Fatores de resiliência e esperança na incidência do stress pós-traumático nas forças armadas angolanas:

Dias, Paulina

http://hdl.handle.net/10400.26/50802

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Authors

Dias, Paulina

Advisor(s)

Sousa, Cristina

Abstract(s)

O conflito armado em Angola teve um impacto negativo a nível económico e social, aumentou o nível de pobreza e miséria, e deixou sequelas físicas, emocionais e psicológicas na população. Nos militares, o Transtorno de Stress Pós Traumatico (TSPT) comumente aparece nestes cenários, sendo também um importante fator para o relato de morbilidade física, após exposição ao combate (Osório et al., 2012). Provoca também diminuição da qualidade de vida do militar e fraco desempenho, o que pode colocar em risco a eficácia do exército e acarretar custos para a organização militar. Neste sentido, surge o objetivo de analisar e caracterizar o impacto dos eventos traumáticos nos efetivos do Exército Angolano, tendo em conta o stress pós-traumático e relacioná-lo com os níveis de resiliência, esperança (capital Psicológico), e suporte social, e assim desenvolver projetos de intervenção para o tratamento e prevenção do TSPT a nível das FAA. Para o efeito, foi feito um estudo transversal, a uma amostra de 185 militares (183 homens e 2 mulheres) com idades compreendidas dos 38 aos 64 anos (média - 50.57 anos com desvio padrao de 6.538), distribuídos nos seguintes postos: oficiais superiores -10, oficiais capitães - 12, oficiais subalternos -36, sargentos - 63, e praças – 64. Em relação ao "Tempo de Serviço", varia de 15 a 45 anos (média - 29.86 anos, com um desvio padrão de 6.818). Para além do questionário sociodemográfico foram usadas as seguintes escalas: PCL-M; IES-R; DASS-21; MDSS; OREA e ER-Resiliencia. O PCL-M demonstrou resultados significativos com 10 casos com sintomas positivos de TSPT. Os nossos resultados indicam que o Suporte Social Percebido está positivamente relacionado com os níveis de Resiliência, enquanto a Resiliência está negativamente associada aos níveis de gravidade dos sintomas de TSPT. Por outro lado, os eventos traumáticos anteriores demonstram ter um impacto significativo na gravidade dos sintomas do TSPT. Concluimos assim, que o suporte social percebido, a resiliência e a exposição a eventos traumáticos anteriores são factores a ter em conta no desenvolvimento de projetos e ações direcionadas para a resolução e prevenção do fenómeno em causa a nível das Forças Armadas Angolana.