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Abstract(s)
No quadro atual da profissionalização dos candidatos a professor, desempenha um
papel muito relevante a Prática de Ensino Supervisionada. Num processo com uma duração
de 2 anos, os candidatos à docência realizam o Curso de Mestrado em Ensino na sua área
científica, sendo que, a par de aprendizagens e desenvolvimento de competências
pedagógicas e didáticas e metodologias de ensino nas diferentes unidades curriculares que
constituem o plano do Curso, aplicam essas aprendizagens nas unidades de Iniciação à Prática
Profissional I, II, III e IV, realizadas numa Escola Básica e Secundária sob a supervisão de um
Professor Cooperante.
Em conformidade com o currículo do Curso, durante 4 semestres os mestrandos
inserem-se numa escola, de forma gradual, mas progressiva no sentido de conhecerem uma
escola “por dentro”, de se familiarizarem com problemas e alternativas de solução, de
observar aulas lecionadas por colegas experientes, de experimentarem práticas e
metodologias de ensino. O processo culmina com a lecionação de um conjunto de aulas numa
das turmas do Professor Cooperante, que o mestrando desenvolve no quadro de um processo
de cariz investigativo sobre a prática docente e que é apresentado no Relatório da Prática de
Ensino Supervisionada. Neste Relatório, o mestrando evidencia a problemática que
investigou, justifica a sua pertinência, destaca as metodologias de ensino-aprendizagem que
utilizou justificando-as do ponto de vista teórico e reflete sobre a prática.
Finalmente, o mestrando apresenta o seu Relatório, que é sujeito a provas públicas de
mestrado e, se tiver sucesso, obtém o grau de Mestre em Ensino numa área científica e obtém
a qualificação profissional para a docência.
À semelhança do que se verifica com outros cursos de mestrado, o trabalho realizado
pelos mestrandos é aprovado e a sua “vida útil” muitas vezes termina aí. As aprendizagens
feitas pelo mestrando, a vivência e debate da experiência, as reflexões havidas, numa palavra,
o conhecimento produzido ao longo do Curso de mestrado não se disseminam. E é essa a
razão de ser da presente Obra e de outras que a seguirão. Conscientes de que o
desenvolvimento do conhecimento é contínuo e que, cada vez que iniciamos uma
investigação deveremos contar com aquilo que os nossos predecessores já trouxeram à
superfície, enquanto docentes e orientadores decidimos convidar alguns dos mestrandos do
Curso de Mestrado do Ensino da Economia e Contabilidade do Instituto de Educação da
Universidade de Lisboa, para nos darem conta das suas experiências investigativas que
poderão constituir mais um elemento de estudo para os futuros candidatos aos cursos de
mestrado em ensino.
A esta primeira obra seguir-se-ão outras que trarão a público, experiências dos
mestrandos dos diversos cursos de mestrado disponibilizados pelo Instituto de Educação da
Metodologias de ensino, avaliação e aprendizagem na Didática da Economia e Contabilidade
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Universidade de Lisboa e de outras instituições similares, inseridas nesta nova coleção da
EDUCA, os Cadernos de Mestrado.
Para este primeiro número dos Cadernos de Mestrado, reunimos um conjunto de
contributos acerca de metodologias de ensino, avaliação e aprendizagem na Didática da
Economia e da Contabilidade. O Capítulo Introdutório, que identifica o fio condutor
subjacente aos contributos de 5 novos professores profissionalizados do Grupo 430 –
Economia e Contabilidade do Ensino Secundário, da autoria de Ana Luísa Rodrigues e Belmiro
Cabrito, evidencia o papel das metodologias de trabalho cooperativo com o recurso a
tecnologias digitais para aprendizagens ativas e significativas.
No Capítulo 1, Anabela Correia mostra-nos como a utilização do caso de estudo pode
potenciar a aprendizagem da Economia, numa turma do 12º ano dos Cursos Científico Humanísticos.
No Capítulo 2, Ana Filipa Joaquim mostra as virtualidades e potencialidades do
trabalho de projeto na aprendizagem nos Cursos Profissionais, através da sua utilização na
disciplina de Atividades de Integração.
Por seu turno, Miquelina Silva no Capítulo 3 traz-nos também os resultados de
experiências de trabalho cooperativo no processo de ensino-aprendizagem nos Cursos
Profissionais, assente na sua experiência numa turma da Região Autónoma da Madeira.
No Capítulo 4, Ana Gomes Alves mostra como a experiência de recorrer às TIC como
processo contínuo de avaliação formativa teve efeitos positivos na facilitação e consecução
das aprendizagens numa turma de Economia do Ensino Regular.
O Capítulo 5 apresenta um estudo da Isabel Teixeira da Mota sobre o Desenvolvimento
de competências de pensamento crítico na Ciência Política.
Finalmente, Emanuel Vasconcelos no Capítulo 6 evidencia o papel que a pedagogia
intercultural pode desempenhar na aprendizagem quando o docente se encontra perante um
conjunto de alunos de diferentes nacionalidades, com os seus costumes, culturas,
experiências e idiomas diferentes, realidade, aliás, cada vez mais frequente nas nossas
escolas.
Com este conjunto de intervenções, esperamos contribuir para a disseminação do
conhecimento científico que vai sendo construído nos cursos de mestrado em ensino e apoiar
todos aqueles que fazem da reflexão sobre a prática docente uma parte importante do seu
dia-a-dia.