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Abstract(s)
A prestação de cuidados de saúde que garantam a qualidade do exercício profissional e a
segurança dos clientes constitui o enfoque e essência da profissão de Enfermagem. Pela
relevância que os enfermeiros assumem nos serviços de saúde e sociedade, perpetua o
interesse crescente pelo estudo das suas condições laborais, bem como dos fatores de
proteção e de risco para a sua saúde e do seu bem-estar psicológico. Os enfermeiros em
contexto hospitalar, no exercício das suas funções, estão diariamente expostos a fatores de
stress com reconhecido potencial traumático e impacto negativo a nível profissional e
pessoal, apresentando risco acrescido de desenvolver problemas de saúde ocupacional,
nomeadamente burnout e trauma psicológico decorrente do exercício da sua prática.
O presente trabalho está integrado no projeto "INT-SO - Dos contextos de trabalho à saúde
ocupacional dos profissionais de enfermagem, um estudo comparativo entre Portugal, Brasil
e Espanha" e pretende identificar o nível de burnout e trauma psicológico dos enfermeiros
que desempenham funções em contexto hospitalar e analisar a sua associação em função de
variáveis sociodemográficas e profissionais.
Atendendo à problemática, desenvolvemos um estudo quantitativo, descritivo, correlacional
e transversal, com 161 enfermeiros dos Serviços de Urgência, Medicina, Cirurgia, Unidade de
Cuidados Intermédios e de Cuidados Intensivos, de um Centro Hospitalar do Norte de
Portugal, selecionados através de técnica de amostragem não probabilística e amostra de
conveniência. Aplicamos um questionário sociodemográfico, socioprofissional, o Oldenburg
Burnout Inventory (Halbesleben & Demerouti, 2005; Campos, Carlotto, & Marôco, 2012) e a
Impact Traumatic Scale Revised (Weiss & Marmar, 1997; Matos, Pinto-Gouveia, & Martins,
2011). Para a análise dos dados, recorreu-se à estatística descritiva e inferencial.
Verificou-se que existe uma relação positiva e estatisticamente significativa entre burnout e
trauma psicológico. Os enfermeiros apresentam níveis médios de burnout, apresentando
média de exaustão ligeiramente superior ao desinvestimento. Da amostra, 99,4% vivenciou
pelo menos um incidente que marcou o seu percurso profissional, tendo 52,2% dos
incidentes referidos ocorrido há mais de 12 meses, e 23% demonstrou prevalência de trauma
psicológico. Os participantes mais velhos, com maior experiência profissional, maior
antiguidade no serviço e com contrato definitivo apresentaram níveis superiores de burnout,
enquanto os com turno fixo apresentaram níveis superiores de trauma psicológico.
A prestação de cuidados de enfermagem não pode estar dissociada da avaliação dos riscos
psicossociais associados ao seu contexto laboral, de forma a prevenir o burnout e o trauma
psicológico nos enfermeiros. Assim, a pesquisa e a compreensão destes fenómenos realçam
a importância do aumento diligente da contextualização destas problemáticas, fomentando
a importância do desenvolvimento de estratégias de promoção de saúde ocupacional, já que
ambientes de trabalho saudáveis, propagam prestação de serviços de qualidade.
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Keywords
Burnout Trauma Psicológico Saúde Ocupacional Enfermeiros