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- Drug-food interactions of lipid-lowering statin drugs and mediterranean-based dietary supplements: friends or foesPublication . Costa, Rita Rafaela Galinha; Malva, João; Viana, Sofia; Reis, FlávioContexto: Alterações no estilo de vida, como a adoção de padrões alimentares saudáveis associados à Dieta Mediterrânea (MedDiet), são fundamentais em qualquer plano de tratamento, incluindo em pacientes medicados com estatinas. O número de consumidores que recorrem ao uso de alimentos fortificados com componentes MedDiet e/ou nutracêuticos tem vindo a aumentar, não obstante a probabilidade de ocorrência de efeitos adversos potencialmente graves aquando combinação de ambos os componentes. Um exemplo paradigmático prende-se com os suplementos alimentares enriquecidos em polifenóis, uma classe de metabolitos secundários com propriedades anti-dislipidémicas amplamente disponível no mercado sem necessidade de prescrição médica. Com efeito, a co-administração de estatinas e polifenóis parece potenciar a incidência de miopatia induzida por estatinas por meio da inibição das proteínas OATP, CYP450 e HMG-CoA redutase. No entanto, há elevada probabilidade de existirem alvos biológicos concorrentes a mediar estas interações, potencialmente influenciando tanto as respostas farmacodinâmicas quanto farmacocinéticas das estatinas. Por outro lado, subsistem dúvidas quanto ao consumo crónico de suplementos à base de polifenóis poder alcançar concentrações plasmáticas suficientes para desencadear alterações da farmacocinética das estatinas relevantes na clínica. O presente trabalho tem como objetivo mapear as interações relatadas entre as estatinas e os polifenóis e identificar os principais alvos biológicos envolvidos, com o objetivo de elucidar o seu impacto na farmacocinética, eficácia e toxicidade das estatinas. Métodos: Foi realizada uma revisão scoping utilizando as bases de dados PubMed/Medline, Scopus e Web of Science. Este trabalho foi desenhado de acordo com o PRISMA-ScR. O protocolo da revisão foi registado no Open Science Framework (https://doi.org/10.17605/OSF.IO/PYB4R). Resultados: Dos 134 registos identificados, 38 foram incluídos na análise. A rosuvastatina, sinvastatina e atorvastatina foram as três estatinas mais comumente utilizadas nos estudos incluídos. Todos os polifenóis usados pertencem à classe dos flavonoides, exceto um classificado como estilbeno. Oitenta e quatro porcento (84,2%) dos estudos reportam Interações entre as estatinas e polifenóis. O OATP foi o alvo biológico mais frequentemente identificado como responsável por essas interações (n=16), seguido pela inibição das proteínas CYP450 (n=9), P-glicoproteína (n=3), HMG-CoA redutase (n=2) e esterases intestinais (n=1). Os parâmetros farmacocinéticos que descrevem as interações entre estatinas e polifenóis demonstraram considerável variabilidade e inconsistência entre os estudos, sublinhando o potencial aumento tanto da eficácia terapêutica quanto dos efeitos adversos. Conclusões: As interações entre estatinas e polifenóis ocorrem por meio do transporte de fármacos mediado pelas proteínas OATPe P-glicoproteína bem como do metabolismo dependente das enzimas CYP450 e esterases intestinais, afetando vias bioquímicas críticas do metabolismo lipídico, como a via do mevalonato, essencial para a biossíntese do colesterol. Este trabalho avança o conhecimento ao fornecer um framework mecanístico que pode orientar investigação futura relacionada com a otimização da eficácia terapêutica das estatinas-polifenóis por forma a evitar quer resultados terapêuticos sub-ótimos, quer o aumento do risco de efeitos adversos. Em última análise, este estudo pretende consciencializar investigadores, doentes, prestadores de serviços de saúde e sistemas de farmacovigilância sobre a necessidade de sistematizar recomendações práticas sobre como prevenir e/ou gerir interações entre estatinas e polifenóis no contexto clínico.
- Intervenções de Enfermagem na Redução do Estigma em Saúde Mental de AdolescentesPublication . Ferreira, CarolinaEnquadramento: A adolescência assume um papel crítico na saúde mental. É uma fase do desenvolvimento marcada por transformações físicas, cognitivas, emocionais e sociais. Os adolescentes são considerados um grupo vulnerável à exclusão social, discriminação e estigma em relação à saúde mental, o que resulta em dificuldades na aprendizagem, comportamentos de risco, problemas de saúde física e violações dos direitos humanos. A redução do estigma em saúde mental, especialmente nesta fase, é um desafio prioritário e de saúde pública que requer a implementação de intervenções multidimensionais e sustentadas. Objetivo: Mapear a literatura existente sobre intervenções de Enfermagem para a redução do estigma em saúde mental de adolescentes. Metodologia: Foi conduzida uma Scoping Review seguindo as diretrizes do Joanna Briggs Institute e do Preferred Reporting Items for Systematic reviews and MetaAnalyses extension for Scoping Reviews. Foram pesquisados artigos em português, inglês ou espanhol, sem restrição temporal, nas bases de dados MEDLINE® with Full Text, CINAHL complete, PsychInfo e Nursing & Allied Health Collection: Comprehensive (acesso via EBSCOhost Web) e nos repositórios científicos, RCAAP e OpenGrey. A pesquisa foi realizada no decorrer do período de 2 de janeiro de 2024 a 31 de março de 2024. Foram apenas selecionados estudos que descreviam intervenções de Enfermagem para a redução do estigma em saúde mental dos adolescentes. Os dados foram extraídos a partir de um instrumento desenvolvido pelos investigadores, alinhado com o objetivo e questões de investigação. Foi realizada a síntese dos resultados em formato de tabela e narrativo. Resultados: Foram incluídos 2 artigos na revisão. Foram encontrados programas psicoeducacionais para a promoção da literacia em saúde mental e redução do estigma em saúde mental da população adolescente em contexto escolar. As intervenções utilizaram metodologias de educação e contacto. As intervenções abordaram componentes da literacia em saúde mental, incluindo saúde e doença mental, comportamentos de risco e competências sociais. Foram observadas variações na duração das intervenções entre os estudos analisados, com um período de intervenção de 1 hora a 14 horas. Os estudos analisados utilizaram escalas de atitudes e comportamentos relacionados à saúde mental e questionários de avaliação de conhecimentos como métodos de avaliação das intervenções. Os estudos avaliaram resultados a curto prazo (duas semanas) e a longo prazo (três meses, seis meses e doze meses). A população nos estudos era composta por adolescentes com idades compreendidas entre os 11 e os 19 anos. A escola emerge como o contexto preferencial utilizado para este tipo de intervenções. As limitações desta revisão incluem a escassez de estudos focados nas intervenções de enfermagem para a redução do estigma em saúde mental dos adolescentes e a restrição linguística na revisão. Conclusão: Têm sido utilizadas intervenções para combater o estigma em saúde mental nos adolescentes por meio de educação e contacto em contexto escolar. Os reduzidos resultados refletem a necessidade de maior investimento nesta área de Enfermagem.