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  • Comparação da extração em fase sólida com a precipitação proteica na determinação de canabinóides em amostras de sangue total
    Publication . Martinho, Beatriz; Teixeira, Helena M.; Franco, João Miguel; Real, F. Corte; Proença, Paula
    Intodução: Em toxicologia forense, é essencial ter um método rápido e eficiente que permita usar uma pequena quantidade de amostra biológica para determinação e quantificação de baixas concentrações de canabinóides. A extração em fase sólida (SPE) tem sido uma das técnicas extrativas mais utilizadas no laboratório do Serviço de Química e Toxicologia Forenses (SQTF) na confirmação e quantificação de canabinóides, estando este procedimento acreditado. No entanto, importa sempre procurar metodologias analíticas que possam apresentar mais vantagens e suprimir aspetos menos satisfatórios, como por exemplo, custos, processos laboriosos, entre outros. Neste sentido, a introdução da precipitação proteica como técnica extrativa na rotina laboratorial pode demonstrar-se uma mais valia para o SQTF. Material e Métodos: No procedimento extrativo em amostras de sangue foi utilizada a técnica de SPE com 0,5 mL de amostra e a de precipitação proteica de 0,1 mL de sangue, para a determinação de ∆9-tetrahidrocanabinol (THC), 11-hidroxi-∆9-THC (THC-OH) e 11-nor-9-carboxi-∆9-THC (THC-COOH). A análise cromatográfica foi realizada por cromatografia líquida de alta resolução acoplada a espetrometria de massa (LC-MS/MS) nos dois equipamentos existentes no SQTF da Delegação do Centro. Na separação cromatográfica foi utilizada uma fase móvel constituída por formato de amónia aquoso 2mM (ácido fórmico 0,1 %) e metanol, em modo gradiente, com um fluxo de 0,4 mL/min e uma coluna Acquity UPLC HSS® T3 quer no equipamento da marca Waters quer no equipamento da marca Sciex. Resultados e Discussão: No equipamento da Waters, a precipitação proteica demonstra não influenciar de forma significativa a intensidade e área dos picos, bem como o ruído de fundo quando comparado com os resultados obtidos por extração em fase sólida. No equipamento da Sciex, as amostras preparadas por precipitação proteica apresentam maior intensidade, maior área e menor ruído do que as amostras preparadas por extração em fase sólida, dada a otimização dos parâmetros cromatográficos. Os autores apresentam também os resultados da validação do procedimento extrativo por precipitação proteica e análise por LC-MS/MS, no equipamento da marca Sciex. Conclusões: A substituição da técnica de extração em fase sólida de 0,5 mL de amostra pela de precipitação proteica de 0,1 mL de sangue no procedimento laboratorial de confirmação e quantificação de canabinóides, torna-o mais simples, rápido e com um menor custo associado. O método validado demonstrou ser seletivo, específico, exato, preciso, robusto e linear na gama de trabalho, cumprindo todos os critérios de aceitação estabelecidos para a análise de canabinóides em amostras de sangue por LC-MS/MS.
  • A importância da pesquisa toxicológica num caso de suicídio por propofol
    Publication . Proença, Paula; Castanheira, Fernando; Castanheira, Alice; Franco, João Miguel; Corte Real, Francisco
    Os autores apresentam o caso de um indivíduo do sexo masculino, 50 anos, com suspeita de intoxicação por propofol. Além das amostras biológicas de sangue (periférico e cardíaco), urina, conteúdo gástrico e humor vítreo, o patologista forense enviou para o Serviço de Química e Toxicologia Forense (SQTF) uma amostra não biológica (líquido esbranquiçado). A perícia laboratorial abrangeu uma fase de triagem de drogas de abuso e benzodiazepinas, através do imunoensaio de fase sólida (ELISA), a pesquisa de medicamentos por cromatografia líquida (LC) acoplada a espectrometria de massa sequencial (MS/MS) e a pesquisa de pesticidas e etanol/voláteis por cromatografia gasosa GC-MS e GC-FID, respetivamente. Dada a informação da possível intoxicação por propofol o SQTF desenvolveu um método analítico para a sua deteção, confirmação e quantificação nas amostras rececionadas. No procedimento analítico de determinação de propofol as amostras biológicas foram previamente extraídas por precipitação proteica, utilizando 0,1 mL de amostra, e posteriormente analisadas por LC-MS/MS. Na separação cromatográfica foi utilizada uma coluna de fase reversa e uma fase móvel, em gradiente, constituída por formato de amónia aquoso 2mM (com ácido fórmico 0,1 %) e por metanol com 0,2 mM de fluoreto de amónio, a um fluxo de 0,4 mL/min. Na análise por MS/MS foi utilizado um triplo quadrupolo com ionização por electrospray (ES). Os resultados toxicológicos revelaram a presença do anestésico (propofol) nas amostras de sangue periférico (33,5 µg/mL) e de sangue cardíaco (113,3 µg/mL), no conteúdo gástrico e na amostra não biológica. A restante perícia laboratorial revelou a presença de nordiazepam e temazepam em concentrações terapêuticas, mas concentrações sanguíneas tóxicas de midazolam (1473 ng/mL), de diazepam (5182 ng/mL), de petidina (8622 ng/mL) e de metoclopramida (356 ng/mL). Na amostra de conteúdo gástrico foi confirmada a presença de todas estas substâncias ao passo que na urina apenas foram detetados petidina e diazepam. A amostra de sangue foi positiva para álcool (0,18 g/L) e opiáceos (morfina < 25 ng/mL). Não foi detetada a presença de pesticidas nas amostras biológicas. Foi crucial o desenvolvimento do método de confirmação e quantificação do anestésico propofol dada a suspeita de intoxicação por esta substância. No entanto, a perícia laboratorial revelou a presença simultânea de um analgésico opiáceo e de ansiolíticos em concentrações sanguíneas elevadas permitindo identificar a presença de uma situação de policonsumo e consequente sinergia de efeitos e intoxicação que à partida não havia sido equacionada e que se constatou poder ter contribuído para a etiologia médico-legal suicida.