendeu-se
também observar diferenças ao nível de um conjunto de variáveis psicológicas, mais
concretamente dos estatutos de identidade, do auto-conceito e da construção da
autonomia em relação aos pais sendo também estudadas, as relações entre as
atitudes e as variáveis psicológicas e as estratégias antecipadas de conciliação dos
papéis familiares e profissionais também de acordo com o género e o estatuto dos
sujeitos. Este estudo envolveu 709 universitários e trabalhadores licenciados tendo-se
encontrado diferenças significativas ao nível do desenvolvimento psicológico, das
atitudes e das estratégias antecipadas para a conciliação de papéis de acordo com o
género e com o estatuto. Os resultados permitem, por um lado, sustentar a hipótese
da presença das características da adultez emergente para o caso dos trabalhadores,
sendo esta questionada para os estudantes. Destaca-se, ainda, que as variáveis em
estudo e os modelos para a conciliação de papéis familiares são diferentes de acordo
com o género e estatuto ocupacional e apontam para modelos de influências
diferentes. O segundo estudo realizado junto de 101 famílias (pai, mãe e filho/filha)
pretendeu analisar diferenças entre gerações de pais e filhos nas atitudes em relação
aos papéis de género, à família, ao trabalho, ao conflito e às estratégias de conciliação
de papéis e efectuar um estudo comparativo das influências das atitudes nas
estratégias de conciliação da vida familiar e profissional, tanto para os pais como para
os filhos de acordo género do progenitor e do descendente. Na linha de estudo da
transmissão intergeracional e com base num modelo de relações entre atitudes de
pais e filhos analisam-se as influências das atitudes dos progenitores nos
descendentes. Os resultados permitem identificar, numa primeira fase, um conjunto de
diferenças nas atitudes entre pais e filhos apontando para a existência de diferenças
geracionais e diferenças de género intrageracionais. Por último, o teste do modelo de
transmissão intergeracional de pais para filhos permitiu obter resultados que apoiam,
em geral, a hipótese da transmissão geracional, ao nível mãe-filha, mãe-filho e paifilho, não tendo sido encontradas influencias de pais para filhas.
Globalmente, os resultados obtidos são discutidos e analisados no quadro
conceptual do estudo da transição para a idade adulta, da transmissão intergeracional
de atitudes no contexto dos papéis de adulto e sua conciliação e dos modelos de
influências de atitudes nas estratégias antecipadas de conciliação de papéis. A análise
destaca ainda, em qualquer um dos estudos a importância do género enquanto
variável diferenciadora destes processos. Os limites metodológicos de presente estudo
bem como algumas implicações decorrentes do mesmo para a análise da transição
para a idade adulta e a conciliação de papéis familiares e profissionais são
apresentadas.