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Não houve propriamente uma posição portuguesa em relação aos conflitos na ex-Jugoslávia e na Bósnia, mas sim obrigações que resultavam da
circunstância de o país ter presidido às Comunidades Europeias durante
o primeiro semestre de 1992.
De todo o modo, o contributo de Portugal para a tentativa de gestão
europeia de crise jugoslava dá nota do seu cometimento com as responsabilidades próprias da função que desempenhava e testemunha igualmente o seu entendimento de que, na sequência do reconhecimento da
Croácia, era imperioso encontrar para a Bósnia uma solução política que
pudesse ser aceite por muçulmanos, sérvios e croatas. Era essencial encontrar rapidamente um novo arranjo constitucional, mas
dificuldades de entendimento entre americanos e europeus, e sobretudo
a pusilanimidade revelada pelos últimos, fizeram arrastar o consenso
mínimo por três anos, até aos acordos de Dayton. Entretanto, as partes
habituaram-se a renegar, violar ou desrespeitar os frágeis acordos a que
se ia chegando, num quadro marcado pelas repetidas interferências
americanas num assunto pelo qual haviam oficialmente manifestado o
seu alheamento, e que só seria apaziguado em Dayton.
A Bósnia-Herzegovina pôs mais uma vez em evidência a necessidade de
a Europa reforçar a sua presença na gestão das crises que ecludam na sua
área de influência, tornando-se igualmente indispensável evitar, no relacionamento transatlântico, a repetição dos mal entendimentos que tanto
dificultaram a conduta da crise jugoslava.
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Gestão de crises Bósnia Portugal