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PrevalĂȘncia dos maus-tratos sobre idosos no concelho de Barcelos

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Abstract(s)

A sociedade em geral e, em particular, a sociedade portuguesa depara-se, atualmente, com um fenĂłmeno de transformação demogrĂĄfica relacionado com diminuição do nĂșmero de crianças e jovens e aumento da população adulta e idosa, numa pirĂąmide quase invertida (Carreira, 2008; Carvalho, 2012; INE, 2003). Este aumento exponencial do nĂșmero de idosos tem gerado alguma preocupação da sociedade ao nĂ­vel da gestĂŁo social dos recursos, onde se incluem preocupaçÔes em torno da sustentabilidade da segurança social, preocupaçÔes em torno das respostas sociais cada vez mais adequadas Ă  população idosa, suas necessidades especĂ­ficas e preocupaçÔes em torno de respostas de saĂșde, lazer, entre outros aspetos (Aleixo, 2011; Pinheiro & Cunha, 2007). Para alĂ©m destas preocupaçÔes, a procura de condiçÔes que proporcionem crescente qualidade de vida Ă s pessoas, tem conduzido Ă  identificação de situaçÔes em que os idosos vĂȘm violados os seus direitos (Dias, 2004, 2005; Paschoal, 2000). Uma destas situaçÔes, de violação grave dos direitos das pessoas, Ă© a violĂȘncia e os maus tratos contra os idosos com custos elevados a vĂĄrios nĂ­veis (Krug, Mercy, Dahlberg, & Zwi, 2002). Neste sentido, torna-se importante debruçarmo-nos sobre esta temĂĄtica e tentar perceber a prevalĂȘncia dos maus-tratos, compreender a sua etiologia, fatores de risco ou vulnerabilidade, fatores protetores e perceber se, quem tem conhecimento das situaçÔes violĂȘncia, diligencia para as minimizar ou cessar, compreendendo conceitos, dinĂąmicas e atĂ© a legalidade em torno destes fenĂłmenos (Carreira, 2008; Fonseca, Gomes, Faria, & Gil, 2012; Pasinato, Camarano, & Machado, 2006). Da literatura torna-se saliente a informação de que os principais agressores tendem a ser a famĂ­lia do prĂłprio idoso e o local desses maus tratos a habitação ou o contexto familiar (Dias, 2009; Ferreira-Alves & Sousa, 2005; Ferreira-Alves, 2004, 2005; Fernandes, 2011; Fonseca et al., 2012; Minayo, 2004; Sanches, LebrĂŁo & Duarte, 2008; Santos et al., 2013). Embora nĂŁo haja dados muito consistentes e comparĂĄveis em Portugal, os dados existentes parecem apontar para negligĂȘncia, a violĂȘncia psicolĂłgica e o abuso financeiro enquanto tipos de maus tratos mais prevalentes na população idosa (Ferreira Alves, 2004, 2005; Ferreira-Alves & Santos, 2009; Ferreira-Alves & Sousa, 2005). Este trabalho surge em torno destas preocupaçÔes e neste enquadramento. O estudo que apresentamos incide na anĂĄlise da prevalĂȘncia dos maus-tratos nos idosos no concelho de Barcelos. Trata-se de um estudo descritivo de natureza ainda muito exploratĂłria de uma realidade pouco conhecida a nĂ­vel nacional e, tambĂ©m, ao nĂ­vel deste concelho. A investigação levada a cabo Ă© de natureza mista, com uma vertente quantitativa e outra qualitativa. Adotou-se um procedimento de recolha de dados junto de profissionais em lares de idosos, centros de dia e centros de convĂ­vio, atravĂ©s da utilização de um inquĂ©rito por questionĂĄrio construĂ­do para o efeito, com perguntas abertas e fechadas. Optou-se, tambĂ©m, pela realização de uma entrevista semiestruturada a um elemento das forças de segurança; a duas tĂ©cnicas da saĂșde com formação em serviço social; a duas tĂ©cnicas de intervenção social em serviços distintos, uma com formação em serviço social e outra em psicologia. A parte quantitativa dos dados (inquĂ©ritos por questionĂĄrio) foi analisada com recurso ao Excel e ao SPSS (Statistical PaCkage for the Social Sciences - versĂŁo 19 para Windows) e a parte qualitativa dos dados (entrevistas) foi analisada atravĂ©s da anĂĄlise de conteĂșdo (Bardin, 2008). Os dados recolhidos apontam para uma maior prevalĂȘncia de situaçÔes de negligĂȘncia, maus tratos emocionais e financeiros, alguns deles em contexto de violĂȘncia domĂ©stica, perpetrados essencialmente por filhas ou outros familiares, e associados a fatores de risco como isolamento, dependĂȘncia e demĂȘncias (por parte da pessoa idosa) e comportamento hostil e agressivo, consumo de substĂąncias e problemas financeiros (por parte do familiar).

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Pessoas idosas Maus-tratos Cuidadores profissionais Envelhecimento

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