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- Trabalhar com crianças abusadas: Reflexos na saúde física e psicológica dos políciasPublication . Henriques, Júlia Nunes; Pais, Lúcia Maria de Sousa Gomes GouveiaA saúde mental tem vindo a afirmar-se como uma prioridade na agenda pública, sendo reconhecida como um dos grandes desafios do século XXI, sobretudo entre profissionais expostos a eventos traumáticos. Os polícias da Polícia de Segurança Pública (PSP), enquanto primeiros intervenientes em situações críticas, enfrentam um risco elevado de desenvolver consequências psicológicas, físicas e comportamentais. O presente estudo procurou compreender de que forma os polícias da PSP são impactados pelas ocorrências de abuso sexual de menores, um crime considerado sensível e complexo ao nível emocional e procedimental. Através de um estudo qualitativo, baseado na análise de conteúdo de 20 entrevistas semiestruturadas feitas em profundidade a polícias que tenham respondido a pelo menos uma ocorrência deste tipo, procurou-se identificar os impactos sentidos e as estratégias utilizadas para os mitigar. Os resultados evidenciam a presença significativa de sintomas de fadiga por compaixão, trauma secundário, sentimentos de impotência e revolta, com especial incidência nos polícias que são pais. As consequências estão frequentemente associadas à falta de formação específica e ao défice de apoio psicológico institucional, refletindo a necessidade urgente de reforçar medidas de proteção e acompanhamento da saúde mental no seio da instituição policial.
- A influência da liderança no ano probatório do agente da Polícia de Segurança PúblicaPublication . Miranda, João Paulo Carvalho; Elias, Luís Manuel André; Morgado, Sónia Maria AnicetoAtualmente, a liderança na PSP desempenha um papel determinante na motivação e desenvolvimento profissional dos polícias. Numa fase inicial, os novos agentes dependem muito dos colegas mais antigos, aos quais a organização delega, informalmente, a responsabilidade da integração. O ano probatório de um agente da PSP é um período particularmente exigente, a nível profissional e pessoal, e o apoio prestado pelos líderes pode ser determinante para o seu bem-estar e sucesso profissional. O estudo teve como objetivo apurar as perceções dos agentes sobre o apoio prestado pela liderança intermédia, nomeadamente o comandante de esquadra e supervisor operacional, durante o seu ano probatório. A metodologia utilizada compreendeu uma investigação de natureza quantitativa, através de um questionário, recorrendo à utilização de técnicas de estatística descritiva e inferencial. Através dos resultados obtidos verifica-se que os agentes percecionaram o apoio prestado pelos líderes intermédios como negativo na dimensão de apoio “emocional e pessoal” e, evidenciaram ainda diferenças nesta dimensão de apoio entre agentes do sexo masculino e feminino. Os dados sugerem algum distanciamento e falta de preocupação do bem-estar por parte da liderança intermédia, o que poderá comprometer a motivação dos agentes. Num panorama de escassez de efetivos, é essencial estimular o bem estar dos novos agentes, por forma a reforçar o comprometimento organizacional. Este estudo contribui para compreender o nível atual de apoio dos líderes intermédios e dos pares no período probatório de um agente da PSP, o qual evidencia algumas fragilidades que requerem especial atenção.
- Modelos de colaboração no atendimento à vítima de Violência DomésticaPublication . Faustino, Adriana Amaral; Poiares, Nuno Caetano Lopes de BarrosA violência doméstica persiste como um problema social de extrema gravidade, exigindo respostas eficazes e multidisciplinares para a proteção e apoio às vítimas. Este estudo tem como objetivo analisar de forma aprofundada a colaboração entre a Polícia de Segurança Pública e os Técnicos de Apoio à Vítima nas Estruturas de Atendimento Policial a Vítimas de Violência Doméstica do Comando Metropolitano de Lisboa. A investigação visa compreender e avaliar a eficácia dos diferentes modelos de colaboração em prática, focando se nos benefícios e desafios de três abordagens distintas, nomeadamente o atendimento exclusivamente policial, o atendimento articulado numa infraestrutura comum e o atendimento articulado com separação infraestrutural. Com base numa metodologia qualitativa e exploratória, recorreu-se à análise de conteúdo temática de quinze entrevistas semiestruturadas. As informações recolhidas foram submetidas a uma análise de conteúdo, visando identificar não apenas as vantagens e limitações de cada modelo de atendimento, mas também possíveis soluções para otimizar a articulação entre as instituições envolvidas. Os resultados ilustram que o modelo mais eficaz é o que permite uma transposição para a prática, ajustado ao volume de ocorrências e ao estado e necessidades de cada vítima. Desta forma, o presente estudo culminou na definição de orientações normativas, que visam apoiar o Comando Metropolitano de Lisboa na uniformização dos procedimentos adotados nas Estruturas de Atendimento.