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Abstract(s)
(Introdução) A lei de bases em saúde define os cuidados paliativos como contínuos e partilhados entre os diferentes elementos das equipas e serviços, estando presentes em ambiente de internamento e domiciliário, atuando sobre o sofrimento de quem vive com doença incurável ou em fase terminal, e promovendo conforto, qualidade de vida e bem-estar à pessoa.
A fase de doença pode gerar um aumento de stress, podendo ser responsável por um luto prolongado ou problemas que dificultem a adaptação a mudanças de ambiente, como é o caso de uma transição da comunidade para o hospital. O facto de sensibilizar a pessoa em situação de doença acerca da referenciação para a RNCP e o que são esses mesmos cuidados, permite transparência e auxilia à compreensão sobre determinadas mudanças de ambiente que possam ocorrer e que possam simultaneamente ser limitantes no processo de tomada de decisão.
(Objetivo) Mapear na evidência científica os fatores condicionantes da transição da pessoa em situação paliativa.
(Material e métodos) Scoping review de acordo com JBI de acordo com a PCC; população: estudos realizados com pessoas em situação paliativa; conceito: estudos que reportem fatores condicionantes da transição; contexto: cuidados paliativos.
Critérios de exclusão: pessoas com idade inferior a 18 anos e artigos que não mencionem no seu título ou resumo as palavras “pessoa em situação paliativa”.
(Resultados) A não aceitação do processo de doença é um fator limitador, podendo dificultar o processo de transição para o contexto de internamento. O conhecimento adquirido sobre o funcionamento de uma unidade de cuidados paliativos, muitas vezes, surge de pessoas que vivenciaram direta ou indiretamente internamentos e transmitem os seus pensamentos sobre essas unidades, podendo transmitir informação negativa e comprometendo a forma de pensar e de vivenciar a transição da pessoa com doença para o internamento, condicionando a qualidade dos cuidados.
Fatores facilitadores são a abordagem precoce e contínua que pode surgir durante cuidados curativos, focando-se nas necessidades e informação sobre os cuidados paliativos. Esta estratégia pode reduzir internamentos nos últimos 3 meses e na última semana de vida.
(Conclusão) A comunicação é um dos fatores importantes que influenciam a qualidade dos cuidados paliativos, tendo impacto no processo de transição da pessoa com doença. A transição para contexto de internamento deve ser trabalhada de forma contínua, ao mesmo tempo que se desmistifica o que são os cuidados paliativos. Esta abordagem pode reduzir o número de internamentos que ocorrem na última semana de vida e que causam desconforto e uma visão menos positiva sobre os cuidados paliativos ao mesmo tempo que enaltece o que estes podem oferecer em termos de qualidade de vida. Ao longo do internamento, o processo de comunicação deve ser mantido e devem ser aplicadas estratégias não farmacológicas, permitindo concretizar vontades da pessoa com doença e aumentando a qualidade de vida.
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Keywords
Cuidados Paliativos Hospitalização Comunicação e Cuidados de Transição
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Escola Superior de Saúde Norte Cruz Vermelha Portuguesa